
Chapter 36: Sem saída
— E como a senhora perfeição pretende entrar no porão? — John perguntou com ironia.
— Na hora você verá! — Respondeu com desdém.
É preciso paciência com esses dois!
Fiquei observando os dois discutindo exaustivamente sobre o mesmo assunto, uma sensação de cansaço profundo me envolveu. A mera ideia de que a discussão prosseguirá por mais tempo me fez bocejar involuntariamente, percebendo o quão entediante e desgastante tudo aquilo está se tornando. Decido preservar minha sanidade e paz de espírito, concluir que o melhor a fazer neste momento é se entregar ao sono, deixando que eles resolvessem seus conflitos por conta própria.
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Fui despertada do sono com o barulho irritante da porta sendo aberta tão devagar, espero que não seja a Milena vindo me provocar pleno amanhecer.
— Faith! — Era o John.
— Não me diga que a Amélia matou você. — Respondo com sarcasmo.
— Ainda não, mas precisamos de você, Amélia conseguiu desligar as câmeras da casa. — Abro meus olhos imediatamente ao ouvir isso, assim levantei do colchão deixando o pano cair no chão.
Acompanhei ele até o compartimento de baixo e chegando no último degrau vejo três homens caídos no chão, Amélia com certeza matou eles. Entramos na cozinha vendo Amélia com o celular em mãos, reconheço a voz a poucos centímetros conversando com ela no telefone, é minha mãe.
— Ok, vamos nos preparar por aqui, me avisa por torpedo quando estiver chegando. — Amélia afirmou, e desligou a ligação.
— Eles estão vindo? — John perguntou.
— Estão sim, vamos ter que eliminar quantos caçadores conseguirmos aqui. A diversão só está começando. — Contou.
— Vou ajudar, né? — Perguntei.
— Será seguro você ficar longe da ação, Athena arrancaria meu couro se souber que dei autorização pra você participar disso. — Amélia respondeu.
— Ok!
Amélia andou até uma porta cinza onde estava escrito: restrito. Ao girar a maçaneta, descemos a escada em linha reta, aparentando ser outro porão da mansão e pelo visto parece mais uma prisão com quatro celas e uma porta de aço no final do corredor! Amélia me entregou uma chave mostrando qual porta deve ser aberta, destranquei rapidamente e Alexander está sentado no chão frio do lugar.
— Longas semanas e só agora pude limpar minha visão. — Ironizou.
— Tá idêntico um cão raivoso acorrentado numa jaula. — Brinquei com o homem, tirando as correntes de suas mãos.
— Qual é o plano? — Alexander perguntou.
— É simples, matar os vilões e no fim cada um seguir seu caminho. — Dei as costas saindo da cela junto com ele.
— Belo plano. — Afirmou com deboche.
Esse lugar transmite aquela sensação de estar em filme de ação, prestes a começar as lutas e tiroteios para todos os lados, é o que vai acontecer daqui a pouco.
— Alexander, sua missão será detonar cada caçador que aparece, e tenta não ser morto. — Amélia falou.
— E depois? — Ele se encostou na porta.
— Vai embora, pra sempre. Consegui convencer minha irmã de deixar você em paz, viva sua vida com seu filho longe de problemas, não ouse pôr seus pés novamente em Beacon Hills, esqueça a existência da Faith e terá minha palavra que ninguém vai perseguir você. — Amélia está sendo generosa com ele, apenas ela e Athena sabe o sofrimento que ele passou.
— Estou de acordo. — Aceitou.
Escutamos passos vindo para onde estamos, então Alexander voltou a cela para se preparar enquanto nós três se escondemos dentro do espaço apertado, ela fechou a porta devagar deixando um certo espaço para conseguir atirar. Quatro homens duas vezes mais altos que nós apareceram no meu campo de visão, porém um deles entrou na cela onde está Alexander, no entanto, não voltou e despertou curiosidade dos outros três. Athena começou a atirar assim que eles viraram de costas, diretamente na nuca de cada, ótima mira.
— Ok, vamos! Em silêncio. — Alertou.
Saímos dali seguindo até a escada e Alexander também apareceu me colocando para trás, revirei os olhos sem acreditar que não irei ajudar em nada. Voltando ao compartilhamento de cima, vejo na escada mais dois homens e cutuquei a cintura da Amélia, apontando na direção onde eles estão e logo a mulher derrubou ambos com dois tiros, a pessoa que tem um rifle em mãos não se responsabiliza por tais ações.
O pior começou quando outros entraram na casa atirando, Alexander me puxou no rumo do corredor enquanto John e Amélia também estavam atirando, espero que os outros também cheguem logo, está começando a virar uma rebelião.
— Fica aqui e de cabeça baixa. — Alexander ordenou, tomando a forma de lobisomem que vi na casa do David pela primeira vez, garras afiadas e olhos vermelhos.
Ele saiu da minha presença dando a volta no corredor que leva até a escada começando a lutar, e Amélia surgiu me entregando o celular.
— LIGA PRA ATHENA, AVISA QUE A DIVERSÃO AQUI COMEÇOU BEM MAIS CEDO DO QUE EU ESPERAVA. — Ela gritou por conta dos tiros altos e acenei com a cabeça concordando.
A morena voltou para ajudar John enquanto Alexander estava lutando contra os outros. Liguei rapidamente para minha mãe rezando para que ela atendesse logo e como eu esperava, ela atendeu.
— MÃE! — Gritei para que ela ouvisse.
— Faith! O que está acontecendo aí? Que barulho é esse? — Ela perguntou preocupada.
— OUTROS CAÇADORES ESTÃO AQUI, AMÉLIA E JOHN ESTÃO LUTANDO, PRECISA SE APRESSAR! — Expliquei apavorada.
— Fica escondida, estamos perto de chegar! Avisa pra Amélia que nossos amigos já estão perto daí. — Athena afirmou.
— OK! — Desliguei a ligação. Levantei do chão curvada procurando pela Amélia e me aproximei dela tocando seu ombro.
— ELA DISSE QUE ESTÁ PERTO DE CHEGAR, E QUE TEM OUTROS AMIGOS DE VOCÊS ESTÃO POR PERTO. — Revelei para ela.
— Entendido, agora vai se esconder.
Assentir voltando para o canto, mas um caçador aparece apontando a arma em nossa direção e não vou permitir que isso aconteça, então levantei gritando com toda força que eu pude na direção dele. Vendo que consegui deixá-lo desnorteado, peguei um jarro lançando contra sua cabeça o fazendo desmaiar.
— PODIA TER AVISADO COM ANTECEDÊNCIA QUE IA NOS DEIXAR QUASE SURDOS NÉ AMOR! — Escuto Alexander gritar do outro lado.
Olhei para Amélia e John com seus ouvidos tampados.
— Desculpa gente, não tenho controle disso. — Me aproximei para ajudá-los.
— Fica tranquila, deu uma grande cobertura. — Amélia apontou para a sala, e quando olhei, Alexander matou todos eles.
Os outros entraram na mansão, só que apontando as armas na direção do Alexander e corri para impedir que eles atirassem nele, David e Stiles vão querer me matar quando souberem que estou protegendo o homem que quase tirou minha vida.
— Opa pessoal, ele está ajudando a gente! — Amélia também se meteu.
— Sério Amélia? Um lobisomem ajudando caçadores? — A mulher loira duvidou.
— É estranho, mas sim. — John afirmou.
— Deixando isso de lado… estou feliz de vê-los de novo. — Amélia abraçou a mulher.
— Também estou, se for pra meter uma bala na cabeça desses idiotas chamados Blaikes, venho até voando. — A loira afirmou.
— Precisamos ser rápidos, daqui a pouco a velha amarga pode chegar. — Um homem se intrometeu.
— Calma Santiago, vamos esperar Athena chegar. — Ela o repreendeu.
— Sandra…
— Sem comentários Gabe, vamos esperar que ela chegue. — Sandra afirmou.
— Liguem as câmeras de fora da mansão, vamos monitorar tudo. — Outra mulher aparece.
— Eliane, se ligarmos as câmeras, vamos está ativando a segurança completa da mansão, o que quer dizer, que os donos da casa vão ver do outro lado quem está aqui. — Amélia avisou.
— Então o que faremos? — Eliane indagou.
— Como a Sandra falou, vamos esperar que minha irmã chegue. Teremos que tirar primeiro minha sobrinha daqui! — Ela disse.
— E porque acha que me tirar daqui vai impedir que os outros malucos me sigam? Só vai atrair eles cada vez mais atrás de mim. — Entrei na conversa, ganhando a atenção de todos.
— A garota ruiva tem razão. — Gabriel confirmou.
— Ficando aqui, pode morrer. — Sandra olhou para mim.
— E saindo daqui, morrerei do mesmo jeito. — Rebato.
— Gostei dela. — Santiago sorriu.
Os outros riram.
— Ela só não saiu na porrada com o James porque ainda não sabe lutar. — Amélia afirmou, contente por falar isso.
— Entrar numa discussão com um caçador treinado e com a conta cheia de assassinatos é muita coragem. — Gabriel revelou.
— Ele ficou me provocando. Quem procura, acha. — Respondo.
Olhei para a porta tendo o maior alívio da minha vida, David e Athena entraram sendo seguidos por outros caçadores. Acredito que foi no automático, pois passei como um raio na direção de ambos dando o abraço aconchegante que tanto desejei desde que fiquei longe deles, posso dizer que estou melhor agora.
— Não tem ideia do quanto sentir falta de vocês! — Não controlei as lágrimas que desceram, aquele aperto que sentia todos os dias no coração era a falta deles e venho segurando a muito tempo.
— Agora estamos aqui, filha, ninguém vai tocar num fio de cabelo seu. — Athena disse.
— Eu não diria ninguém!
Todos se afastaram assim como nós quando Milena entrou na casa juntamente de vários outros caçadores, acho que não temos outra saída.
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Olá pessoal!
Capítulo trinta e seis postado, espero que gostem.
Deixem comentários e seus votos, será muito importante para mim.
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