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❪ 𝐎𝟑 ❫ ┆ ❛ 𝐒𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐃𝐄𝐃 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐔𝐑𝐄𝐒

esse capítulo contém cenas de
extrema violência e provável gatilho; caso decida continuar com a leitura, será por sua própria conta e risco. Meu conselho e aviso estão dados, fiquem bem <3

CAPÍTULO TRÊS
o pecado disfarçado nos
"puros"

                    NADA ATERRORIZOU DEVIE MAIS DO QUE O GRITO ENSURDECEDOR que a acordou logo pela manhã, ecoando em seu quintal. Despertou num sobressalto, os cabelos ainda desgrenhados e a pétala da flor vermelha da noite anterior escorregando pela ponta de seus fios capilares. Ela se atirou em direção ao primeiro andar, ainda mal vestida e desordenada. Tocou na maçaneta da porta dos fundos, desesperada, atravessando para a parte traseira do casebre a fim de se certificar sobre o que de fato ocorria. No instante em que fitou o chão, observou toda a plantação, antes regada por ela, sem qualquer vestígio de vida. Os caules curvavam-se e a cor cinzenta predominante nos vegetais, revelavam uma porção de minhocas e moscas varejeiras circulando ao redor, além de ervas daninhas que pareciam ter crescido da noite para o dia, numa rapidez inexplicável.

──  Ei! Não fica parada aí! ──  Abigail lhe chamou atenção do outro lado, tentando equilibrar uma madeira na portinhola de entrada do curral ──  Me ajuda aqui... Depressa! ── o grito muito se pareceu com o primeiro, que certamente também tinha vindo dela.

──  O quê aconteceu? ──  empurrou o objeto com tudo contra o solo, o fincando na terra. Notando uma quantidade absurda de sangue espalhados entre as grades.

──  Ela matou os filhotes! ──  e apontou para a cabra negra insistindo em atravessar para o lado em que estavam, totalmente agressiva ──  Veja só o resto deles nos chifres. E continua comendo o que restou!

A do meio então teve uma vertigem superior a de quando se ergueu pela primeira vez, se equilibrando no cercado. Jamais tinha visto algo assim anteriormente. Sua mente perturbada e persuasiva trabalhava insistentemente num por que específico para aquele evento tão aterrorizante. Conseguindo apenas se lembrar a respeito das duas noites antecessoras e dos feitos que se desenrolaram através delas, e de como os mais velhos apontariam seus atos como ações pecaminosas. Agora estava realmente em choque, porque não sabia mais no que acreditar.

── Me passa a pá! ──  e estendeu a mão para a irmã que encontrava-se mais próxima ao objeto suspenso na parede.

── O quê? Devie, não! É a nossa única fonte de sustento. ── protestou, o sangue fugindo de seu rosto, prevendo o que ela iria fazer ── Não podemos matar a Wooly...

── Ela não é mais a Wooly! ──  esclareceu, notando os olhos negros do animal completamente fora de si.

──  Vai fazer mesmo isso? Eu não consigo! Não posso nem ver... ── repousou a mão sobre o estômago, enjoada. Sua barriga ainda dolorida e, os pés trêmulos.

── Então vá para dentro e corra pra avisar a mamãe! ──  em geral, Sra Berman ficava sempre trancada em seu quarto tecendo, dedicada a não errar. E o pai das jovens, trabalhava no campo ──  Ah, procure pela Constance também, ela não estava na cama quando acordei!

Assim que a porta atrás de si se fechou, seus olhos se inclinaram sobre o animal nervoso e ensanguentado. Aquilo tinha que parar, Wooly não era mais uma cabra saudável, de modo que nada que saísse de dentro dela também poderia ser. Suas mãos se fecharam ao entorno da pá, a erguendo num só impulso, em seguida a empurrou contra o pescoço do animal, sangue jorrou de dentro de seu corpo, os nervos sendo rasgados e sua silhueta se partiu em dois. Devie engoliu em seco, encolhendo os lábios, havia certa lágrima transitando no canto dos olhos. Pois a ruiva tinha visto aquele animal nascer e crescer e agora, o fizera morrer. Mas, de alguma forma, sentia que não era a principal responsável, era como se algo bem maior estivesse se apossado daquelas terras.

── Você também? ── a voz a resgatou do estado sombrio e de choque em que se encontrava.

Ela olhou para além do cercado, onde avistou a garota de cabelos encaracolados a espreitando ansiosa.

── Sarah?! ── estranhou, mas a curiosidade foi interrompida pela respiração frenética da mais alta diante de seus olhos angustiados.

──  Tem que vir comigo... ──  Fier apenas disse, apertando a saia entre seus dedos. Devina esperou como se ela fosse terminar de dizer algo além, mas a jovem decidiu não revelar o que tanto a incomodava de imediato, apenas quis convencê-la ── Anda, agora! ── e estendeu a mão em sua direção.

Quando a segurou firme, a ruiva não conseguiu explicar a sensação que melhor a definiu. Enxugou o sangue ao redor das bochechas com o pedaço de pano de seu tecido e depois soltou do braço de Sarah, apenas a acompanhando, para que ninguém desconfiasse do sentimento que transitava entre elas. Era estranho vê-la assim, especialmente depois de tudo o que haviam feito. Mas estava contente, era a primeira vez que se sentia tão bem ao lado dela. No caminho não houveram palavras, apenas aceleraram os passos, foi torturante não conseguir abracá-la e, quando achegaram-se a residência dos Miller's, a Berman então pode enfim refletir sobre o que se tratava e arregalou os olhos ao sentir sua respiração falhar, a preocupação com Hannah tornou-se eminente. Ambas as garotas correram para dentro da casa, quando muito rapidamente a moça abriu a porta com uma expressão perturbada.

── Tem algo de errado com o meu pai! ── a loira expôs e depois de passarem pelo breve corredor, se inclinaram na lateral da porta do quarto do homem ainda aberta para vê-lo.

Hannah não estava exagerando de fato, alguma coisa em Cyrus Miller desviou a sua sanidade, como se uma nuvem negra e espessa o estivesse controlando, apesar de parecer distraído e inofensivo o bastante.

── O que ele está dizendo? ── a de cabelos negros tomou a iniciativa.

──  Eu não sei! ── a filha dele concluiu, estava se pronunciando em uma linguagem desconhecida.

E nesse pequeno instante, seus olhos se voltaram para o local onde elas estavam, as três se arquearam para trás, retornando a cozinha para discutirem melhor sobre o assunto.

── Por que têm moscas em volta dele? ──  Devina quis saber, sentando-se ao lado direito da jovem loira diante a mesa.

── Eu também não sei...── sua voz enfraqueceu, o temor exalava sob seus poros.

── Quando começou? ── a terceira as olhou com um brio de pavor.

── Esta manhã! Ele está distraído, ouvindo coisas que só ele escuta... ── a Miller levantou-se e foi até um armário pegando um livro entre os dedos. Ao colocá-lo sobre a madeira da mesa, foi possível ver que se tratava da bíblia sagrada.

── Talvez esteja orando... ── sugeriu.

──  Não... Não está! Algo está errado! Eu olho nos olhos dele, e... É como se, se uma criatura da noite tivesse vestido a pele dele. Tem o rosto dele, mas não é meu pai! ── Hannah chacoalhou a cabeça, colocando os dedos sobre os lábios.

── Quando chegou em casa ontem a noite... ── a Berman engoliu em seco, notando as lembranças que aquela frase provocou nas outras duas. Fazendo com que se recordassem do momento mais feliz e controverso de suas vidas, completamente encabuladas. Mas prosseguiu mais rápido ao deslizar uma mecha de seu cabelo para trás da orelha  ──  Não sei. Você viu ele fazendo algo estranho? Ou errado?

── Bom, acho que não foi ele quem cometeu algum pecado... ── ela murmurou baixinho, olhando para o vazio. E de alguma forma, a ruiva pareceu ter entendido, já Fier se pôs em alerta.

── O quê você quer dizer com isso, Hannah? ── Sarah arqueou uma das sobrancelhas como se aquela frase estivesse contaminando suas veias com um ódio inexplicável. Não queria acreditar ser a única a se sentir abençoada por estar amando e, enfim, se sentir acolhida.

── Mamãe foi a casa de reuniões, ela diz que devemos pedir a Deus, mas... Eu não sei qual salmo! ──  Miller interrompeu desviando do assunto, ela começou a revirar as páginas da bíblia, estava realmente focada em achar o texto certo ── Qual passagem?...

── Ele precisa de um remédio. ── Fier esclareceu.

── Mas também podemos orar, se você quiser! ── Devie apertou os dedos da morena, tentando amenizar a angústia da terceira, tocando em seu ombro.

──  Hannah, eu vou falar com a sua mãe... ── Sarah apertou os dedos soltos sobre a mesa, irritada, mas recebeu uma resposta imediata. Uma pela qual não esperava.

── Não! ── a loira reagiu ── Ela não pode saber que esteve aqui. Nenhuma das duas! Eu não devo mais ver vocês!

──  Não deve nos ver? ── a de cabelos encaracolados olhou confusa para a Berman e depois fitou o semblante tristonho da Miller, aquilo fez seu coração se apertar no peito.

── Hannah, eu entendo. Mas não acho que somos culpadas, se esse é o ponto... ── Devina escolheu expôr seus medos, foi a primeira vez que teve tanta coragem e quis enfrentá-los abertamente. E, quem sabe, manitestar o que elas estavam pensando em segredo ── Olhem em volta! Definitivamente, não somos as únicas pecadoras por aqui, caso você ainda ache isso!

──  Não tem a ver com o que eu penso, ou com o que nós sentimos! ── sua voz continuava trêmula e seus lábios secos ── Mas ela desconfia de nós. Desconfia da nossa... Perversão! E agora o meu pai está doente. Como eu posso não pensar que não fomos responsáveis? Talvez seja eu, eu que tenha trazido essa desgraça diretamente para a minha casa. Vai ver a mamãe tem razão...

── Mas Hannah... ── a Berman tocou em sua mão, recebendo o apoio de Sarah para prosseguir, a qual também fez o mesmo ── A sua casa não foi a única afetada...

──  O quê?! ── seus olhos se sobressaltaram.

Então a porta abriu num estrondo, o corpo da mãe de Hannah atravessou como um tornado desgovernado, ela estava com fúria repleta nos olhos e aquilo só aumentou quando as viu ali tão próximas uma da outra, as três se levantaram no mesmo instante, sem saber como reagir a sua atitude agressiva.

──  Vocês... ── suas pálpebras se apertaram. Grace Miller foi logo em direção de Sarah, a puxando pelos cabelos e lhe jogando contra o chão ── Escuta aqui menina, você não vai parar enquanto não arruinar a vida dela, não é?!

── Mãe? ── a garota questionou aterrorizada, recebendo um forte tapa como resposta, o qual a fez segurar em seu próprio rosto, tentando conter o impacto. Ela se voltou para a mais velha com muita dor no rosto e surpresa.

Devina ficou estagnada, ela não estava acostumada a presenciar ações violentas como aquela.

Lidar com animais parecia bem mais fácil do que com pessoas.

── Você, cale a boca! ── sra. Miller ergueu o tom e por fim olhou no fundo dos olhos verdes da terceira ── E você, vá pra sua casa! Sua mãe já está te esperando. Agora! ── mas a ordem não foi obedecida de imediato, devido ao pânico. Fier ainda se levantava atordoada com tudo o que ocorria ── O que foi? Não me olhem com essas caras! Thomas as viu noite passada, na cidade... Está contando a todos! ── tal informação causou certo desespero dentro delas  ──  Como ousa trazer essa imundice para nossa casa? Andem! Venham... ── puxou as duas meninas pelos braços e ambas não tiveram tempo para se despedir de Hannah ao atravessarem para fora. Mas somente a morena foi jogada com mais força em direção às pedras do caminho de entrada, batendo seu queixo. Já Devie sofreu apenas um pequeno empurrão em seu braço, sendo aconselhada ──  É melhor você ficar longe dela por um tempo. ── portanto as últimas palavras foram direcionadas a Sarah ──  E você, eu vejo o que voce é, garota! Uma abominação! Corrompendo a minha filha...

──  Sra. Miller... ── quis argumentar ao se pôr em pé novamente, o que de nada adiantou.

── Deus sabe o que você é menina! Reze para que ele tenha piedade da sua alma! ──  bradou, batendo a porta mais uma vez com toda a força de seu braço.

── Sarah! Sarah, você está bem?! ──
a Berman chegou mais perto, envolvendo a outra entre seus braços, a ajudando a retomar a postura.

No centro, somente alguns poucos camponeses conversavam entre si, talvez se certificando da fofoca que já se espalhava. Um cavalo praticamente saltando desgovernado ao lado de onde caminhavam assustadas, relinchou fora de controle, se agitando em sua corrente. Comandando um discurso, encontrava-se Thomas com seu cantil e sujeira inerente ao erguer seu tom mais imponente, como se de alguma maneira, incitasse o caos numa proporção bem maior a já pré instaurada:

── O Senhor das Trevas retorna, para colher o fruto amargo do mal que semeamos. Para festejar com os nossos delírios! E ainda assim, vocês riem, cegos ao horror a nossa volta. Mas agora vocês enxergam, não é? Ele toma nossa água, ele toma nosso sangue! ── seus dedos se apertaram e os olhos mais arregalados por de baixo de sua franja úmida do velho suor ── Isso tudo é obra do diabo! Ele veio tomar as nossas terras! Qual de vocês trouxe o diabo até Union? Qual lascivo? Qual pecador? O demônio chegou! Lançando suas trevas sobre nós... E essas trevas, crescem dentro de cada um de nós!

Mas ambas o ignoraram em seguida.

── O que a gente fez de errado? ── seus olhos emaranhados, refletindo exatamente a sensação conturbada que  perambulava dentro de si.

── Não importa! Vamos pra casa, sim? ── sugerindo, afagou suas costas ── As coisas vão ficar bem. Eu vou... Vou colocar meus joelhos sobre o milho e fazer juramentos, deve ter algo que nos ajude. Algo que, que faça as coisas melhorarem! Tá bom?

── Eu não acho que um milagre possa nos salvar, Devie... ──  revirou levemente os olhos, tentando encontrar uma solução lógica o bastante. Embora tudo o que elas quisessem era chegar em casa no momento, o quanto antes.

Quando a Fier mais velha e Devina se separaram pela estrada que unia as residências, um simples toque de mãos foi o bastante para demonstrarem o apoio de que tanto necessitavam, entrando em suas respectivas casas, o silêncio da incerteza atordoou a ruiva, que sentiu um embrulho instantâneo no estômago e longe do comum, apoiando a palma da mão contra o batente da porta. Vozes discutiam no centro da sala, a Berman não conseguiu ver o mínimo vulto pela janela, por isso decidiu abrir a porta em um único empurrão e pisando no interior de seu lar, entrou meio desnorteada, mas se recompondo rápido em seguida. Seus olhos fitaram toda sua família reunida ali, um semblante peculiar, o mais hostil que já precisou enfrentar, exceto pelo seu pai que ainda devia estar trabalhando no campo, foi estranho encarar aquele cenário, sua mãe só saía do quarto para as missas que ocorriam vez ou outra aos finais de semana. O que aquilo significava, afinal? Seus olhos saltaram, enquanto a garganta secava. Porque havia um estranho entre eles, Elijah Goode e sua roupa de conselheiro pomposa, o qual encontrava-se ao canto da sala, com uma mão sobre o ombro de sua mãe. Algo em meio a sua presença aleatória, a fez temer.

── Abie? O que é isso? Do que se trata? ── escolheu perguntar à mais velha que, cabisbaixa, tremia os joelhos em pânico.

── Devie, eu... Eu tentei impedi-los...
── mas a frase, além de não fazer qualquer sentido, também foi interrompida pela matriarca da família.

── Cale a boca, Abigail! E deixe de defender a sua irmã... ── a voz grossa da mulher a fez dar um passo para trás. Não reconhecia mais o ser iluminado que sempre a elogiava toda vez que cumpria com suas ordens ou que, com obediência, realizava qualquer mísera ação para a agradá-la ──  Onde você estava?

──  Eu fui ajudar a Sarah! Parece que ela também perdeu o rebanho... Não fomos os únicos! ── respondeu depressa devido ao nervosismo, os olhos já marejados.

── Quero você longe dessa garota, me ouviu?! ── seu timbre subiu um pouco mais que o normal ── O que o Thomas está dizendo ao seu respeito, é... É asqueroso! Nunca imaginei que você fosse desonrar a mim e ao seu pai deste jeito!

── E onde ele está agora? ── tentou fugir do assunto, apertando os dedos.

── Seu pai preferiu não vir. Não, ele não aguentaria ver essa sua cara depois de tudo o que precisou escutar hoje... Escolheu continuar trabalhando ao enfrentar esse desgosto! ──  levou as mãos até a testa, a situação estava ficando perigosa, Devie sentiu aquilo.

Tanto é que, num ato de loucura, se atirou de joelhos ao chão enferrujado de madeira, implorando por piedade da mãe. Ela estava esperando qualquer coisa: ser deserdada e mandada embora, apanhar arduamente com um pedaço de vime ou ainda, protagonizar um casamento arranjado no qual jamais seria feliz. Por isso sua voz embargou, ao tempo em que suplicava:

── Mãe! Me perdoa! Por favor, eu não fiz nada de errado! Tem que acreditar em mim... ── suas mãos se juntaram numa prece que, não fez diferença ao coração endurecido da mulher ── Eu nunca fiz nada para ferir a senhora! Por que seria diferente? Por que tudo isso agora?

── Porque um espírito maligno se apossou da vila. E tenho medo que... que ele também tenha se instalado em você. É por isso que chamei o Conselheiro Goode! ── ela explicou, os dedos em riste como se fosse a única autoridade máxima no momento, além dele, é claro.

── E o que esse homem veio fazer aqui? ── sua indagação chegou acompanhada de um pequeno suspirar de decepção, enquanto Abigail tapava o rosto, como se não quisesse ver seu corpo caído que se pôs de joelho ao encará-lo.

── Eu vim curar você desse mal, pelo qual sua família têm sofrido... ── assegurou, os olhos verdes compenetrados em seu queixo molhado pela saliva, os dedos ao entorno de um crucifixo que mantinha contra o peito.

── Você não é Deus! Nada pode fazer por nós... ── ela praticamente cuspiu as palavras quando seu rosto se aproximou do dela ── Não preciso da sua ajuda!

── Ah, pobre alma... Ainda não sabe, criatura das trevas? Sou como ele no meio de vós, pela graça que me foi concedida. E é por isso que sou o único que pode salvá-la! ── seus dedos se fecharam ao entorno do pulso fino da garota, a levantando num puxão que fez seu corpo leve colidir contra o dele, mas ela se jogou de novo, tentando não se mover de onde estava. Pressionando sua palma larga contra o topo da cabeça da jovem Berman.

── O quê está fazendo?! ── gritou, a cada passo que ele dava, ficando mais apertado. Chacoalhou seu pescoço, buscando se livrar dos toques.

── Devina, por favor, não resista! ── sua mãe começou a empurrá-la.

Era como se ambos estivessem em consenso, como se houvessem planejado algo mordaz por suas costas.

── Pra onde você tá me levando?! Seu monstro! ME SOLTA!! ── o bradar da moça pode ser ouvido até mesmo na rua em frente a sua casa ── Me deixa em paz!

── É o que estou tentando fazer... Por isso eu preciso que cale essa boca e se comporte! Criatura do inferno, me deixe ver a doce Devina novamente... ── ele apertou suas bochechas com a mão esquerda, fazendo seus lábios se comprimirem, mas ela tentou mordê-lo em resposta ── Quando eu tirar esse demônio de dentro de você, vai me agradecer. E depois que eu terminar, será minha pela eternidade!

── O quê?... Você é louco! ── ajeitou os cabelos, os olhos turvos, sem vidas pelo momento contraditório e aterrorizante que estava enfrentando ── Não vou deixar você fazer isso comigo... Não vou deixar...

── Mãe... Por favor... ── Abie tentou impedir, recebendo um tapa em troca.

── Devie, isso tudo é pro seu bem! Um dia, vai me agradecer! Isso vai passar... Eu sei que vai. ── ela juntou os dedos, esperançosa, após agredir a mais velha.

── Será que a senhora não percebe?! ELE VAI ME MACHUCAR! ── a ruiva continuou a gritar enquanto segurava com os dedos no batente da porta do primeiro quarto para onde estava sendo arrastada, tentando pará-lo, mas Elijah era forte ── Mãe? É o que a senhora quer? Que ele me toque sem a minha permissão? Mãe, não deixa ele fazer isso! Ele é um monstro!! Ele tá te enganando! Ele não é santo! MÃE! ABIE! ME AJUDA! Abie... Mãe, por favor!... Por favor... ── seu soluçar foi a única coisa a ser ouvida quando a porta bateu. E seus cabelos foram puxados e seu corpo jogado contra o chão empoeirado, deslizando até bater em direção a parede.

Elijah não teria piedade, de modo que, embora não admitisse, andava enciumado, mesmo que não tivesse o direito. A lei o encobriria, um homem que propagava a palavra de Deus e com status de sabedoria era bem visto, poucas vezes questionado. Porque convenhamos, planejava domar Devina de tal forma inescropulosa há muito tempo, sempre que passava inocentemente por Union, ele a observava descaradamente, como um lobo espreitando um lindo cordeiro. Só necessitou da desculpa perfeita e pleno consentimento daqueles que deviam protegê-la. O quarto ficou pequeno para a luta que a Berman estava travando, enquanto o Conselheiro rasgava suas roupas, jurando numa atitude insana livrá-la de demônios, a mãe da moça ouvia seu soluçar compulsivo como se fosse uma dádiva e Abigail, caída no chão, apesar de apavorada, foi incapaz de mover uma palha para resgatá-la. Sua mente se agarrou a um brio de dor, já que era a única coisa que a mantinha viva, e a única coisa da qual se lembrava. Aquela pequena fagulha de sofrimento seria o sangue pulsando em suas veias numa dose mais intensa. Ela soube naquele instante, em que foi apertada sem que quisesse, beijada sem que implorasse, calada em meio a lágrimas resistentes.

Alguém teria a escutado, e, ainda que sua mãe pudesse impedir, possivelmente se voluntaria a findar aquele sacrilégio. Só que uma nova confusão despontou do outro lado da vila, pelo mesmo tempo, na igreja central. E sua voz foi abafada pelo barulhento pleitear dos moradores entorno dela.

₍ 001 ₎ Oii, gente! Como vcs tão?
Finalmente atualização! yay ♡ Já
peço desculpas por trazer mais um
tema pesado nesse cap, mas o
considero necessário para o
desenvolvimento da minha
personagem, dentre outras coisas.
Se isso provocou algum tipo de
gatilho em vc, de alguma forma, minhas
sinceras desculpas, mas foi avisado
desde o início dos termos sobre a
violência que seria retratada na trama.
Já que é inevitável quando falamos
de um dos arcos mais violentos de
Fear Street. Ainda assim, espero que
tenham gostado! Continuo contando
com o apoio de vcs! ♡♡

  002   Não esqueçam de
favoritar e comentar. E, me
digam o que acharam do cap
aqui!

003 Tô ansiosa pra trazer
mais capítulos, então nos
vemos em breve. Bjnhs! ♡

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