ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬 𝗧𝗛𝗥𝗘𝗘❕
ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝘆 𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲. ᠉ ࣪ ˖
torre de astronomia!
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𝗗𝗘𝗦𝗗𝗘 𝗔 𝗡𝗢𝗜𝗧𝗘 𝗡𝗔 𝗦𝗔𝗟𝗔 𝗖𝗢𝗠𝗨𝗡𝗔𝗟, eu quase não vi mais minha ruivinha, nós encontramos uma vez ou outra, e tudo o que eu mais quero é poder ficar perto dela a cada segundo. Mas desde aquela noite, eu notei que ela parecia distante, quase não aparecia no Salão Principal, quase não dormia, porque eu sentia isso e era nítido a sua expressão de cansaço, e mesmo que ela usasse feitiços ou maquiagem para esconder as olheiras, eu conseguia ver através de seus olhos o quanto ela não tinha uma boa noite de sono mais, e tudo o que eu desejei era que isso acontecesse comigo, não com ela, naquela noite eu havia sentido tudo o que ela sentiu, e foi desesperador, acordei o mais rápido que pude e corri para tentar ajudá-la, estava prestes a invadir o dormitório dela, mas isso não foi preciso, não quando vi ela na nossa Sala Comunal, ela parecia abatida, estava tendo um pesadelo, sua pele suava e ela murmurava coisas durante o sono. Fiz de tudo para acordá-la, mas ela parecia assustadoramente em um sono profundo, ela só acordou quando eu gritei seu nome e puxei desesperadamente o laço que existia entre nós, querendo mais do que tudo só poder abraçá-la.
E depois de ter visto o estado que ela se encontrava nessas duas semanas que passaram, essa vontade só cresceu ainda mais, e por isso eu planejei algo para hoje, e principalmente pedi para Snape a todo custo que ele me desse uma poção do sono, ele não quis e estava prestes a me xingar e me humilhar, se não fosse por mim dizendo que era para Astraea, tinha quase a certeza que ele me jogaria da Torre de Astronomia, aquele nojento do cabelo seboso pareceu outra pessoa quando eu citei o nome de Astraea, seus olhos suavizaram e eu pude ver a carranca em seu rosto desaparecer, e isso definitivamente não era normal e eu incrivelmente acabei juntando as peças. Dahlia e ele de alguma forma foram amigos durante seu tempo em Hogwarts, o que eu acho horrível, afinal, quem iria em sã consciência querer ser amigo de um coiso desses?
Mas Dahlia é Dahlia né, aquela mulher eu acho que seria impossível ela odiar alguém, agora que é dívida de jogo é, ou ela era amiga dele por pena, ou ela foi paga para isso, uma das duas coisas. Uma coisa óbvia também, era que Snape parecia saber exatamente que Dahlia e Regulus eram pais de Astraea e que ele estava vivo, e eu fiquei extremamente curioso para saber como ele ficou sabendo disso, já que eu pensava que as únicas pessoas que sabiam sobre esse segredo era Dumbledore, McGonagall, uma tia de Astraea e eu, mas de algum modo Snape também descobriu, e eu esperava incrivelmente que ele não abrisse aquela boca de sapo dele, porque era bem o tipo dele fazer uma coisa assim sem nem pensar.
Agora voltando aos meus planejamentos, pedi para que Snape me desse a poção do sono para que eu pudesse entregar para Astraea, já que eu não podia fazer por mim mesmo, já que Snape provavelmente descobriria que eu peguei coisas de sua dispensa, então o mais sábio foi eu ter pedido, e ele me deu a poção, se fosse para mim certamente ele me deixaria ter pesadelos pelo resto da vida, agora como é com Astraea ele nem fez questão.
Estava andando pelos corredores normalmente, a procura obviamente de Astraea, queria saber onde aquela ruiva se meteu, não vi nem se quer sua alma desde ontem e eu só queria poder vê-la por apenas um minuto para que meu coração ficasse em paz. Sempre que eu ficava longe dela, esse sentimento estranho tomava conta de mim, e por isso eu evitava me afastar dela, não que eu quisesse isso, mas de um tempo pra cá eu venho sentindo isso com mais frequência, levando em consideração que ela estava distante. Passei por um corredor, e eu respirei fundo ao ver meu irmão junto com seus amigos conversando perto da parede, odiava ele e odiava todos juntos a ele, e por isso que eu evitei encará-los olhando para frente, não queria arrumar confusão, sabia que Astraea ficaria chateada, e eu sei que mesmo que ela negue ela ainda tem um carinho por Benjamin e eu não sou louco de arrumar uma confusão com ele e fazer ela me odiar, sinto os olhares sobre e mim e principalmente os cochichos.
— Olha aí. — Revirei os olhos imediatamente ao ouvir a voz de um dos amigos de meu irmão, que eu nem fazia questão de saber o nome. — Se não é o cachorrinho domesticado, procurando pela sua dona?
Continuei a andar, e se não fosse por esse maldito que ficou em minha frente, eu já estaria virando o corredor. Abaixei o meu olhar para ele, vendo que mesmo sendo um idiota baixo do caralho, fraco e totalmente incapaz de bater de frente comigo, ele ainda tinha coragem de levantar aquele nariz empinado dele como se estivesse me enfrentando, como se não tivesse medo. E quis rir por isso, porque ele não sabia que eu rapidamente poderia acabar com seu rostinho falsificado com só um soco. Ignorei sua presença, passando de modo agressivo por ele enquanto batia em seu ombro.
— Sabe. — Suspirei, sabendo que veria merda de sua fala, mas eu continuei minha caminhada pedindo para que Benjamin segurasse suas cobrinhas na coleira, ou se não eu enforcaria eles. — Eu até te entendo, sabe? Ela é até gostosinha, se ela me desse uma brecha eu pegava com força. Uma pena que ela só dá bola pra você e pro emgomadinho do Potter, mas se eu pudesse eu faria dela minha cadelinha, iria obedecer como uma boa va...
— Eu te desafio a terminar essa frase. — Olhei por cima do ombro, sentindo o meu punho se fechar imediatamente e eu travei o maxilar, olhando diretamente nos olhos do miliante. Ele tinha um sorrisinho debochado no rosto, que eu faria a questão de tirar com o maior prazer, sentia a raiva se acumulando dentro de mim e ninguém iria sequer pensar em interferir o que eu ia fazer com esse idiota.
— Ela daria uma bela cadela para domesticar, não acha? — Ele falou. — E eu faria ela obedecer a mim como uma boa vadia que ela é.
Eu esperei que ele fizesse seu último desejo de vida, e assim que se passaram dez segundos, meu punho se chocou contra seu rosto diretamente no seu nariz, ele cambaleou para trás e imediatamente pude ver seu nariz começando a pingar sangue. Mas eu não parei apenas nisso, não mesmo, parti para cima dele enxergando apenas o vermelho, a raiva subindo para minha cabeça enquanto eu socava cada vez mais seu rosto, não deixei ele revidar, não, eu o empurrei na parede podendo sentir a minha mão dolorida e o sangue escorrendo de seu rosto, seus amigos tentaram me separar mas eu os afastei, e aposto que eu havia socado maioria deles, mas eu não me importei se estamos no meio do corredor, se tinha pessoas ao nosso redor já observando a cena, se Umbridge iria nos pegar e provavelmente me dar uma detenção, se as pessoas novamente iriam me odiar ou se Benjamin iria me odiar, eu soquei seu rosto em uma sequência desleixada e sentia o seu corpo amolecendo devagar, eu sabia que ele estava desmaiando, mas eu não me importava com isso, eu iria matá-lo, e estava pouco me fudendo para as consequências. Mas assim que eu parei para pensar sobre algo, eu soltei seu corpo, evitando que ele caísse enquanto o segurava pelas suas vestes, eu sabia o que Astraea iria achar daquilo, sabia que ela iria ficar chateada, sabia que ela me odiaria, e eu podia lidar com tudo, menos com minha ruivinha me odiando.
— Nunca mais... nunca mais fale dela desse jeito! — Falei, a fúria estampada em meu rosto enquanto eu pegava ele pelo pescoço e fazia ele olhar diretamente em meus olhos. — Se eu ficar sabendo que você falou, olhou e pensou nela, eu vou matá-lo e vou garantir que você tenha uma pós vida horrível no submundo, na verdade eu te mandarei diretamente para o tártaro se chegar em meus conhecimentos que você chegou a pensar nela, esses malditos socos que eu te dei não se compara ao o que eu tenho em meus planejamentos para fazer com você, e acredite em mim, nem mesmo Lord Voldemort tem a capacidade de pensar nas coisas que eu estou pensando, porque todas as coisas que ele fez serão consideradas brincadeiras de criança ao o que irá acontecer com você. Então deixo bem avisado, se você vir Astraea passando pelo corredor, de seu jeito e suma da visão dela porque se eu saber que você respirou perto dela, o único que irá sofrer as consequências será você, e eu não brinco quando eu digo que irei te matá-lo e qualquer um que ficar na minha frente vai morrer também. Eu não vou brincar de briguinha como vocês, tudo o que eu ter que resolver eu vou resolver na marra, e você vai se arrepender amargamente de ter gastado suas palavras ao dizer isso, suas últimas palavras serão um pedido de desculpas e o último rosto que você verá nesse mundo vai ser o meu se caso você tiver a coragem de falar essas palavras novamente, eu te asseguro isso. Você me entendeu?
Como uma pena eu deixei seu corpo cair no chão, e a visão que eu tive foi de seu rosto todo manchado de vermelho junto com suas vestes, ele não me encarava portanto acenava com a cabeça tremendo de medo, mas eu sentia que essa resposta não foi o suficiente para mim. Portanto pude sentir o cheiro de mijo invadindo minhas narinas, e tive a absoluta certeza de que ele estava com tanto medo de mim que havia até molhado suas calças, e era isso o que eu queria, que ele sentisse medo, porque minhas palavras não foram em vão, não, eu realmente acabaria com sua vida e entregaria sua alma diretamente no tártaro.
— Você me entendeu? — Pergunto novamente, olhando para ele de cima e sua cabeça se levantou um pouco, a dificuldade sendo estampada em seus olhos entreabertos. — Diga com palavras.
— E-e-eu e-entendi... — Ele falou, um mísero de voz.
— Irei acabar com sua vida da próxima vez se isso vir a acontecer novamente, só deixando avisado. — Me virei para trás, podendo ver o olhar de todos amedrontados contra mim. — Isso cabe para vocês também, se eu ouvir um comentário sequer sobre Astraea. Eu mesmo garantirei de ir atrás de cada um de vocês e farei com que vocês implorem para todos os Deuses para que eu poupe suas vidas miseráveis.
Deixei o garoto para trás andando no meio dos outros que também estavam caídos no chão, mas eles estavam com o rosto intacto, talvez tenham levado só um soquinho, nada demais. O único que permanecia em pé era o santo e glorioso do meu irmão, Benjamin Dempsey, esse que me olhava com um olhar que eu nem quero descrever, seus punhos estavam fechados e eu não duvidava que ele me bateria, mas eu não me importava com ele, não mais. Aquele garotinho que andava atrás de seu irmão implorando por atenção se foi, e agora eu nem sabia se podia considerar Benjamin como meu irmão mais, nós dois agora não passamos de completos estranhos, e eu me pergunto como uma irmandade tão bela pode acabar assim, jogada no lixo como se não fosse nada.
Ele me olhava com tanto desprezo que eu me perguntei se ele algum dia pararia de me odiar, a resposta foi não, porque todo aquele velho e bom tempo onde a gente era criança se foi, todo aquele tempo que ele desejava que eu ficasse se foi, toda a nossa amizade, irmandade, se foi, meu irmão se foi. E a todo olhar que ele me dava ele me matava por dentro, mas eu sabia que eu não era o único, sabia que ele sentia isso tanto quanto eu, porque ele precisava me matar, mas isso lhe matou tanto quanto a mim, almadiçoando meu nome, desejando que eu ficasse, mas ele transformou isso nos seus piores medos. E ele está tossindo culpa, bêbado nessa dor, jogando fora os anos bons, amaldiçoado meu nome, desejando que eu ficasse, mas olhe só como minhas lágrimas ricocheteiam.
— Mamãe ficaria desapontada com você. — Ele jogou seu veneno, mas eu não me importei com isso.
— Não. — Falei indo até ele e ficando cara a cara com o garoto que se dizia meu irmão. — Ela estaria desapontada com você! Ela não te criou para que você ouvisse um babaca qualquer xingar uma garota de vadia na sua frente e você simplesmente não fazer nada. Ela não te criou para ser um idiota completo, não te criou para fazer uma garota fazer escolhas entre você e eu, não te criou para você preferir seus amigos ao invés de seu irmão, não te criou para que você ignorasse o que esteve na sua frente durante anos, não te criou para ser um riquinho mimado que acha que usar garotas e depois jogar fora como se fosse certo é legal. Não te criou para você desprezar uma amiga que te considerou para caralho, não te criou para que você jogasse a amizade de vocês dois no lixo depois de ela começar a andar comigo, não te criou para que você fosse assim, um idiota presunçoso que acha que andar com um grupinho de babacas ordinários vai fazer você ser popular, que acha que ignorar a presença, falas e sentimentos de seu irmão por anos é ser alguém incrível, que acha que o mundo gira em seu redor e que principalmente acha que seu irmão, idiota, encrenqueiro, babaca, inútil e totalmente uma decepção é uma pessoa ruim e uma pessoa que não deve ficar ao lado, quando obviamente é pior que ele. Então, acredite em mim querido irmãozinho perfeito, a única pessoa que nossa mãe estaria desapontada seria com você, não comigo. Porque durante todos esses anos, tudo o que eu fiz, tudo o que eu falei, tudo o que eu cometi foi para que você me enxergasse, mas você não o fez durante todos esses anos, e eu me cansei disso então se você quer bem saber, eu quero que você se foda apartir de agora, porque tudo o que você vai significar pra mim é um garoto que eu divido o sobrenome, porque pra mim, você não é mais meu irmão.
Ele me olhou, e eu pude ver o arrependimento pulando de sua íris, mas eu não me importava com isso, não mais.
— E escute bem o que eu estou falando, Benjamin. — Falei ameaçadoramente. — O que eu disse para aquele frouxo do seu amigo também vale para você, eu vou te quebrar inteiro se você fizer algo com Astraea, vou fazer você de uma vez por todas se arrepender de tudo o que você fez na sua vida e principalmente vou fazer você se arrepender de ter cruzado o caminho de minha Astraea. E ah, leve seus amigos para a enfermaria, eles vão precisar de um reparo, e por favor, cole esse seu aviso bem colado na sua mente, porque da próxima vez não terá avisos, e você nem sequer poderá pensar quando eu acabar com vocês todos de uma vez.
Não dei chances dele falar, na verdade não dei chances dele nem sequer respirar, eu apenas saí pelos corredores, os olhares fitando minha costas como uma queimadura, e as minhas mãos agora depois da adrenalina, queimando como o inferno. Mas eu não me importava com isso, não quando fiz isso por ela, e eu faria tudo novamente se significasse preservar que esses comentários maldosos e idiotas de garotos chegassem até ela, nunca que eu ouviria insultos tão idiotas contra ela, ou qualquer outra garota, e deixaria isso passar impune. Nunca mesmo.
Nunca pensei que eu estaria aqui novamente, nunca pensei que faria isso de novo. Era um costume meu antes de Astraea chegar em Hogwarts ir até a Torre de Astronomia fumar, mas depois que ela chegou, tudo mudou, e para um garoto de quinze anos estar fazendo isso é realmente preocupante, mas quem liga? Minha vida já é toda fudida mesmo, a merda de um cigarro não vai fazer isso mudar em nada e eu gostava da sensação, gostava que isso me acalmasse de alguma forma, não era um vício, não, era só uma forma para eu poder correr quando estiver em apuros, o que quase sempre acontecia. Meus pensamentos corriam para minha família, se assim posso dizer, meu irmão e meu genitor, mas principalmente minha mãe e eu acabei me perguntando se ela estava decepcionada comigo, desde que Benjamin falou aquilo, isso vem martelando em minha mente, e se ela realmente estiver desapontada comigo? E se ela estiver decepcionada pela pessoa que eu me tornei? Todas essas perguntas me fazem cada vez mais me afundar nos pensamentos horríveis que me rodeiam, pensamentos esse que meu genitor sempre me falava, pensamentos que me fazem arrepender de ter nascido e que principalmente me faz arrepender de ter eles como família. Eu sinto saudades de quem eu costumava ser, o túmulo não fecha, há vitrais na minha mente, me arrependo de vocês o tempo todo, não consigo deixar isso passar, eu luto contra vocês nos meus sonhos. A cicatriz não sara, eu fico esperando por um sinal e eu me arrependo de vocês o tempo todo. Se a morte traz claridade, então por que isso não morre? Anos demolindo nossos estandartes, vocês e eu, vivendo pela adrenalina de te machucar onde dói, me devolva minha inocência, ela era minha primeiro.
Dou mais uma tragada sentindo o gosto do cigarro invadir minha boca enquanto eu soltava a fumaça pelos ares, olhei para o céu, as estrelas brilhando mais forte do que qualquer noite em que eu passei em Hogwarts, mas mesmo assim, nenhuma daquelas estrelas que brilhavam no céu de forma reluzente sequer se comparava ao brilho de Astraea, ela era uma completa estrela, e seu nome já dizia muito sobre isso. Depois do ocorrido no corredor, eu não procurei por Astraea, na realidade eu passei apenas para limpar as mãos no banheiro feminino do segundo andar, e mesmo que a Murta Que Geme fosse um saco, ela era menos pior do que andar pelos corredores com a mão cheia de sangue e correr o risco de trombar com a nojenta da Umbridge, depois disso eu subi imediatamente para a Torre de Astronomia e passei o resto da tarde aqui, e consequentemente tinha o pensamentos de passar a noite aqui também. Se obviamente não fosse pelos passos que eu ouvi subindo as escadas da torre de Astronomia, e logo em seguida barulhos de passos perto de onde eu estava, me virei pronto para xingar e amaldiçoar a pessoa que estava prestes a tirar meu momento de paz, porém esse pensamento parou quando eu vi a ruiva que passava a maioria do tempo em meus pensamentos.
— Não deveria ficar fumando. — A primeira coisa que ela falou foi isso, parando na minha frente e me olhando de cima, um olhar como o de sua mãe. — Isso mata, sabia?
— Essa é a intenção. — Falei baixinho sabendo que ele escutaria, e logo senti um chute no meu joelho e levantei o olhar encarando Astraea indignado. — Aí.
— Nunca mais diga isso. — Ela falou séria, e eu percebi que ela não estava para brincadeiras sobre isso.
— Não vou. — Prometi, sabendo que faria de tudo para não dizer aquilo novamente, só porque ela pediu.
— Mas é sério. — Ela falou olhando em meus olhos. — Isso faz mal, vai te causar problemas se você continuar com isso.
— Faço isso a mais tempo do que você pensa, ruivinha. — Disse imediatamente, e me lembrei da primeira vez quando coloquei um cigarro na boca, exatamente dois anos atrás.
— Mas deveria parar. — Falou resmungando.
— Mas eu não quero parar. — Falei tentando de algum modo argumentar com ela, o que eu sabia que era falho. — Isso me acalma, a segunda coisa que realmente me faz ficar bem, ficar em paz.
— E a primeira? — Ela perguntou com uma sobrancelha arqueada. — Qual é a primeira coisa que te faz ficar bem e em paz?
— Você. — Falei sincero, encarando seus olhos.
Ela respirou fundo, mas não desviou o olhar do meu. Então eu segurei o cigarro entre os dedos, me levantando o suficiente apenas para conseguir puxar Astraea para meu colo, ela arfou com meu toque, e segurei em sua cintura rapidamente ajeitando ela contra minha coxa. Astraea não falou nada apenas olhou para mim diretamente em meus olhos, e eu fiz o mesmo, me perdendo naqueles malditos olhos azuis como o oceano que ela tinha, e finalmente durante todos esses dias longe dela pude respirar em paz, e como um ato repentino eu me aproximei de seu corpo, apoiando minha cabeça na curva de seu pescoço e sentindo seu cheiro único e que somente ela tinha, o cheiro de Gardênia, a flor mais rara do mundo bruxo e que somente minha Astraea tinha. Respirei fundo fechando os olhos por um segundo enquanto eu aproveitada esse momento que depois de dias eu finalmente tive, sentia meu coração bater forte no meu peito, e agora que ela sabia que eu era completamente e loucamente apaixonado por ela eu nem sequer fazia questão de esconder o sentimento que tinha por ela, e ela parecia perceber que meu jeito de demonstrar esse sentimento por ela era o toque físico, e ela não se importava.
Me afastei da curvatura de seu pescoço, olhando em seu rosto e retirando a mecha de cabelo que havia caído sobre ele, e que estava quase grudando em sua boca que havia um brilho labial de um cheiro incrivelmente bom, e tudo o que eu quis nesse momento era provar o gosto dele que eu tinha certeza que era mil vezes melhor que o cheiro. Me lembrei do cigarro que estava entre meus dedos, e o levei até minha boca sentindo novamente o gosto amargo invadir minha boca, e eu soltei a fumaça para o lado evitando que ela chegasse perto do rosto de Astraea.
— É bom? — Ela perguntou apontando para o cigarro e eu neguei. — Não entendo o porquê você continua fumando então. Não é bom e não te faz bem, você deveria parar.
— Já disse que é isso que me acalma além de você. — Falei baixinho puxando seu corpo ainda mais contra o meu. — Não posso parar com algo que evita que minha mente fique toda fodida.
— Você sabe que eu estou aqui para quando você precisar, não precisa usar isso para você se acalmar, não quando eu poder te ajudar. — Ela falou me encarando, e eu mordi a parte interna de minha bocheca sabendo que nem sempre ela poderia estar comigo, e que a nicotina era a única coisa que me dava paz quando ela não estava comigo em momentos como esses.
— Eu sei. — Sussurrei.
— Nunca fume, minha mãe e meu pai sempre me disseram que fazia mal, e também eu sempre falei que eu nunca colocaria um cigarro na boca, mas sempre me bateu uma curiosidade de como é a experiência e como é o gosto. — Ela falou do nada, me fazendo olhá-la com a testa franzida já sabendo que iria vir bomba. — Me deixa provar?
— Não. — Falei imediatamente.
— Por que não? — Ela perguntou, e sua cabeça tombou para o lado, uma mania que eu havia notado que ela tinha.
— Porque faz mal. — Respondi, e ela fez uma careta como se não tivesse escutado o que eu havia acabado de falar. — Não vou deixar você colocar isso na boca, eu fumo para tentar afastar os pensamentos de merda que invade minha mente toda hora, mas eu não faço isso com frequência e eu odeio essa merda mesmo sendo o único jeito de me manter relaxado. E eu definitivamente não estou deixando você sequer imaginar colocando isso na sua boca.
— Seria só uma vez. — Ela implorou e eu sorri pequeno negando.
— Nenhuma vez sequer, principessa. — Ela franziu o cenho revirando os olhos.
— Não sabia que falava italiano. — Ela disse, chamando minha atenção sobre algo que eu nem sequer imaginei que ela notaria.
— Eu sou italiano. — Disse com firmeza e ela pareceu espantada com essa notícia, era tão inacreditável assim? — Minha mãe era italiana, uma família bruxa famosa da Itália. E eu sou italiano por parte de mãe, mas inglês por parte de pai, mas sei falar as duas línguas fluentemente, minha mãe me ensinou desde pequeno sua língua materna, Benjamin nunca quis aprender, mas eu sempre busquei por conhecimento, sendo ele o menor que for.
— Está aí uma coisa que eu não sabia sobre você. — Ela falou sinceramente.
— Não tem nada sobre mim que você não saiba, pelo menos eu acho. — Disse imediatamente. — Eu não escondo nada de você, ruiva.
Me peguei mentindo para Astraea, uma coisa que eu disse que jamais faria, mas eu estou fazendo. E isso não é sobre uma coisa que apenas me envolve, mas também envolve ela, uma coisa tão importante que eu não tenho coragem de contar a ela, não tenho coragem de olhar nos olhos dela e dizer que a gente tem um laço de parceria, não quando a gente está melhorando e progredindo. No momento certo, eu irei contar para ela sobre tudo, mas somente agora, por um momento, eu quero poder aproveitar os últimos momentos de paz que vou ter com Astraea, porque de certo modo eu sei que depois de eu contar sobre esse pequeno detalhe sobre nós dois tudo vai mudar drasticamente. E eu quero poder apenas me sentar ao seu lado e aproveitar esse momento com ela, apenas respirar aliviado em saber que ela está do meu lado e não vai se afastar.
— Que tal... — Astraea falou chamando minha atenção para ela. — A gente falar coisas simples sobre nós mesmos, apenas para nos conhecermos melhor.
— Tudo bem. — Concordei imediatamente. — Cor favorita?
— Azul. — Falou ela sem pensar duas vezes, e eu franzi o cenho confuso. Por tempos pensava que a cor favorita dela era verde, mas fazia sentido sua cor favorita ser azul. — E o seu?
— Vermelho. — Comentei baixinho sabendo que ela escutou.
— Eu pensava que era preto. — Ela disse confusa, e eu dei risada de sua careta, apoiando a mão em seu quadril firmemente.
— Por partes também. — Falei dando de ombros. — Eu fico em um meio termo entre vermelho e preto. Mas vermelho sempre ganha.
— Significado do seu nome. — Perguntou.
— Minha mãe era apaixonada por mitologia. — Falei sinceramente, já sentindo o bule subir pela minha garganta com tudo. — Ela gostava das histórias doa Deuses, Semideuses, Heróis Olímpicos e tudo mais e foi aí de onde ela tirou meu nome. Perseu é um nome quase parecido com Perseus, um Herói Olímpico, Semideus, filho de Zeus e Danae, meu nome significa filho do fogo ou filho da luz. Mas minha mãe não escolheu meu nome por causa disso, ela escolheu meu nome porque Perseus foi um herói, um requisitado pelo Oráculo, foi o herói que matou a Medusa, e foi o herói mais corajoso depois de Hércules, seu irmão. Ele era forte, destemido, corajoso, ambicioso e principalmente um herói que com toda certeza se sacrificaria por aqueles que ele ama, minha mãe achou que todas essas qualidades combinaram comigo, e por isso ela me deu esse nome. Porque Perseus foi um dos heróis olímpicos que ela mais admirava, e ela encontrou as qualidades que ela via nele em mim. O que pra mim nunca fez sentido, não sou tudo o que ela achou que eu seria.
— Não, não é! — Astraea falou determinada. — Você é melhor, mil milhões de vezes melhor. Escute Perseu, sua mãe te deu esse nome por um motivo, e eu acredito sinceramente que todos os motivos que ela teve se encaixa perfeitamente com você! Você não deveria ficar se diminuindo por causa que você sabe que não é sua culpa, nós já conversamos sobre isso e foi decidido que você pararia de se diminuir e colocar a culpa em você, certo? Sua mãe fez a escolha certa, esse nome combina perfeitamente com você e ela tem razão sobre tudo, porque tudo o que ela achou que você seria eu posso ver que você está sendo, e ainda está sendo melhor! Não se cobre demais, loirinho.
Suas mãos foram até o meu cabelo e ela fez um pequeno carinho ali, e como se ela fosse a nicotina e eu um completo viciado eu me aproximei ainda mais dela deixando um pequeno e singelo beijo em seus lábios. E uma coisa que não passou despercebido por mim, foi o sorriso que ela deixou escapar entre o beijo, o sorriso que fazia a sala inteira brilhar. O sorriso que fazia eu me apaixonar ainda mais por ela, como se isso fosse possível.
— Meu nome vem do grego Αστραια, ou Astraia. Derivado do grego αστηρ, aster, significado "estrela". De algum modo minha mãe também era apaixonada em mitologia, na verdade ainda é, já que Astraea era a deusa Grega Da Justiça e Inocência. Que após a maldade se enraizar no mundo ela deixou a Terra e tornou-se a constelação de Virgo. — Astraea apontou para uma constelação no céu, dedilhando ela com os dedos, e eu percebi que aquela era a constelação de Virgo. — Minha mãe e meu pai cogitaram me dar três nomes antes desse, no começo meu nome iria ser Adalyn, mas mamãe disse que não me imaginava tendo esse nome, eles também cogitaram colocar meu nome de Adhara, pra ela esse nome teria um grande significado já que Adhara é a segunda estrela da constelação Canis Major e também a segunda estrela mais brilhante do céu, eles cogitaram me pôr esse nome por causa de meu tio Sirius, que é a primeira estrela dessa constelação, mas no final eles decidiram não por, esse era o nome que meus pais ficaram em dúvida no momento que eu nasci. Eles também pensaram em colocar meu nome de Hope, que significa esperança ou sonho realizado, para eles eu era a esperança que eles esperavam, como você sabe meu pai desistiu de ser Comensal da Morte por mim e por minha mãe, mas minha mãe sempre me disse que ela sabia que ele só havia desistido de ser um seguidor de Voldemort por minha causa, porque eu era a filha dele, e ele não queria que eu crescesse no meio de tanta maldade, foi um momento em que ele realizou que aquele mundo não era para ele, e ele não poderia continuar nele mais, porque ele ia ter uma filha, e ele não queria que minha vida fosse rodeada de assassinatos, ideologia de sangue, torturas, traumas e várias outras coisas, ele fez a escolha dele por mim. E minha mãe, ela tinha acabado de deixar o amor da vida dela, ela estava em prantos quando descobriu que estava grávida de mim, mas mesmo assim, ela tirou forças do fundo de sua alma para lutar por mim, mesmo que eu não fosse ter um pai na minha vida, ela se reergueu e fez de tudo por mim. Nessa época, minha mãe havia se isolado e apenas Tio Moony sabia que ela estava grávida, e foi ele quem motivou minha mãe a contar tudo para meu pai, foi graças a ele que os dois se resolveram, foi graças a ele que minha mãe tomou essa decisão e que meu pai pode desistir de se tornar um Comensal da Morte, meus pais fizeram tudo por mim e para eles eu era a esperança que eles buscaram por anos, na verdade, eu era mais que isso, eu era o sonho realizado que eles tiveram, assim como Hope também significa, esperança e sonho realizado. Mas no fim, para eles eu sempre fui a pequena estrela que eles tiveram, foi por isso que eles escolheram que meu nome seria Astraea, porque eu era a estrela na noite escura deles, a estrela que iria trazer o brilho para suas vidas. Meus pais fizeram de tudo por mim, para que eu pudesse ter uma vida feliz e incrível, diferente do que eles tiveram, e tudo o que eu faço hoje é para eles. Tudo o que eu estou me tornando é para que eu possa dar a eles orgulho da filha que eles criaram durante todos esses anos.
Astraea então olhou para mim assim que terminou de falar, seus olhos brilhando mais que nunca, e eu sabia que para ela sua família era tudo, assim como para eles ela também era tudo. Astraea tinha sorte em ter a família que ela tinha, e eu ficava feliz por minha parceira poder conviver com pessoas tão maravilhosas como seus pais.
— Sabe. — Ela falou desviando seu olhar pro céu. — Meu tio e minha tia, são um amor impossível. Meu tio Remus, na época da escola passava por diversas coisas difíceis, de certo ele ainda passa, mas agora ele tem minha tia, como ele teve seus amigos na época de Hogwarts. Mas bem, um dia ele veio até aqui na Torre de Astronomia e fez um pedido a uma estrela cadente, ele pediu para que os Deuses lhe enviasse uma luz para sua vida, uma estrela que o ajudasse com a sua escuridão. Ele pensou que fosse só uma baboseira, mas os deuses decidiram ouvir seu pedido, e eles mandaram minha tia, quando meu tio viu minha tia pela primeira vez no Salão Principal ele sabia que de algum modo ela foi mandada ali para ele. E o que ninguém imaginava durante todos os anos que minha tia viveu aqui em Hogwarts ou até mesmo depois de Hogwarts, era que ela na verdade é uma estrela de verdade. Há anos atrás, na época que minha mãe estudava em Hogwarts, ela sempre vinha até aqui para ver as estrelas, e existia uma estrela que ela amava observar, essa era a estrela Majoris, a grandiosa estrela da constelação Canis Major, ela era a estrela vermelha do céu. Mas no sexto ano, de uma noite pra outra a estrela sumiu do céu e ela sumiu porque ela veio para terra, sei que parece impossível, mas minha tia Majoris é a estrela que sumiu. Ela é a luz que meu tio pediu, ela veio para cá por causa de um pedido seu e ficou aqui por ele, meu tio e minha tia era o significado de amor puro, eles levam esse amor até hoje e tudo o que eu aprendi com todas as histórias que minha mãe contou sobre ela e meu pai, meus tios e tias e todo o resto, é que todos eles tinham um sonho e eles conseguiram esse sonho. E eu só gostaria de dizer a todos eles que eles conseguiram, mas eu não posso fazer isso ainda. Tudo é questão de tempo, o tempo é precioso para que o destino saia nos trilhos, mesmo que isso signifique deixar nossos sonhos de lado.
Não tive palavras para conseguir responder, isso parecia pessoal demais, e eu como sempre martelei minha cabeça para ela funcionar e tentar entender o que Astraea havia dito, muitas coisas ali não faziam sentido, e mesmo eu sendo um bruxo, ainda era difícil pra mim entender o sobrenatural. E saber que a tia de minha parceira era uma estrela, uma estrela de verdade, daquelas que brilham lá no céu, me deixa bem confuso e sem entender nada e às vezes eu questiono porquê o mundo ter que ser tão confuso. Mesmo para pessoas com superpoderes ou algo assim, coisas impossíveis que a gente acha ser um mito, nos pega de repente mostrando que não é, e isso me assusta muito. Porque nesse mundo que eu vivo nada é impossível, e eu poderia muito bem aceitar isso, mas para mim cada coisa, objeto, animal ou criatura que eu pensava não existir do nada se tornarem reais para mim, é realmente desesperador, não importa quantas vezes isso aconteça comigo, eu sempre vou ter a mesma reação.
— Qual é sua comida favorita? — Astraea perguntou, me olhando no fundo de meus olhos.
— Torta de Limão. — Confessei, mesmo não sendo uma comida salgada, ainda sim era minha favorita.
— Sério? — Ela perguntou entusiasmada. — Minha mãe faz a melhor torta de limão de todos os tempos! Você tem que experimentar da próxima vez que for lá em casa.
— Eu irei adorar, ruiva. — Pisquei o olho, vendo ela sorrir concordando.
— Mas até que faz sentido. — Ela falou de repente, me fazendo olhar para ela totalmente confuso. — Sua boca tem gosto de torta de limão e de cigarro de menta.
— E a sua tem gosto de suspiro de morango e torta de uva. — Eu então me aproximei de seu rosto, passando os dedos entre seus lábios enquanto ela olhava para mim totalmente hipnotizada. — As vezes sua boca também tem gosto de frutas vermelhas como uma leve pitada de hortelã.
— Como você consegue perceber isso? — Astraea me questionou, seu rosto tendo uma leve colocação vermelha nas bochecha.
— Eu percebo tudo sobre você, ruivinha. Cada mínimo detalhe. — Confessei sincero. — Agora, qual é a sua comida favorita?
— É um prato brasileiro, se chama feijoada, é muito bom. Uma das melhores coisas que eu já comi, junto também com Strogonoff, são dois pratos perfeitos que eu amo, é incrivelmente bom, ainda mais quando é minha mãe quem faz. — Ela disse feliz, parecendo se lembrar do gosto da comida enquanto soltava um suspiro desejado. — E de doce, eu diria Manjar Turco e o Cupcake Verde daqui de Hogwarts.
— Esporte favorito? — Perguntei.
— Dormir. — Ela falou me olhando sorrindo inocente, e eu retribui com um olhar totalmente incrédulo. — O que? É um esporte, não?
— Não, não é. — Neguei com a cabeça vendo ela bufar, e eu só notei o quão linda ela ficava brava.
— Tá. — Ela disse infeliz. — Eu não sou muito de praticar esporte, então eu acho que nenhum. Mas e você?
— Quadribol. — Falei como se fosse a coisa mais simples do mundo, e realmente era.
— Sabia! — Ela murmurou piscando. — Hobby favorito?
— Bater nas pessoas? — Falei em modo de pergunta, e ela imediatamente me olhou com um olhar acusador. — Tá, voar.
— Ler livros. — Disse ela parecendo totalmente contente.
— Um sonho. — Falei, vendo ela me olhar questionadora. — Qual é o seu sonho?
— Ser mãe. — Astraea disse sem nem pensar, e eu olhei para ela totalmente espantado. Não esperava que esse era o sonho que ela tinha em mente, e novamente ela me surpreendeu. Esse era o sonho que ela tinha, e ao contrário de seu sonho, ser pai é meu maior medo. — Desde que eu atingi a adolescência, eu fiquei pensando em um sonho que eu queria conquistar, eu pensei em dois. O primeiro era estudar em Hogwarts e o segundo é ser mãe, eu consegui o primeiro mas agora só tem que depender do futuro para eu poder ver se vou conseguir realizar. A única certeza que eu tenho é que quando eu conseguir realizar esse meu sonho, eu vou ser uma mãe incrível, assim como minha mãe é para mim.
Ela entao levou seu olhar para mim, e como sempre, ela pareceu notar algo em mim olhando em meus olhos. Algo que nem eu fazia ideia do que era, mas Astraea sabia porque de certo jeito essa ruiva com apenas um olhar descobria tudo sobre mim, até mesmo os meus segredos mais escuros eu sabia que ela podia ver através das janelas de meus olhos.
— Você ficou tenso. — Ela afirmou me olhando preocupada. — O que foi?
— Isso é seu sonho. — Falei respirando fundo. — Mas é o meu pior pesadelo. Não você sendo mãe, é claro, mas eu sendo pai.
— Você tem medo. — Não foi uma pergunta, eu sabia disso. Ela havia notado isso me olhando com uma feição indescritível. — Você tem medo de ser que nem seu pai, tem medo de fazer as coisas que eles ou de ser um pai ruim. Mas você não vai, eu te garanto isso! Eu te conheço Perseu, e tenho a certeza que você seria um pai maravilhoso e não seria nada, nadinha mesmo igual a aquele idiota e nojento do seu genitor. Então não tenha medo, você vai ser um pai maravilhoso e eu vou estar do seu lado te mostrando isso.
É claro que você vai estar do meu lado, porque você vai ser a mãe dos meus filhos. E eu só aceito ser pai, se for você a mãe, e eu tenho a certeza que você vai ser ruivinha. Porque você é minha parceira, e eu não aceito que não seja você.
— E você vai ser uma mãe maravilhosa. — Sussurei para ela, vendo seu sorriso aumentar. — Nós vamos ser pais maravilhosos, anote isso ruivinha.
— Anotado. — Ela piscou me fazendo sorrir. — Qual é o seu maior medo?
— Perder você. — Falei imediatamente vendo ela me olhar espantada. — Você é a melhor coisa que já me aconteceu, a única pessoa que eu tenho e a garota que eu sou completamente apaixonado, então meu maior medo é perder você porque você é a única coisa boa que me aconteceu durante todos os meus quinze anos de vida.
— Compartilhamos o mesmo medo. — Ela falou desviando o olhar. — Tenho medo de perder as pessoas importantes para mim, e você é uma delas. Não sei o que eu faria se isso acontecesse.
— Isso não vai acontecer. — Falei firmemente. — Eu te prometo.
Ela olhou para mim novamente, um pequeno sorriso singelo em seus lábios, um sorriso que eu sabia que era forçado.
— Meu sonho daquele dia prova o contrário. — Ela falou me deixando confuso. — Naquele pesadelo eu vi vocês mortos, vi minha mãe, meu pais, meus tios e minha tia, Harry, Hendery, Azely, Colin, Benjamin, Apolo, Luna, Astória e você. Vi todos vocês mortos em um lugar desconhecido, e isso vem se repetindo todos os dias, todos os dias eu tenho tido o mesmo pesadelo, a mesma cena sempre se repete. E isso só me faz ficar com mais medo, porque eu não quero perder vocês, não quero que esse pesadelo se torne realidade, não quero que a imagem que eu vejo no meu Bicho Papão se realize.
Fiquei sem palavras, e quando eu vi o olhar cansado e exausto nos olhos de Astraea, um olhar totalmente amedrontado e perdido. Eu fui rápido em puxar a ruiva para mim, abraçando seu corpo de modo ágil, e levemente comecei a acariciar seus cabelos e agora eu havia descobrido o porquê de aquele dia Astraea ter ficado tão transtornada, e eu temi isso também, porque todas as pessoas importantes para Astraea também eram importantes para mim, e eu fiquei com medo de que isso fosse real. Porque se eu e todos os outros morresse Astraea iria ficar desolada, ia ficar destruída, ainda mais que agora, ainda mais quando ela teve esse pesadelo e eu faria de tudo para que ela não precisasse passar por nada assim. Mesmo que isso custasse a coisa mais improvável do mundo, mesmo que eu precisa-se morrer para isso, eu nunca deixaria Astraea passar por uma coisa tão terrível assim.
— Foi apenas um pesadelo. — Sussurei o que eu disse naquela noite para ela. — Isso não vai acontecer aqui. Não vou deixar isso acontecer.
— Obrigada. — Ela murmurou de volta, e eu apertei ainda mais seu corpo contra o meu, o seu cheiro incrivelmente delicioso de Gardênia invadindo minhas narinas como uma droga. — Fiquei sabendo que você brigou hoje, porquê?
Nesse momento eu paralisei, não esperava que ela fosse descobrir tão rápido assim. Tudo bem que o povo de Hogwarts é tudo fofoqueiro, mas mesmo assim, esperava que ela fosse descobrir isso apenas amanhã ou quem sabe até mesmo daqui algumas semanas. Nunca imaginei que ela ficaria sabendo disso tão rápido assim, e eu pensei delicadamente se contava para ela a verdade ou uma parte omitida, mas levando em consideração que uma hora ou outra ela poderia descobrir a verdade e consequentemente acabar ficando brava comigo, eu me ponderei a escolher a segunda opção. Afinal, tinha a certeza de que ela ficaria brava caso descobrisse a verdade da boca de outra pessoa, e eu quero tudo menos a minha ruivinha brava comigo.
— Só avisando, que não foi minha culpa. — Eu murmurei totalmente inocente, e ela se separou do abraço me olhando com seus olhos cerrados que eu sabia muito bem o que significava. — Tá, lá estava eu lindamente passando pelos corredores de Hogwarts procurando por você, quando de repente em um corredor escuro e cheirando a garotos nojentos me dou de cara com o babaca do meu irmão e os idiotas dos cachorrinhos dele, vulgo seus amigos, então meu lindo eu sabendo que aquilo não ia prestar, simplesmente passei reto por eles não querendo papo para não rolar briga. Até que o idiota do amigo do meu irmão, decidiu soltar uma frase incrivelmente desrespeitosa sobre você, então eu me virei e avisei a ele para não dizer aquilo novamente, mas como ninguém me dá ouvidos nesse lugar, ele foi lá e falou de novo. E quando eu menos percebi meu punho já estava no rosto feio dele e depois eu estava quebrando ele na porrada, mas eu juro que não fui eu, a minha mão parecia ter vida própria. Mas como isso não era o bastante, continuei metendo a porrada nele até me sentir satisfeito e quando isso aconteceu dei um mínimo resumo sobre o que iria acontecer se ele falasse sobre você de novo, e quando eu me virei para ir embora totalmente na paz, me deparei com o restante dos idiotas jogados no chão, mas novamente não foi minha culpa por eles terem se metido no meio de onde eles não foram chamados. E como meu irmão é idiota ele me disse umas coisas, e eu simplesmente taquei tudo pro ar e devolvi o que ele me falou, algo que eu não fiz por anos, e por fim eu saí de lá totalmente relaxado e sem peso na consciência, afinal eu não fiz nada de errado. A cara do idiota tava na minha frente, minha mão só encostou nela, nada demais.
— Perseu! — Ela ralhou me dando um tapa no ombro, e observei seus olhos totalmente furiosos em minha direção. — Não pode sair por aí brigando! A cara de sapo pode te dar uma detenção ou pior, te expulsar de Hogwarts! Já te disse para não brigar com as pessoas, ainda mais por minha causa, eu sei me defender e realmente não me importo se tem alguém me ofendendo, difamando ou falando mal de mim, eu não ligo para isso e você também não deve ligar. Isso é totalmente sério, e se caso algo ruim acontecer, hein? A Umbridge poderia chegar ou até mesmo outros professores ou o Filch, você poderia se dar mal e acabar levando detenções ou ser expulso do time de Quadribol ou até mesmo ser expulso da escola, isso pode te prejudicar! Não é para brigar, eu já estou cansada de te falar isso, e...
Não deixei ela terminar de falar, e sabia que ela não pararia de falar ao menos que eu interrompesse ela, e obviamente eu não sou louco ou estupido e babaca para mandar ela parar de falar, na verdade eu fiz isso do modo clássico, como havia visto ela falar dos caras que fazia isso nos livros que ela lia. E então eu segurei seu rosto, invadindo sua boca e começando a beijar ela com a vontade que eu estava desde que ela chegou na Torre de Astronomia, todo o tempo que eu passava com ela a maioria era assim, às vezes ficávamos em silêncio apenas aproveitando a companhia um do outro, enquanto ela lia um de seus livros de romance duvidosos, ficávamos conversando sobre algumas coisas do nosso dia a dia, sobre coisas que ficávamos sabendo entre os corredores de Hogwarts, ficávamos fazendo os deveres e trabalhos dados pelos professores ou então ficávamos assim como estamos agora, trocando carícias e beijos no dormitório ou até mesmo em salas vazias em Hogwarts, e esse era o momento que eu mais gostava de ficar com ela, principalmente quando eu tinha treino de Quadribol e eu a beijava assim que eu saia, e uma coisa que vem acontecendo muito é Astraea ir até os treinos, e eu literalmente adoro poder ver ela nas arquibancadas e os garotos do time parece apreciar isso também, já que normalmente eu dou o meu melhor quando ela está lá. Apenas Benjamin parece irritado com isso, mas quem disse que eu ligo para ele?
Astraea soltou um suspiro em meio ao beijo, levando a mão até o meu cabelo e puxando alguns fios na nuca, o que não nego que me deixava completamente maluco. Ela sabia os meus ponto fracos, e eu sabia os dela, e nós dois fazíamos questão de aproveitar isso. Quando nossas bocas se separaram, ambos estávamos com a respiração ofegante, e como um modo de me acalmar me aproximei de seu pescoço novamente passando o nariz levemente pela sua pele totalmente cheirosa, e como um ato repentino senti ela se arrepiar enquanto segurava a barra da minha camiseta com força.
— Sei que você pode se defender, ruiva. — Falei baixinho contra sua pele, deixando ali alguns singelos beijos pelo local. — Mas eu nunca iria deixar um idiota te ofender em minha frente e sair impune, te defenderei até o fim e não vou deixar que ninguém dirija palavras nojentas em sua direção. Nunca.
— O que... — Ela respirou fundo, e eu senti sua mão sobre a minha pele acariciando lentamente ao redor da cicatriz feita pelo meu genitor. Uma coisa que ela havia pegado o costume de fazer quando estávamos juntos, e eu não nego que adoro quando ela faz isso, na verdade adoro quando ela me dá carinho e estou pouco me fudendo para o que os outros pensam sobre isso. — O que ele disse sobre mim?
— Não quero que você escute tanta barbaridade. — Falei sério e totalmente sincero.
— Desembucha, homem! — Ela beliscou minha pele e eu me afastei de seu pescoço, olhando em seus olhos com uma cara sofrida. Odiava quando ela fazia isso.
— Ele te chamou daquela palavra com “c” e “v.” — Falei sem querer pronunciar aqueles xingamentos, jamais me referia a Astraea com essas palavras e entre outras que podem ofendê-la.
— Você não vai me ofender, fala logo. — Ela falou revirando os olhos, provavelmente já sabia sobre o que eu estava pensando.
— Ele te chamou de cadela. — Falei totalmente sério, já sentindo a raiva subir. — E de vadia e ainda disse que faria você obedecer a ele com uma bela cadelinha. E sinceramente pensando agora, eu deveria tê-lo matado! Ele é aqueles frouxos dos amigos dele, deveria ter esfolado eles vivos e...
— Você não vai matar e nem esfolar ninguém! — Ralhou ela. — Sei que você fez aquilo por uma boa causa, mas não vai mais brigar com mais ninguém por minha causa está bem? Não tiro suas razões por ter batido naquele idiota, mas não quero que você arrume confusão para você. E pode deixar que quando eu me encontrar com aquele idiota, vou fazer a minha parte.
— Vai ter que esperar ele sair da enfermaria primeiro. Fiz um belo estrago naquele babaca, e deveria ter feito mais ainda! — Disse pensando nas coisas que eu deveria ter feito com ele. — Da próxima vez eu vou acabar com ele.
— Perseu! Não vai ter próxima vez. — Astraea bateu no meu ombro, me olhando totalmente raivosa. — Quantas vezes vou ter que falar que você não vai brigar com mais ninguém?
— Desculpe, ruivinha. — Resmunguei baixinho, sabendo que argumentar com ela não seria nada bom.
— Repita comigo. Não vai ter próxima vez! — Falou ela calmamente como se estivesse falando com um cachorro para que ele obedecesse, e isso era patético, eu não sou um cachorro!
— Não vai ter próxima vez. — Eu disse entre dentes, mesmo sabendo que se eu ouvisse algum idiota falando dela não pensaria duas vezes antes de quebrar a cara do miliante.
— Ótimo. — Falou ela sorrindo pequeno e deixando um beijo na minha bochecha, o que eu reclamei por não ter sido nos lábios. — Bom garoto.
Sorri pequeno, mesmo sabendo que eu não iria cumprir a promessa.
— Agora. — Disse ela voltando o olhar para mim, totalmente calma. — Você disse que estava procurando por mim hoje, o que foi?
— Tinha que te entregar uma coisa. — Falei.
— O que? — Perguntou ela totalmente curiosa.
Rapidamente retirei do bolso da minha calça com uma pequena dificuldade já que Astraea estava sentada em minha coxa, mas assim que ela percebeu isso ela se movimentou deixando a passagem mais fácil. Puxei o vidrinho com a poção e ergui até que ela tivesse a visão do que era, reparei que ela franziu a testa seu cenho já ficando em uma repleta confusão.
— Notei que você vem dormindo mal esses dias. — Falei de uma vez, e pude notar seu olhar surpreso em minha direção, como se estivesse se perguntando como eu sabia sobre isso. — E bem, eu não queria te ver dormindo mal e tendo pesadelos, isso pode prejudicar sua saúde e eu não quero isso. Quero que você durma bem e tenha bons sonhos, quero que você descanse e fique bem, então, por isso eu arranjei essa poção para você. É uma poção do sono, vai te ajudar a dormir bem e não ter mais pesadelos, isso vai te ajudar, você só vai ter que beber uma gota antes de dormir e basta. E também, eu notei que você não vem comido muito esses dias, e eu quero que você comece a comer okay? Isso pode prejudicar sua saúde, e eu não quero que você fique mal por causa do seu sono desregulado e de sua alimentação.
Peguei o pequeno vidro e coloquei em suas mãos vendo ela me olhar totalmente agradecido.
— Vou tomar logo agora. — Astraea falou ansiosa, mas eu parei sua mão antes dela sequer abrir o vidrinho.
— Não. — Eu disse rapidamente, sério. — Escuta, essa poção é poderosa e uma só gota vai fazer você dormir que nem pedra por uma noite. Não é para beber tudo nem passar de uma gota, você pode focar em sono profundo se você exagerar, algumas pessoas chegaram até a morrer, essa poção é muito perigosa e deve ser preparada com o maior cuidado possível assim como também deve ser tomada. Você só vai beber isso quando for se deitar e vai ser só uma gota, okay ruivinha?
— Tudo bem. — Ela sorriu pequeno.
— E agora, cadê minha recompensa hein? — Levantei a sobrancelha sorrindo, esperando meu beijinho de agradecimento.
— Obrigada, loirinho. — Disse ela piscando e meu sorriso imediatamente desapareceu. — O que?
— Quero um beijo. — Falei rabugento e apontei para minha boca. — Aqui.
Astraea me olhou e revirou os olhos sorrindo, e então como a boa recompensa que eu esperava receber, ela se inclinou em minha direção deixando um pequeno beijo sobre meus lábios, e logo então se separou de mim e eu olhei para ela incrédulo e totalmente devastado.
— Só isso? — Perguntei aborrecido.
— Um beijinho de recompensa, ué. — Ela respondeu inocente e eu neguei com a cabeça.
— Eu não sou homem de beijinhos.
Agarrei sua cintura com força vendo ela arregalar os olhos, então fui em direção ao seus lábios começando a beijar ela com agressividade. Astraea pareceu surpresa no começo, mas depois se soltou agarrando meu ombro e me beijando com mais vontade, comecei a fazer carinho em seu quadril de cima para baixo ouvindo ela suspirar entre o beijo enquanto agarrava fortemente na minha camiseta. Ela levou suas mãos para meu pescoço e ali senti o arranhar que ela deixou de forma sensual, suspirei pesadamente levantando seu corpo contra o meu e agarrando ainda mais nela como se de alguma forma isso fosse possível, depois de alguns minutos naquele beijo incrivelmente gostoso nos separamos por causa da maldita falta de ar. Olhei em seus olhos incrivelmente oceânicos que agora parecia totalmente agitados e então desci lentamente minha boca sobre seu queixo, parando no vão de seu pescoço e descendo até a sua clavícula deixando várias mordidas, beijos e chapadas no local. Isso era algo que acontecia com frequência entre nós dois, era um costume os dois deixarem marcas um no corpo do outro e às vezes eu nem fazia questão de escondê-los querendo mostrar para todos as marcas que minha garota deixava em mim, e Astraea parecia nem se importar com isso também, na verdade eu sabia que ela gostava pra caralho. Dei umas leves mordidas no local ouvindo sua risada ecoar na Torre de Astronomia.
— Perseu! — Ela falou entre risadas e eu sorri sabendo que ela sentia cócegas. — Para!
Assim como ela havia mandado parei imediatamente levantando meu olhar para o seu enquanto eu sorria radiante, ela portanto não parava de rir, o riso mais lindo que eu já escutei na vida ecoando magicamente. Ainda me lembro da primeira vez que ela sorriu e riu para mim, e até hoje eu não consigo superar quando ela faz isso, meu coração sempre acelera quando ela faz esses gestos, na verdade, ele sempre acelera por ela e somente por ela.
— Bobo. — Ela falou parando de rir e encostando sua testa na minha.
— Apenas por você. — Pisquei sorrindo e sendo retribuído.
— Vem. — Ela disse se levantando mesmo contra meus resmungos e tentativas de fazer ela ficar ali. — Vamos para o dormitório, já está tarde e sinceramente eu não quero ter que levar outra detenção e muito menos ser pega por um monitor. E também, quero dar uma olhada na sua mão e se você se machucou vou tacar álcool aí.
Encarei ela incrédulo sabendo que no fundo ela não teria coragem de fazer isso, mesmo que seu olhar me fazia duvidar um pouco disso. Ela então segurou minha mão com cuidado e me ajudou a levantar e assim que eu parei em sua frente, alcancei sua cintura imediatamente, não antes de pegar o cigarro que havia caído no chão para poder apagá-lo.
— Não vai me deixar provar mesmo? — Ela falou olhando para mim com um olhar inocente.
— Não. — Disse imediatamente escutando ela bufar. — Você nunca vai colocar essa merda na boca, tá? Nunca.
Então eu apaguei o cigarro jogando ele sobre a grade, sabendo que ele pararia no chão lá fora, mas não me importei com isso e me virei para Astraea novamente, vendo ela me encarando como se eu tivesse acabado de destruir um de seus maiores sonhos. Mas eu não me importava com isso, não vou deixar ela colocar a boca em um negócio desse e sabendo que o único jeito dela não se sentir tentada a fazer isso era eu parando de fumar, decidi que a partir de agora vou parar com isso, mesmo que esse tenha sido o meio que eu encontrei de me acalmar durante todo esse tempo, ainda sabia que não era o único meio e eu poderia muito bem encontrar outras formas de me acalmar, é claro, sem envolver nada do tipo proibido. Faria isso por Astraea se isso significasse que ela nunca iria pensar em colocar um cigarro na boca, faria isso por ela porque não quero que ela faça isso, e também porque aquilo não era nada saudável e poderia honestamente fazer mal para mim um dia, e eu pretendo ficar até além da vida com Astraea, mas para isso obviamente eu precisava ficar saudável, e era isso que eu iria fazer.
— Vamos ruivinha. — Falei segurando em sua mão para podermos ir e assim começamos a andar até parar nas escadas.
— Odeio descer nisso, na verdade odeio andar. Já estou cansada só de imaginar o longo caminho que temos pela frente. — Ela reclamou balançando nossas mãos no ar, e eu olhei para o lado vendo um bico em seus lábios, o que eu achava extremamente fofo.
— Não seja por isso. — Falei virando seu corpo em minha direção e antes que ela pudesse falar algo, rapidamente eu peguei ela no colo com agilidade ouvindo ela soltar um grito em repreensão.
— Perseu! — Ela berrou assustada se agarrando no meu pescoço.
— Vamos lá, ruivinha. — Falei piscando para ela começando a andar. — Temos um longo caminho pela frente.
Mesmo ela reclamando e pedindo para eu a colocar no chão, eu não fiz, continuei descendo as escadas com ela em meu colo sabendo que isso não era nada comparado aos treinos que eu faço. E eu só quis poder chegar no Salão Principal logo para minha ruivinha poder cuidar de mim, mesmo que isso soe infantil, ainda sim eu amava quando ela me dava carinho, não me importo se me acham pegajoso ou dramático, não recebi esse tipo de gesto durante nove anos e agora que posso receber tenho que aproveitar todos os momentos. Eu aposto que o meu eu de alguns meses atrás se negaria a fazer ou pensar nesse tipo de coisa, mas eu não sou mais aquele garoto, tenho a absoluta certeza de meus sentimentos sobre Astraea e eu não sinto medo de dizê-los, porque eu sei que estou completamente e loucamente apaixonado por ela, sei que ela me tem de joelhos, sei que se ela me pedir para latir, eu lato.
E também sei que esse sentimento está cada vez ficando mais forte, sei que essa paixão está virando amor, sei que estou começando a amar Astraea Sacturn Black, e eu simplesmente não tenho medo disso, porque pela primeira vez na vida. Estou pronto para amar alguém sem ter medo de perdê-la, porque eu faria tudo por Astraea, mesmo se significasse até mesmo sacrificar minha vida por ela, eu faria sem pensar duas vezes. Estou amando ela, e mesmo que seus sentimentos ainda não chegaram ao nível do meu, sei que de alguma forma ela retribui esse sentimento, e eu não posso ficar menos feliz com isso, porque eu não me importo se ela sente menos que eu, eu só me importo que Astraea também está se apaixonado por mim, e por enquanto isso já basta. Astraea é minha parceira e estou apaixonado por ela e começando a amá-la incondicionalmente.
✦ —— Olá estrelas e constelações!
Voltei novamente! É novamente o motivo do meu sumiço foi a escola, tive vários trabalhos e atividades para fazer e mal tive tempo para poder escrever e também quando eu começava a escrever o bloqueio vinha e eu tinha que parar, tanto que metade do capítulo eu escrevi hoje, e mesmo assim para mim não ficou bom o bastante. Eu tenho muito a comentar sobre esse capítulo, mas deixarei isso com vocês, agora o fato importante é que sim! Esse capítulo é só de mimo do nosso casal favorito, ele está inteiramente escrito só sobre momento dos dois juntos. E ahhh! Eles ainda me matam do coração, Perseu brigando pela Astraea é tudo para mim, e ele todo preocupado com ela também, meu maridinho. Esses dois são perfeitos juntos, e um fato importante que eu quero comentar aqui é sobre o sonho da Astraea, sim, o sonho dela é ser mãe e mesmo sendo o contrário do meu eu acho totalmente fofinho isso, e sobre os piores medos nada a comentar. Igualmente para o restante do capítulo, só tenho uma coisa a dizer: eles são meu tudo! Amo esses dois namoradinhos que não namoram mas vão se tornar namoradinhos em breve.
✦ —— Infelizmente por hoje foi só meu amores, mas deixem aqui seus comentários sobre o capítulo, teorias e principalmente sobre o que acharam deste capítulo. E não se esqueçam também de votar e compartilhar com seus amigos para a fanfic poder crescer ainda mais. Espero que vocês tenham aproveitado a leitura, durmam bem, se alimentem bem e até a próxima, beijos!
MALFEITO FEITO!
— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.
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