𝚏𝚒𝚟𝚎
— Ainda não entendi como caralhos você conseguiu fazer aquilo — Baji falou, cruzando os braços enquanto te encarava, atrás de uma resposta.
— Puta que pariu — Você reclamou, depois de um suspiro pesado — Já faz uma semana que essa porra aconteceu. Vocês nunca vão superar, não?
— Não é todo dia que a gente vê uma garota quebrando cinco caras na porrada — Mitsuya respondeu, dando de ombros.
— Quando vocês me explicarem o que aqueles caras queriam, e o que é Moebius, eu penso em contar a vocês.
— Já falamos que Moebius é uma escola.
— E por que eu nunca ouvi falar dela?
— Porque abriu ano passado, você tava fora do Japão.
— E você mente muito mal, Baji — Você retrucou, revirando os olhos para o moreno.
— Você também é bem teimosa — O de cabelos grandes bufou, se encostando no sofá novamente.
Você e Mitsuya estavam no meio de uma partida de Battlefield V, enquanto Tired, de Alan Walker e Gavin James, tocava na sua caixinha de som. Os dois estavam na sua casa fazia mais de duas horas, já que suas aulas da tarde foram canceladas. Foi incrível como, em apenas uma semana, você tinha ficado próxima desses dois.
Durante esse tempo, seu irmão voltava para casa com alguns machucados no rosto, que também podiam ser vistos nos rostos de Mitsuya e de Baji. Você sempre cuidava deles, e até passou a levar um pequeno kit de primeiros socorros na bolsa que levava para a faculdade. Mesmo sempre os questionando sobre o porquê de tantos hematomas, as respostas sempre vinham de forma atrapalhada, fazendo você perceber que eram, claramente, desculpas esfarrapadas.
Além disso, seu irmão ficou sabendo da sua pequena briga com os garotos da Moebius e, ainda que você perguntasse mil vezes quem eram eles, nunca recebia uma resposta descente. Não só Takemichi, como os outros também descobriram sobre a briga, fazendo você receber diversos elogios por parte de Mikey e Kazutora, já que os dois tinham vindo na sua casa alguns dias atrás.
Tirando essas pessoas, você não conheceu mais ninguém do novo ciclo de amizade do seu irmão, tirando o Draken, é claro. Você não tinha visto o loiro nos últimos dias, e nem ele havia te mandado nenhuma mensagem.
— Muda essa música aí — A voz de Baji te tirou dos seus pensamentos, fazendo você pegar seu celular, que estava ao seu lado, e colocar Stargazing, de Kygo e Justin Jesso.
— Puta merda! — Mitsuya gritou, depois de perder novamente para você no jogo — Além de boa de briga, você sabe jogar videogame? Tem alguma coisa de garotas que você faz?
— Primeiro, isso é bem errado de se dizer — Você falou, rindo do comentário dele — E sim, tem várias coisas de garota que eu gosto de fazer.
— No dia que eu te vir brincando de boneca, eu vou ter certeza de que não é você — Baji brincou, arrancando uma risada divertida sua, que só foi interrompida por batidas firmes na porta.
— Eu vou lá atender — Você disse, se levantando e entregando o controle ao de cabelos grandes.
Sem pressa, você chegou até a porta da frente, a abrindo antes mesmo de olhar no olho mágico, se arrependendo veementemente por não ter conferido quem era antes.
Draken estava parado em frente à sua porta, com as mãos nos bolsos e seu típico olhar indiferente, mas, ao ver você, ele franziu minimamente as sobrancelhas.
— Não era pra você tá na faculdade? — Foi a única coisa que ele disse.
— Minhas aulas da tarde foram canceladas — Você conseguiu falar, saindo do transe em que estava, e desviando o olhar, tendo ciência de que suas bochechas estavam vermelhas.
Agora que tinha visto o loiro pela primeira vez depois da festa, você se arrependia amargamente por ter deixado seu número no celular dele daquele jeito. O fato de ele não ter correspondido, só fazia você ficar ainda mais envergonhada.
— Draken? — A voz de Mitsuya pôde ser ouvida por vocês — Tá fazendo o que aqui?
— Preciso resolver uma coisa com Takemichi, então passei aqui.
— Ele ainda não chegou, mas senta aí e joga com a gente — Baji disse, te fazendo arrepiar com a ideia de ficar no mesmo ambiente que Draken, depois de ele ter basicamente te dispensado.
— Por que não? — O loiro falou, entrando na casa e se sentando ao lado dos amigos.
Você suspirou fundo e se concentrou em não ficar vermelha, antes de fechar a porta e entrar novamente na casa. Mesmo assim, no momento em que viu que o único lugar vago era um pequeno espaço ao lado do loiro, você desistiu rapidamente da ideia de permanecer ali.
— Vocês querem chá? — Foi o que você conseguiu pensar na hora, recebendo uma confirmação dos três.
Baji e Mitsuya tinham os olhares fixos na televisão, enquanto Draken o desviou, até chegar em você. Ele lhe analisou de cima para baixo, bem lentamente, como se estivesse fazendo de propósito para te ver vermelha.
Rapidamente, você deu a volta e foi em direção à cozinha, se amaldiçoando por não conseguir se controlar na frente daquele homem.
Enquanto você suspirava fundo, deixou a chaleira no fogo, esquentando a água. Durante a semana que passou, você nem sequer imaginou em como seria constrangedor encontrar com o Draken de novo, depois de ele ter te ignorado por completo. Assim que percebeu, suas bochechas já estavam vermelhas novamente.
— Ei, [Nome] — A voz atrás de você te deu um susto imenso, fazendo você pegar um dos facões na bancada, antes de se virar — Calma aí, esquentadinha — Baji disse, brincalhão, dando uma risada divertida logo em seguida — Desculpa ter te assustado, vim ver se você precisava de ajuda.
Você soltou o ar, que nem sabia que estava prendendo, e deixou seu corpo relaxar. Assim, colocou a faca de volta no lugar e olhou para o amigo, ainda sentindo seu coração desacelerando.
— Desculpa, eu tava tão concentrada que nem ouvi você chegando — Você disse, com um pequeno sorriso nos lábios — E obrigada, mas não preciso de ajuda. Já está quase pronto.
— Tudo bem — Ele disse, dando um passo em sua direção, enquanto te encarava nos olhos — Mas vai me contar o que rolou entre você e o Draken?
— O que rolou? — Você se fez de besta, franzindo as sobrancelhas e perguntando, inocente.
— Não sei o que é pior, essa sua imitação barata ou você achar que eu sou burro.
— Com certeza a imitação barata — Você brincou, recebendo uma revirada de olhos por parte dele.
— Eu vi como você ficou quando ele chegou e, mesmo já tando na cara que você quer ficar com ele, antes da festa na casa do Mikey você não ficava assim.
Você suspirou novamente, desviando o olhar dele e ponderando se era mesmo uma boa ideia contar isso a Baji. O moreno era um dos melhores amigos de Draken, mas ele também tinha se mostrado uma pessoa extremamente prestativa com você nos últimos dias.
— Na festa do Mikey, eu gravei meu número no celular do Draken — Você falou, por fim, ainda sem olhá-lo nos olhos — E ele não me mandou nada depois disso — Deu de ombros, como se estivesse indiferente — Eu não ligo se ele não quiser ficar comigo, mas sei lá, eu fiquei com vergonha por ter sido dispensada por ele.
— Ele não te dispensou, sua retardada — Baji disse, revirando os olhos — O Draken é meio devagar com essa coisa de dar em cima e tudo mais. Provavelmente ele só não sabia o que falar, então acabou não mandando nada.
— Eu duvido muito que um cara como ele tenha problemas em dar em cima de alguém.
— Talvez seja porque ele nunca precisa dar em cima de ninguém — O moreno deu de ombros — Sempre tem uma chuva de garotas caindo em cima dele.
Você riu com o comentário, bem a tempo de a chaleira apitar e você acabar de preparar o chá. Com a ajuda de Baji, vocês levaram as bandejas até a sala, onde Mitsuya e Draken estavam jogando a terceira partida.
Você e Baji colocaram as bandejas no centro e, assim que ele se sentou no sofá, você se sentou no chão, ficando entre as pernas dele. Enquanto vocês conversavam e jogavam, o remix Hold On, de Chord Overstreet e Deepend, tocava, te fazendo cantarolar a música, de vez em quando.
As vezes, você olhava para Draken com o canto do olho, principalmente quando ele estava concentrado jogando. O chá já tinha acabado e vocês mantinham uma conversa constante, enquanto você ria muito deles se xingando por causa do videogame.
— Amanhã você vai finalmente pra aula, Draken? — Mitsuya perguntou, ainda com os olhos grudados na tela.
— Não sei, depende de como eu acordar amanhã.
— Você não tem medo de reprovar? — Sua pergunta atraiu a atenção dele para você, já que foi a primeira vez que você se dirigiu diretamente a ele, desde que o loiro havia chegado.
— Não — Draken respondeu, dando de ombros logo em seguida — Minhas notas sempre são boas o suficiente pra passar, mesmo que eu não vá nas aulas.
Você assentiu e desviou os olhos do olhar penetrante dele, deixando suas íris focadas no que estava acontecendo no jogo. Suas bochechas já ameaçavam corar novamente, só com esse simples contato. Isso te irritava demais. Você sabia que não tinha autocontrole quando o assunto era Ken Ryuguji.
— Eu preciso ver uma coisa lá em cima — Você disse, sem encarar nenhum deles, e já se levantando — Eu já volto.
Sem esperar uma resposta, você se afastou, subindo as escadas, tentando não correr, e entrando no seu quarto logo em seguida. Ao fechar a porta atrás de você, caminhou para dentro do cômodo, se sentando na cama em seguida, suspirando fundo.
O desconcerto que Draken causava em você era muito grande. Até seu simples olhar penetrante já era motivo suficiente para fazer suas pernas vacilarem.
Assim que ouviu a porta sendo aberta, seus pensamentos foram interrompidos, mas você não se virou em direção ao barulho, já sabendo quem estava passando por ela.
— Agora não, Baji.
— Então ainda bem que eu não sou aquele donzelo.
Você rapidamente se virou para a fonte da voz, arqueando as sobrancelhas quando viu Draken ali, entrando no seu quarto e fechando a porta atrás de si. Sua única reação foi ficar completamente parada, enquanto o via se aproximando de você, até se sentar na cama, ao seu lado.
— Quarto bonito — Ele disse, depois de passar os olhos pelo cômodo.
— Obrigada — Você respondeu tão baixo, que mal deu para ouvir, o que arrancou uma risada fraca dele.
— Sobre eu não ter mandado nada pra você-
— Não se preocupe — Você o interrompeu — Na verdade, eu não esperava que você fosse mandar nada mesmo.
— Ah é? — O tom dele era de uma leve surpresa, enquanto ele tinha um pequeno sorriso de canto de boca nos lábios — E por que não?
— Eu não te conheço muito bem, mas, pelo pouco que entendi, tem um rio inteiro de mulheres atrás de você — Você riu com como tinha sido ingênua com a ideia de um cara como ele querer ficar com você — Eu sou nova aqui, irmã do seu amigo, e com certeza bem menos atraente que muitas-
Mas você não conseguiu continuar, já que uma das mãos de Draken foi parar na lateral de seu rosto, o puxando para o lado. Assim que seus rostos ficaram frente a frente, ele não esperou nada para juntar seus lábios.
Você fechou os olhos rapidamente, sentindo o contato dos lábios macios dele com os seus. Sem esperar muito, o loiro logo pediu passagem com a língua, que foi rapidamente concedida por você.
Suas línguas se moviam em uma perfeita sincronia, ao mesmo tempo que as mãos dele foram parar em seu corpo, uma na lateral de sua barriga, explorando suavemente suas curvas por cima da blusa, e a outra nas suas costas, te puxando contra ele, aumentando o contato de seus corpos.
Lentamente, Draken foi te guiando para ficar deitada na cama, até que você sentiu suas cortas encostando completamente no colchão da cama de casal. Ao mesmo tempo, ele lhe acompanhava, ficando por cima do seu corpo. O contato de suas bocas só foi quebrado agora, quando o loiro desceu os beijos, pelo seu maxilar, e se instalando no seu pescoço, onde começou a dar beijos demorados.
Todo o seu corpo já estava pegando fogo, apenas com aquelas pequenas estimulações. O jeito como Draken conseguia fazer você ficar entregue era surreal, e você se via completamente vulnerável a ele.
Uma das mãos dele desceu até a barra da sua camisa, adentrando o tecido, e vagando por toda sua carne exposta, até parar perto do sutiã rendado que você usava. Os beijos dele iam se transformando em chupões, a medida que tudo ia ficando mais intenso.
Mas, para seu azar, uma batida na porta fez vocês dois pararem tudo o que estavam fazendo. Rapidamente, Draken saiu de cima de você, voltando a ficar sentado na cama, ao mesmo tempo em que você fazia o mesmo. Depois de você dar um consentimento, a porta se abriu, revelando um Baji relativamente preocupado.
— Desculpa atrapalhar os pombinhos — O moreno falava, com pressa — Mas Takemichi chegou, e ele não tá nada bem.
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