🕷 08 | uma noite chuvosa em ny
Jessamine com sua bolsa em cima de sua cabeça, correu o mais rápido que pôde com todo cuidado, é claro, para não escorregar no chão molhado da rua. Ela olhou para trás, percebendo que Peter a seguia, na mesma velocidade que ela. Os dois correram para baixo da casa do Parker, onde o mesmo abriu a porta rapidamente e logo os dois entraram, tirando seus sapatos para não molharem mais o chão da casa.
Após os dois saírem do galpão, pegarem o trem e chegarem ao bairro, eles perceberam e notaram que estava chovendo uma chuva forte e que o céu estava todo escuro. Eles se apressaram em passos rápidos e se molharam todos.
- Nossa que chuva! - comentou o garoto tirando sua mochila de suas costas e colocando numa mesa de canto que tinha ali. - Eu não lembro de ver previsão de chuva para hoje, você viu?
- Não, na verdade, eu tinha visto que não tinha chance alguma, mas parece que se enganaram. - respondeu a garota, torcendo seu cabelo molhado.
Peter fez um som com sua boca, logo pegando na mão da garota e a levando para o banheiro, onde ele se agachou e pegou duas toalhas, uma delas a entregou. - Eu vou pegar algumas roupas de Tia May para você, Jessamine. - a avisou, a Lewis assentiu.
- Certo, Peter, obrigado. - sorriu.
O Parker sorriu também saindo do banheiro e indo em direção ao seu quarto, não antes de olhar para o banheiro e para a sala, verificando se a Lewis estava perto e usando em seguida suas teias para pegar sua mochila sem ter que ir para lá, logo caminhando para o quarto. Fechou a porta atrás de si, colocando sua mochila em baixo da cama e tirando suas roupas, para entrar no banheiro e tomar um bom banho.
Após alguns minutos, o jovem saiu do banheiro com uma calça de moletom e sem camisa, com a toalha em seus ombros e seus cabelos molhados. Peter abriu a porta de seu quarto, indo em direção ao quarto de sua tia e pegando algumas roupas para Jessamine vestir.
- Garota perfeição está aí? - chamou a Lewis, batendo na porta do banheiro com as mãos. - As roupas estão aqui em frente a porta, eu vou estar esperando na sala.
- Obrigado, Benjamin! - agradeceu.
O Parker sorriu, negando com a cabeça e saindo dali, indo em direção a sala de estar da casa e usando a toalha, que estava em seu ombro, para secar seus cabelos enquanto esperava. Foi questão de minutos para a garota sair usando um par de moletom cor de rosa, com um desenho de cupcakes em seu centro.
- Está lindíssima! Se o Flash estivesse aqui ele se apaixonava fácil, ein. - disse com ironia, a encarando com um sorriso em seus lábios, sem mostrar seus dentes.
Jessamine revirou os olhos, se aproximando do mesmo. - Muito engraçado, eu estou morrendo de rir, Benjamin. - comenta. - O que importa é que estou quentinha e confortável.
- Não está aqui mais quem falou. - se virou para trás, se agaichando em direção às gavetas do móvel que estava encostado e pegando a maleta. - Aqui!
A garota colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha, mordendo seus lábios e se aproximando do Parker, não sem antes dar uma "pequena" olhada no abdômen do garoto que estava sem nada. Ela suspirou, se perguntando em como ele havia ganhado tanta massa e músculos em pouco tempo e se ele havia ou estava treinando.
Jessamine pegou a maleta em suas mãos, a abrindo e pegando as pesquisas feitas pelo pai de Peter, sempre sendo observada pelo mesmo. Ela começou a ler, entendendo algumas coisas e outras não, afinal a área de humanas nunca foi a sua área preferida de estudos e sempre preferiu estudar linguagens ou coisas com cálculos, tipo matemática e física.
- Achou algo que nos ajude? - perguntou ele se aproximando mais dela, ficando atrás dela e encarando os papeis pelo pescoço da mesma. Jessamine assentiu, pegando um papel e deixando os outros de lado, se virando para ele, o olhando. - O que você achou, garota perfeição?
- Bem, pelo que entendi nosso pais se conheciam e trabalhavam juntos, numa pesquisa de reconstrução genética e estavam testando se poderiam usar isso para algumas doenças. - o explicou. Peter assentiu, ele já sabia disso afinal tinha dado isso ao Doutor Curt Connors e o " ajudado" a se transformar no vilão que aterrorizou a cidade a algumas semanas, o Lagarto. - Mas também diz aqui que os resultados não foram positivos e as anotações pararam ali.
- As pesquisas pararam após o acidente que matou meus pais, Jessamine. - A garota assentiu, ficando em silêncio e pensando em algumas coisas. As anotações tinham datas e nenhuma delas batia com o acidente dos pais de Peter, como se haviam parado bem antes do tal acidente. - O que está pensando? Você só faz essa cara quando está pensando demais.
Não era que Peter reparasse muito na garota, mas ele gostava de a encarar durante seu tempo livre. Era seu passatempo entre as suas aulas.
A garota olhou seriamente para ele, diretamente para seus olhos castanhos. - Peter e se o acidente dos seus pais não foi, realmente, um acidente?
O Parker arregalou os olhos. - O que quer dizer com isso, Jessamine?
- As anotações de seus pais pararam alguns dias antes deles morrerem. - diz, o mostrando nos papéis em suas mãos. - Um dia antes dos acidente que matou meus pais biológicos e dois dias antes do que matou seus pais, Peter.
O Parker se afastou, sentindo sua respiração ficar ofegante e rápida tocando seus cabelos em um ato nervoso. Jessamine percebeu, logo se arrependendo de ter dito e se aproximou. - Peter? - o chamou.
Fora respondida por silêncio, o que deixou a jovem mais apreeensiva e a fez se aproximar ainda mais dele, tocando sua mão e o fazendo encará-la.
Peter estava tendo um ataque de pânico ou de nervoso, ela constatou e logo o abraçou num braço apertado e começou a fazer carinho em sua costa nua para acalmá-lo.
- Hey! Está tudo bem e não sabemos se é verdade ou não. - tentou acalmá-lo. - Olhe para mim, Peter, nós não sabemos se é verdade mas temos que pensar nisso e ser fortes. - sorriu fraco, se afastando e logo o encarando, tocando seu rosto com a palma de sua mão e o fazendo a encarar de volta. - Está tudo bem com você, Peter?
O Parker negou com a cabeça, se afastando dela e percebendo que todo seu corpo tremia e seu ataque de pânico piorava. Jessamine também observou isso, logo caminhando até ele e o puxando para se sentar no sofá da sala, ficando bem próximo e logo juntando seus lábios no dele num beijo.
Sabia que prender a respiração era uma das várias maneiras de parar um ataque de pânico ou ansiedade, e um beijo fazia isso muito bem e era mais rápido. Os lábios de ambos se tocavam lentamente, sem pressa e enquanto se beijaram, a Lewis e o Parker se tocavam garantindo que o contato entre eles não se quebrasse tão rapidamente e que a respiração do jovem se acalmasse.
Mesmo sendo um super herói, Peter ainda era um adolescente e um ser humano, tinha falhas, cometia erros e tinha medo e temores. Ele focava tanto em ajudar os outros, que esquecia de si.
Esquecia de curtir, relaxar e aproveitar um pouco mais sua adolescência e ser apenas Peter Parker, o jovem de dezessete anos, e então tinha Jessamine, que o fazia se lembrar que era um jovem ainda e não um herói o tempo todo, e mesmo ambos sendo "opostos" eles se atraiam.
Como dois imãs se atraiam por serem opostos.
Os dois se afastaram ao ouvir o toque do som do celular da garota que logo se afastou e foi em direção pata atendê-lo. Peter tocou seus lábios, olhando para a Lewis um pouco longe dele e ficou pensando nos momentos anteriores.
O que ele estava fazendo? Se perguntou, suspirando e ficou pensando em porquê os lábios de Jessamine pareciam tão viciantes e queria eles grudados no dele todo o tempo. Bufou, passando as mãos em seus cabelos e em silêncio, se levantou e foi em direção a seu quarto, pegando seu conputador e o ligando para pesquisar algumas coisas sobre seus pais, o acidente que os matou e os pais biológicos da garota. Ele voltou a se sentar no sofá, percebendo que o papo da garota ainda não se tinha acabado e por alguns instantes quis verificar o que era. Era curioso demais.
- Está tudo bem com você? - perguntou ele ao observar que a garota estava de volta a perto dele e com uma feição nada boa.
- Sim, era meu pai no telefone perguntando onde eu estava e que não era seguro para eu voltar para casa está noite com essa chuva. - o respondeu, se sentando ao seu lado e o encarando. - Ele ordenou para mim dormir na sua casa, e por algum motivo que eu suspeito que seja James, ele já sabia que eu estava na sua casa Peter.
O Parker riu, negando com a cabeça. - Não fui eu, juro. E eu aposto que foi seu melhor amigo, ele sempre faz isso após nosso beijo e antes dele. - deu de ombros. A garota assentiu. - Aliás sobre o nosso beijo de alguns minutos atrás, quer falar sobre? - perguntou corado, envergonhado.
- Você estava tento um ataque de pânico e eu te ajudei prendendo sua respiração. - diz sorrindo fraco e fingindo que o beijo trocado de ambos não havia a afetado e que ela queria mais, só não ia admitir tão cedo. - Como está, aliás? Melhorou, Peter?
- Sim. - assentiu com a cabeça. - A sua tática do beijo funcionou muito bem, como você sabia dela, Jessamine?
- Eu assisti uma série que em um episódio o protagonista tinha um ataque de pânico e a garota fazia isso e funcionava. - deu de ombros, se aproximando mais dele. - O que está pesquisando em seu notebook?
- Algumas informações sobre meus pais e seus pais biológicos. - virou a tela para ela para a Lewis ver sem dificuldade alguma. - E aparentemente não tem nada demais, a não ser uma coisa que eu não tinha percebido antes e que pode nos ajudar.
- O quê?
- Você e Jesselina tem um irmão por parte de pai, que ainda está vivo e mora perto daqui. - a respondeu.
A garota arregalou os olhos.
- Irmão? Eu e Lina temos um irmão, Uau! - exclamou. - Qual o nome dele?
Peter virou a tela de volta para si e leu o nome novamente para não errar. - Eddie Brock, o sobrenome de seu pai e pelo que li aqui ele é um reporter investigativo e tem até um programa de televisão sobre.
- Eddie Brock, meu irmão e o de Jesselina. - suspirou o olhando. - Tem algum contato para ligarmos ou endereço? - perguntou.
- Apenas um endereço, mas não sei se podemos confiar nele, Jessamine.
A garota não disse mais nada ao Parker apenas suspirou e ligou a televisão, logo começando a ver um programa qualquer enquanto pensava em tudo a sua vida, seus pais biológicos, seus pais adotivos, o acidente, sua irmã e sobre seu recém descoberto irmão, Eddie Brock.
Será que ele já sabia da existência delas e nunca sequer perguntou se elas haviam sobrevivido?
Será que que sabia do acidente que matou seus pais e quase levou elas junto?
Será que sabe que tem duas irmãs?
Tantas perguntas rondavam sua cabeça, mas nenhuma tinha uma resposta alguma.
Peter notando o estado que Jessamine estava, suspirou sabendo que sentia o mesmo mas não demonstrava, largou o seu notebook numa mesa perto dele e se aproximou dela, ficando grudado nela e a puxando para um abraço de lado, deitando sua cabeça na dela e começando a fazer um carinho em seus cabelos já secos da chuva.
Desde a hora que a garota tinha dito sua teoria que seus pais podiam ter sido mortos propositadamente, junto aos dela, aquilo não havia saído de sua cabeça e agora com a descoberta do irmão mais velho das Lewis, ele estava pensando em possíveis causas para alguém matar os dois casais e num rápido instante, pensou em Curt Connors, o cientista que trabalhava com as indústrias Oscorp e havia ingerido um líquido, que Peter havia o ajudado com alguns cálculos, e virado o vilão Largato.
Seria possível que ele soubesse de alguma coisa que os ajudasse? Se perguntou, encarando a garota ao seu lado, em silêncio e vendo o filme que se passava.
No dia seguinte ele ia dar uma visita ao homem na prisão e perguntaria sobre aquilo e mais algumas coisas, após a escola. Estava decidido que ele ia descobrir com a ajuda de Jessamine o que ou quem havia matado seus pais.
Queria descobrir se o acidente de seus pais e os das irmãs Lewis havia sido, realmente, um acidente ou um assassinato planejado.
Peter sentiu Jessamine encostar sua cabeça em seu peito desnudo e o abraçar pela cintura, e logo seus olhos se fecharam. Ele sorriu continuando a fazer carinho na garota, também fechando seus olhos para adormecer ali mesmo, junto a Lewis, sem se importar que sua tia chegaria na manhã seguinte do plantão e os visse ali em seu sofá, juntos e dormindo agarrados.
A mais velha então sorriria, em silêncio e pegando um cobertor, os cobriria com cuidado e logo subiria para seu quarto para dormir, para descansar seu corpo cansado de seu trabalho, mas feliz pois sabia que logo o desejo de seu falecido marido se realizaria em breve, após seu sobrinho e a garota perceberem, enfim, que tinham sentimentos um pelo outro.
E algumas horas depois eles acordariam, tomariam café e iam para escola sem falarem sobre o que havia acontecido e como haviam dormido, mas pensariam um no outro pelo resto do dia não entendendo o que sempre esteve ali mas escondido e não mais secreto para o coração de ambos.
Jessamine e Peter tinham sentimentos um pelo outro, algo puro e que se escondiam por meio das alfinetadas e brincadeiras trocadas entre eles, pois na linha que separa o amor e o ódio é tão fina que as pessoas confudem esses sentimentos. Pessoas pensam que se odeiam, mas na verdade, elas se amam.
O Lewis e o Parker pensavam que se odiavam e que as brincadeiras deles eram apenas aquilo, mas era mais, muito mais do que pensavam.
Era amor
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