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𝟎𝟖

La Belle de Jour
Era a moça mais linda
De toda a cidade

La Belle de Jour –  Alceu Valença

Catarina Sartori

Paro na frente do espelho, encarando meu reflexo.

— Não acha que tem coisa faltando?— pergunto para Mariane atrás de mim.

— Concordo, tá muito básica...

— Não tô básica! Só tá muito monótono...

— Tá sim, falta um tchan nessa roupa, alguma coisa...

Encaro o macaquinho azul marinho pelo espelho, suprimindo os pensamentos de auto sabotagem que surgem quando encaro algumas imperfeições atravéz do espelho.

Mariane vira as costas para mim, abrindo apressadamente a porta do meu armário.

— O que está fazendo?— pergunto, vendo ela tirar um cabide do armário.

— Troca de roupa, coloca isso... vai ficar melhor!— ela me entrega o conjunto de alfaiataria bege e abre minha gaveta de croppeds da shein, e me entrega um preto tomara que caia.

Troco de roupa aqui mesmo, sem me importar se ela está no quarto ou não. Encaro o reflexo do espelho, o short de cós alto e o cropped acentuando minha cintura. Posso ter mil problemas com meu corpo e meu peso, mas minha cintura nunca vai ser um desses problemas.

— E agora?— viro para Mari.

— Perfeita, meu Deus! O Lucas vai babar muito...

— Ai, para com isso...

Sorrio, caminhando até o armário, puxando um par de melissas pretas.

— Acha que combina? — mostro o salto para Mariane e ela caminha até o meu lado, puxando um par de melissas pretas também, mais delicadas.

— Acho que essas combinam melhor— ela me lança um olhar de quem sabe muito.

— Você sabe onde ele vai me levar?

— Não...—Mariane empurra as melissas para mim, com uma expressão estranha.

— Sabe sim! Meu Deus, você sabe, ele veio falar com você?

— Talvez...?

— E onde ele vai me levar?

— Olha bem pra minha cara de quem vai te dizer, Catarina!

Bufo, jogando as sandálias no chão e enfiando meus pés nelas.

— Você é uma chata, hein!

— E você me ama.

— Não amo nada.

— Vai nessa...

Termino de ajeitar a sandália nos pés e corro para o banheiro atrás do meu Good Girl– o perfume que guardo para ocasiões especiais. Borrifo perfume até demais e apenas paro quando ouço o espirro de Mariane logo atrás de mim. Preciso estar cheirosa, né?

— Preso ou solto?— encaro Mariane da porta do banheiro, a mão segunda do meu cabelo no alto da cabeça.

A ansiedade está me corroendo a medida que os minutos passam. A incerteza de ir ou não passou há muito tempo, mas a ansiedade que ficou é diferente. Uma ansiedade gostosa, um suor gelado nas mãos, o coração pulando algumas batidas em antecipação.

— Usa ele meio preso...

Corro de volta para o banheiro, tentando manter a calma enquanto prendo a metade de cima do meu cabelo

— Meu Deus, eu tô realmente nervosa!— volto para o quarto ajeitando a franja, andando de um lado para o outro atrás da minha bolsa— Eu nem lembro da última vez que eu fiz isso...

— Amiga...— Mariana chama minha atenção, me entregando a bolsa redonda de palha— você nunca fez isso...

Encaro ela, um pouco chocada com suas palavras. Pego a bolsa e vou atrás do meu telefone e de tudo o que preciso levar.

— Obrigada, isso ajuda muito!

— O que? É verdade, o João nunca te tratou assim... ele mal quis conhecer seus pais...

— A gente pode não falar do meu ex agora? Eu entendo que você não gosta dele, e com toda a razão, mas... meio que é a hora errada pra trazer ele pro assunto...

— Tem razão... só tô feliz por você estar saindo com um cara que parece minimamente decente.

Minimamente? Só?

— Eu não tô saindo com ele...

Mariane ergue uma sobrancelha, contendo um sorriso.

— Tá, okay, eu vou sair com ele hoje, mas tipo... a gente se conheceu no domingo... é muito pouco tempo para pensar que é algo sério, e além disso...

Mal consigo terminar de falar quando o barulho da campainha me interrompe.

Mariane levanta, animação estampada em seus olhos quando me empurra para fora do quarto.

Meu coração, mais uma vez, erra uma batida quando Mariane me dá um último empurrão para a porta. Xingo ela silenciosamente quando quase tropeço em meus próprios pés e paro com a mão na maçaneta, respirando fundo antes de abrir.

A primeira coisa que eu vejo é uma explosão de cores na altura dos meus olhos. Preciso dar um ou dois passos para trás para associar melhor e vejo o buquê enorme em minha frente. Logo depois meus olhos encontram o azul brilhante dos olhos dele.

— Oi— ele começa com um sorriso incerto.

— Oi— sorrio, suprimindo a ansiedade— entra!

Abro mais a porta, dando espaço para ele entrar e só então consigo reparar melhor nele. Está usando uma camisa branca, um short verde e um tênis branco. Simples e bonito.

Muito bonito.

— Oi, Lucas!— Mariane diz enquanto fecho a porta atrás de mim. Minha amiga tem um sorriso de orelha a orelha, os olhos cheios de sugestividade.

Reviro os olhos atrás de Lucas.

— Eaí, Mari...— ele responde, um pouco sem graça.

— Então, vamos?—pergunto, ignorando minha amiga.

Lucas se vira para mim, com o embrulho colorido em mãos.

— Pra quem são essas flores aí, em Perri?— Mariana diz, sorrindo mais uma vez.

— Mariane!— chamo a atenção dela e ouço Lucas rir.

— São pra Catarina— ele responde casualmente, me entregando o buquê— eu não sei qual é sua favorita, então trouxe um pouco de cada da floricultura...

Olho para ele, depois para as flores e depois para ele de novo. Sinto meu estômago revirar com borboletas.

— Você podia ter perguntado...— tento ignorar minhas bochechas queimando— Mas eu amei, muito obrigada!

— Ah, ia perder a graça se eu perguntasse...— ele sorri de lado e meu rosto queima mais ainda.

— Eu vou...— deixo escapar uma risada enquanto ando pelo apartamento— vou botar isso na água...

— E então, quais são as suas favoritas?— Lucas começa, quebrando o silêncio do carro.

— O que?

— Flores... quais são suas flores favoritas?

— Ah, eu não sei... seria clichê se eu dissesse girassóis?— sorrio.

— Na verdade seria— ele ri, provocando— mas combina com você!

— Combina, é?— cruzo os braços.

— Combina!

— Como?

— Não sei...— vejo Lucas coçar a cabeça, sem tirar os olhos do caminho— você passa essa vibe de solzinho...

— Solzinho?

Passamos o resto do caminho conversando e não pude deixar de reparar na forma como ele fica incrivelmente bem dirigindo. O rosto concentrado, a postura de cara sério que ele passa, as mãos no volante.

Céus, que homem.

— Chegamos...— ele diz ao mesmo tempo que para o carro.

Olho pela janela e vejo onde estamos. Quase consigo sentir o cheiro do mar através da janela. A praia está vazia, mas o bar e restaurante na orla está quase lotado.

— E então, vamos?

— Vamos!

Saímos do carro ao mesmo tempo e Lucas segura minha mão, me guiando para atravessar a rua. Quando atravessamos, ele não solta minha mão, me levando direto para dentro do estabelecimento, onde, aparentemente, ele já fez uma reserva. Uma moça nos leva até os fundos do local, uma mesa para dois perto de uma janela do chão ao teto que dá direto para a vista do mar e não posso evitar encarar a paisagem.

— A Mariane me falou que você gosta de praia, então pensei em te trazer aqui... acho que foi boa ideia...

— Foi uma ideia!—sorrio— Eu não conhecia esse lugar, onde você achou?

— Ah, eu vim aqui com a minha família assim que me mudei pra cá— ele diz com um sorriso, os olhos brilhando com a simples menção a sua família— o pagode aqui é ótimo!

Levanto as sobrancelhas, surpresa, enquanto Lucas faz o pedido para o garçom.

— Então você gosta de pagode, senhor Lucas?— sorrio, me apoiando na mesa.

— Quem não gosta?— ele pergunta, fingindo indignação.

— Eu conheço uma garota que odeia pagode e samba... tipo, como ela nasceu no Brasil?— bebo um pouco do chopp de vinho que acaba de ser deixado na nossa mesa— Meus tios iriam surtar se ela fosse da nossa família.

— Que bom que eu gosto de pagode, então...— ele diz com uma piscadela, levando seu copo até a boca.

— É...— sorrio, ignorando a vermelhidão em meu rosto— Já vai ter um assunto com meu pai, quem sabe faça ele gostar de você de novo...

— De novo? Não sabia que ele tinha parado de gostar de mim...

— É, aconteceram umas coisas...— cruzo os braços, fazendo charme.

— Umas coisas?— ele levanta as sobrancelhas— Seu pai pareceu bem animado pelo telefone no domingo...

— É, mas a animação passou na segunda, quando eu tava atrasada e você veio entregar meu sapato e perguntou das minhas roupas...

Vejo a expressão de Lucas se derretendo em questão de segundos e faço tudo o que posso para segurar a risada.

— Ah, meu Deus...— Lucas cobre o rosto vermelho de vergonha com as duas mãos grandes— ele confundiu tudo, né?

Sorrio, segurando suas mãos e triando-as de seu rosto.

— Talvez... ele e meu irmão...— acrescento, vendo sua expressão piorar e não consigo segurar a risada quando ele solta o ar como se estivesse sendo punido.

— Você tem irmão?

— Tenho! Mas a minha família toda já gosta de você, só o Caio e o meu pai que tão com essa gracinha, então, relaxa...

— Eu nunca achei que os papéis fossem mudar desse jeito— ele solta uma risada nervosa.

— Como assim?

— É que...— ele hesita, parecendo envergonhada.

— Fala!— sorrio.

— É que um tempo atrás, eu e meu pai assustamos um ficante da minha irmã mais nova...

Por mais que eu tente, não consigo segurar a risada.

— Não sabia que você era desse tipo, Lucas... o tipo irmão mais velho assustador...

— O que eu posso fazer, são quase dois metros de pura intimidação!— ele aponta para si mesmo e rio mais uma vez— o que foi?

— Você não é intimidador, Lucas, você parece um urso.

— Ursos são intimidadores.

— Ursos de pelúcia não.

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