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recomendo que ouçam a música
aqui da capa nesses últimos dois capítulos.
algumas partes da tradução não
tem muito haver com a fic, mas eu
acho que combina de alguma forma.

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O cálice dourado finalmente ficou pronto, fazendo os olhos de ambos os mais velhos brilharem de felicidade ao presenciar tal coisa. Enquanto isso, The Walters - I Love You So ecooava pelos seus ouvidos devido aos fones enquanto você caminhava do mercado, até sua casa.

Ao chegar, seguiu até o quarto sem se importar com o cheiro de algo podre vindo de algum dos cômodos na casa, imaginou que seria um de seus pais preparando alguma comida estranha, como nos últimos dias. Seguiu até seu quarto e se sentou na beira da janela, vendo o moreno no quintal abaixo de você, acenaram um para o outro e ele logo subiu até seu quarto, sendo interrompido pelo pai no caminho.

⎯ Está na hora, chame a garota. -ao dar a ordem, seguiu pelo corredor.

Ele não deixará de ficar surpreso com o curto tempo que levaram para preparar tudo. Seguiu até seu quarto, se deparando com você ainda sentada na beira da janela, seus cabelos voavam conforme o vento passava por eles, e imaginar que essa seria uma das últimas lembranças que ele teria de você, era de alguma forma, doloroso para ele.

⎯ Você pode acabar caindo. -disse baixo, se aproximando e se sentando ao seu lado na beira da janela. ⎯ Eu gostaria de contar uma coisa. Na verdade, vou apenas mostrar. -você assentiu, virando seu rosto para ele.

Engoliu seco antes de mostrar as presas, e assim, o fez. Em seguida colocou a palma da mão contra a boca e mordeu a mesma, mostrando para você, que viu o sangue escorrer em seguida. Ele esperava uma feição surpresa ou assustada, mas a única coisa que recebeu foi um longo riso seu.

⎯ Eu ja sabia. -respirou fundo antes de continuar. ⎯ Eu já sabia que você era isso, as visitas noturnas e aquela vez a qual você mordeu minha mão, não curou completamente então eu recuperei minha memória assim que vi. Você não sabe ser discreto. -soltou um riso assim que o olhou novamente, ele ainda parecia surpreso. ⎯ Confesso que fiquei magoada quando você tentou apagar minha memória, mas está tudo bem agora.

⎯ Você deveria ter me dito. -ele suspirou recebendo uma resposta sua em poucos segundos.

⎯ Eu preferi esperar você me contar. -você sorriu para ele e saiu da beirada da janela.

⎯ Você sabe o que eles vão fazer assim que eu te levar, certo? -você assentiu. ⎯ Não sente medo?

⎯ Acho que se eu estiver com você, o medo é algo que não existe. -você seguiu até a porta e se virou para ele. ⎯ Você não vem?

Ele saiu da beirada da janela e seguiu atrás de você pelo corredor. A maneira a qual você iria morrer era imaginada pelo moreno várias vezes, até que ele sentiu sua mão sobre a dele.

⎯ Vamos ao quintal, antes de tudo isso. -você sorriu mais uma vez, fazendo ele se sentir pouco menos desconfortável. ⎯ Eu quero ver as rosas com você uma última vez.

E assim que desceram as escadas, seguindo até os fundos da casa, o quintal estava completamente molhado devido a chuva de algumas horas atrás, têm chovido muito recentemente. Se sentaram no banco mesmo molhado, você não vidrou os olhos no moreno, apenas os rodeou na paisagem a qual veria pela última vez.

⎯ Eu amo você. Mas que merda de situação... -ele resmungou, apertando as mãos nos bolsos da calça que ele usava, enquanto matinha sua cabeça baixa tentando conter o choro que parecia insistir em sair.

⎯ Você morre se amar um humano. Não é uma maneira bonita de morrer? Simplismente por amor.

⎯ Porque você parece tão calma? Você deveria estar aos berros agora, essa situação é muito complicada para você! -exclamou, sem conseguir conter as lágrimas, enquanto segurava uma das suas mãos, ja você, sentia a mão dele trêmula. ⎯ Eu te amo tanto.

⎯ Por favor, me deixe ir. -você sorriu, acariciando com a outra mão os cabelos dele.

Mesmo sorrindo, era difícil conter as lágrimas também. Queria viver, queria viver por ele e com ele, e mesmo sabendo que isso seria impossível, não deixará de imaginar uma vida ao lado dele enquanto estava sentada naquele banco ainda segurando a mão do mesmo.

⎯ Porque está tão preocupado? Você sempre diz para eu não me preocupar, é a minha vez agora. -soltou a mão dele e se levantou em seguida. ⎯ Então não se preocupe comigo, ficarei bem.

Até porque pessoas só morrem quando são esquecidas.
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A faca que perfurou o meu pescoço e fez o meu sangue cair sobre o cálice dourado, não doeu tanto assim. O que doeu foi não ver o seu rosto uma última vez.
Que jeito mais sem graça de morrer, eu estava esperando um atropelamento ou algo parecido, mas a única coisa que tive foi meu sangue sendo derramado sobre um cálice qualquer.

Não negarei que fiquei feliz em saber era para ti também.

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