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Pressentimento | ''Atormentada''

pressentimento; s.m (sg: ¹ato de sentir antecipadamente, mais pela emoção do que pela razão, a ocorrência de um fato futuro; suspeita, desconfiança.)

‘‘Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.’’

–William Shakespeare


Birmingham – 20 de agosto, 2015.


Ainda posso sentir o gosto dos teus lábios nos meus. Ainda posso sentí-lo me tocar enquanto deitavamos e nos enrolávamos nos lençóis, trocando carícias à tarde. Você sussurrava um "eu te amo" com "estarei com você para sempre". Mas você mentiu. Mentiu e me deixou solitária e atormentada por esse amor que jamais terei.

Desde que você se foi, a vida anda tão triste e silenciosa. Não há sentido para mais nada. As vezes me pego pensando na vida que teríamos juntos se você tivesse ficado. Pensar nisso é um grande tormento, e pelo visto eu gosto de ser atormentada.

Nós fizemos boas lembranças, tivemos momentos maravilhosos juntos. Sempre que eu estava com você, por mais irônico que possa ser, eu me sentia segura, me sentia bem comigo mesma. Você me fazia bem, em exceção daqueles dias em que você tirava pra me irritar ao máximo e agia feito um idiota. Mas até ali, brigando com você e chorando por conta de suas palavras, eu ainda sim te amava.

Conviver com você era realmente complicado.

Meus pais morreram já faz um tempo, num acidente de carro. E eu não estava conseguindo superar isso, foi doloroso, por mais que eles quase nunca ficavam presentes na minha vida, eles ainda eram os meus pais, e eu os amava. Mas, depois da morte deles, eu não tinha mais razão alguma para continuar vivendo a minha vida naquela pacata cidadezinha. Eu precisava de mais, eu queria mais.

Então eu finalmente voltei para minha cidade natal, onde recomeçarei minha vida do ínicio.

Meu nome é Amy Hughes, do francês, Amée. O irônico é que, o significado de meu nome é "aquela que é amada". Sendo que eu nunca, jamais, fui amada por alguém. Pelo menos, não no sentido romântico da coisa.

— Vai a festa da Mary hoje a noite?— Charles, meu melhor amigo e companheiro fiel indagou.

Charles sempre foi meu tipo de escudo protetor, para tudo. Me defendia das garotas metidas a besta do colégio, me orientava nos estudos sempre que precisava, e se descobrisse que algum garoto tivesse mexido comigo ou brincado com meus sentimentos, ele ia atrás. Acho amável toda essa proteção que ele me dá, é como se fosse meu irmão mais velho que eu nunca tive.

— Eu acabei de chegar na Inglaterra e você já quer me empurrar para uma festa?

Eu questionei, apreenssiva. Eu tinha acabado de arrumar um emprego na galeria central e arranjado um bom lugar para ficar, barato e sossegado, e Charles já quer me distrair com festas? Eu realmente tenho mais o que fazer no momento. Tipo compras, conta de luz e um celular novo.

— Você que sabe. Se mudar de idéia, é só aparecer lá.— Ele dizia, enquanto ia embora– antes me dando um beijo na testa.

🌫


Tudo parecia diferente. Desde os prédios ao mar, desde os bares as lojas de conveniência. Já fazia tanto tempo que eu não vinha aqui.

Antes de meus pais morrerem eu morava no Japão. Agora, de volta ao país onde nasci e vivi minha infância e adolescência, parece tudo tão estranho. Caminhava de volta para casa, depois de ter ido ao mercado. Senti cheiro de café pronto. Sabe, aquele cheiro quando acabaram de preparar um café bem forte e doce, junto a uns pãezinhos quentinhos? Segui o olhar até o cheiro e avistei um Café do outro lado da rua. No letreiro acima estava escrito "Good Time Coffe".

Eu senti. Senti que não deveria entrar naquele café em nenhuma circunstância. Minha mente dizia que se eu desse um passo adiante, minha vida iria se desmoronar, novamente. Foi como, um pressentimento ruim. Não posso ir até lá, não posso entrar. Mas quero ir até lá, quero entrar. Meu corpo foi meu maior inimigo, pois eu perdia o total controle de meus movimentos e quando dei por mim, atravessei a rua e estava pondo as mãos na porta da entrada, ultrapassando o limite que não deveria.

Varri o olhar por todo o local. Por dentro era mais lindo ainda. O teto era de vidro mas o chão e as paredes de madeira fosca e antiga. Havia luminárias penduradas pelo o teto e folhas e flores pendidas junto a essas luzes. O balcão era longo e também de madeira, com vidraças. Dava para vê os bolinhos e tortas nas prateleiras. As mesas e cadeiras eram de aço, bem bonitas. Mas haviam poltronas com mesas de madeira no final do Café. Muitas plantas nas janelas de vidro e muitos quadros de madeira nas paredes. Era uma mistura de novo e velho. Atual e antigo.

Me direcionei ao balcão e pedi um café forte. Eu precisava sentir aquele cheiro que se impregnou em mim do outro lado da rua.

Enquanto esperava meu pedido, me peguei admirando a pulseira que eu tinha no meu pulso esquerdo. Aquela pulseira. A mesma que ele me deu e me jurou amor eternamente. Eu, como uma tola, acreditei. Na pulseira havia as iniciais KT, suas iniciais. Ele tinha uma igual, com as minhas iniciais, AH. Foi um presente, nada de especial, bem, não para ele. Para mim significou muito. Não chegamos a namorar, mas tínhamos aquela conexão, aquela ligação forte entre duas almas. Nós éramos ligados. Pelo menos, eu pensava que sim.

— Amy?

Quando ouvi aquela voz atrás de mim, meu corpo estremeceu, em seguida, paralisou. Meus sentidos todos se perderam e meu coração bombeava muito forte, tão forte que pensei que iria desmaiar ali mesmo. Eu não queria virar, não queria olhar para trás e descobrir se era realmente real ou apenas uma ilusão da minha cabeça. Não quero que esse pesadelo retorne. Não quero revê-lo. Mas eu preciso ser corajosa, forte. Preciso mostrar que superei e que estou bem. Eu devo, não por ele mas por mim.

Me inclinei na cadeira e finalmente levei o olhar para o dele. Era ele. Ele realmente está aqui, na minha frente, depois de anos.

— Taehyung.— respondi baixinho.

Ele me fitava da cabeça aos pés, tentava me analisar. Então sorriu. A droga daquele sorriso lindo e quadrado que eu não via hà anos. Seu sorriso deveria se tornar uma obra prima num museu de tão lindo que é. É uma arte. Kim Taehyung inteiro é uma arte.

— Quando voltou a Inglaterra?

E esse foi seu primeiro questionamento. Depois de anos Taehyung, anos...e essa é a primeira pergunta que você me faz? Quem se importa quando eu voltei? E meu coração? Por que não pergunta sobre ele, já que quando se foi o levou em pedaços junto a você? Ou sobre minhas dores? O que eu passei, o que tive que enfrentar a cada dia que passava sem você? Qualquer pergunta que mostre que você ainda se importa comigo seria válida.

—Uma semana, eu acho.— sussurrei, receosa.

— Quer andar por aí? Aposto que muita coisa mudou depois que você se foi.— ele voltou a dizer, parecia entusiasmado.

Sim, muita coisa mudou. As ruas, os restaurantes, a loja Bonjour Len't que não existe mais, e você.

Eu não quero ir, não quero passar por isso de novo. Não quero ter que tentar agir normalmente ao seu lado quando na verdade por dentro estou querendo explodir de decepção e agonia. Mas, novamente, meu corpo reage de outra forma. Eu não o controlo, ele apenas age. Me levantei e sorri fraco para ele, assentindo ao passeio por Birminghan.

🌫


Passeamos pela cidade inteira. Ele me mostrou o National Sea Life Centre, um aquário gigante. O Birminghan Museum, onde pude visitar várias artes novas e até criar alguma inspiração. Como eu disse, trabalho numa galeria, ha alguns anos. Eu também faço arte, sou apaixonada. Nós fomos até o Cannon Hill Park, havia uma cachoeira e vários peixinhos. E agora, no final da tarde, estamos sentados no banco do Jardim Botanical Gardens. Praticamente, passamos o dia juntos. Como nos velhos tempos.

Ele me comprou Toad in the hole, praticamente é salsicha com massa. Enquanto eu terminava de comer, sentia ele me observando. Meu corpo ficou quente e minhas mãos tremiam. Só um olhar. Só isso para ele me desconcertar toda. Abaixei o olhar e pude vê sua mão direita deslizar sobre minha coxa, e parar ali. O que ele estava fazendo? E por que estava fazendo?

— Vem comigo.— sussurrou no canto de meu ouvido, me fazendo tremer e suspirar lentamente.

Nos levou até um apartamento de um prédio, um pouco distante do meu. Presumo que seja onde ele mora. Entramos e me direcionou até o sofá, indo rumo a cozinha.

— O que vai beber?— gritou da cozinha para mim.

—Suco.— respondi.

Ouvi sua risada de lá e automaticamente sorri também. Me lembrei de como a risada dele era gostosa de se ouvir. Ah, meu Deus, eu não faço idéia do que vim fazer aqui, ou como vim parar nessa situação. Tudo fugiu tão do meu controle no minuto em que o reencontrei. Não dá pra confiar nos meus sentimentos, simplesmente não dá.

Ele caminhou de volta até mim e me entregou o copo com suco. Ele bebia de outro copo, mas não era suco, muito menos água. Algo com álcool, presumo. Conversávamos sobre nossas vidas enquanto dividíamos o mesmo sofá, espremidos, por ele ser pequeno.

Contei como foi morar no Japão, disse sobre a morte de meus pais e revelei sobre meu novo emprego. Também falei sobre meus novos hobbies e meu melhor amigo, Charles. Ele apenas me ouvia silenciosamente e assentia para tudo. O mesmo falou pouco, apenas sobre seu novo apartamento, o cachorro que adotou esse mês, Yeontan, e que trabalha como Design Gráfico. Nada mais. Nada sobre família ou relacionamentos. Na verdade, sempre foi assim: Eu me abrindo de todas as formas e tagarelando sobre toda a minha vida enquanto ele só ouvia e contava apenas o que queria que eu soubesse.

— Estava com saudades.— ele disse sorrindo para mim.

Não vem com essa Kim, saudades é um sentimento que você não sente, por ninguém. Ele acha, que eu vou acreditar?

— Você foi a melhor coisa que me aconteceu Amy. De verdade. E eu sinto muito. Sinto todos os dias quando acordo e lembro que te deixei. Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria feito uma coisa dessas.

— Mas você não pode.— rebati.

—Mas posso remendar.— ele disse, se aproximando de mim e pondo as mãos em minha cintura. Nem tive tempo para pensar, quando num milésimo de segundo, sua boca se encontrou com a minha. Me beijava desesperado e...afetuoso? Droga, que saudades eu tava dessa boca, desse cheiro amargo de seu perfume, de suas mãos me envolvendo e apertando minha pele. Saudades dele.

Eu realmente, não posso mesmo confiar nos meus sentimentos por ele.

Quando vi, já estávamos no seu quarto, deitados na sua cama e ele já sem blusa, enquanto eu enrolo as pernas em volta de sua cintura e dedilho os dedos até suas costas e nuca, as arranhando. Ele apertava a carne de minhas coxas e chupava meu pescoço com vontade. Eram muitas sensações ao mesmo tempo. Desespero. Ele subiu a mão até meus seios. Culpa. Voltou a beijar minha boca enquanto retirava minhas calça. Fraqueza. Retirou a calcinha e meu sutiã, me deixando completamente nua para si. Eu estava nua para Kim Taehyung, novamente, depois de anos dizendo para mim mesma que jamais faria isso. Eu quero parar. Eu quero tirá-lo de cima de mim e sair correndo. Eu quero fugir de seus apertos e promessas falsas. Mas não consigo. Minha mente diz foge, mas meu corpo diz, continua. Estou desesperada, perdida, atormentada pela a minha própria mente, que está confusa e não consegue distinguir o que quer.

— Que saudade da sua boca, do seu corpo, de você por inteira.— ele dizia afoito, enquanto me beijava intensamente.

Lá estávamos nós, totalmente nus e entregues um para o outro. Pelo menos ali, naquele momento, enquanto ele me fodia e eu gemia seu nome embolado várias vezes, ele era meu, e eu era dele.

🌫


Pela manhã, acordei num novo lugar. Esse apartamento não era meu e essa blusa que uso não era minha. Eu estava na cama de Taehyung, com a blusa dele, mas...sozinha. Ele não se encontrava na cama, e nem em lugar algum.

Me levantei, meio atordoada, e me sentei rapidamente, logo avistando um pedaço de papel em cima da escrivaninha. O peguei e comecei a ler, tentando entender o que havia escrito ali.

"Tive que sair cedo para o trabalho. Quando acordar, não se esqueça de juntar suas roupas e tranque a porta quando sair. Se quiser tomar café, terá que comer fora pois não fiz nada pela manhã, estava atrasado. Adorei a noite de ontem babe."

— KT


Pisquei várias e várias vezes até entender que ele realmente me usou e estava me despachando gentilmente de seu apartamento. Sem perceber, uma lágrima desceu pelo meu rosto e essa que ocasionou a um rio de choro e fungadas. Me encolhi na cama e chorei. Chorei da mesma forma quando ele havia me deixado. Estou revivendo tudo novamente. Eu estava certa. Eu senti aquele mal pressentimento. Eu sabia, tinha certeza que tudo isso iria acontecer se entrasse naquele café.

Estou triste, decepcionada e frágil demais. Consigo sentir seu cheiro amargo através de sua camisa polo preta em meu corpo. Consigo sentir o cheiro de seu shampoo empregnado no travesseiro onde deito. Consigo sentir seu perfume exalando pelo quarto. Consigo sentí-lo. Consigo sentir Kim Taehyung novamente. E é tudo culpa minha. Eu fiz isso a mim mesma. Eu me afundei nessa confusão.

Depois de tanto chorar e me lamentar nessa cama, me levantei, tomei um banho e me vesti. Saí desse apartamento e nunca mais irei pisar nele. Principalmente, nunca mais irei olhar na cara dele. É uma promessa. Chega disso. Chega de amores vazios. Chega de ser atormentada pelo passado. Eu vou viver a minha própria vida.

Eu vou reviver.

— moonlight ♡

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