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03. ❝ᥲᥴ̧o vᥲᥣιrιᥲᥒo

Capítulo três; terceiro.

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DEORAN TARGARYEN SORRIU SATISFEITO, acreditando que finalmente havia conseguido uma abertura com Naerys. Ele achou que talvez, por um breve momento, ela estivesse baixando a guarda.

Mas Naerys permaneceu firme, seus olhos frios como o aço enquanto continuava a resposta, sem qualquer sinal de que sua resistência estava diminuindo.

— Se o que você procura é uma história gloriosa para contar ou uma lenda para sussurrar pelos corredores. — disse ela, sua voz firme. — Saiba que está perdendo seu tempo comigo.

O sorriso de Deoran vacilou ligeiramente, mas ele manteve a compostura, tentando não deixar transparecer que fora pego de surpresa pela dureza das palavras dela.

— Não procuro histórias, princesa. — respondeu ele, sua voz mais baixa, tentando apaziguar a tensão no ar. — Apenas queria conhecer a verdade por trás das lendas.

Naerys deu um passo para trás, criando distância. Ela podia sentir o peso da expectativa nos olhos dele, mas não se deixaria dobrar por sorrisos ou palavras doces.

— A verdade? — repetiu, soltando uma risada curta e amarga. — A verdade é que nada do que você ouviu ou dirá a meu respeito me interessa. A guerra não foi uma aventura, nem uma lenda para embelezar com palavras bonitas. Foi sangue, fogo e morte. E se isso te fascina, então você conhece bem pouco sobre o que é lutar.

A intensidade de sua resposta silenciou Deoran por um instante. Ele tentou recuperar sua postura, mas era claro que Naerys não estava disposta a abrir espaço para qualquer aproximação, não tão facilmente.

— Entendo. — disse ele, após um momento, mantendo o tom calmo. — Mas saiba que, para mim, é a mulher diante de mim e não a lenda, que me interessa.

Naerys o encarou com um olhar penetrante, como se estivesse julgando a sinceridade por trás de cada palavra. Mas, ao invés de responder, apenas o observou em silêncio, sem deixar transparecer qualquer fraqueza ou emoção que pudesse ser explorada.

A Targaryen estreitou os olhos, cansada da insistência e da aparente calma de Deoran. Ela deu um leve passo à frente, o vento frio de King's Landing fazendo seus cabelos prateados dançarem ao redor do rosto, mas sua voz permaneceu firme, sem hesitação.

— Se está tão interessado em guerra e suas lendas, talvez devesse ter lutado ao lado de mim e do Príncipe Daemon. — disse, o tom carregado de desafio. — Um homem com tanto apreço por histórias de fogo e sangue deveria ter honrado seu nome nas batalhas, não se escondido, fazendo sabe-se lá o quê.

O sorriso de Deoran sumiu, substituído por uma expressão mais séria. Ele estreitou os olhos ligeiramente, claramente irritado com a acusação da jovem princesa.

Ele havia escutado pacientemente até agora, mas estava cansado de levar bronca de alguém tão mais jovem que ele. Seu tom se tornou mais duro, carregado de frustração.

— Eu não tenho que justificar o que fiz ou onde estive para você, princesa. — respondeu, sua voz firme, mas agora carregada de irritação. — O mundo não gira ao seu redor, por mais que a guerra te tenha te endurecido aos olhos dos que te seguem. Há coisas maiores acontecendo e você mal entende a metade delas.

Ele esperava algum sinal de abalo, mas Naerys continuava imperturbável, suas mãos descansando ao lado do corpo, enquanto o observava com uma calma glacial. 

O príncipe, tão acostumado a dominar conversas com seu carisma e presença, encontrou-se desarmado diante da indiferença fria dela.

— Então conte-me. — ela respondeu, sem hesitação, seus olhos fixos nos dele. — Conte-me todas essas grandes coisas que me escapam. Ou será que o "príncipe traidor" prefere manter seus segredos e se esconder mais uma vez?

Deoran apertou os punhos, irritado, mas antes que pudesse responder, ela deu um passo à frente, os olhos cintilando com desdém.

— Eu não me abalo, príncipe. Nem pelas suas palavras, nem pelas suas desculpas. Se quer ser algo mais do que uma sombra que vaga por Westeros, precisará provar que tem valor. Porque até agora, tudo que vejo é um homem que falhou com seu próprio sangue.

A respiração dele se tornou pesada, mas Deoran permaneceu em silêncio, tentando segurar sua língua.

Naerys, por outro lado, apenas deu um passo para trás, como se a conversa estivesse decididamente encerrada.

— Agora, se me der licença. — ela disse, com um aceno formal, mas desprovido de qualquer calor. — Tenho coisas mais importantes a fazer do que ouvir desculpas de um homem que vive em sombras.

E sem esperar por uma resposta, Naerys virou as costas, deixando Deoran sozinho para lidar com sua frustração e o impacto das palavras dela.

Naerys caminhava em direção ao Fosso do Dragão, o som de seus passos ecoando pelos corredores frios da Fortaleza Vermelha.

A brisa fresca da tarde tocava seu rosto, aliviando a tensão que ainda corria em suas veias após o encontro com Deoran. 

A companhia de seu dragão, Stormfyre, era o único consolo que realmente apreciava. Naquele momento, estar ao lado de sua fiel companheira parecia infinitamente mais reconfortante do que enfrentar mais tentativas de cortejo ou conversas vazias.

Ela suspirou profundamente, tentando aliviar o peso que sentia no peito. Enquanto seus pés avançavam, sua mente vagava para a conversa anterior.

A forma como tratara Deoran certamente não passaria despercebida por muito tempo. 

Sabia que, eventualmente, as palavras afiadas que lançou chegariam aos ouvidos de Viserys. Seu tio era um homem justo, mas ela também sabia que ele esperava que ela, como qualquer princesa, cumprisse seu papel. E parte desse papel incluía, obviamente, aceitar o cortejo de um bom partido.

Naerys não se arrependia de como o tratara. Havia sido dura, sim, e sequer dera uma chance real para que ele tentasse cortejá-la.

Mas ela também sabia que não era obrigada a suportar as mesmices de homens que, em sua visão, estavam longe de compreender a profundidade da guerra ou das perdas que ela sofrera. 

Deoran, com seus cabelos prateados e ar de superioridade, poderia ser forte e bonito, mas não significava nada para ela. Não era o tipo de homem que a impressionava.

Ao avistar o Fosso do Dragão à sua frente, Naerys sentiu um leve alívio. Era ali que realmente encontrava a paz.

Stormfyre a aguardava, uma presença imponente e feroz, mas para ela, o dragão sempre seria uma fonte de força e companhia verdadeira. 

Ao entrar no Fosso, avistou as escamas escuras e os olhos brilhantes do dragão, que imediatamente levantou a cabeça ao sentir sua aproximação.

Ela passou a mão pelas escamas de Stormfyre, sentindo o calor que emanava dela, como se fosse uma extensão de sua própria alma.

O dragão rugiu baixinho, como se estivesse cumprimentando sua montadora com uma intimidade que poucos compreendiam.

— Pelo menos você me entende, não é, minha garota? — murmurou ela, encostando a testa no flanco do dragão. Stormfyre soltou uma baforada quente de ar, como se concordasse.

Naerys sentiu um vento forte agitar seus cabelos e, ao levantar o olhar, viu as imponentes asas de Caraxes se aproximando.

O dragão de escamas avermelhadas, com sua silhueta serpenteante e feroz, pousou perto de Stormfyre, o solo tremendo sob o impacto de suas garras gigantescas.

Ela observou atentamente quando Daemon saltou habilmente das costas de Caraxes, acalmando a fera com palavras suaves em alto valiriano.

— Lykirī, Caraxes. — murmurou Daemon, suas mãos deslizando pelo pescoço do dragão, domando a criatura com a familiaridade de quem já fizera aquilo milhares de vezes.

O rugido de Caraxes se transformou em um baixo grunhido, seus olhos brilhantes fixos em Stormfyre, que respondeu com uma breve baforada de ar quente.

Naerys conteve um sorriso, observando a cena com os braços cruzados atrás do corpo, seus dedos tocando levemente as escamas de Stormfyre.

Havia algo poderoso e selvagem em Daemon, algo que a atraía e irritava na mesma medida.

Daemon, sempre atento, logo notou sua presença. Ele virou-se lentamente, seus olhos violeta brilhando com aquele olhar provocador que ela conhecia tão bem.

Com um meio sorriso nos lábios, ele começou a caminhar em sua direção, seu manto escuro ondulando ao vento enquanto se aproximava.

Ziry iksis iā sȳndroti ziry isse va fosso hen zaldrīzoti, issa velmāzma. — provocou ele em alto valiriano, sua voz rouca carregada de uma provocação velada. (Você passa muito tempo no Fosso dos Dragões, sobrinha.)

Naerys ergueu uma sobrancelha, lutando para manter sua expressão firme e inabalável, apesar do calor que subitamente subiu ao rosto.

Yn syt skoriot iksis iā sȳndrotis nykeā nykeā? — ela respondeu, sem perder o tom de desafio. (E por que isso o incomoda tanto?)

Daemon se aproximou ainda mais, o sorriso em seus lábios crescendo, a ponta de seus dedos roçando levemente o braço dela enquanto falava, como se cada palavra fosse uma dança entre os dois.

Issa sȳndroro daor... yn iksis iā rhaenar, gevie iā zaldrīzes. (Não me incomoda... mas é uma visão encantadora, uma bela rainha de dragões.)

Naerys o encarou por um momento, sentindo o peso de suas palavras enquanto os olhos de Daemon vagavam descaradamente dos seus olhos até seus lábios.

Por um instante, o ar entre eles parecia eletrificado, uma corrente de tensão que Naerys tentava ignorar.

Ela estreitou os olhos, decidindo mudar o rumo da conversa.

— Onde esteve, Daemon? — perguntou, sua voz firme, mas carregada de uma curiosidade mal disfarçada.

Daemon ergueu uma sobrancelha, um sorriso presunçoso curvando seus lábios.

— Interessada na minha vida agora, sobrinha? — retrucou, sua voz suave, carregada daquela provocação habitual. Ele se aproximou mais, a cabeça inclinada ligeiramente para o lado, como se estivesse avaliando-a.

Sem responder, Naerys deu um passo adiante. O cheiro de couro e cinzas que sempre o acompanhava invadiu seus sentidos e sem hesitar, ela começou a desfazer as tiras de couro que prendiam o traje de montaria de Daemon.

O tecido pesado cedeu sob seus dedos habilidosos, revelando mais do corpo forte e robusto de seu tio.

— Não me dê respostas vagas. — disse ela, enquanto tirava uma parte do traje e o jogava de lado, sem olhá-lo diretamente.

— Estive onde sempre estou, Naerys. — ele respondeu, com a voz baixa, mas firme. — Onde os dragões estão.

Ela não disse nada, mas o leve franzir de seus lábios mostrava que suas respostas vagas não a agradavam.

Quando terminou de ajudá-lo, eles começaram a caminhar lado a lado de volta para a Fortaleza Vermelha.

No pátio da fortaleza, Daemon e Naerys pararam por um momento, em meio ao caminho para os corredores. Ele a observou com aquele olhar intenso, como se estivesse prestes a revelar algo importante.

— Trouxe algo para você. — disse Daemon, sua voz baixa, carregada de um tom enigmático.

Naerys ergueu uma sobrancelha, tentando conter a curiosidade que já se formava em seu peito. Ela o conhecia o suficiente para saber que seus presentes nunca eram simples.

— O que é? — perguntou, a voz carregada de expectativa.

Daemon sorriu de lado, tirando algo do bolso do manto. Quando ele abriu a mão, a luz suave brilhou contra o metal escuro.

Na palma dele, repousava um colar de aço valiriano, de uma delicadeza impressionante, mas com um toque de brutalidade ancestral.

O aço entrelaçado lembrava as escamas de um dragão, negras como a noite, com reflexos prateados. No centro, havia uma pedra de obsidiana lapidada em forma de chama, pequena, mas hipnotizante.

— Aço valiriano. — disse ele, girando o colar nos dedos com facilidade. — Forjado na antiga Valíria. Algo digno de uma princesa de sangue de dragão.

O olhar descarado de Daemon a examinava com uma intensidade crescente, enquanto ele observava Naerys em seu vestido fora do estilo habitual.

Ele suspirou ao notar o traje formal, o espartilho ligeiramente afrouxado, sinal claro de que ela havia acabado de sair do cortejo com Deoran.

O pensamento o incomodou, mas ele disfarçou com um sorriso ligeiramente forçado.

— Vire-se. — ordenou ele.

Naerys cedeu, girando lentamente e afastando os longos cabelos prateados do pescoço. Daemon se aproximou, sua presença a envolvendo. Com cuidado, ele tirou o simples colar que ela usava, deixando-o cair de lado com desprezo.

Ele colocou o colar valiriano em seu pescoço, ajustando-o suavemente. O peso do aço e da pedra era mais intenso do que ela imaginava, mas a sensação não era desconfortável.

Ao contrário, o colar parecia pulsar com uma força ancestral, como se o sangue de Valíria corresse por aquelas correntes.

— Perfeito. — disse Daemon em valiriano, sua voz baixa, enquanto seus dedos tocavam de leve sua nuca. — Agora sim você está digna de seu nome.

Naerys manteve o olhar fixo à frente, mas o arrepio que correu por sua espinha era inegável.

— Obrigada. — disse ela suavemente, carregando um significado profundo que apenas ele entenderia.

Daemon sorriu, satisfeito com a resposta e os dois caminharam até um banco de pedra próximo, sentando-se sob o céu tingido de dourado e vermelho pelo sol poente.

O silêncio confortável entre eles se instalou por um breve momento, enquanto Naerys observava o cabelo dele. Ainda curto, lembrança viva de quando ela mesma o havia cortado após a vitória na guerra.

Ele a entreteve com histórias de suas aventuras. Algumas eram exageradas, outras cínicas, mas todas carregavam aquele toque típico de Daemon.

Naerys ouviu, sem interrompê-lo. Era uma distração perfeita para não pensar em Deoran, casamento ou nas expectativas que a cercavam.

Aos poucos, ela relaxou ao lado dele e, sem pensar, deitou a cabeça sobre suas pernas. Ele não hesitou e suas mãos logo começaram a massagear suavemente seu pescoço, encontrando os pontos de tensão.

Enquanto ele continuava a falar, a voz baixa e reconfortante de Daemon fez Naerys fechar os olhos por um momento.

Mesmo que Daemon fosse uma tempestade por si só, naquele momento, ele era exatamente o que ela precisava.

— Você é bom nisso. — murmurou ela, se referindo à maneira como ele a distraía.

Daemon apenas riu baixinho, sem parar de massagear seu pescoço, nem de contar suas histórias.

Segundo o falastrão Cogumelo, havia quem dissesse que, apesar da fama sombria de Naerys e sua natureza indomável, ela relaxava como uma flor ao sol na presença de Daemon.

Alguns insinuavam que era ela quem tentava seduzi-lo, mas a maioria acreditava que, se havia sedução, o jogo era jogado ao contrário.

Afinal, Daemon sempre fora o mais impetuoso dos dragões e poucos acreditavam que uma garota, por mais selvagem que fosse, seria páreo para suas investidas.

Desde o retorno da guerra, a dinâmica entre eles inflamava a imaginação de todos, alimentando cochichos nas ruas de Porto Real e sussurros pelos corredores da Fortaleza Vermelha.

Fosse como fosse, ninguém podia negar que, juntos, Naerys e Daemon deixavam uma impressão: algo mais se escondia por trás dos olhares furtivos e dos sorrisos secretos.

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