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ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗪𝗘𝗡𝗧𝗬 𝗧𝗪𝗢❕

ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁𝘆 𝘁𝘄𝗼. ᠉ ࣪ ˖
seu tio, sirius black!
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𝗦𝗘𝗨 𝗖𝗢𝗥𝗣𝗢 𝗔𝗜𝗡𝗗𝗔 𝗗𝗢𝗜𝗔, Astraea dava passos devagares atrás da Prof. McGonagall, Harry e Rony. Perseu segurava o braço da ruiva, evitando que ela caísse ou que algo acontecesse com ela. Os cinco pararam na frente da gargula, entrada para o escritório de Dumbledore.

— Delícia Gasosa. — Disse a professora.

A gárgula ganhou vida e saltou para o lado, a parede atrás se dividiu em duas e revelou uma escada de pedra que se movia continuamente para o alto, como uma escada rolante em espiral. Os cinco subiram, a porta se fechou com um baque surdo e eles subiram em círculos fechados até alcançar uma porta de carvalho excepcionalmente lustrosa com uma maçaneta de latão em forma de grifo.

Embora passasse muito da meia-noite, ouviam-se vozes no interior da sala, uma verdadeira babel. Parecia que Dumbledore estava recebendo no mínimo umas doze pessoas. A Prof. McGonagall bateu três vezes com a aldrava em forma de grifo e as vozes cessaram abruptamente como se alguém as tivesse desligado. A porta se abriu sozinha e a professora entrou com Harry, Astraea, Perseu e Rony. A sala estava mergulhada em sombras, os estranhos instrumentos sobre as mesas estavam silenciosos e imóveis em vez de zumbir e expelir baforadas de fumaça como habitualmente faziam, os antigos diretores e diretoras nos retratos que cobriam as paredes dormiam contidos em suas molduras. Atrás da porta, um magnífico pássaro vermelho e dourado do tamanho de um cisne cochilava no poleiro com a cabeça sob uma das asas.

— Ah, é a senhora, Prof. McGonagall... e... ah.

Dumbledore estava sentado em uma cadeira de espaldar alto, à escrivaninha, inclinou-se para o círculo de luz das velas que iluminavam os papéis à sua frente. Usava um magnífico roupão bordado em púrpura e dourado sobre uma camisa de dormir muito branca, mas parecia bem acordado, seus penetrantes olhos azuis fixavam atentamente a professora.

— Prof. Dumbledore, Potter teve um... bom, um pesadelo. — Começou McGonagall. — Ele diz que...

— Não foi um pesadelo. — Completou Harry e Astraea depressa.

A professora olhou para ps dois, franzindo ligeiramente a testa.

— Muito bem, então, Potter, Sinclair, conte ao Prof. Dumbledore.

— Eu... bom, eu estava dormindo... — Disse Harry.

— Todo mundo sabe que você estava dormindo, Harry. — Astraea disse rispida, olhando para o professor que nem dava bola para o aluno, ele apenas olhava para seus dedos entrelaçados, parecendo querer ignorar Harry. — Eu também tive o mesmo sonho.

Dumbledore então ergueu a cabeça, seu olhar focado na ruiva. Ele deu uma olhada para a pessoa ao seu lado, Perseu segurou ainda mais forte no braço de Astraea ao sentir o olhar de Dumbledore sobre ele.

— Sonhei que um homem estava sendo atacado por uma cobra gigantesca, eu estava no fundo da sala, pude ver tudo. Eu não o conheço, mas temo que não seja só um sonho e esse homem possa estar em perigo. — Astraea falou, seus olhos fixados no professor.

— Mas não foi um sonho comum... foi real... eu vi acontecer, assim como Astraea... — Harry tomou fôlego e disse. — O pai de Rony, o Sr. Weasley, que foi atacado pela cobra.

As palavras pareceram ecoar depois que Harry as pronunciou, soando ligeiramente ridículas, até cômicas. Fez-se uma pausa em que Dumbledore se recostou e contemplou o teto, meditativo. Rony olhava de Harry, Astraea para Dumbledore, o rosto pálido e chocado.

— Como foi que você viu isso? — Perguntou Dumbledore calmamente, ainda sem olhar para Harry.

— Bom... não sei. — Disse Harry, meio zangado. — Na minha cabeça, suponho...

— Você não me entendeu. — Disse Dumbledore, mantendo a voz calma. — Quero dizer... você se lembra... ah... em que posição você estava enquanto assistia a esse ataque? Você estava talvez parado ao lado da vítima como Astraea, ou contemplava a cena do alto?

A pergunta era tão curiosa que Harry boquiabriu-se com Dumbledore, Astraea observou isso, e era quase como se ele soubesse...

— Eu era a cobra. Vi tudo do ponto de vista da cobra.

Ninguém falou por um momento, então Dumbledore, agora olhando para Rony, que continuava cor de coalhada, perguntou em um novo tom mais enérgico.

— Arthur ficou gravemente ferido?

— Ficou. — Respondeu Harry e Astraea enfaticamente,  por que eram tão lentos para compreender, será que não
sabiam como uma pessoa sangrava quando presas daquele tamanho furavam o corpo dela? E por que Dumbledore não podia fazer a gentileza de encarar Harry?

Mas o diretor se ergueu tão depressa que deu um susto em Astraea, e se dirigiu a um dos antigos retratos pendurados muito próximo do teto.

— Everardo? — Chamou repentinamente em voz alta. — E você também Dilys!

Um bruxo de cara pálida, com uma franja preta curta, e uma bruxa idosa, com longos cachos prateados, no quadro ao lado, ambos parecendo profundamente adormecidos, abriram os olhos
imediatamente.

— Vocês estavam escutando? — Perguntou Dumbledore.

O bruxo assentiu e a bruxa respondeu.

— Naturalmente.

— O homem tem cabelos ruivos e usa óculos. — Disse Dumbledore. — Everardo, você precisa dar o alarme, providencie para que ele seja encontrado pelas pessoas certas...

Os dois confirmaram com a cabeça e se deslocaram lateralmente de seus quadros, mas, em vez de surgirem nos quadros vizinhos, como normalmente acontecia em Hogwarts, nenhum dos dois reapareceu. Um quadro agora exibia apenas um pano de fundo escuro, o outro, uma bela poltrona de couro.

Astraea reparou que vários dos outros diretores e diretoras nas paredes, embora roncassem e babassem convincentemente, não paravam de espiá-lo por baixo das pálpebras fechadas, e de repente ela entendeu quem estava falando quando bateram na porta.

— Everardo e Dilys foram dois dos diretores mais famosos de Hogwarts. — Explicou Dumbledore, agora contornando Harry, Astraea, Perseu, Rony e a Prof. McGonagall para se aproximar do magnífico pássaro adormecido no poleiro ao lado da porta. — A fama deles foi tão grande que ambos têm retratos pendurados em outras importantes instituições bruxas vizinhas. Como têm liberdade de se deslocar entre os próprios retratos, podem nos contar o que pode estar acontecendo em outros lugares...

— Mas o Sr. Weasley poderia estar em qualquer lugar! — Exclamou Harry.

— Por favor, sentem-se, os cinco. —  Pediu Dumbledore, como se Harry não tivesse falado. — Everardo e Dilys talvez demorem a voltar. Prof. McGonagall, se puder providenciar mais umas cadeiras.

McGonagall puxou a varinha do bolso do roupão e acenou, do nada, apareceram cinco cadeiras, de madeira e espaldar reto, muito diferentes das confortáveis poltronas de chintz que Dumbledore conjurara na audiência de Astraea.

A ruiva se sentou, espiando o diretor por cima do ombro. O diretor agora acariciava com o dedo a cabeça dourada de Fawkes. A fênix acordou imediatamente. Esticou a bela cabeça para o alto, e ficou observando Dumbledore com seus olhos brilhantes e escuros.

— Vamos precisar. — Disse ele à ave em voz baixa. — De um aviso.

Uma labareda lampejou no ar e a fênix desapareceu. Em seguida, Dumbledore se encaminhou para um dos frágeis instrumentos de prata cuja função
Astraea não conhecia, levou-o para a escrivaninha, sentou-se em frente e tocou o instrumento com a ponta da varinha.

O instrumento ganhou vida, imediatamente, produzindo tinidos rítmicos. Pequeninas baforadas de fumaça verde pálido saíram de um minúsculo tubo de prata em cima. Dumbledore mirou a fumaça com atenção, a testa profundamente vincada. Passados alguns segundos, a fumacinha se transformou em um jorro constante de fumaça que espiralou pelo ar... e surgiu na ponta uma cabeça de cobra, com a boca muito aberta. Astraea e Harry se perguntaram se o instrumento estaria confirmando sua história.

— Naturalmente, naturalmente. — Murmurou Dumbledore, ainda observando a fumaça, sem manifestar o menor sinal de surpresa. — Mas dividida na essência?

Para Astraea, aquela pergunta não tinha pé nem cabeça. A cobra de fumaça, porém, se dividiu instantaneamente em duas cobras, que se enroscaram e ondearam no aposento mal iluminado. Com uma expressão de penosa satisfação, Dumbledore deu mais um leve toque com a varinha no
instrumento, o tinido foi se tornando mais lento até morrer, e as cobras de fumaça empalideceram, viraram uma névoa difusa e desapareceram.

Dumbledore repôs o instrumento na mesinha frágil em que estava. Astraea viu muitos dos diretores nos retratos acompanharem seus gestos com os olhos, então, percebendo que a ruiva os observava, depressa fingiram que estavam dormindo como antes. Astraea queria perguntar para que servia aquele curioso instrumento, mas, antes que pudesse fazê-lo, ouviram um grito vindo do alto da parede à direita, o bruxo chamado Everardo reaparecera em seu quadro, ligeiramente ofegante.

— Dumbledore!

— Quais são as notícias? — Indagou o diretor imediatamente.

— Gritei até alguém aparecer. — Disse o bruxo, que enxugava a testa com a cortina ao fundo. — Falei que tinha ouvido alguma coisa andando no andar de baixo, eles não sabiam se deviam acreditar em mim, mas desceram para verificar, você sabe, não há quadros lá embaixo de onde se possa espiar. Seja como for, eles o trouxeram para cima alguns minutos depois. Não parecia nada bem, estava coberto de sangue, corri para o retrato de Elfrida Cragg para poder ver melhor quando saíram.

— Bom. — Disse Dumbledore ao mesmo tempo que Rony fazia um movimento convulsivo. — Suponho que Dilys o tenha visto chegar, então...

E, momentos depois, a bruxa de cachos prateados reapareceu em seu quadro, também, tossindo, ela afundou na poltrona e disse.

— Eles o levaram para o St. Mungus, Dumbledore... passaram pelo meu retrato carregando-o... ele me pareceu mal...

— Obrigado. — Dumbledore olhou para a Prof. McGonagall. — Minerva, preciso que você vá acordar os outros garotos Weasley.

— É claro...

A professora se levantou e se dirigiu apressada à porta. Astraea lançou um olhar de esguelha para Rony, que parecia aterrorizado.

— Dumbledore... e a Molly? — Perguntou McGonagall, parando à porta.

— Será uma tarefa para Fawkes quando ela terminar de vigiar se há alguém se aproximando. — Disse Dumbledore. — Mas Molly talvez já saiba... aquele relógio maravilhoso que tem...

Astraea estava confusa, mas olhando para o lado, ela viu Perseu lhe dando um sorriso acolhedor, ela lhe devolveu, segurando a mão do loiro-acastanhado. Dumbledore agora remexia em um armário às costas dos quatro. Voltou carregando uma velha chaleira escurecida, que colocou cuidadosamente sobre a escrivaninha. Ergueu a varinha e murmurou.

— Portus! — Por um momento, a chaleira estremeceu, emitindo uma estranha luz azul, em seguida deu um último estremeção e parou, escura como antes.

Dumbledore se dirigiu a outro retrato, desta vez o de um bruxo de cara inteligente e barba em ponta, que fora pintado usando as cores verde e prata da Sonserina, e, pelo jeito, dormia tão profundamente que não ouvira a voz do diretor tentando acordá-lo.

— Fineus. Fineus.

Os retratados que cobriam as paredes do aposento já não fingiam estar dormindo, mexiam-se em suas molduras para ver melhor o que estava acontecendo. Quando o bruxo inteligente continuou a fingir que dormia, alguns deles gritaram o seu nome também.

— Fineus! Fineus! FINEUS!

Ele não pôde mais fingir, estremeceu teatralmente e arregalou os olhos.

— Alguém me chamou?

— Preciso que você visite outra vez o seu outro quadro, Fineus. — Disse Dumbledore. — Tenho outra mensagem.

— Visitar meu outro quadro?! — Exclamou Fineus com voz aguda, fingindo um longo bocejo, seu olhar correu pelo aposento e se fixou em Harry e Astraea. — Ah, não, Dumbledore, estou cansado demais esta
noite.

Alguma coisa na voz de Fineus pareceu familiar a Astraea, onde ela a ouvira? Mas, antes que pudesse se lembrar, os retratos nas paredes à volta prorromperam em protestos.

— Insubordinação, senhor! — Bradou um corpulento bruxo de nariz vermelho, erguendo os punhos.

— Negligência para com o dever!

— Temos o compromisso de honra de prestar serviços ao atual diretor de Hogwarts! — Exclamou um bruxo velho de aparência frágil. — Que vergonha, Fineus!

— Devo persuadi-lo, Dumbledore? — Perguntou uma bruxa de olhos de verruma, erguendo uma varinha incomumente grossa que lembrava um bastão de vidoeiro.

— Ah, muito bem. — Concordou o bruxo chamado Fineus, espiando a varinha com uma ligeira apreensão. — Embora, a essa altura, ele talvez já tenha destruído o meu retrato, já se desfez da maioria da minha família...

— Sirius não sabe destruir o seu retrato. — Disse Dumbledore, Rony e Harry imediatamente olharam para Perseu e Astraea, vendo que os dois nem prestavam atenção na conversa, menos a ruiva, que disfarçava que não ouvia. — Dê a ele o recado de que Arthur Weasley foi gravemente ferido e que a esposa dele, filhos, Astraea Sinclair, Perseu Dempsey e Harry Potter chegarão a sua casa daqui a pouco. Entendeu?

O casal imediatamente levantou a cabeça, olhando para Dumbledore com uma cara de confusão, Harry e Rony se entreolharam, assustados por Dumbledore ter dito que os dois iriam juntos.

— Arthur Weasley, ferido, mulher, filhos, Astraea Sinclair, Perseu Dempsey e Harry Potter se hospedarão. — Recitou Fineus, entediado. — Sim, sim... muito bem.

Ele tornou a entrar na moldura do retrato e desapareceu de vista no mesmo instante em que a porta do aposento se abriu. Fred, George e Gina vieram acompanhados pela Prof. McGonagall, os três parecendo amarfanhados e em estado de choque, ainda vestindo as roupas de dormir.

— Harry... que é que está acontecendo? — Perguntou Gina, que parecia amedrontada. — A Prof. McGonagall disse que você viu papai ser ferido...

— Seu pai foi ferido durante um serviço para a Ordem da Fênix. — Informou Dumbledore antes que Harry pudesse falar. — Foi levado para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Vou mandar vocês para a casa de Sirius, que é muito mais próxima do hospital do que A Toca. Vocês vão se encontrar com sua mãe lá.

— Como é que nós vamos? — Perguntou Fred, abalado. — Pó de Flu?

— Não. No momento o Pó de Flu não é seguro, a rede está sendo vigiada. Vocês vão usar uma Chave de Portal. — Ele indicou a velha chaleira que descansava inocentemente sobre a escrivaninha. — Estamos apenas aguardando as informações de Fineus Nigellus... quero ter certeza de que não há perigo para despachar vocês...

Apareceu uma labareda bem no meio do aposento, depois uma única pena dourada que flutuou suavemente até o chão.

— É o aviso de Fawkes. — Disse Dumbledore, recolhendo a pena quando caiu. — A Prof. Umbridge já deve saber que vocês estão fora de suas camas... Minerva, vá distraí-la, conte-lhe qualquer história...

A Prof. McGonagall saiu num ruge-ruge de tecido escocês.

— Ele diz que ficará encantado. — Disse uma voz cheia de tédio atrás de Dumbledore, o bruxo chamado Fineus reaparecera diante de sua bandeira da Sonserina. — Meu trineto sempre teve um gosto esquisito em termos de hóspedes.

— Venham aqui, então. — Falou Dumbledore a Harry, Astraea, Perseu e aos Weasley. — E depressa, antes que mais alguém apareça.

Astraea e os outros se agruparam em torno da escrivaninha de Dumbledore.

— Vocês já usaram uma Chave de Portal antes? — Perguntou ele, e os garotos confirmaram com a cabeça, menos Astraea e Perseu, cada um esticando a mão para tocar em alguma parte da chaleira enegrecida.

— Professor. — Astraea disse, chamando a atenção de Dumbledore pra ela. — Porque nós temos que ir junto?

Astraea sinalizou para ela e Perseu, Harry e os Weasley olharam para Dumbledore também, querendo uma resposta. Dumbledore olhou para ruiva, seus olhos azuis fixavam atentamente no casal.

— Na hora certa você irá saber. — Disse Dumbledore. — Irei mandar um recado para seus pais, Astraea, não se preocupe, eles irão a sua procura.

Astraea assentiu mesmo confusa, o olhar de Dumbledore então parou sobre Perseu, o analisando sombriamente.

— Para alguém que não queria o laço, você parece muito envolvido não acha? — Dumbledore questionou, Perseu imediatamente lançou a ele um olhar sombrio. — Cuide dela, não se sabe o que pode acontecer fora daqui.

Perseu assentiu com a cabeça, e todos olharam confusos sem saber o que falar.

— Ótimo então. Quando eu contar três, então... um... dois...

Aconteceu em uma fração de segundo, na pausa infinitesimal antes de Dumbledore dizer “três”, Astraea olhou para ele, estavam todos muito juntos, e os olhos azul-claros do diretor passaram da Chave do Portal para o rosto da garota, e ela soube que Dumbledore estava escondendo algo dela.

— Três.

Astraea sentiu um forte puxão atrás do umbigo, o chão sumiu sob seus pés, sua mão colada à chaleira, colidiu com os outros enquanto avançavam velozmente em uma voragem de cores e uma lufada de vento, a chaleira puxando-os para diante... até que seus pés bateram no chão com tanta força que seus joelhos dobraram, a chaleira caiu no chão com estrépito, e em algum lugar ali perto alguém falou.

— De volta, os pirralhos do traidor do sangue. É verdade que o pai deles está morrendo?

— FORA! — Vociferou uma segunda voz.

Astraea se levantou depressa e olhou à volta, era um lugar desconhecido por ela, mas ela percebeu que era uma cozinha, que estava totalmente escura. As únicas fontes de luz eram o fogão e uma vela derretida, que iluminavam os restos de um jantar solitário. Um elfo ia desaparecendo pela porta do corredor, lançando-lhes olhares malévolos ao mesmo tempo que repuxava a tanga, o elfo deu a Astraea um olhar sinistro, o no momento ela percebeu quem ele era e onde ela estava. Casa dos Black, casa de sua família e aquele era Monstro, o elfo que seu pai sempre lhe falava. Então alguém veio correndo até eles, parecendo ansioso.

— Que é que está acontecendo? — Perguntou, estendendo a mão para ajudar Gina a se levantar. — Fineus Nigellus falou que Arthur está gravemente ferido...

— Pergunte ao Harry e Astraea. —  Respondeu Fred.

— É, quero ouvir isso com os meus próprios ouvidos. — Disse George.

Os gêmeos e Gina olhavam fixamente para os amigos. Os passos de Monstro haviam parado na escada.

— Foi. — Começou Harry. — Tive uma...
uma espécie de... visão...

— Tivemos. — Corrigiu Astraea.

Todos olharam pra ela, e quando seus olhos se chocaram com o homem mais velho, ela soube quem ele era. Seu tio, Sirius Black, irmão de seu pai, melhor amigo de sua mãe e a pessoa que ela mais gostaria de conhecer. Astraea sentindo o olhar de Sirius sobre ela, fez questão de de virar rapidamente escondendo o seu colar dentro da blusa, ela pode sentir o olhar dele queimando suas costas, e Astraea evitou de tudo para que as lágrimas não caíssem sobre seu rosto. Era a primeira vez que ela via seu tio, e ele nem sabia que era ela ali, ela não poderia abraçá-lo e muito menos dizer pra ele que seu pai e sua mãe estavam bem, que ela estava bem.

Astraea foi para um canto, distants dos outros e ficou observando Harry contar a todos o que vira, embora ele alterasse a história para parecer que assistira dos bastidores quando a cobra atacou, e não através dos olhos da própria cobra. Rony, que continuava muito pálido, lançou a Harry um olhar fugaz, mas não fez comentários. Quando Harry terminou, Fred, George e Gina continuaram de olhos nele.

— Mamãe já chegou? — Perguntou Fred, virando-se para Sirius.

— Provavelmente ela ainda nem sabe o que aconteceu. — Disse Sirius. — O importante era vocês virem antes que a Umbridge pudesse interferir. Espero que Dumbledore esteja avisando a Molly agora.

— Temos de ir ao St. Mungus. — Disse Gina em tom urgente. E olhou para os irmãos, eles, é claro, ainda estavam de pijama. — Sirius, você pode nos emprestar capas ou outra coisa qualquer para vestir?

— Esperem, vocês não podem sair correndo para o St. Mungus! — Falou Sirius.

— Claro que podemos ir ao St. Mungus se quisermos. — Disse Fred, com uma expressão obstinada. — Ele é nosso pai!

— E como é que vocês vão explicar como souberam que Arthur foi atacado antes mesmo de o hospital avisar a mulher dele?

— Que diferença faz? — Perguntou George, exaltado.

— Faz diferença, porque não queremos chamar atenção para o fato de que Harry está tendo visões de coisas que acontecem a quilômetros de distância! — Disse Sirius aborrecido. — Vocês têm ideia do que o Ministério faria com essa informação?

Fred e George fizeram cara de quem não se importava nem um pouco com o que o Ministério pudesse fazer com coisa alguma. Rony continuava extremamente pálido e silencioso. Gina disse.

— Alguém poderia ter nos contado... poderíamos ter sabido o que aconteceu por outra pessoa que não o Harry.

— Quem, por exemplo? — Perguntou Sirius, impaciente.

Os olhos dos gêmeos foram até a ruiva, e todos olharam imediatamente pra ela. Harry acenou com a cabeça em discordância e Perseu se colocou na frente de Astraea, olhando para todos com um olhar sombrio.

— Não coloque Astraea nisso. — Harry quem disse e Perseu prontamente concordou, encarando todos ali.

— Escutem, seu pai foi ferido a serviço da Ordem da Fênix e as circunstâncias já são bastante suspeitas sem os filhos dele saberem o que aconteceu segundos depois, vocês poderiam prejudicar seriamente a Ordem e prejudicar a garota...

— Não estamos interessados nessa Ordem idiota e muito menos nela! — Gritou Fred.

— Estamos falando do nosso pai, que está morrendo! — Berrou George.

— Seu pai sabia no que estava se metendo e não vai agradecer a vocês por estragarem as coisas para a Ordem! — Retorquiu ele, igualmente zangado. — É assim que é, e é por isso que vocês não pertencem à Ordem, vocês não entendem, há coisas pelas quais vale a pena morrer!

— É fácil para você falar, preso aqui! — Urrou Fred. — Não vejo você arriscando o seu pescoço!

O pouco colorido que restava no rosto de Sirius desapareceu. Por um momento, pareceu que sua vontade era bater em Fred, mas quando voltou a falar, foi em um tom deliberadamente calmo.

— Sei que é difícil, mas todos temos de agir como se ainda não soubéssemos de nada. Temos de ficar quietos, pelo menos até sua mãe dar notícias, está bem?

Fred e George continuavam rebelados. Gina, porém, foi até a cadeira mais próxima e se afundou nela. Harry olhou para Rony, que fez um movimento engraçado entre um aceno de cabeça e uma sacudidela de ombros, e sentaram-se também. Os gêmeos continuaram a olhar feio para Sirius por mais um minuto, então se acomodaram um de cada lado de Gina

— Muito bem. — Disse Sirius animando-os. — Andem, vamos todos tomar alguma coisa enquanto esperamos. Accio cerveja amanteigada!

Ele ergueu a varinha, e meia dúzia de garrafas vieram voando da despensa em direção a eles, espalhando os restos da refeição de Sirius e parando em ordem diante de cada um dos oito.

— Venham. — Sirius apontou para o casal, que se mantinha afastados. — Bebam.

Os dois se entreolharam, então foram até a mesa se sentando lado a lado, Sirius ainda olhava para Astraea estranhamente, ignorando isso a ruiva ficou olhando para a mesa, parecendo totalmente entretida.

Todos então beberam e por algum tempo os únicos sons foram a crepitação das chamas nofogão da cozinha e as batidas surdas das garrafas na mesa. Astraea bebia lentamente, evitando o olhar de Sirius a qualquer momento, ela definitivamente não estava preparada para estar na presença de seu tio e ela nem sabia o porque de Dumbledore ter mandado ela com Perseu para vir junto. Astraea repôs a garrafa na mesa, de modo calmo, ao contrário de Harry que havia derrubado a sua garrafa. Astraea olhou pra ele e logo ao redor, ninguém lhe prestou atenção. Então uma erupção de chamas no ar iluminou os pratos sujos diante deles e, enquanto gritavam assustados, um pergaminho caiu com um baque surdo na mesa, acompanhado por uma única pena da cauda da fênix.

— Fawkes! — Exclamou Sirius na mesma hora, apanhando o pergaminho. — Não é a letra de Dumbledore, deve ser uma mensagem de sua mãe, tome...

Ele entregou a carta na mão de George, que rompeu o lacre e leu em voz alta.

— Papai ainda está vivo. Estou indo para o St. Mungus agora. Fiquem onde estão. Mandarei notícias assim que puder. Mamãe.

George olhou para todos.

— Ainda está vivo... — Disse lentamente. — Mas dá a impressão que...

Ele não precisou terminar a frase. Astraea também teve a impressão de que o Sr. Weasley estava entre a vida e a morte. Ainda excepcionalmente pálido, Rony ficou olhando para o verso da carta da mãe como se o pergaminho pudesse dizer alguma coisa que o consolasse. Fred puxou-o da mão de George e leu, depois olhou para Harry, a ruiva viu sua mão tremer na garrafa de cerveja amanteigada, então ele apertou-a com mais força para parar o tremor.

Sirius sugeriu uma vez, sem muita convicção, que fossem todos dormir, mas os olhares de desagrado dos Weasley foram resposta suficiente. A maior parte do tempo ficaram em silêncio ao redor da mesa, observando o pavio da vela minguar aos poucos até desaparecer na cera líquida, levando ocasionalmente uma garrafa à boca, falando apenas para saber as horas, perguntar em voz alta o que estaria acontecendo, e tranquilizar um ao outro que se houvesse más notícias eles as saberiam na hora, porque a Sra. Weasley já devia ter chegado havia muito tempo no St. Mungus.

Fred cochilou, a cabeça balançando frouxamente sobre o pescoço. Gina se enroscou como um gato na cadeira, mas mantinha os olhos abertos, Harry os via refletir as chamas do fogão. Rony deitara-se com a cabeça nas mãos, era impossível dizer se acordado ou adormecido. Perseu e Astraea se
entreolhavam de vez em quando, intrusos no pesar da família, esperando... esperando...

Às cinco e dez da manhã, pelo relógio de Rony, a porta da cozinha abriu e a Sra. Weasley entrou. Estava muito pálida, mas quando todos se viraram e Fred, Rony e Harry fizeram menção de se levantar das cadeiras, ela deu um sorriso abatido.

— Ele vai ficar bom. — Disse com a voz enfraquecida pelo cansaço. — Agora está dormindo. Podemos ir vê-lo mais tarde. Gui está lhe fazendo companhia no momento, vai tirar a manhã de folga.

Fred tornou a se sentar com as mãos no rosto. Gorge e Gina se levantaram, correram a abraçar a mãe. Rony deu uma risada muito trêmula e virou o resto de sua cerveja amanteigada de uma vez.

— Café da manhã! — Anunciou Sirius em voz alta e feliz, levantando-se de um salto. — Onde anda aquele maldito elfo doméstico? Monstro! MONSTRO!

Monstro não atendeu ao seu chamado.

— Não chame ele assim. — Astraea sussurrou baixo, chamando a atenção de Sirius pra ela. — Seu elfo não merece ser tratado desse jeito.

Astraea sabia que seu pai não gostaria que Sirius tratasse monstro do jeito que ele estava tratando, e a ruiva faria de tudo enquanto ficasse ali para que Sirius não tratasse Monstro como ele trata.

— Ah, esquece. — Resmungou Sirius desviando o olhar da ruiva, contando as pessoas presentes. — Então, é café da manhã para... vejamos... nove... bacon e ovos, acho, chá e torradas...

Harry se levantou depressa e foi para o fogão ajudar. Astraea e Perseu se olharam sem saber o que fazer, aliás eram intrusos ali, eles apenas observaram Harry pareceu temer que a Sra. Weasley pedisse para ele sua versão da história. Porém, ele mal acabara de apanhar os pratos no armário e ela já os tirava de sua mão e o puxava para um abraço.

— Não sei o que teria acontecido se não fosse você, Harry. — Disse Molly com a voz abafada. — Não teriam encontrado Arthur tão cedo, e então seria tarde demais, mas graças a você ele está vivo e Dumbledore pôde pensar em uma boa desculpa para Arthur estar onde estava, senão você nem faz ideia da encrenca em que ele se meteria, veja o que aconteceu com o coitado do Estúrgio...

A Sra. Weasley soltou Harry e virou-se para Sirius, agradecendo por ele ter cuidado de seus filhos durante a noite.

— Ah, Sirius, fico tão agradecida... acham que ele vai ficar hospitalizado durante algum tempo, e seria maravilhoso estar mais perto... naturalmente isto talvez signifique passar o Natal aqui.

— Quanto mais melhor! — Disse Sirius, com uma sinceridade tão óbvia que a Sra. Weasley sorriu para ele radiante, vestiu um avental e começou a ajudá-lo a fazer o café da manhã.

— Sirius. — Murmurou Harry, incapaz de aguentar nem mais um minuto sequer. —  Posso dar uma palavrinha? Ah... agora?

Ele entrou na despensa escura e Sirius o seguiu. Astraea imediatamente com sua audição de lobo começou a ouvir Harry, que sem preâmbulo, contou a Sirius cada detalhe da visão que tivera, inclusive o fato de que ele próprio fora a cobra que atacara o Sr. Weasley, e que Astraea também teve o mesmo sonho e por isso estava ali.

— Você contou isso a Dumbledore? — Sirius perguntou.

— Contei. — Disse Harry, impaciente. — Mas ele não me disse o que significava. Bom, ele não me diz mais nada.

— Tenho certeza de que teria dito se fosse caso para se preocupar. — Disse Sirius com firmeza.

— Mas não é só isso. — Disse Harry, num tom só um pouquinho acima de um sussurro. — Sirius, acho... acho que estou ficando doido. Na sala de Dumbledore, pouco antes de embarcarmos na Chave de Portal... por uns dois segundos pensei que era uma cobra, me senti como uma cobra, minha cicatriz doeu muito quando eu olhei para Dumbledore, Sirius, tive vontade de atacá-lo!

— Isso deve ter sido consequência da visão, nada mais. — Disse Sirius. — Você ainda estava pensando no sonho ou qualquer coisa assim...

— Não foi isso, não. — Replicou Harry balançando a cabeça. — Foi como se uma coisa despertasse dentro de mim, como se houvesse uma cobra dentro de mim.

— Você precisa dormir. — Falou Sirius com firmeza. — Você vai tomar café e subir para dormir, depois do almoço poderá ir ver o Arthur com os outros. Você está em estado de choque, Harry, está se culpando por uma coisa que apenas presenciou, e foi uma sorte ter presenciado ou Arthur teria morrido. Pare de se preocupar.

Harry ficou em silêncio, e Astraea conseguiu so ouvir a respiração dos dois dentro da despensa.

— Só uma pergunta Harry. — Sirius disse quebrado o silêncio. — Quem é a garota?

Astraea olhou para a dispensa, sabendo que Sirius estava falando dela.

— Minha amiga, por que? — Harry respondeu, parecendo receoso.

— Você confia nela?

Que papo é esse, Astraea se perguntou, franzindo a testa.

— Confiaria minha vida nela, sem pensar. — Astraea sorriu quando ouviu isso. — Por que isso de repente?

— Porque parece que eu conheço a garota. — Sirius respondeu. — Tome cuidado Harry, Sonserinos não são confiáveis, e trazendo eles pra Ordem da Fênix pode ser um perigo pra você, ainda mais o garoto, ele não parece ser gente boa.

Astraea revirou os olhos, se perguntando se Sirius realmente achava que um anjo como ela faria mal a alguém.

— Ela não irá fazer nada. Muito menos Perseu. — Disse Harry. — Dumbledore disse para os dois virem, acredito que ele não pediria para os dois virem se não confiasse nele.

— Dumbledore confiou em muita gente, Harry. — Sirius falou. — Muitos deles o traíram.

— Não Astraea. — Respondeu Harry. — Não ela.

Então, Harry saiu da despensa, seus olhos se encontrando com o da ruiva imediatamente, ela sorriu e o moreno sorriu de volta, indo sentar em seu lugar. Quando Sirius saiu, Astraea e ele se entreolharam, os dois sorriram um pro outro, o homem parecendo desconfiado e Astraea querendo socar a cara de seu tio por desconfiar dela, mesmo que ele não soubesse que ela estava viva.

Ainda.

—— Olá estrelas e constelações!
Mais um capítulo aqui pra vocês. E MEUS DEUSESSSS, BATEMOS 4K!!! MUITO, MUITO OBRIGADA, sério, vocês não sabem o quanto agradecida por isso, AMO VOCÊS CARA!!! Vocês são incríveis sério, de coração, obrigada por estarem lendo essa história, ela é muita importante pra mim e ver que está dando certo me deixa muito feliz!! Voltando ao capítulo, SURTO!! Finalmente veio o reencontro de tio e sobrinha, e apesar de ser um reencontro bem pequeno e o Sirius ter agido com desconfiança, no próximo capítulo vai ter muita coisa deles dois, e muito choro também. Infelizmente, por hoje é só. Obrigada por tudo mesmo, vocês são perfeitos demais cara.

—— Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar, votar e compartilhar com seus amigos pra poder nos ajudar a alcançar ainda mais metas. Obrigada por ter lido e acompanhado a história da ast até agora, eu agradeço de coração por tudo. Tenham uma boa noite!!!

MALFEITO FEITO!

— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.

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