
Chapter 18: Voltando a rotina
2 meses depois do ocorrido parecia mais um ano perdido, os dias que estou nesse hospital foram o suficiente para minha recuperação, já estava quase implorando ao David para me tirar daqui e finalmente o dia chegou, irei para casa ter os últimos dias do final de semana para descansar, quer dizer, descansei bastante e sinceramente queria mesmo é correr por qualquer lugar que fosse.
Os meninos entram no quarto como se estivessem fugindo de alguém, não sei quanto ao Scott, mas o Stiles com certeza está se escondendo da vista do Xerife Stilinski para não ser flagrado.
— O que estão fazendo aqui? — Perguntei curiosa.
— Viemos buscar você. — Stiles respondeu.
— Parecem mais dois fugitivos da lei. — Semi cerrei os olhos desconfiada, mentem tão mal quanto eu.
— Também, meu pai me obrigou a ir pra escola hoje e não permitiu que seu namorado protetor acompanhasse a namorada em casa, isso é injusto. — Stiles tentou usar sua lábia, parecia tão frustrado quanto o Scott, que ria da reação do amigo.
A porta se abriu revelando o David, que ia dizer algo em protesto mas desistiu.
— Acabar não reclamem quando eu proibir suas visitas a Faith, desobedeceu novamente a ordem do xerife. — David reclamou sobre a atitude de ambos.
— Passei três dias sem ver minha namorada David, tem ideia de como foi ficar longe dela? Eu estava prestes a surtar! — Stiles se defendeu. David apenas encarou o mais novo e depois riu baixo.
— Nem sei porque ainda me surpreendo. — David disse — Bom, já que estão aqui vão ajudar…
— Já tive ajuda demais, posso andar sozinha David. — Cortei sua fala.
— É, mas se passar mal? — David perguntou.
— Andei a semana inteira nesse hospital e não passei mal em nenhum momento. — Rebato o David.
Levanto da cama saindo para fora do quarto, observando o movimento intenso do local, vejo a Melissa conversando com o pai do Stiles e prendo os lábios evitando rir, sabendo da bronca que o garoto irá levar.
— David, assine esses papéis. — Melissa entregou a caneta para ele.
Noah estava tranquilo até ver Stiles, mudando sua feição para sério e zangado como sempre faz ao ver seu filho, chega às vezes ser bonito a relação dos dois. Vendo que agora tudo está resolvido, saímos do hospital em rumo ao carro do David, os meninos ainda ficaram no hospital para conversar com seus pais sobre alguma coisa.
•••
Sinto um cheiro diferente na casa, não era mais aquele aroma de camomila que senti na primeira vez que cheguei aqui, pelo menos não é o típico cheiro de hospital! Estava até bom, um cheirinho de cereja com avelã deixando todo o cômodo perfumado.
— Gostou? — David perguntou me tirando dos pensamentos.
— O cheiro é bem agradável, mandou bem na escolha. — Elogiei, entrando na casa.
Naty desce as escadas correndo como um vento, fiquei com tanta saudade dessa encrenqueira.
— Ver você bem e andando me traz tranquilidade na alma. — Naty disse, me abraçando sem botar força.
— Como tá indo na escola? — Perguntei.
— Tudo ótimo, melhorei bastante minhas notas e o treinador aguarda sua volta. — Naty começou a rir.
— Também estou ansiosa pra voltar. — Afirmei.
De fato estou, ficar sem ir a escola foi algo estranho, já estava me acostumando com os novos horários diferentes da outra escola que eu estudava, nos primeiros dias vão ser esquisitos por conta dos olhares curiosos dos alunos, perguntas e cochichos terão o dia inteiro, o máximo que posso fazer é não dá atenção.
Subo as escadas sendo acompanhada pela Naty atrás de mim, segurança nunca é demais. Apenas estranhei quando Naty me guiou até outro quarto do corredor e quando entrei, já fui observando tudo diferente, menos a decoração que fiz no outro cômodo quando cheguei aqui, David fez uma limpa geral em absolutamente tudo do cômodo e isso realmente pareceu necessário, confesso que gostei bastante de cada detalhe.
(Novo quarto da Faith)
— Bom, o papai pediu minha opinião sobre os imóveis do seu quarto e achei que você fosse gostar, tudo bem simples e confortável. — Naty se pronunciou, entrando no cômodo e pelo seu semblante percebo que está receosa da minha opinião.
— Conhece bem meus gostos Naty, amei tudo. — Elogiei a menina, que sorriu feliz com um pequeno traço de alívio.
— Show, vou descer e se precisar de qualquer coisa, me chama. — Naty me entregou um rádio. Sério que isso será necessário?
Olhei para Naty com um ponto de interrogação na feição, fazendo ela rir.
— Sabe, desde do que aconteceu, meu pai ficou estranho e quis que você ficasse com isso, fala com ele depois. — Naty confessou.
Acenei com a cabeça em afirmação e ela saiu do quarto.
Até entendo que o ocorrido deixou David com medo de me perder, não só eu mas também a Naty, mas certas medidas de proteção são meio exageradas. Caminhei pelo novo quarto que agora posso chamar de meu, não deixei de notar as quatro câmeras instaladas nos cantos do teto.
Isso realmente é desnecessário. Pensei rapidamente, vou tomar um banho antes de descer para comer alguma coisa.
•••
Desço as escadas devagar depois de tomar banho, preciso conversar com David a respeito das câmeras no quarto, isso não me incomoda já que segurança nunca é demais, só que aquilo… é exagero total. David está na cozinha fazendo o jantar tão concentradamente que não notou minha chegada no cômodo, me sentei na cadeira esperando que ele notasse minha presença, mas com certeza não vai.
— Tio!
Ele soltou a colher no chão depois de gritar, sua mente estava bem longe a ponto de se assustar dessa maneira.
— Caramba Kath. — Reclamou — Podia ter espirrado ou algo do tipo.
— Tava pensando em quê? — Perguntei curiosa
— Alguns assassinatos na cidade, estou preocupado com isso. — David disse, voltando a cortar a carne.
Me levantei da cadeira indo para seu lado.
— David, temos que conversar sobre um assunto. — Alertei.
— Sobre sua mãe biológica. — Falou sem nem perceber, e logo pareceu tomar um susto assim como eu.
— Espera o que? — Perguntei confusa.
Eu tenho outra mãe?
— Nada, foi mal… tava pensando longe! Uma jovem recentemente foi à delegacia fazer uma denuncia contra sua própria mãe, foi chocante. — David estava nervoso enquanto explicava, isso não me fez acreditar.
— O senhor mente mal, tá tão nervoso. Eu entendi bem o que disse! Sobre sua mãe biológica… — Repito sua fala — …David, tá escondendo o que?
— Ué, nada Kath. É como eu disse, uma jovem foi à delegacia denunciar a própria mãe, acabei errando na hora de falar! Erros acontecem. — Tentou justificar — Vou usar páprica na comida, o que você acha?
Ele mudou de assunto. Mesmo tentando disfarçar o nervosismo não acredito na sua desculpa, sua fala foi tão firme que percebi quando se atrapalhou e até gaguejou, tem algo muito sério acontecendo que ele não quer que eu sabia.
— Tudo bem, já que não pretende contar sobre o que disse, pois o assunto parece bem sério e não irei esquecer. — Ignorei sua pergunta, saindo da cozinha.
Sentei no sofá pensando sobre isso, estou achando que a mãe que me abandonou não é realmente a verdadeira e sim adotiva, pois mesmo na época que meu pai estava com ela, não recebi a devida atenção que eu merecia! Como amor, carinho e apoio, foram coisas que não obtive dela e manteve distância da minha presença.
— Tá bem, eu tentei achar o jeito correto de contar pra você, mas não quis dizer no hospital. — David apareceu na sala explicando com um tom voz culpado.
— Me conta então. — Peço com bastante curiosidade.
— Sua mãe verdadeira apareceu uma semana atrás no hospital, mas antes de contar a você, eu investiguei todo o passado dela pra ter certeza se estava falando a verdade, e tive uma conclusão mais correta. Athena é sua mãe biológica, você foi tirada dela quando nasceu pelo meu próprio irmão, foi traída e jogada pra fora de casa. — David revelou.
Meu próprio pai traiu minha mãe verdadeira e jogou ela para fora de casa sem a menor piedade? Isso não pode ser verdade.
— Calma David, não acha que está se precipitando um pouco não? Meu pai jamais faria algo desse nível! Ele era bom. — Falei para ele.
— Eu também gostaria de acreditar que meu irmão jamais faria algo assim, mas tive duas testemunhas que confirmaram o ocorrido na época, uma delas foi a babá que afirmou que Athena foi traída e jogada pra fora de casa. — David rebateu minha fala. Segurei firme as lágrimas em meus olhos, a imagem do homem que conheci como pai que cuidou de mim a vida inteira está sendo apagada da maneira mais absurda que jamais imaginei ser possível.
— Então quer dizer, que meu pai é na verdade um monstro? Me separou da minha mãe verdadeira. — Falei sentindo um nó em minha garganta.
— Eu realmente não queria te contar, mas Athena estava por um fio de parecer e revelar tudo a você. — David explicou — Então por favor, não me odeie.
— Não David, não vou odiar você por está falando a verdade. — Falei me encostando no sofá.
A única história do pai que eu tinha em mente, foi de buraco abaixo.
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Olá pessoal!
Capítulo dezoito postado, espero que gostem.
Deixem comentários e seus votos, será muito importante para mim.
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