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chapter three

[Capítulo trêsApostas.]

Nikitta Sokolovski.

Só pareci voltar ao meu normal quando saí do grande Shopping, longe dos olhos do atendente gato da sorveteria. Aquele garoto é, literalmente, de tirar o fôlego. Não sei o que me aconteceu hoje, mas realmente foi algo desconcertante. Nunca havia ficado tão interessada em um garoto como fiquei por tal Steve Harrington.

Ao chegar em casa, por volta dás sete, Billy já me esperava na porta de sua casa. Buzino para ele ao adentrar com meu carro na garagem de casa, o vendo se aproximar pelo retrovisor. Droga, a festa. Não sou a garota mais sociável do mundo, tento não ser a esquisitona solitária. Ir às festas de meu melhor amigo é um preço a se pagar por isto.

— meninos, entrem e esquentem o jantar, está bem? – peço ao bater a porta. Ambos assentem, adentrando a casa sem questionamentos. Billy ultrapassa o portão branco, vindo muito animado até mim. Seu perfume amargo era espalhado pelo vento. — pensei que a festa começava às dez. Está cheiroso demais para quem acabou de chegar do trabalho.

— estava com a Joan. Ela me pediu ajuda com as bebidas da festa, tive que ir ao mercado. Paquerei a atendente do caixa, mas ela não me deu bola. – torce os lábios, encostando na lataria do carro azul. — levou os pirralhos no Shopping mesmo?

— pois é. Sou uma boa irmã, cumpro com minhas promessas.

Billy bate em meu ombro, se afastando do carro.

— já que é tão perfeita assim e não quebra promessas, significa que irá para a festa hoje comigo. – ele presume. — Joan está louca para te conhecer.

— falou sobre mim para a sua namorada? Uau, parece mais sério do que imaginei.

— falei, mas ela não é minha namorada. – ele insiste. Rolo os olhos, rindo. — ria o quanto quiser, Sabrina Spelman. – zombou, proferindo o apelido antigo. — pelo ou menos eu tenho alguém.

— não preciso de alguém para ser feliz. Tenho minha vida, estou contente por isto.

— fala sério, Nikki. Se continuar pensando assim, vai se tornar uma bruxa velha, chata, rabugenta e cheia de gatos. Andrey vai se casar e você vai se tornar a tia triste e solitária.

Um riso escapa de meus lábios enquanto eu tentava parecer ofendida com suas palavras. Não me interesso romanticamente por alguém há algum tempo. Anos, talvez. Mas eu não me sinto solitária ou abandonada, estou bem comigo mesma e isto é suficiente para mim. Embora eu deva admitir que meu melhor amigos talvez esteja sim certo.

— vamos lá, Nikki, por favor. Eu juro que vai ser bem legal. – ele pede, fazendo carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança. Rio, suspirando.

— tudo bem, a gente vai.

O Hargrove comemora em palavras duvidosas, fazendo sua dança de comemoração esquisita de sempre. Ponto para o Billy. Eu o amo, mas as vezes tenho vontade de trancá-lo no meu porão por um mês apenas para que eu possa ser solitária sem tê-lo em meu pé.

— ótimo, te pego às onze. – ele informa, me dando as costas.

— Billy, espere. A festa não começa às dez? – pergunto em um grito baixo, o vendo sair do meu jardim.

— sim, mas ninguém chega às dez.

E assim ele me deixou para trás. Me viro, finalmente adentrando minha varanda amarelada e aconchegante. Posso ouvir as vozes adolescentes na cozinha. Em discussão, para variar. Ao entrar, penduro minhas chaves no gancho de chaves ao lado da porta e deixo o casaco preto no varal de madeira a esquerda.

O aroma delicioso da comida sendo requentada percorria pela casa. Os tapetes continuavam brancos e tia Anna estava acomodada no sofá de couro branco, lendo um livro enquanto bebericava um copo de whisky caro. Vou em sua direção, deixando um beijo em sua bochecha antes de me sentar na poltrona, também de couro branco.

— oi, meu amor. Como foi o passeio? Os garotos deram muito trabalho?

— tranquilo, até que se comportaram e não brigaram em público. – dei de ombros, esticando as pernas, a acomodando na mesinha de centro amadeirada. — de brinde, conheci um garoto muito gato e acho que talvez tenha feito uma nova amiga. São atendentes da sorveteria, e apesar dos uniformes de marinheiros, pareciam ser bem legais.

Tia Anna sorri, ainda mantendo o foco em sua leitura. Vejo como seus olhos se movem de um lado ao outro, acompanhando as palavras escritas no papel.

— bom, isso é incrível. Não pude deixar de ouvir sua conversa com o irmão da Maxine. Vai mesmo a uma festa que se inicia na hora que você vai dormir? Porque se sim, eu devo dar um prêmio para este garoto por conseguir tal proeza.

Uma risada abafada escapa por minha garganta enquanto minha cabeça se inclina para trás, me divertindo com suas palavras. De fato, eu não sou a pessoa mais festeira desta cidade, nem mesmo desta família.

— pois então se apresse, dê algo que ele possa colocar no carro dele. – ela ri, negando com a cabeça. — já faz muito tempo que não vou em uma festa. Desde que nos mudamos da Califórnia, eu acho. Depois disso, ninguém conseguiu me fazer sair de casa durante a noite. Billy é o único. – suspiro, mas logo me recordo de um detalhe importante. — ah, e o atendente gato vai estar lá com a minha possível nova amiga.

Tia Anastasya finalmente abaixa seu livro, me olhando nos olhos com um sorriso malicioso estampado em seus lábios. Ela com certeza já entendeu minhas intenções nessa festa. E elas não têm nada a ver com Billy ou sua maneira única de me tirar de casa. Eu quero aquele atendente.

[. . .]

Já eram quase onze e meia e eu seguia me arrumando. Meu vestido preto de alçinha que valorizava minhas curvas já estava passado e vestido. Minha jaqueta de couro preta estava sobre a cama e os brincos já estavam na orelha. A maquiagem extremamente leve, o cabelo solto, porém com ondas maravilhosas e hidratadas.

— Nikitta, o seu amigo está lá em baixo. Muito impaciente, por sinal. – Andrey diz, parado na porta do meu quarto. Ele me olha de cima a baixo, sua cara de espanto me diz que ou eu estou muito linda, ou estou horrivelmente horripilante. — uau! Quem é você e o que fez com a minha irmã?

Ai veio a confirmação. Rio, terminando de calçar meu all-star preto. Eu com certeza estou gata demais para esta realidade.

— sua irmã tirou uma folga, mas deve voltar assim que o dia amanhecer. – brinquei, amarrando os cadarços. — vai, diga ao Billy que desço em três minutos. Só estou finalizando o visual.

Assim ele fez. Deu as costas e correu pelo corredor, descendo as escadas. Tia Anastasya parou em frente meu quarto, sorrindo enquanto me admirava, ou julgava. Seu roupão deixando claro que estaria dormindo assim que eu saísse.

— o que achou, hum? – questiono, vestindo a jaqueta de couro em frente ao espelho. — acha que o atendente gato vendedor de sorvetes irá vir até mim? Não estou muito vulgar, estou?

— eu acho que você está linda e que qualquer garoto que se preze nesta festa irá cumprimentá-la. – ela responde, se escorando na porta branca. Tia Anna ainda é jovem demais para ser mãe de adolescentes. Mas, ela se privou disso para cuidar de nós. Então, enquanto mulheres de vinte e nove anos estão por ai, construindo família e vivendo suas vidas ao máximo, ela está aqui. — quanto ao vulgarismo, não se preocupe. Por incrível que pareça, está na dosagem certa.

Sorrio em agradecimento.

— obrigada, tia Anna, você é a melhor consultora de moda que eu poderia ter mesmo sendo a única que consigo pagar. – respondo, pegando minha bolsa, da mesma cor do vestido, e a colocando na lateral do ombro. Beijei seu rosto ao passar por ela, deixando a porta do quarto aberta. — boa noite, aninha. Não me espere acordada, estou com o Billy e ele é inimigo do fim.

Ela sorri, me desejando juizo e boa festa. Hoje eu consigo controlar minha magia muito bem, mesmo estando alcoolizada em nível extremo. Então, ela sabe que perder o controle eu não irei. Posso ouvir  as vozes vindo do andar de baixo assim que me aproximo do parapeito da escada. Eram Max, Andrey e Billy.

Como todas as vezes, eles discutiam sobre algo fútil demais para o meu interesse. Mas, só por não ouvir Billy com seu famoso tom grosseiro durante uma interação entre ele e a meia-irmã já me desperta uma certa curiosidade.

— sobre o que estão falando hoje, senhores? – questiono, atraindo a atenção dos três no hall da casa.

Billy arqueia as sobrancelhas em uma reação muito esperada. Ele é tarado por mulheres e eu estou uma tremenda gostosa. Max assobia enquanto tentava não piscar por nenhum segundo e Andrey provavelmente estava pensando em não me deixar sair esta noite só por eu estar com um allstar nos pés.

— agora, sobre como você 'tá muito linda nessa roupa. – Max quem respondeu. — aposto que o Steve vai babar muito quando ver você.

— Steve? – Billy indagou, saindo totalmente de sua admiração. Seu rosto se tornou rígido, assim como sua postura. — o Harrington?

Meu sorriso para Max até que foi sincero, porque eu realmente queria que o tal Steve me achasse bonita demais e se interessasse por mim. Mas, pela reação de Billy arrisco dizer que os dois não possuem uma boa convivência. Parei entre os três, afirmando em um aceno enquanto ainda estava apoiada no corrimão da escada.

— sim, é ele mesmo. Por quê, algum problema?

— você 'tá interessada em Steve Harrington? – o nome do atendente gato foi soado com deboche. Como se aquilo fosse o maior absurdo do universo. — fala sério, Nikki, o cara é um babaca.

— até onde eu sei, você quem fazia bullying com ele. – Max murmura, mas logo se arrepende, fazendo sinal de rendição. — pensando alto, foi mal.

Não entendendo o que estava acontecendo, questiono outra vez para Billy.

— o quê? Fala o que te faz pensar assim, Billy. E então te digo o que eu acho.

Na minha opinião, nada de muito ruim pode sair de uma cidade tão pequena quanto Hawkins. No máximo Steve era uma ameaça ao Billy no ensino médio por causa das garotas. Levando em consideração que para ele todo homem é inimigo, não levo isto tão a sério. Ao perceber que não tinha motivos suficientes para me fazer desistir, ele gagueja palavras que não consegui identificar a continuação, as engole e inicia outra frase.

— ma-.... ele é um cafajeste, mulherengo e ruim no basquete. Fora que aquele cabelinho ensebado dele é uma ofensa a qualquer um.

Cruzei os braços, não expressando qualquer reação diante de seus argumentos nada convincentes. Tanto ele quanto os pré-adolescentes ali presentes esperavam por uuma resposta e minha falta de expressão facial e corporal os impedia de especular qualquer coisa. Levanto o dedo indicador, apoiando o cotovelo direito na mão esquerda.

— você sabe que acabou de se auto-descrever, não sabe? – antes que uma discussão fosse iniciada e minha vontade de ir a aquela festa fossem embora, eu caminhei em direção a porta. — se comportem, e Andrey, por favor não encendeie a casa enquanto titia dorme.

[. . .]

Billy pode ser difícil de lidar, mas para mim, uma bruxa recém-adulta que já enfrentou criaturas horrendas em busca de segurança, não é nada disso. Se pensar muito sobre isso, lidar e suportar Billy Hargrove se torna um esporte por diversão. Não há nada impossível que uma Sokolovski não possa fazer.

E, para a minha sorte, meu amigo passou o caminho inteiro argumentando fracamente contra meu interesse no irmão mais velho da amiguinha do meu irmão. Outro ponto positivo, nós chegamos! O carro azul de Billy foi estacionado entre as outras dezenas de carros em frente a aquela casa bonita e atraente. Haviam muitas pessoas aqui, mas nenhuma delas pareciam ser adolescentes. Provavelmente são todos ex-alunos ou alunos que cursam o último ano na escola. Nada abaixo disso.

— me diz, qual o motivo da festa mesmo? – indago, passando brilho labial antes de sair.

— Joan está comemorando que saiu da casa dos pais. Comprou a casa com suas economias arrecadadas desde seus dez anos mais a quantia que o pai lhe deu ao finalizar a escola. – ele sorri, parecendo orgulhoso da namorada que tem. — minha garota é um arraso em tudo o que faz.

O olho de canto enquanto guardo o brilho na bolsa preta, sorrindo em completo choque. Billy parece mesmo estar gostando dessa garota. Sou voltada para a realidade quando a música da festa voltou a tocar. Suas batidas eram altas e estrondosas, mas não incomodaria nenhum vizinho já que a casa mais próxima fica a cerca de quase quinhentos e cinquenta metros.

As batidas eram animadas e haviam pessoas dançando na grama, varanda e dentro da casa. Até no telhado havia um pessoal, provavelmente usando coisas ilícitas ou dando alguns bons amassos sob a luz do luar. Ao finalmente adentrar a casa lotada, Billy andou entre as pessoas, em busca da namoradinha. Tentei acompanhar, mas ela quem nos encontrou.

Quando Billy enfim saiu do meio das pessoas, comigo em sua cola, uma garota morena ondulada e muito linda o pegou de surpresa com um beijo na bochecha. Fiquei parada logo atrás deles, esperando que o beijo que se iniciou logo após acabasse logo. Mas eles pareciam tão sedentos um pelo outro que nem se importavam com a quantidade de pessoas em sua volta.

Não querendo atrapalhar, adquiri o copo de uma boa dose de álcool em um copo de whisky caro que o garoto oferecia em bandejas de alumínio. Quando virei o copo em meu segundo gole cheio, eles finalmente finalizaram o beijo caloroso. Billy sorriu para ela e se viraram para mim após alguns sussurros.

— Nikki, essa é a Joanne, a garota que eu falei ser minha. – ele apresentou, sem um pingo de vergonha ou confusão. Estava certo de suas palavras, ele dizia a verdade. Joanne sorriu para ele ao sentir a mão pousar em sua cintura e puxá-la para perto. — querida, essa é minha melhor amiga, Nikitta. Ela é russa e já morou por muitos países. 

Sorri para a garota, muito linda por sinal, e acenei em timidez. Joanne era a garota mais linda que já conheci, e a de pele mais livre de acnes também. Aquela garota parecia ter saído de algum belo conto de fadas. Ela também sorriu de volta. Muito simpática.

— é um prazer, Joanne. Billy me falou muitas coisas boas sobre você no caminho até aqui.

— ora, por favor, meus amigos me chamam de Joan. – ela respondeu, curtindo as batidas da música ao fundo. — se divirta, Nikitta. Considere isto como uma festa de boas vindas à cidade.

Sorri, vendo-a sumir dentre a multidão em questão de segundos. Billy se vira para mim, o rosto manchado de batom vermelho. Ele já foi marcado. Indico seu lábio superior e ele leva os dedos até lá, espalhando a mancha vermelha por sua bochecha.

— ela marcou você. – rio, andando em direção as bebidas.

— o quê? Como assim?

— garotas não beijam de batom vermelho se não querem deixá-lo na boca do outro alguém. Ela marcou você para que saibam que já tem a sua garota.

Billy não pareceu se incomodar, muito pelo contrário, ele sorriu com malícia e satisfação ao descobrir. E sem avisar, foi em busca da namorada ciumenta e cautelosa. Ficar sozinha durante uma festa movimentada parecia assustador, então fui até o balcão da cozinha onde havia um verdadeiro bar de improviso. Uma garota fazia drinks aparentemente saborosos demais para que eu não experimentasse.

Me aproximei, pedindo por um de melancia e folha de hortelã, sentando para esperar. Me entreti em encarar os rostos presentes naquela festa em meu tempo de espera. Ruivas, loiras, morenas e até albinas. Uma variedade de belezas extraordinárias. Se eu fosse uma garota que curte garotas, me apaixonaria por todas elas. Isto é se a beleza condiz com o caráter.

A moça bargirl chama por mim ao preparar o drink aparentemente delicioso. Sorri ao pegá-lo, tomando o primeiro gole. De verdade, era muito bom.

— é nova por aqui, não é? – a bela garota cacheada me questiona, enxugando as mãos em seu avental rosa. — oi, meu nome é Marilla.

— mudei há menos de um mês. – respondi, bebericando a bebida vermelha. — Nikitta.

Marilla era uma bela garota de pele negra e um sorriso simpático. Ela se aproximou do balcão quando as pessoas deram uma pausa nas misturas que ela produzia.

— e fez amizade logo com o senhor mal humorado do Hargrove? Que azar.

Minha risada foi sinceramente genuína. Ela também sorriu, franzindo o olhar. Me recomponho com rapidez, negando em acenos de cabeça antes de minha resposta.

— o que foi, não são amigos? Não vai me dizer que é mais uma das garotas com quem divide o coração dele com a Joan.

Por sua cara, Marilla me julgava e julgava muito. Na adolescência, quando andávamos juntos pela Califórnia, era comum garotas confundir nossa amizade com casos sexuais. Garotas já desistiram por minha causa, ou já me ameaçaram caso eu não mantesse uma distância razoável de seu amado. E eu sempre ria.

— não sou, ainda bem. – faço careta, fingindo ofensa. Bebendo outro gole da bebida para finalmente respondê-la. — nos conhecemos ainda na adolescência. Fui babá da irmãzinha dele, a Max.

Ela tomba a cabeça, parecendo entender.

— oh, me deixe adivinhar, por favor. – ela pede, animada. Dou de ombros, deixando-a continuar. — você o conheceu, percebeu que ele não batia bem da cabeça e se tornou amiga dele porque ninguém mais quis e a mãe dele pediu.

A história é boa, gostei da criatividade. Reprimo o riso, mas ele ainda estava ali. Encarando seu rosto cínico a risada saiu muito facilmente. Marilla também ri, apoiando os braços no balcão marmorizado.

— quase que isso, mas não. Na verdade nos tornamos amigos porque éramos parecidos. Dois adolescentes rebeldes que na verdade estavam tão quebrados quanto cacos de vidros. – balancei os ombros, bebendo o restante de meu drink. — mas também porque ele me desafiou no racha, eu ganhei e ele teve que conviver comigo em harmonia.

— profundamente tocante. – ela responde em ironia, mas seu olhar estava bem distante e o sorriso era aberto. Olho na direção que ela encarava, vendo Robin e Steve se aproximando de nós. — ela perdeu mesmo aquela aposta.

Os dois estavam de mãos dadas, mas Robin era basicamente arrastada por Steve. Ela vestia um belo vestidinho rosa que realçava todo seu corpo, a deixando maravilhosamente linda. Sentaram em lados opostos no balcão, me utilizando como barreira entre eles.

— você veio mesmo,  que ótimo! – ela comemorou ainda de cara fechada. — Marilla, me vê o de sempre mas dessa vez com dose extra de vodca.

Quis rir de seu entusiasmo naquela festa mas me obriguei a não fazer isto por consideração a possível amizade que teremos algum dia.

— animação total, Robenzinha. – a morena grita em entusiasmo e ironia ao iniciar o drink. — já conheceu a garota Russa?

— ela foi na sorveteria hoje mais cedo, Steve basicamente zumbificou por ela.

O garoto encarou a amiga em desespero enquanto eu tentava fingir que não estava ouvindo uma palavra do que Robin dizia. E também tentei não olhar para Steve ou seus olhos lindos, mas foi quase impossível de impedir que acontecesse.

— Robin! – ele a repreende. Seu olhar me encontrou ao seu lado, que também o encontrei. Os olhares pareciam tão penetrantes para que os assistia de fora que as duas amigas dão risada ao observar nós dois. Steve piscou, recuperando sua sanidade. — ela está brincando, Robin é brincalhona demais.

— sim, com certeza. – Marilla disse ao entregar a bebida da garota ao meu lado. — e já conseguiu emprego, Nikitta? Ou vai fazer faculdade como a maioria...

— tranquei a faculdade de Medicina no fim do primeiro período quando me mudei 'pra cá, eu tô esperando firmar minha vida em Hawkins até meu irmão atingir a maioridade para podermos embarcar em outra aventura, mas pretendo finalizar a faculdade até lá. Por enquanto estou trabalhando na locadora, sendo obrigada a conviver com o Keith  doze horas por dia.

Steve me olhava, eu podia sentir seus olhos fixados em mim e arrisco dizer que ele nem chegava a piscar. Por alguma razão que eu desconheço, este garoto me chama a atenção além do normal.

— eu entendo você, também tenho que aturar um idiota no meu trabalho. – Buckley disse, me arrancando um riso enquanto ela degustava sua bebida azul e repleta de álcool. — a diferença é que entramos às sete e saímos às dez da noite.

— trabalhar comigo não pode ser tão ruim assim, eu me acho muito legal.

— claro, porque escutar você paquerando todas as nossas clientes bonitas e ter crianças no trabalho querendo passar pelos corredores que apenas funcionários têm acesso é muito divertido. – ela resmunga de má vontade. — você é um saco, Steve.

Marilla e eu damos risada enquanto o garoto ao meu lado se torna pensativo, talvez ele não se veja desta maneira. Ele tomou uma grande lufada de ar antes de se defender, ou achar que aquilo era um argumento bom para sua defesa.

— as garotas me adoravam na época da escola.

— isso até Billy Hargrove chegar e te humilhar em cada corredor que passava. – a Bartender murmurou baixo o suficiente para que ele a escutasse. Steve a olhou feio, como se acabassem de relevar seu segredo obscuro. —  não disse nada, perdão.

— não dê ouvidos à elas, Nikki. – Steve me direcionou a palavra com seu jeito galanteador de ser. Arqueio as sobrancelhas enquanto reprimo um sorriso, o deixando terminar. — estão delirando, eu com certeza não fui chacota em lugar algum. Mas, por pura curiosidade, como consegue ser amiga daquele cara?

Suguei o líquido de meu copo, tomando a coragem que eu precisava para falar com ele sem gaguejar ou cometer alguma vergonha.

— engraçado você me perguntar isso – murmurei ao me virar na banqueta giratória. — ele me perguntou a mesma coisa quando eu comentei que tinha feito amigos na sorveteria.

As duas garotas não seguram suas risadas, Robin até chegou a dar tapinhas no ombro do colega de trabalho, sumindo na multidão logo em seguida. Steve tentou chamar por ela e pedir para não se afastar mas parece que ela estava bem mais preocupada em se divertir longe dele.

[. . .]

Dançava ao som de uma música animada – que eu não sabia o nome, ao lado de fora da casa, onde estava a verdadeira diversão. Billy estava mais para frente, bebendo cerveja de cabeça para baixo em um barril enorme. Já havia jogado a camisa em algum lugar e o suor escorria por todos os cantos. Assim que colocou seus pés no chão e viu as pessoas o aplaudirem ele comemora, mas logo para ao perceber que Steve não se divertia como a galera.

Billy, cheio de seus genes encrenqueiros e uma boa dose de álcool na mente, resolveu implicar.

— que tal fazer melhor, Harrington? – ele desafia, seu peito estufado para fora como galo de briga. Sua plateia imatura vibra diante aquilo. — chega aí, vem provar 'pra todo mundo o frouxo que você é.

Steve olhou em volta, me avistando do outro lado da multidão, na primeira fila. Pareceu respirar fundo antes de dar um passo à frente e balançar os ombros largos.

— 'tô meio enferrujado agora – ele finge, se preparando para se inclinar. — mas um rei sempre será um rei, não é, pessoal?

Para a minha surpresa, e também a de Billy se julgarmos sua reação, seu lado da multidão e a maior parte do nosso comemorou após sua frase. Steve se posiciona já com a torneira do barril em sua boca, tomando a cerveja em goles rápidos enquanto gritaram por seu nome em uma empolgação absurda.

Ele não pareceu se abalar nem mesmo quando os dez segundos soaram, continuando o desafio com a maior tranquilidade. Aquele homem deveria ser um arraso na época da escola. Os vinte segundos chegaram e ele continuava a beber cerveja como água sem nem ficar vermelho ou os braços enfraquecerem com seu próprio peso.

— uau, onde essa beldade estava escondida? – uma garota aparentemente mais nova murmurou bem atrás de mim.

Cinquenta e cinco segundos e ele ainda continuava sem fadiga, bebendo cerveja como um opala velho e desgastado. Sua torcida organizada ainda vibrava por ele e suas conquista, comemorando em gritos quando aos um minuto e quatro segundos ele desceu em uma pose de vitória. Billy ficou para trás por cinco segundos.

— bom o suficiente agora, Hargrove? – ele resolve implicar ainda com seu sorriso no rosto.

Billy não tinha uma feição muito amável, nem mesmo sociável. Pude ver em seus olhos que aquilo ainda originaria uma confusão enorme. Em outros casos eu facilmente deixaria que meu amigo perdesse e ainda iria rir de sua cara, mas algo dentro de mim me obriga a desafiar Steve Harrington e mostrá-lo meu potencial. Quando ele afastou e deu as costas para nós, eu me manifestei.

— por quê está indo, marinheiro? – indaguei logo atrás dele, alto o suficiente para que me ouvissem. Steve se virou para mim com um pequeno sorriso instalado em seu rosto. — que tal uma aposta, hum?

Ele estreitou os olhos, não compreendendo muito a minha intenção. Ser uma bruxa me dá vantagens contra pessoas normais e sem poderes, em todos os aspectos possíveis. Eu sou mais forte do que qualquer pessoa nessa festa e controlo bem a corrente sanguínea em meu corpo, posso estabelecer um novo recorde na brincadeira deles e dificilmente alguém irá passá-lo algum dia.

— se eu passar mais tempo de cabeça para baixo do que você e Billy juntos... irá transformas os meus minutos em meses e eu terei sorvete grátis durante eles. Além de ser obrigado à me buscar no trabalho todos os dias até o final de meus minutos/meses.

Robin estava bem ao lado do colega de trabalho e consegui ver seus olhos arregalarem. Já meu querido Steve riu de minha proposta tanto quanto Billy. A diferença é que Billy sabe muito bem que eu irei ganhar.

— e eu posso fazer o meu lado da aposta ou só você tem direito a pedir coisas absurdas? – ele brinca. Dei de ombros, o mandando prosseguir.

— o que você quiser, eu não me importo.

Ele pareceu muito feliz em saber aquilo, pois não demorou para dizer sua aposta. E como eu imaginava...

— se não conseguir ganhar, você irá pagar todos os meus filmes alugados por um mês e quatro dias. – ele se aproximou mais, como se fosse contar um segredo e cochichou; — e teremos um encontro.

Meu sorriso se tornou largo e ele esticou a mão para selarmos a aposta, a balançando logo em seguida. Eu poderia perder isso só por seu último pedido, mas não quero gastar tanto dinheiro em filmes.

Me posicionei, pronta para começar a beber. Billy puxou a torcida, gritando meu apelido e sendo acompanhado pela namorada e seus amigos. Tive um bom preparamento para iniciar a disputa, sou capaz de ganhar e sei disso. Só me esqueci que não suporto o cheiro da cerveja pura.

Meu amigo continuava com sua torcida enquanto eu ia contra meus princípios e bebia litros de cevada. Os trinta segundos soaram e com eles a preocupação de Steve, que estava muito atento aos meus movimentos de ingerir a bebida. Tudo bem, Nikitta, você já conseguiu isso antes. Ser uma adolescente normal com Billy me deu vantagens, eu já fiz de tudo quando morávamos na Califórnia, posso conseguir isso 'numa boa.

Um minuto e cinco segundos, eu já ganhei. Por sorte sou uma bruxa com princípios e só a vitória não me importa, eu quero a humilhação do adversário. A cerveja nem era mais tão ruim e seu gosto não fazia mais diferença em minha boca, eu aguento mais quatro minutos. E aguentei. Os cinco minutos soaram e a plateia vibrou junto à mim, gritando meu nome. Cinco minutos e vinte segundos eu desci, pois minha boca cansou de nossa posição estranha para beber.

Levantei os braços para cima, sorrindo diretamente para o marinheiro gatinho. Robin riu de sua cara enquanto Billy comemorava junto à mim. Fui em sua direção, dando um tapinha de nada em seu ombro e o olhando nos olhos.

— se for bonzinho e cumprir sua parte do acordo, eu descolo aquele encontro algum dia.

Ele sorriu para mim, eu comemoraria se não estivesse recuperando meu fôlego após tantos litros de cevada em meu estômago. Bem, Andrey vai ficar muito feliz quando souber disso.

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