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04. ❝Qᥙᥲᥒtᥲ oᥙsᥲdιᥲ

Capítulo quatro;

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NAERYS TARGARYEN ESTAVA SENTADA EM UM BARRIL, de botas e calças, com uma taça de vinho na mão, enquanto jogava a cabeça para trás e ria alto.

Ao redor dela, os homens dos mantos dourados se divertiam, contando histórias vulgares, suas risadas ecoando pelas paredes de pedra.

Era um cenário longe do que se esperaria de uma princesa Targaryen, mas Naerys parecia em seu elemento, completamente à vontade entre os soldados.

Quando Daemon entrou, o ambiente mudou imediatamente drasticamente. Os homens da patrulha da cidade endireitaram suas posturas, os risos cessaram e a atmosfera leve tornou-se silenciosa.

Havia um respeito imensurável por ele, afinal, Daemon fora o primeiro líder a tratá-los com dignidade e como verdadeiros guerreiros.

Eles sabiam que, apesar da proximidade com Naerys, seu olhar protetor e sua presença autoritária jamais os deixaria esquecer quem era a verdadeira autoridade ali.
 
— Ah, Daemon! — Naerys exclamou, tranquila e relaxada, sem se mover ou demonstrar a menor preocupação com a mudança no ambiente. Ela fez um gesto casual com a taça de vinho. — Venha, junte-se a nós! Eles estavam prestes a contar como acabaram com um bandido na última patrulha.

Apesar do convite descontraído, Daemon não respondeu de imediato. Seus olhos passaram de Naerys para os homens ao redor, avaliando cada um deles.

Ele sabia que nenhum dos soldados jamais ousaria tocá-la, a lealdade deles a ele era absoluta.

Mas havia uma parte dele, a parte que sempre desconfiava de tudo e todos, que não permitia que relaxasse completamente. 

A princesa Naerys, no entanto, continuava imperturbável, ainda sorrindo como se o silêncio repentino e os olhares tensos dos soldados não a afetasse em nada.

— Parece que você está muito confortável por aqui, minha princesa. — O Príncipe Rebelde finalmente disse, com a voz grave, embora seus olhos brilhassem com algo entre a proteção e a provocação.

— E estou. — Ela ergueu a taça em saudação, dando de ombros, totalmente descontraída. — A companhia é boa e o vinho também é melhor ainda.

Naerys estava sendo genuína, por mais que os assuntos ali fossem violentos e vulgares, era melhor do que ouvir sobre casamento, Deoran ou coisas do gênero.

Daemon Targaryen permaneceu à porta por mais alguns segundos, hesitando, antes de dar um passo adiante, mas seus olhos nunca deixaram de observar os homens ao redor dela.

O platinado suspirou, uma mistura de cansaço e tédio.

Ele conhecia muito bem essa tentativa de Naerys de preencher seus vazios interiores, pois ele fazia o mesmo, afogando seus próprios demônios em vinho e buscando consolo nos braços de prostitutas.

Na verdade, sua sobrinha era mais parecida com ele do que qualquer um ousaria admitir.

O príncipe se aproximou e sem dizer uma palavra, pegou a taça de vinho da mão dela. Naerys revirou os olhos em uma expressão de leve irritação, mas não resistiu.

Daemon tomou um gole generoso e se sentou ao lado dela no barril, dando um sinal com a cabeça para os homens continuarem suas histórias, como se a tensão nunca tivesse interrompido o momento.

— Então? — Ele falou com uma sobrancelha arqueada, provocando-os. — Ou vão continuar todos calados como se tivessem engolido a língua?

Os mantos dourados se entreolharam e aos poucos, as risadas e conversas voltaram, ainda que com uma cautela que antes não existia.

Enquanto isso, Naerys o observava de soslaio, ciente de que, apesar da leveza que ele aparentava, Daemon nunca deixava de vigiá-la.

Naerys inclinou-se ligeiramente em direção a Daemon, murmurando em alto valiriano com um tom de desdém brincalhão:

— Sabe que não precisa manter os olhos em mim o tempo todo.

Daemon deu um meio sorriso, aquele sorriso descarado e cheio de intenções que a fazia questionar o que ele realmente pensava.

— Como poderia não observar a joia mais preciosa da casa Targaryen? — ele respondeu, sua voz baixa e provocante. — Seria um crime deixá-la à mercê desses homens, não acha?

Seus olhos percorreram lentamente o rosto dela, como se estivesse apreciando uma obra de arte. Era o tipo de olhar que ele raramente disfarçava e Naerys sabia que entre eles, essas trocas em valiriano sempre carregavam um significado mais profundo.

Ela apenas riu baixinho, ciente de que Daemon jamais deixaria de jogar, mas também de que, por enquanto, eram apenas palavras. Naerys o encarou com uma mistura de divertimento e irritação.

— Você é muito descarado, tio. — ela murmurou, tentando manter o tom firme, mesmo quando ele a puxou para mais perto, o braço deslizando em torno de sua cintura.

— E você gosta disso. — respondeu Daemon, sua voz suave e provocante.

Seus olhos cravaram-se nos dela, enquanto ela tinha que erguer o olhar para encontrá-los, a diferença de altura tornando o gesto inevitável. O cheiro de vinho emanava de ambos, mas nenhum estava realmente embriagado.

O ar parecia denso entre eles, cheio de algo que não poderiam admitir facilmente. Mas, antes que a tensão pudesse se aprofundar, a porta se abriu de repente. Um mensageiro surgiu, com o rosto sério.

— Princesa Naerys, o rei solicita sua presença imediatamente.

Naerys pulou do barril com a mesma agilidade que exibia ao montar seu dragão, aterrissando com um leve impacto no chão de pedra. Enquanto ela se afastava pelo corredor, Daemon a observava com um leve sorriso nos lábios, os olhos fixos na figura esguia e decidida que ia embora.

Ele se perguntou qual seria a reação de Viserys ao ver a sobrinha aparecer em sua presença vestindo calças, o cabelo ligeiramente despenteado e ainda cheirando a vinho.

Daemon não a seguiu; ao invés disso, apenas inclinou a cabeça, acompanhando-a com o olhar até que ela desaparecesse de vista, sentindo uma curiosidade crescente pelo que Viserys teria a dizer a ela dessa vez.

O salão do Trono de Ferro era um lugar onde o ar parecia pesar mais, como se o próprio poder exercido ali tivesse a capacidade de oprimir os pulmões. Os passos de Naerys ecoavam pelo chão de pedra fria, cada batida de suas botas era um lembrete do silêncio desconfortável que a aguardava.

As chamas das tochas vacilavam enquanto ela caminhava em direção ao trono, onde Viserys estava sentado, os olhos fixos nela com uma mescla de desapontamento e cansaço.

Ao lado do rei, Otto Hightower a observava com um olhar que a fez estremecer por dentro, embora ela jamais deixasse isso transparecer. Havia cobiça ali, uma fome que não se disfarçava mesmo sob o verniz da cortesia.

Naerys ergueu o queixo, os cabelos prateados caindo como um manto fluido ao redor de seus ombros, quando finalmente parou diante do Trono de Ferro.

— Naerys... — começou Viserys, o tom de sua voz era fraternal, mas havia uma severidade subjacente. — Eu ouvi sobre sua... interação com Deoran. O homem veio cortejá-la e você o tratou como um inimigo.

Os olhos violetas de Naerys brilharam à luz das tochas, mas a expressão permaneceu fria. Viserys suspirou e repousou as mãos sobre os braços do trono, os dedos tamborilando levemente no ferro forjado.

— Ele é um bom homem, sobrinha. Mais velho e mais sábio do que você imagina. Uma união com ele não seria imprópria.

Naerys manteve a voz controlada, mas havia um corte em suas palavras.

— E é isso que deseja para mim, tio? Acha que devo aceitá-lo, simplesmente porque ele agora decidiu voltar, após anos ausente?

Otto Hightower se inclinou um pouco, os olhos famintos percorrendo-a com uma intensidade que parecia devorar a sala.

— Poucas damas, especialmente aquelas com uma vida e uma reputação tão... digamos, agitada quanto a sua, podem se considerar afortunadas por receberem propostas de casamento de homens como Deoran Targaryen.

O sangue de Naerys ferveu ao ouvir aquelas palavras. Ela apertou os punhos ao lado do corpo, contendo a raiva que borbulhava em sua garganta, mas não conseguiu evitar bufar em irritação.

— Se o que está insinuando é que eu deveria estar grata, então saiba que não estou, Lorde Mão. — A voz dela estava afiada como lâminas, o olhar fixo em Otto com desprezo. — Mal voltei da guerra e já estou praticamente sendo posta à venda, como se minha única função fosse satisfazer a corte. Se Matarys estivesse vivo, isso não aconteceria.

O nome de seu pai pairou no ar como uma acusação. Viserys endireitou-se no trono, visivelmente desconfortável. Otto abriu a boca para responder, mas Naerys ergueu uma mão, interrompendo-o antes que qualquer outra palavra saísse.

— Eu servi minha casa com sangue e fogo e se acham que vou me curvar facilmente ao que desejam, estão muito enganados.

Naerys respirou fundo, seus olhos voltando-se para Viserys. O semblante ainda trazia um toque de desdém, mas havia algo mais profundo ali: uma sinceridade incontestável. Ela deu um passo à frente, a voz assumindo um tom mais suave, embora a firmeza permanecesse.

— O senhor sabe que eu o amo, o respeito, e sou grata por tudo o que fez por mim. — disse ela, com uma sinceridade que contrastava com a rebeldia habitual. — Mas eu não vou me casar com Deoran Targaryen.

Aquela declaração pairou no salão como um desafio. Naerys ergueu o queixo, mantendo o olhar fixo em Viserys, sem qualquer hesitação.

— Se acha que preciso ser punida por isso, então que assim seja, meu rei. Eu aceito.

— Uma criança mimada é o que você é. — provocou Otto Hightower, a voz carregada de desdém. — E uma ingratidão que poucos de sua posição se dariam ao luxo de demonstrar.

Naerys lançou a Otto um olhar gélido, os lábios pressionados em uma linha fina. Porém, antes que pudesse responder, Viserys ergueu a mão, interrompendo o confronto.

— Isso já basta, Otto. A princesa merece respeito. — disse ele, a voz serena, mas firme. Voltou-se para Naerys, seus olhos cansados suavizando-se um pouco ao encará-la. — Eu não vou puni-la, minha sobrinha. Sei que seus sentimentos são sinceros, e respeito sua franqueza. No entanto, você precisa estar aberta ao casamento. Outras propostas podem chegar e são oportunidades que não podemos simplesmente descartar.

Havia um toque de súplica em suas palavras, como se esperasse que ela cedesse, ainda que um pouco, à razão. Naerys manteve-se em silêncio, os pensamentos turbulentos ecoando em sua mente, mas não deu qualquer sinal de recuo.

— Posso me retirar? — perguntou Naerys, a voz tingida de uma determinação silenciosa.

Viserys hesitou por um instante, como se ponderasse suas palavras. Finalmente, assentiu.

— Sim, você pode. — respondeu ele, um toque de resignação na voz.

Enquanto ela se afastava, ele observou suas costas eretas e a cabeça alta, pensando em quantas dificuldades sua sobrinha havia enfrentado ao longo da vida.

O peso das perdas e as lutas travadas ainda estavam gravadas em seu semblante, um lembrete constante de que a vida nunca havia sido fácil para ela.

Ele tentava ser paciente, mas a rebeldia que corria em suas veias e o fogo do dragão que a tornava tão indomável frequentemente desafiavam sua autoridade.

Viserys suspirou, um misto de preocupação e carinho inundando seu coração. Naerys era uma tempestade, um dragão em forma humana e ele sabia que domá-la não seria uma tarefa simples.

Daemon entrou no salão do pequeno conselho com a mesma irreverência que era sua marca registrada, o cheiro de suor e poeira ainda fresco em suas roupas. Havia um brilho nos olhos violetas e um sorriso insolente no canto dos lábios.

Havia perdido a noção do tempo enquanto lidava com os criminosos na patrulha; o gosto pela ação direta sempre o atraía mais do que as formalidades entediantes.

Enquanto caminhava em direção à mesa, balançou os dedos, onde uma pequena pulseira de prata oscilava, um objeto que ele havia tirado do pulso de um bandido condenado.

Um presente para Naerys, decidiu. Mas agora não era o momento, então guardou o mimo no bolso de suas calças antes de abrir as portas do salão.

Os olhos dos conselheiros voltaram-se para ele com expressões diversas, variando de desaprovação discreta a exasperação óbvia. Viserys, sentado no lugar central, ergueu o olhar do pergaminho que lia, franzindo o cenho com uma mistura de cansaço e frustração.

— Finalmente decidiu se juntar a nós, irmão. — disse Viserys, sem esconder o tom de repreensão.

Daemon deu de ombros e se acomodou em uma cadeira vazia, apoiando um dos cotovelos na mesa com total indiferença às convenções de etiqueta.

— Perdi a noção da hora. Estava resolvendo problemas mais imediatos. — respondeu ele, deixando escapar um sorriso sardônico.

Otto Hightower bufou e se inclinou para a frente.

— Espero que esses problemas imediatos não tragam consequências indesejadas para o reino. — retrucou o Mão do Rei, os olhos estreitos analisando Daemon com evidente desconfiança.

Daemon apenas ergueu uma sobrancelha, despreocupado, como se os comentários de Otto fossem de pouca importância. Para ele, o verdadeiro poder estava em suas próprias mãos, não nas palavras trocadas em salões sufocantes

Daemon ergueu o olhar ao ouvir uma voz conhecida e irritante ecoar pelo salão:

— Deixar Daemon liderar a Patrulha da Cidade é o mesmo que colocar um lobo para cuidar do rebanho.

Era Deoran Targaryen, parado próximo à entrada, com os braços cruzados e um sorriso frio nos lábios. A mera presença dele ali fez o sangue de Daemon ferver.

— Ora, ora, ora... — Daemon respondeu com um tom de ironia cortante, o olhar fixo no primo. — Não sabia que o Pequeno Conselho agora permitia a entrada de traidores parasitas. Ou será que estavam precisando de um novo bobo da corte?

Ele se virou para Viserys e os outros, os olhos faiscando de indignação.

— O que diabos esse sujeito está fazendo aqui? — perguntou com desdém, sem sequer tentar esconder o desprezo.

Viserys soltou um suspiro pesado, como se já antecipasse o que estava por vir. Era evidente que a rivalidade entre Daemon e Deoran não tinha esfriado e a tensão entre os dois só parecia crescer a cada encontro.

Daemon sempre carregara uma rivalidade com o primo mais velho, uma que se estendia desde os dias de infância.

Cogumelo, o infame bobo da corte e cronista das intrigas da Fortaleza Vermelha, costumava contar que o início de toda a animosidade entre os dois remontava ao momento em que Deoran tentou reivindicar Caraxes para si, após a morte de Aemon.

No entanto, o grande dragão de escamas avermelhadas rejeitara a pretensão de Deoran, preferindo se tornar montaria de Daemon, o príncipe rebelde.

Apesar de Caraxes ter escolhido Daemon, Deoran não ficou muito tempo sem dragão. Logo, ele reivindicou Vhagar, o mais temido e venerado de todos os dragões vivos.

Deoran se gabava incessantemente de sua montaria, como se o poder de Vhagar pudesse compensar a humilhação de ter sido rejeitado por Caraxes.

Onde quer que fosse, ele fazia questão de lembrar a todos que ele era o cavaleiro do dragão mais poderoso de Westeros, como se isso pudesse ofuscar o vínculo que Daemon tinha com Caraxes ou, talvez, ofuscar o próprio Daemon.

Viserys manteve o olhar fixo em Daemon, sem demonstrar irritação, mas com uma firmeza silenciosa que indicava sua determinação.

— Deoran ficará na corte, e é justo lhe oferecer um assento neste conselho. Afinal, ele é nosso parente e merece ser tratado com a honra devida. — Viserys pronunciou, como se esperasse que isso fosse encerrar o assunto.

Daemon revirou os olhos, um sorriso cínico curvando seus lábios.

— Nem Rhaenys o quis em Driftmark. — ele retrucou, com um tom de deboche mal disfarçado. — E agora somos nós que temos que aceitá-lo?

Houve um leve murmúrio desconfortável entre os conselheiros, mas Deoran permaneceu inabalável, o olhar sério fixo em Daemon.

— Não há necessidade de tanto veneno, primo. — Deoran respondeu, com uma calma deliberada. — Estou aqui para servir ao rei e ao reino, não para ocupar um lugar que não me pertence.

Daemon ergueu uma sobrancelha, inclinando-se um pouco para frente na cadeira. O Príncipe Rebelde suspirou, já entediado com o rumo da conversa.

— Por favor, prossigam com a reunião. — Daemon disse num tom desinteressado, enquanto continuava a brincar com a pequena pulseira que trazia nos dedos, um presente que havia separado para Naerys.

O gesto aparentemente despreocupado atraiu a atenção de Deoran, cujos olhos seguiram o movimento da mão de Daemon com curiosidade.

Embora ele não dissesse nada, era evidente que Deoran percebia o valor simbólico daquilo, seu olhar se estreitando levemente, como se tentasse desvendar o significado por trás do objeto.

Viserys, percebendo a tensão crescente entre os primos, ignorou o confronto silencioso e prosseguiu com os assuntos do reino, enquanto Daemon permanecia distraído, girando a pulseira nos dedos como quem não tinha pressa de encarar os assuntos políticos em curso.

A reunião chegou ao fim e o salão do pequeno conselho esvaziou-se como um campo de batalha após a vitória, deixando apenas o eco de palavras não ditas e promessas pairando no ar. Daemon saiu casualmente, seus passos ressoando como um tambor distante enquanto ele se dirigia ao Salão do Trono de Ferro.

Ao adentrar o espaço vasto e sombrio, o príncipe rebelde encontrou o trono em uma quietude quase reverente, sua presença imponente rodeada por sombras dançantes. As velas estavam apagadas, criando um manto de escuridão que abraçava as paredes de ferro forjado. 

Ele se aproximou do trono, subindo os degraus com a segurança de um homem que se sentia à vontade na sua própria pele.

Sentou-se no trono, não como um rei, mas como um viajante que encontrou um descanso momentâneo. A frieza do metal não o intimidava; ao contrário, parecia confortá-lo, como um velho amigo.

Foi nesse silêncio profundo que uma voz cortou a escuridão.

Skorkydoso nēdenka, Daemon. — Naerys exclamou, surgindo das sombras como uma visão etérea, seu olhar ardente refletindo a luz que não existia. — Ao behave hae lo ao istan se dārys. (Que ousadia, Daemon. Você se comporta como se fosse o rei.)

Ele virou-se lentamente, um sorriso divertido se formando em seus lábios.

— Viserys não tem filhos homens. Eu sou o herdeiro do trono. — Disse o Targaryen.

— Isso pode mudar. — Naerys ergueu uma sobrancelha, seus olhos brilhando com um misto de desafio e interesse.

Daemon deu um sorriso ladino, seus olhos brilhando com um misto de malícia e afeição, como se uma faísca estivesse prestes a acender uma chama. Ele se inclinou um pouco para frente, seu tom conspiratório convidando.

— Venha mais perto, Naerys. Tenho um presente para você.

— Outro presente? — Ela arqueou uma sobrancelha, intrigada, a curiosidade dançando em seu olhar.

Sem esperar pela resposta, ele a puxou suavemente para mais perto, fazendo com que ela ficasse entre suas pernas, quase em seu colo. A proximidade trouxe uma eletricidade no ar, e Naerys olhou para ele com um sorriso brincando em seus lábios.

— Assim você vai me deixar mal acostumada, Daemon.

Ele riu suavemente, o som ecoando como um sussurro que preenchia o vazio do salão. Com um gesto carinhoso, tocou o colar de aço valiriano que já adornava seu pescoço, seus dedos deslizando suavemente pela corrente fria.

— Você usa bem os presentes que dou. Então, por que não continuar?

Com um movimento gracioso, ele retirou a pulseira de prata que estava em seu bolso e a prendeu delicadamente no braço dela. A joia brilhou à luz tênue do salão, refletindo um brilho prateado que parecia captar cada fragmento da luz ao seu redor.

Naerys deu um sorrisinho discreto, um toque de diversão em seu olhar. Embora não fosse particularmente vaidosa e não fosse fã de adornos, havia algo na forma como Daemon lhe presenteava que a fazia querer usar as joias.

Ela se afastou um pouco, com um ar de autoridade e disse:

— Agora se levante desse trono de ferro. Isso é desrespeitoso.

Daemon revirou os olhos, mas ainda assim se levantou, o corpo alto e imponente projetando uma sombra sobre o chão iluminado pelas chamas vacilantes. Ele a observava, avaliando a figura da princesa, com uma expressão que misturava fascinio e carinho.

— Que tipo de presentes o seu noivo lhe dá, Naerys? — perguntou, a provocação evidente em sua voz.

— Noivo? — Ela franziu a testa, a confusão se misturando ao desafio em seu olhar.

Daemon se aproximou, o tom de voz mais grave e sério, embora ainda carregasse uma pitada de humor.

— O tal Deoran, é claro. Ouvi rumores de que aquele filho da puta está cortejando você.

Naerys respirou fundo, os lábios se firmando em uma linha reta, enquanto a menção do nome de Deoran acendia uma chama de irritação em seu peito. O ar ao redor deles parecia vibrar com a tensão.

— Deoran não é o meu noivo. — ela disse, sua voz carregando uma firmeza que se destacava contra a eletricidade palpável entre eles. — Eu o dispensei.

Daemon arqueou uma sobrancelha, um sorriso irônico dançando nos lábios dele, como se cada palavra dela fosse um convite para um jogo mais perigoso.

— E Viserys aceitou isso? — ele indagou, a malícia em seu olhar escondendo uma curiosidade intensa.

Ela hesitou, um breve momento de vulnerabilidade antes de se lembrar da conversa passada, mas não queria dar a Daemon a satisfação de ver sua insegurança.

— Por ora, sim. Mas ele pediu que eu continuasse aberta a propostas de casamento.

O sorriso de Daemon se desfez por um instante, um brilho de preocupação refletido em seus olhos. Ele se aproximou um pouco mais, o calor do corpo dele quase tocando o dela.

— Então, um novo pretendente deve aparecer logo. — ele disse, a provocação agora misturada a um leve toque de seriedade, como se a ideia de outro homem ao lado dela o incomodasse.

Naerys sentiu seu coração acelerar, não apenas pela possibilidade de novos olhares e sussurros, mas pela intensidade da presença de Daemon. Naerys, tentando manter o tom desafiador, perguntou:

— Você tem alguém em mente?

Daemon a observou, os olhos se detendo por um instante nos lábios dela, antes de desviar o olhar, como se tentasse esconder a intensidade do desejo que o consumia.

— Não. — ele respondeu, a palavra saindo em um suspiro. 

Então, a expressão no rosto do Príncipe se tornou mais séria, ele analisou o rosto de Naerys outra vez antes de falar novamente:

— Desde que voltamos da guerra, você realmente comemorou? 

— Não. — Naerys admitiu, um pouco mais suave agora.

Daemon a avaliou por um momento, a determinação brilhando em seus olhos.

— Então, vou te levar para um passeio — declarou, a expectativa se formando em seu tom.

Naerys sentiu um leve arrepio de empolgação e apreensão ao mesmo tempo. Um passeio poderia ser uma fuga bem-vinda da pressão que a cercava, mas o que isso significaria para eles? Ela o encarou, percebendo que, independentemente do destino, a ideia de estar com Daemon tornava qualquer momento mais interessante.

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