❥ 𝒖𝒎
Humilhada. Do verbo: chamei Kim Namjoon para ser meu par no baile de primavera e ele disse não. Sei que que esse não é exatamente o verbo do qual humilhada se deriva, mas me senti como se ele tivesse conjugado de todas as formas possíveis que não se sujeitaria de jeito nenhum a ser meu date.
Sendo essa, tragédia pouca para a minha conta, toda a escola tinha ouvido.
Parada, no meio do corredor com uma caixa cheia de Tteok's, — que eu descobri no primeiro ano serem os seus bolinhos favoritos e que só vendiam em uma loja coreana há quase vinte quilômetros da minha casa — com seu nome escrito em hangul sobre eles. Uma cartolina longa ás minhas costas e em letras garrafais a palavra BAILE com uma interrogação no final. Sorte a minha que o pessoal da banda só começaria a tocar quando desse o sinal.
Acho que eles não estavam cientes disso, ou simplesmente não se comoveram com aquela cena vergonhosa. Truly Deply Madly do One Direction explodiu depois dos pratos de metal irritantes de Kevin quase estourarem meus tímpanos, e bem, poderiam ter estourado ao menos teria um belo motivo para fingir um derrame e nunca mais me lembrar daquele momento.
A minha frente Namjoon me encarava com a pior expressão que poderia receber dele, nem mesmo quando tomei um banho de leite vencido ano passado, enquanto faziam inspeção na cantina da escola, ele havia me encarado com um olhar tão penoso. De acordo com as minhas fontes, no caso, eu mesma, Kim Namjoon tinha os olhos mais bonitos que já vi, eu adorava quando ele falava comigo e me encarava nos olhos, contudo, dessa vez eu quis desaparecer.
──── Mabel, eu... ── levanto o indicador o cortando e faço o que qualquer pessoa faria no meu lugar.
Entrego a caixa de bolinhos de arroz com pasta de feijão fresquinhos, jogo os cachos por cima do ombro e me viro andando calmamente para longe dali até que não estivesse mais a vista de ninguém e pudesse correr em direção ao banheiro mais próximo e me debulhar em lágrimas.
Me sento na tampa da privada deixando toda a frustração que me consumia rolar por meus olhos. Lágrimas salgadas e doloridas de quem teve seu coração partido em tantos pedaços que me tomaria uma vida para contar. O que eu estava pensando mesmo, só porque o cara mais bonito e inteligente de toda a escola é gentil comigo não quer dizer que ele automaticamente corresponderia aos meus sentimentos, mesmo que toda a nossa vida já estivesse planejada no meu The Sims.
Nós seríamos o casal perfeito no baile de primavera, ele seria o meu par perfeito e pelas minhas contas estaríamos namorando até as férias de verão. Estava tudo perfeitamente planejado, pena que ele não sabia disso.
Ouvi batidas na porta do box onde torcia para ser sugada pela privada como o belo pacote de merda que eu me sentia.
──── Amiga, eu sinto muito. Você quer conversar?
Era Lovelie, minha fiel escudeira barra melhor amiga barra prima.
──── Não, eu quero morrer. ──── disse ouvindo minha voz soar pelo nariz. Isso explicada por que não enxergava um palmo a minha frente.
O quanto uma pessoa pode chorar até se afogar nas próprias lágrimas? Me perguntei curvando o corpo para frente, de repente senti um aperto no peito, respirar não parecia tão normal. Era como se toda a minha caixa torácica estivesse sendo esmagada.
──── Não pode morrer Mabel, nós temos aula de álgebra no último horário e tem atividade para entregar. ── Lovelie é metódica, muito mais racional que eu e as vezes insensível. ──── Se quiser eu pago uns caras para dar uma surra nesse Kim ou nós vamos naquela minha tia que é cigana.
Grunhi engasgando com meu próprio choro. Tudo bem que eu estava um pouco desesperada para conseguir namorar o garoto, mas aquilo já era um pouco demais. Ainda tenho um pouco de dignidade, ou melhor, tinha. Cada vez que me lembro dos olhos do meu ex futuro marido me fitando como se eu tivesse proposto a coisa mais maluca que já ouviu em toda a sua vida, bem, é uma pena não ter nenhum vidro de desinfetante ao meu alcance naquele ambiente.
──── Você tá fazendo aquilo de novo, eu não posso ouvir sua mente, tem que falar comigo. ──── funguei na tentativa falha de inibir o choro em meio as minhas palavras.
──── Pode ir para a sala, eu não quero que ninguém me veja no corredor. ──── suspirei ouvindo meu nariz fazer o som de um apito. ──── Quando o sinal tocar sigo para a sala também. ── ela não responde em um primeiro momento, sei que esta considerando me deixar ali ou não, queria mesmo que ela fosse. Nenhum abraço ou palavras doces me ajudariam depois daquela vergonha, e nem queria que ela se metesse em confusão por minha causa.
────Promete? ── murmuro em concordância. ──── Se o sinal tocar e você não aparecer eu venho te buscar, e eu juro que furo os pneus do carro dele hein.
──── Fura nada, você tem medo de canivetes e coisas pontiagudas. ── ela riu do do outro lado da madeira, podia ver seus sapatos por baixo da porta. ────Vai logo Lovie, te encontro daqui a pouco.
──── Okay, mas você sabe que é areia demais para aquele garoto. ──── espremi os olhos imaginando a palestra que viria a frente.
──── Sai daqui ou eu vou colocar sua cabeça na privada! ──── esbravejei.
──── Ta, tá. Eu também te amo.
A porta bateu.
Finalmente pude ficar na paz da minha própria insignificância. Talvez eu estivesse fazendo um show muito grande por simplesmente ter levado um não, de um garoto bonito inteligente e alto, Eu já disse que ele é bonito? Sonho em namorar Namjoon desde que coloquei os olhos nele e isso deve ter pelo menos uns três anos, no último ano do fundamental quando ele foi transferido de uma escola de super dotados, pelo menos era o que contavam nos corredores.
Tudo bem, demorei um pouco para me aproximar. Havia uma pilhada de e "se's" na minha mente agora. E se ele tivesse odiado a minha surpresa? E se ele nem quisesse ir ao baile? E se ele tivesse um par? E se ele fosse gay? E se ele sempre me odiou? Quais chances eu tinha afinal para conquista-lo?
Empurro a porta em um manto de negação. Parece que o meu luto surgiu mais rápido do que esperava. Isso não tinha acontecido, eu não tinha mesmo acabado de ser humilhada na frente de toda a escola pelo pai do Kai ── Kai é o nosso cachorro em The Sims ──. Me encaro no espelho e volto a chorar.
Ótimo! Além de humilhada agora eu parecia uma noiva abandonada no altar com a maquiagem borrada. Normalmente não uso nada indo para a escola, fico soada como uma porca no sol e meu rosto desmancha como um boneco de cera. Não é nada bonito.
Lavo o rosto com o sabonete da pia mesmo, não poderia ficar pior. Assoou o nariz com papel higiênico e seco o rosto com papel toalha. O sinal toca e eu espero o que acho ser suficiente para que mais ninguém estivesse no corredor. Ajeito meu afro com os dedos ainda molhados e me lanço por a fora.
Não tem ninguém mesmo.
A minha sala é exatamente três corredores de onde estava e eu tola pensei que pudesse atravessar tudo sem ser pega por nenhum fiscal do atrasado, ou monitores como preferir chamar.
──── Senhorita Mabel Jonhson! ── congelei onde estava, faltando apenas um corredor. Me viro devagar, bem devagar, talvez assim ela desistisse.
Não desistiu.
──── É proibido ficar nos corredores após o horário de intervalo. ── ralhou Jerry, um estagiário que ninguém sabia dizer se tinha vinte anos ou cinquenta e sete pelo tipo de roupas que usava. E naquele dia seu corpo rechonchudo vestia um colete tão feito que minha vó teria vergonha.
──── Sei que sim, tive um imprevisto no banheiro.
──── Como nas outras duas vezes no começo da semana?
Nem preciso dizer que o encontro mais vezes do que gostaria.
──── Foram imprevisto diferentes.
──── Essa é a sua terceira anotação, o que significa que tem detenção após a aula.
──── Mas hoje tem ensaio da Dose Dupla. ── sinto meu nariz entupir, me segurei, Jerry não se comoveria nem se eu estivesse jogada no chão com um tiro no peito. Ao menos eu podia dizer que doía de tal forma.
──── Deveria ter se preocupado com isso antes de burlar o horário mocinha.
──── Você é um homem sem coração, sabia?
──── E você tem que estar na detenção ás 16:30.
Queria argumentar, na verdade queria agarrar a sua perna e suplicar por misericórdia. Apesar disso, peguei o papel com anotação da sua mão e saí dali pisando fundo.
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A aula de álgebra durou a minha vida e dos meus antepassados, todos provavelmente entediados com os números que o Senhor Harold rabiscava no quadro, ele havia insistido em fazer uma revisão de toda a matéria do ano passado, nada que eu tivesse chance de aprender mesmo, minhas notas são medianas e felizmente isso não me tira o sono, só quando minhas mães falam em vestibular. Essa palavra deveria ser proibida.
──── Vamos tomar sorvete?
Lovelie andava agarrada a mim no corredor, como um escudo humano dos olhares dos meus colegas de turma, quem dera funcionasse como um tapa ouvidos para não os ouvir cochichar sobre mim também.
──── Não posso, apesar de não ter ganho um par para o baile ganhei detenção. ── sorri um sorriso de puro desespero.
──── Coisa do Jerry? ── assenti. ──── Alguém tem que arrumar uma namorada ou um namorado para aquele cara, é sério. ──── resmungou ajeitando os materiais nos braços. ────Passo na sua casa mais tarde então, vamos ver aqueles filmes ruins que você gosta e tomar sorvete até uma de nós vomitar.
──── Se vomitar o tapete de novo, mamãe nunca mais te deixa dormir lá em casa.
──── Foi um acidente. ── ela fez biquinho quando parei de andar e virou de costas dando seus passos enquanto acenava para mim como uma despedida a lá Shakespeare.
O Deus coreano destruidor de corações passava por trás dela no instante seguinte e eu fiz o favor de poupar as minhas futuras gerações de mais humilhação. Me escondi na sala do zelador até que não tivesse mais rastro do seus belos braços bronzeados.
A Sant Allen High School é uma escola considerada a nível internacional, tendo alunos de todos os cantos do mundo e reconhecida como o instituto mais diversificado de todo o norte da Austrália. É uma boa escola no geral, quer dizer, nada maluco como nos filmes americanos acontece por aqui, temos uns incidente ou outro, jogadores de futebol de engravidam líderes de torcida no segundo ano e um grupinho que acha que pode dominar a escola aqui e ali, ninguém realmente da bola a eles. Síndrome de Regina George é muito millennial.
A sala da detenção é como qualquer outra sala da escola, exceto por sempre ter a achado mais fria, isso provavelmente era por culpa do ar condicionado, a sala não tinha janelas. Me sento na cadeira de madeira e deixo a mochila vermelha no chão, aos meus pés. Outros alunos chegavam dando cor a sala sem graça de paredes brancas e duas bandeiras australianas. Abaixo a cabeça na mesa e fico assim pelos próximos minutos, minha cabeça estava latejando. Chorar no meio do dia com uma detenção marcada nunca é uma boa ideia.
Ouço a voz de Jerry e não me dou ao trabalho de levantar a cabeça para encarar sua calvície proeminente. Ele passa um exercício no quadro e avisa que em uma hora voltaria para nos liberar.
Ninguém nunca faz as atividades que ele passa, não era como se pudesse nos manter ali por mais de uma hora, era literalmente lei estadual.
──── Ei!
Ouço um sussurro vindo de trás de mim. Não dou atenção.
──── Ei... ── então sou cutucada.
Encho as bochechas de ar e sopro me virando para ver qual criatura sem o que fazer estava atrapalhando o meu sossego.
E para a minha surpresa era Hoseok, não, era Jung Hoseok.
Simplesmente o melhor amigo do meu amor falso. Logo pensei que ele fosse zombar de mim. Jung estava ao lado de Namjoon no momento do fatídico pedido, estava ali ao lado do seu amigo me assistindo ser rejeitada.
──── Se for fazer alguma piadinha sobre o que aconteceu mais cedo nós dois vamos parar na enfermaria. ── disse erguendo os punhos e botando uma banca que não tinha.
O garoto esticou os lábios esboçando um sorriso aberto, ele tinha dentes tão alinhados que chegava a ser irritante. Eu podia descontar minha frustração no seu amigo, podia sim.
──── Na verdade ia perguntar se esta bem.
Falou me desarmando completamente. Qual é, eu estava prestes a inventar um apelido infame para ele só pela possibilidade de ser sacaneada ali.
──── Ah, isso. ── pressiono os lábios e baixo os punhos voltando a me encolher na cadeira dura. ────Estou bem, quem nunca levou um não na cara né? Eu deveria ter esperado por isso.
──── Deveria ter deixado Joonie se explicar também. ── disse calmo apoiando os cotovelos na mesa brincando com os próprios dedos. ────Ele não queria ter feito aquilo na frente de todo mundo.
────Imagino que me dispensar com público tenha sido bem estressante para ele. ── havia uma pontinha de ironia na minha voz. ────A minha cabeça esta estourando, então eu agradeceria se não me lembrasse mais desse episódio infeliz.
Me virei sem esperar mais do garoto, provavelmente queria limpar a barra do seu amigo e eu não queria me sentir mal por não poder odiar o aniquilador do meu coração. Voltei a abaixar cabeça e fechar os olhos.
Acho que peguei no sono por alguns minutos, fui desperta por uma guerra de bolinha de papel acontecendo na sala e isso nem foi o que me chocou. Quando endireitei o corpo notei que uma garrafa do meu suco favorito e um comprimido estava sobre a mesa. Olho a embalagem de ambos, o suco só vende na máquina do corredor sul, totalmente contrário do que estávamos e o comprimido para dor em uma daquelas embalagens genéricas da enfermaria.
Estreitei os olhos encarando o lados e depois que meu cérebro, quase saindo fumaça por funcionar abruptamente, se deu conta que havia uma remota chance de ter sido ele.
Jung Hoseok.
Brincava com um lápis em meio aos dedos rabiscando algo na mesa, pareciam desenhos de bonecos com caveiras, não consegui compreender daquele ângulo. Então ele me encarou de volta, como se tivesse percebido que eu olhava somente naquele momento. Desviei a atenção para o chão imediatamente, Hoseok tinha um jeito estranho de olhar. Minhas bochechas arderam em quentura. Eew.
──── Obrigada. ── disse e me virei de volta a posição inicial.
✘✘✘✘✘
Dormi por toda a detenção, Jerry não ficou nada contente por aquilo, mas era sexta feira e o que ele podia fazer além de retorcer sua cara e me desejar um bom final de semana.
Sexta-feira, e eu tinha uma pilha de coisas para resolver pois, além de planejar minha vida, agora falida no The Sims, também fazia parte do comitê do baile, na verdade, eu praticamente tinha organizado todo o evento de primavera que aconteceria na sexta seguinte. Da decoração as músicas lentas que eu jurava que teria um par de 1,81 para dançar comigo. O baile não seria nada perfeito.
Me arrastei pelo estacionamento me dando conta de que Lovelie, minha carona habitual já não estava mais ali e eu teria que caminhar até a parada mais próxima ou chamar um carro de aplicativo. Ajeito a jaqueta sobre o ombros parada no meio da calçada decidindo o que iria fazer. Tomar decisões não parecia o meu forte para o dia.
──── Precisa de uma carona?
Um carro para ao meu lado. E eu só sei que não é um assediador barato sequestrador de garotas bonitas com camiseta tie-dye porquê reconheço o Porsche 968 que dirige, um carro vintage com ar futurístico qual ele bateu no do diretor no começo do ano, falaram sobre isso durante semanas e de como seus pais ficaram furiosos.
──── Não acredito que vou aceitar uma carona de pena. ── resmungo para mim mesma virando o corpo para o encarar. ──── Preciso, mas se tiver segundas intenções eu já aviso que sou faixa preta em gritar até me ouvirem.
──── Acha que toda carona tem segundas intenções? ── assenti sem pensar duas vezes. ────Talvez eu só queira ser gentil, você já teve um dia bem ruim.
Ele tinha razão pela parte do dia ruim, quer dizer o meu rosto inchado e os vídeos que estavam rolando na plataforma da escola eram o suficiente para chegar a essa conclusão. O encaro mais uma vez, Hoseok não apresenta qualquer sinal de que vai tornar minha viagem até em casa desagradável, pelo contrário, ele sempre foi um cara muito amigável, não me lembrava de alguém que tivesse problemas com ele. Talvez isso fosse um problema, ninguém é tão legal assim.
Dei a volta no carro encontrando a porta apenas encostada. Me sentei e puxei o cinto, pela minha própria experiência atrás do volante não confiava em ninguém dirigindo. Seu carro cheirava muito bem para um garoto do ensino médio, nada se embalagens de chiclete além de ser muito limpo, meu armário parecia um lugar sujo perto do interior do seu veículo. Aspirei outra vez tentando identificar o cheiro e fui pega por um Hoseok me fitando com a sobrancelha arqueada.
──── Rinite. ── Falei a primeira coisa que me veio a cabeça. ────Sempre ataca quanto choro. ── Expliquei como se fosse necessário ele saber daquilo me encolhendo no estofado marrom de couro, fazia barulho sempre que movia minha bunda.
──── Onde mora?
Questionou nos tirando do estacionamento em um solavanco sutil. Ao menos ele dirigia bem. Explico prontamente como chegar a minha casa, ele sorri quando dou as coordenadas baseadas em pontos estratégicos.
──── Um dia vai precisar decorar o nome das ruas.
──── Eu sei o nome das ruas, apenas é mais prático explicar assim.
O carro para em um dos poucos sinais que tem na avenida principal, antes da rua que leva a minha casa. O garoto estica o braço e sintoniza o rádio em uma estação local, reconheço a música de um aplicativo de vídeos curtos, mas quando ele começa a cantarolar tenho certeza que nunca a ouvi inteira.
Sem perceber acabo o assistindo dirigir. Parece que ele faz aquilo a anos, apesar de ter completado dezoito a poucos tempo. Tem o braço direito esticado quase todo tempo, e só tira quando tem que passar a marcha, ele praticamente dirige com uma mão enquanto a outra quando não esta na sua perna permanece em seu queixo, ele fica imprudentemente com o cotovelo na janela. Jung tem um perfil interessante, para não dizer absurdamente perfeito, seu rosto é longo e suas extremidades seguem o mesmo padrão deixando seu rosto agradavelmente proporcional. Em outras palavras ele é mesmo bonito. Muito bonito. Do nariz empinado aos lábios bem desenhados. Tão bonito quanto Kim Namjoon, quer dizer, quase. Ele não podia ser mais bonito que o ex futuro pai dos meus três filhos, certo? Certo. Mas que era bonito, ah ele era sim.
O carro parou e eu tratei de tirar o cinto me dando conta de que se ele não estivesse tão concentrado em não acertar um poste teria me visto o espiando. Agarro a alça da mochila prestes a sair, e sinto sua atenção sobre mim. Minha mãe não me criou assim, nenhuma delas. Pressiono os lábios em linha reta e me viro.
──── Obrigada pela carona, pelo suco e pela aspirina mais cedo. ── não tinha cem por cento de certeza que tinha sido ele, apesar de parecer bem óbvio, o pessoal da guerra de bolinha de papel que não tinha sido. ──── Foi muito legal da sua parte.
──── De nada e não foi nada que eu...
O cortei.
──── Teria feito isso por qualquer garota humilhada? ── ele deu um sorriso de canto e eu não entendi se ria da situação ou de mim. ──── De qualquer forma, prometo te pagar um suco na segunda feira e ficamos quites.
──── Podemos ficar quites de outra forma. ── foi a minha vez de arquear a sobrancelha, eu sabia que ele era legal demais para ser inofensivo. ────Não é nada do que tá pensando, preciso de ajuda em um projeto para quinta feira. Sou péssimo em ciências e você meio que ganhou a feira do ano passado.
──── Eu ganhei o terceiro lugar e só tinha outras duas pessoas competindo comigo naquela categoria. ── afirmei, minhas notas medianas não eram brincadeira.
──── Ainda sim é melhor do que eu. Se não conseguir uma nota boa nesse projeto eu estou ferrado o resto do semestre.
──── Por isso estava na detenção? ── perguntei, Hoseok não era bem o tipo que se metia em confusão, ele e o melhor amigo eram exemplos para todos.
──── Sim, eu meio que disse ao professor que ele era péssimo em explicar e por isso eu não entendia merda alguma da suas aulas. ── disse tão calmo que parecia algo que ele dizia no seu dia a dia. ────Ele tá furioso e a minha média afundando.
──── Selvagem. ── admiti surpresa, afinal não esperava aquilo do garoto considerado o mais legal da escola. ──── Entendi, posso te ajudar a conseguir pelo menos um B, estarei muito ocupada para um A. É pegar ou largar. ── disse e depois me perguntei por que diabos tinha aceitado o ajudar.
──── É mais do que conseguiria sozinho.
──── Você deve ser ruim mesmo. ── Minha boca emitiu o som que pensei ter soado apenas na minha cabeça. ──── Foi mal, é que podia tá pedindo ajuda a qualquer outra pessoa.
──── Eu não quero qualquer outra pessoa. ── isso soou estranho e ele pareceu se dar conta disso. Mordi o lábio olhando para frente. Estranho. ──── Quis dizer, outras pessoas não seriam tão legais, além do mais só vai estar me pagando uma gentileza.
──── Certo. Eu tô livre amanhã depois das 15 horas, nos encontramos na biblioteca da escola.
──── Eu tenho treino até as 16 horas. ── ele joga futebol americano no mesmo time do seu amigo.
──── Só vamos ter uma hora de biblioteca então.
──── Fazer o que. ── deu de ombros sem parecer muito preocupado.
E antes que aquilo pudesse ficar estranho empurrei a porta do carro e sai. Acenei agradecendo outra vez pela carona e praguejei por ter tropeçado em um anão de jardim. Podia jurar que o ouvi rir de mim antes de ligar as engrenagens do Porsche e sair dali.
Recebo um abraço da minha mãe Robyn, ela e o sentindo materno que dizia ter me agarram mesmo no corredor, Abigail, minha outra mãe estava ocupada cuidando do restaurante, elas sempre revezavam na sexta a noite ou quando não queriam me deixar sozinha e eu bem que aproveitei seu colo. Apesar de estar sempre disposta a me ouvir percebi que ela não fazia a menor ideia de quem era Namjoon ou Hoseok, mas Lovelie que chegou pouco depois das oito para assistirmos filme fez questão de explicar todo o drama.
Nota da Autora:
Não se esqueça de deixar uma estrelinha e dizer o que achou do capítulo, adoro saber o que estão pensando.
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