
014 ┈─❟ʾ enchanted
❛ ── CAPÍTLO QUATORZE. . .
encantado
Enquanto a chuva continuava a cair incessantemente, Anthony praticamente se jogou de seu cavalo e correu em direção a Eleanor. Ele rapidamente a enrolou com seu paletó enquanto a encarava desesperado.
- Fica comigo, por favor. - Pediu ele. Aos poucos, Eleanor conseguia abrir os olhos, tendo apenas feixes borrados da face de Anthony. Ao colocar a mão atrás da cabeça da garota, o Bridgerton se desesperou ainda mais ao ver sangue em sua mão. - Fica comigo. Vamos.
Delicadamente, ele a pegou em seus braços. Por sorte, um homem passava com uma charrete, vendo a situação, rapidamente lhes ofereceu ajuda.
Anthony entrou como um trovão em Mayfair, deixando todos os criados em alerta.
- Milorde? - Um dos criados exclamou.
- Saiam da frente! - Vociferou o Bridgerton.
- Ah, meu Deus! Eleanor! - Edwina foi a primeira a aparecer na ponta das escadas.
- Chamem o cirurgião! - Mandou Anthony.
- Sim Milorde. - Um dos criados concordou.
O Bridgerton subiu as escadas e deitou a garota delicadamente na cama, rapidamente o cirurgião estava presente.
- Ela está com um corte atrás da cabeça. - Informou Anthony. - Eu fiz pressão, mas vai precisar de pontos.
- Srta. Petrova, está me ouvindo? - Murmurou o cirurgião.
- Tragam mais cobertores. Ela está tremendo! - Exclamou Anthony.
- Senhor, me deixe trabalhar. - Pediu o médico.
Anthony então se afastou, observando de longe como o médico tentava falhamente se comunicar com a garota.
- O que houve? Meu criado o viu com a Srta. Petrova. - Benedict cruza a soleira da porta ofegante. - Ela está bem?
- Eu não sei. - Murmurou Anthony negando com a cabeça.
- Você está bem? - O Bridgerton apoiou a mão no ombro do visconde.
Ele não respondeu, apenas encarou o rosto choroso de Edwina e a apreensão de Mary e Kate.
- É culpa minha. - Ele murmurou. - É tudo culpa minha.
- Anthony? Anthony? - Chamou Benedict, mas seus chamados pareciam não ter efeito enquanto o visconde observava o rosto desacordado de Eleanor. O Bridgerton então saiu do quarto, ignorando os chamados do irmão.
[...]
Uma semana depois, Eleanor ainda não havia acordado. A cada dois dias, Violet Bridgerton fazia questão de mandar um buquê de gardênias para colocarem no quarto da garota, segundo ela, nada pior do que flores murchas enquanto está doente.
Na beirada da cama, Edwina segurava as mãos da Petrova, a encarando com um semblante preocupado.
- Não faça isso conosco, El. Não pode nos deixar assim. Nós temos que..por favor. - Os olhos da Sharma se encheram de lágrimas. Ela então se sentou novamente em sua cadeira ao lado da cama, abrindo um dos livros que estava lendo.
- Edwina.. - Murmurou Eleanor.
- Mamãe! - Exclamou Edwina. - Kate! Lady Danbury! Venham rápido!
- Oi.. - Murmurou Eleanor sorrindo.
- Filha! - Lady Mary apareceu as pressas com Kate ao seu lado.
- Ela acordou! - Exclamou Edwina.
- Ah, que bom! Avise o médico. - Lady Danbury sorriu. - Eleanor..você se lembra do que houve?
- Eu me lembro de cavalgar no parque. E da queda. - Murmurou a garota. - Ah, Lady Danbury, me desculpe.
- Está tudo bem. - A mais velha pegou as mãos da Petrova.
- Descanse, El, não fique agitada. - Kate disse.
- O Lorde Bridgerton veio me ver? - Eleanor questionou.
- Ele..ele resgatou a senhorita no parque. De forma galante. - Lady Danbury informou. - Ele a trouxe até aqui alguns dias atrás.
- E depois? - Eleanor encarou a mais velha. Lady Danbury apenas suspirou a encarando. - Entendi. Tem razão. Preciso descansar.
As Sharma então sorriram uma última vez antes de sair do quarto, sendo seguidas por Lady Danbury.
Enquanto isso, na casa dos Bridgerton, Violet entrava no escritório do filho.
- Anthony.. - Murmurou em êxtase. O filho a encarou sem compreender.
- Ela acordou? - Ele murmurou deixando os papéis de lado.
- Sim. A Sra.Wilson ouviu de uma criada. - Violet disse, fazendo com que o visconde colocasse as mãos na face em alívio. A Bridgerton então se sentou ao lado de seu primogênito, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. - É sim.. impensável. Encontrar alguém assim. Alguém..que você ama. Ah, eu sinto muito..eu sinto muito que justo você estivesse com o seu pai naquele dia. E eu..eu sinto muito por tudo o que aconteceu nos dias que se seguiram. Se eu pudesse voltar e mudar as coisas..você não tem ideia do quanto eu queria mudar o que aconteceu. É nisso que eu penso todas as noites antes de fechar os olhos e toda manhã antes de abrir os olhos. E isso nunca vai passar. - A mulher fingiu enquanto lágrimas rolavam por seu rosto.
- Não acho que eu posso ir vê-la. - Anthony disse com a voz embargada.
- Perder o Edmund foi a coisa mais difícil da minha vida. E a dor que eu senti..- A Bridgerton suspirou. - Ela é indescritível. Mas tem uma coisa que ao menos me dá um módico conforto: saber que eu continuaria escolhendo a vida que tive com ele, todas as vezes que pudesse. E, sem dúvida, sentiria a mesma dor que senti, todas as vezes se preciso, por que o amor real e verdadeiro vale a pena. Sempre vale a pena. Não a perca, Anthony. Não pode perdê-la. - Violet então pegou a mão do filho, a acariciando enquanto o encarava com um olhar maternal e determinado. P
[...]
Anthony desceu nervosamente a frente de Mayfair com um buquê de gardênias em mãos. Bateu na porta e esperou pacientemente que um criado fosse abri-la. Não demorou e já estava subindo as escadas para um quarto que conhecia muito bem.
- Lorde Bridgerton. - Eleanor se sentou na cama rapidamente ao notar a presença do visconde.
- Que bom vê-la acordada. - Anthony disse colocando o buquê delicadamente aos pés da cama.
- Eu soube que foi o senhor que me achou e me trouxe pra cá em segurança.
- Acho que devo ser grato por nossa primeira corrida no parque. Se não fosse por aquele momento..quem sabe o que poderia ter acontecido?
- Hum. Obrigada pelas flores. - Eles então apenas se encararam. - Quer dizer mais alguma coisa, milorde?
- Eu vim procurá-la. Na manhã seguinte. Eu vim para me desculpar. Você merecia muito mais que aquilo. Eu tomei liberdades que..- Ele gaguejou enquanto Eleanor apenas negava com a cabeça. - Eu não queria que acontecesse daquele jeito. Então eu vim pedir desculpas..
- Já disse isso...
- E para pedi-la em casamento. - O Bridgerton se apressou em dizer.
- Ah..- Eleanor gaguejou.
- Srta. Petrova. - Anthony tirou uma pequena caixa de seu paletó. - Eu estou aqui para pedir sua..
- O que está fazendo? Não, não, Anthony m eu não preciso que o senhor peça a minha mão...
- Eleanor. - Anthony a interrompeu.
- Não posso aceitar o seu pedido apenas porque se sente culpado por aquela noite. - Eleanor suspirou.
- Não é apenas por aquela noite..eu..
- Você o que Anthony? Se arrepende? Não está aguentando a culpa?
- Você está fugindo. - Acusou ele.
Eleanor apenas o encarou com os olhos cheios de lágrimas antes de negar com a cabeça. Anthony apenas acenou cordialmente antes de se retirar do quarto.
[...]
O Baile dos Featherington. Eleanor se aprontou com um belo vestido vermelho, que assentuava seu corpo e dava destaque ao seus traços.
Elegantemente, Lady Danbury entrou ao lado de Lady Mary, sendo seguidas por Kate, Edwina e Eleanor. Burburinhos automaticamente correram pelo salão e as pessoas começaram a encarar a Petrova.
- Estou feliz que tenha decidido vir. - Lady Danbury disse a garota.
- Não poderia perder uma última noite com vocês antes de ir embora. - Eleanor sorriu.
- Então, o que me diz, gostaria de dançar um pouco? - Edwina sugeriu a garota.
- Com quem?
- Comigo. - A Sharma disse óbvia. - Não há nada que possam dizer sobre nós. Não há nada mais pesado do que você já ter enfrentado a morte.
Eleanor sorriu encarando a Sharma que já considerava como uma irmã. Ambas então deram os braços e começaram a danças sobre os olhares espantados de todos no salão.
Eleanor riu ao rodopiar com Edwina, seus olhos passando por todo o salão até se encontrarem com os castanhos esverdeados que estava acostumada. A dança acabou e a Petrova e Sharma riram alegremente uma para a outra. Apenas desfrutando da companhia uma da outra.
Logo, ambas estavam tomando bebidas para se refrescarem. Edwina sorriu ao perceber que Eleanor procurava por Anthony no salão e que o Bridgerton fazia o mesmo.
- Não vai conseguir evitá-lo a noite toda. E acho que não deveria tentar fazer isso. - Edwina disse. - Seja a garota que eu sei que você é. Seja engraçada, corajosa e sensível. Não tenha medo de seguir o seu coração, afinal, uma pessoa muito sábia uma vez disse que o verdadeiro amor só é real se for retribuído.
Ao avistar o Bridgerton se aproximando, a Sharma se afastou lançando um último sorriso a Petrova.
- Lorde Bridgerton.
- Srta. Petrova. - Ele comprimentou. - Eu estava indo lá para fora. Devemos manter distância entre nós, dado o fato..
- Talvez não devamos. - Eleanor chamou a atenção do visconde que estava prestes a sair. - Talvez as pessoas em volta tenham pena de mim. Eu estava no salão de baile dias após um terrível ferimento na cabeça. Talvez precisasse de alguém para me segurar. Para ver se eu estava bem. E o senhor foi o primeiro que encontrei.
- Quantos dedos? - Anthony ergue a mão exibindo três dedos.
- Três. - Sorriu a Petrova. Ele então virou a mão mostrando quatro. - Vai me convidar para dançar? Uma última dança?
- A senhorita vai dizer "sim"?
Eleanor não o responde de imediato, apenas estende a mão coberta por uma luva vermelha, essa que o Bridgerton pega rapidamente, a conduzindo para o meio da dança.Olhares de espanto e julgamento foram lançados a eles. Sem se importar, Anthony rodopiou a garota, seus olhos se encontrando a todo momento.
- Quer parar? - Questionou Eleanor.
- Não ligue para eles. Olhe para mim. É isso que importa. - Anthony disse.
Mais alguns segundos de dança duraram antes que Lady Featherington chegasse ao salão eufórica.
- Atenção! Todos para fora! Tenho uma surpresa para todos! - Exclamou a Featherington.
Ainda de mãos dadas, Eleanor e Anthony se encaravam, não ligando para as pessoas ao redor. Apenas eles existiam naquele momento um para o outro. Com um sorriso, a Rainha Charlotte parou a frente dos dois, os comprimentando com um aceno e piscando para a Petrova em aprovação. Eleanor apenas encarou Anthony uma última vez antes de soltar as mãos e sair.
- Venham por aqui. A celebração de verdade vai começar em breve. - Lady Featherington chamava.
Pelo gramado, todos conversavam animadamente sobre algo. Enquanto Penélope Featherington corria arrasada para o seu quarto, Benedict se aproximou de Anthony, que parecia procurar por algo, ou melhor alguém.
- Eu decidi deixar a academia. - Benedict diz.
- O quê? - Questionou Anthony. - Por qual motivo?
- Já sei da sua doação, irmão. Eu sei que você tentou ajudar de um jeito equivocado. Talvez porque sentiu a verdade: que eu não sou bom o suficiente.
- Benedict, pare! Parece até eu falando. - O visconde disse. - Se quer pintar, pinte. É um de seus muitos talentos. Mas o maior, o seu dom natural, é verdade o que os outros precisam, mesmo quando nem eles enxergam. É um dom que eu demorei para reconhecer, mas eu não teria feito o que eu fiz se não fosse por você.
- Aproveite o resto da noite, irmão. - Benedict suspirou antes de sorrir e deixar o irmão a sós novamente.
Finalmente achando o que procurava, Anthony se aproximou de Eleanor, que encarava um amontoado de rosas no jardim.
- Ainda pretende partir para a Bulgária?
- Tenho a benção de Lady Danbury. E a rainha em pessoa parece ter salvado a minha família da ruína.
- Ama a sua família intensamente. - Anthony disse se aproximando.
- Tanto quanto você ama a sua. Mesmo que a minha não esteja mais aqui.
- Eu tive medo de perder você..- Confessou o visconde. - Foi por isso que não pude visitá-la após o acidente. Eu não suportava o fato de.. - Ele suspirou se aproximando da Petrova, a encarando intensamente. - Eu amo você, Eleanor. Eu te amo desde o dia em que a conheci naquela parque. Eu te amei em cada dança, cada risada, cada passeio, toda vez que estivemos juntos e que estivemos separados. Você não precisa aceitar, não precisa gostar ou permitir isso. Eu te conheço. Acho que não vai, mas deve saber, no seu coração. Deve sentir, porque eu sinto. Eu te amo.
- Eu não sei o que dizer. - Com os olhos cheios de lágrimas, ela o encarou.
- Você não precisa dizer nada...
- Não acho que haja outra coisa a dizer além de que eu também amo você. - Ela o interrompeu.
- Eu quero uma boa vida para nós dois. - Anthony pegou as mãos da garota. - Eu sei que eu sou imperfeito, mas eu quero me submeter a você, porque eu não consigo imaginar a minha vida sem você. E é por isso que eu quero me casar contigo.
- Tenho certeza de que você não vai passar um único dia sem me irritar. - Eleanor sorriu.
- Isso é uma promessa, Eleanor Petrova? - Eles se encararam.
Segundos depois uma explosão soou e eles encararam o céu animadamente vendo os fogos estourarem.
- Sim. - Eleanor o encarou sorrindo. - Sim, isso é uma promessa.
- Bom.. parece que nós finalmente estamos concordando em alguma coisa. - Ele também sorriu.
- Parece que sim. - Ela murmurou antes de se jogar nos braços do visconde, o beijando apaixonadamente.
uns queridos eles 🥹 aí gente penúltimo capítulo, vou chorar.
não se esqueçam de votar e comentar, isso me motiva muito!
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