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ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬 𝗦𝗜𝗫❕

ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝘆 𝘀𝗶𝘅. ᠉ ࣪ ˖
lembranças de snape!
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𝗗𝗨𝗠𝗕𝗟𝗘𝗗𝗢𝗥𝗘 𝗧𝗘𝗥 𝗦𝗨𝗠𝗜𝗗𝗢 fez Astraea se desesperar com o futuro de Hogwarts, apesar de McGonagall e os outros professores estarem em Hogwarts não diminuía o medo da ruiva em relação ao cargo de diretor. E assim que ela viu quem ficou com esse cargo na manhã seguinte, fez Astraea de uma vez por todas ver que realmente a partir de agora, Hogwarts de uma vez por todas iria se transformar em um verdadeiro inferno.

POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA.

Dolores Joana Umbridge (Alta Inquisidora) substituiu Alvo Dumbledore na diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

A ordem acima está de acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Oito.

Assinado: Cornélio Oswaldo Fudge, ministro da Magia.

Os avisos foram afixados por toda a escola da noite para o dia, mas não explicavam como é que todas as pessoas que ali viviam pareciam saber que Dumbledore dominará dois aurores, a Alta Inquisidora, o ministro da Magia e seu assistente júnior para fugir. Por onde quer que Astraea andasse no castelo, o único tema das conversas era a fuga de Dumbledore e, embora alguns detalhes tivessem sido alterados nas repetições, Astraea ouviu uma segundanista garantir a outra que Fudge estaria agora acamado no St. Mungus com uma abóbora no lugar da cabeça, era surpreende como o restante da informação era exata. Todos sabiam, por exemplo, que Astraea, Perseu, Harry e Marieta eram os estudantes que haviam presenciado a cena na sala de Dumbledore e, como agora Marieta se achava na ala hospitalar, Astraea se via pressionada com os pedidos para contar a história em primeira mão.

— Dumbledore não vai demorar a voltar. — Disse Ernesto Macmillan confiante, ao sair da aula de Herbologia, depois de ouvir com atenção a história de Harry e Astraea. — Eles não puderam mantê-lo afastado no nosso segundo ano e também não vão poder agora. O Frei Gorducho me disse... — E aqui ele baixou a voz conspirativamente, obrigando Astraea, Harry, Rony e Hermione a se inclinarem para ouvir. — Que aquela Umbridge tentou voltar à sala de Dumbledore na noite passada depois de terem vasculhado o castelo e a propriedade à procura dele. Não conseguiu passar pela Gárgula. A sala do diretor se lacrou para impedir sua entrada. — Riu Ernesto. — Pelo que contam, ela teve um bom acesso de raiva.

— Ah, tenho certeza que ela realmente se imaginou sentada lá em cima na sala do diretor. — Disse Hermione maldosamente, quando subiam a escada para o Saguão de Entrada. — Reinando sobre todos os professores, aquela velha burra, presunçosa e ávida de poder que é...

— Ora, você realmente quer terminar essa frase, Granger?

Draco Malfoy saíra de trás de uma porta, seguido por Crabbe e Goyle. Seu rosto pálido e fino iluminava-se de malícia.

— Receio que vou ter de cortar alguns pontos da Grifinória e da Lufa-Lufa. — Falou do seu jeito arrastado, e Astraea imediatamente levantou uma sobrancelha de questionando porque Draco não tirava ponto da Sonserina também, já que ela estava no meio da rodinha.

— Só os professores podem tirar pontos das Casas, Malfoy. — Replicou Ernesto na hora.

— Eu sei que monitores não podem tirar pontos uns dos outros. — Retrucou Malfoy. Crabbe e Goyle deram risadinhas. — Mas os membros da Brigada Inquisitorial...

— Os o quê? — Perguntou Hermione com rispidez.

— Brigada Inquisitorial, Granger. — Disse Malfoy apontando para um minúsculo “I” no peito, logo abaixo do distintivo de monitor. — Um grupo seleto de estudantes que apoia o Ministério da Magia, escolhidos a dedo pela Prof. Umbridge. Em todo o caso, os membros da Brigada Inquisitorial têm o poder de tirar pontos... então, Granger, vou tirar de você cinco por ter sido grosseira com a nossa nova diretora. Do McMillan, cinco por me contradizer. E cinco porque não gosto de você, Potter, Weasley, a sua camisa está para fora, por isso vou ter de tirar mais cinco. Ah, é, me esqueci, e você é uma Sangue ruim, Granger, então menos dez por isso.

Rony puxou a varinha, mas Hermione afastou-a, sussurrando.

— Não!

— Muito sensato, Granger. — Murmurou Malfoy. — Nova diretora, novos tempos… agora comporte-se, Potter Pirado... Rei Banana...

— Cala a boca, Malfoy. — Astraea explodiu, querendo jogar uma azaração no loiro.

— Como é que é? — O loiro questionou se virando para a ruiva.

— Eu mandei você calar a boca, porra. — Ela falou indo até o garoto e parando em frente a ele. — Ou eu vou ter que calar ela eu mesma? Você parece estar querendo relembrar o soco que eu te dei naquele dia, e eu não nego que eu também estou morrendo de vontade de desfigurar o seu rosto feio. Então, o que vai ser?

— Escuta aqui sua... — Draco estava prestes a insultar Astraea, ela sabia disso. E se não fosse pela pessoa que surgiu atrás dela, ela certamente teria batido nele.

— Termine essa frase e você vai acabar que nem o seu amigo, Malfoy. — A voz de Perseu saiu séria e rouca. — Quase morto na enfermaria.

Draco pareceu se sentir amedrontado, e então deu de costas gargalhando junto com Crabbe e Goyle. Astraea se virou, dando de frente com o loiro-acastanhado, esse que olhava para ela de braços cruzados, e a ruiva já sabia muito bem que vinha drama sobre Astraea não ter esperado por ele hoje.

— Ele estava blefando. — Comentou Ernesto estarrecido. — Não pode ter o direito de descontar pontos... isso seria ridículo... subverteria completamente o sistema monitório.

Mas Astraea, Harry, Rony e Hermione tinham se virado automaticamente para as gigantescas ampulhetas dispostas em nichos na parede às costas deles, que registravam o número de pontos de Casas. Naquela manhã, Grifinória e Corvinal estavam disputando a liderança quase empatadas. Enquanto olhavam, subiram algumas pedrinhas, reduzindo seu total nas bolhas inferiores. De fato, a única que parecia inalterada era a ampulheta cheia de esmeraldas da Sonserina.

— Já reparou? — Perguntou a voz de Fred.

Ele e George tinham acabado de descer a escadaria de mármore e se reuniram com Astraea, Perseu, Harry, Rony, Hermione e Ernesto diante das ampulhetas.

— Malfoy acabou de nos descontar uns cinquenta pontos. — Disse Harry, furioso, enquanto observavam, viram mais pedrinhas subirem na ampulheta da Grifinória.

— É, o Montague tentou nos prejudicar durante o intervalo. — Contou George.

— Como assim “tentou”? — Perguntou Rony na mesma hora.

— Ele não chegou a enunciar todas as palavras. — Disse Fred. — Nós o empurramos de cabeça no Armário Sumidouro do primeiro andar.

Hermione pareceu muito chocada. Mas Astraea adorou a ideia, ela até agradeceria aos gêmeos por terem dado essa ideia a ela, assim a ruiva poderia fazer Draco desaparecer de uma vez por todas sem precisar matar ninguém.

— Mas vocês vão se meter numa confusão horrível!

— Não até o Montague reaparecer, e isso pode levar semanas, não sei aonde o mandamos. — Disse Fred, descontraído. — Em todo o caso... decidimos que não vamos mais ligar se nos metemos ou não em confusão.

— E algum dia vocês ligaram? — Indagou Hermione.

— Mas é claro. — Protestou George. — Nunca fomos expulsos, não é?

— Sempre soubemos onde parar. — Acrescentou Fred.

— Às vezes ultrapassávamos um dedinho. — Disse George.

— Mas sempre paramos em tempo de evitar um caos total. — Completou Fred.

— Mas e agora? — Perguntou Astraea animada.

— Bom, agora irmãzinha de consideração... — Começou George, chamando Astraea do apelido que eles deram a ela por ela também ter cabelo ruivo.

— Com a partida de Dumbledore. — Continuou Fred.

— Concluímos que um certo caos... — Disse George.

— É exatamente o que a nossa querida diretora merece. — Disse Fred arrancando um sorriso de Astraea, um sorriso maldoso. Ela mal podia esperar para ver o que os dois iriam aprontar.

— Pois não deviam! — Sussurrou Hermione. — Realmente não deviam! Ela adoraria ter uma razão para expulsar vocês!

— Você não está entendendo, Hermione, não é? — Perguntou Fred, sorrindo para ela. — Não fazemos mais questão de ficar. Sairíamos agora se não estivéssemos decididos a fazer alguma coisa por Dumbledore primeiro. Então, assim sendo... — Ele consultou o relógio. — A fase um está prestes a começar. Eu iria para o Salão Principal almoçar, se fosse vocês, para os professores verem que não tem nada a ver com a coisa.

— Nada a ver com o quê? — Indagou Astraea, ansiosa. Querendo saber o que esses dois iriam aprontar.

— Você vai ver irmãzinha. — Respondeu George. — Agora, vão andando.

Fred e George desapareceram na massa crescente de alunos que descia a escadaria para almoçar. Com o ar muito desconcertado, Ernesto murmurou alguma coisa sobre terminar um dever de Transfiguração, e saiu apressado.

— Acho que devíamos sair daqui, sabe. — Disse Hermione, nervosa. — Só por precaução.

— É, vamos. — Concordou Astraea, e os quatro se dirigiram às portas do Salão Principal, mas Astraea mal avistara o céu do dia, com nuvens brancas sopradas pelo vento, quando alguém lhe bateu no ombro e, ao se virar, ela deparou quase com nariz com Filch, o zelador. A ruiva recuou vários passos juntamente com Harry, Filch era melhor visto de longe.

— A diretora quer ver vocês, Potter e Sinclair. — Disse malicioso.

— Não foi a gente! — Disse Astraea e Harry juntos rapidamente, ambos pensando no que Fred e George estavam planejando. As bochechas caídas de Filch sacudiram de riso inarticulado.

— Consciência pesada, eh?! — Exclamou asmático. — Venham comigo.

Astraea olhou para Perseu, que parecia extremamente preocupado. Ela moveu os lábios dizendo que iria ficar bem, e o loiro-acastanhado acenou com a cabeça dizendo que iria esperar por ela ali. Então, Astraea e Harry acompanharam Filch de volta ao Saguão de Entrada, na direção contrária à maré de estudantes esfomeados. O zelador parecia estar de excelente humor, cantarolava desafinado em voz baixa enquanto subiam a escadaria de mármore. Quando chegaram ao primeiro andar, disse.

— As coisas estão mudando por aqui, Potter.

— Já reparei. — Respondeu o garoto com frieza.

— Veja... faz anos que digo a Dumbledore que ele é muito frouxo com vocês. — Disse Filch, com uma risadinha maldosa. — Suas ferinhas nojentas, vocês nunca soltariam Bombas de Bosta se soubessem que eu tinha poder para arrancar o couro de vocês a chicotadas, não é mesmo? Ninguém teria pensado em jogar Frisbees-dentados nos corredores se eu pudesse pendurar vocês pelos tornozelos na minha sala, não é? Mas, quando chegar o Decreto Educacional Número Vinte e Nove, Potter, vou poder fazer tudo isso... e ela pediu ao ministro para assinar uma ordem expulsando o Pirraça... ah, as coisas vão ser diferentes aqui com ela na diretoria...

Astraea imediatamente olhou para Filch com nojo, e se perguntou porque sua mãe na época da escola gostava de Filch, ele é insuportável e a ruiva sabia que também era na época que sua mãe estudava aqui, já que ela duvidava que Filch um dia já fora bonzinho. E era óbvio que Umbridge se esmerara em conquistar Filch, pensou Astraea, e o pior era que ele provaria ser uma arma importante, seu conhecimento das passagens secretas e esconderijos provavelmente só perdia para o dos gêmeos Weasley.

— Chegamos. — Disse ele, olhando de esguelha para Harry e Astraea enquanto batia três vezes na porta da Prof. Umbridge antes de abri-la. — O garoto Potter e a garota Sinclair para vê-la, Madame.

Astraea quase vomitou perante o apelido dado a sapa rosa, e rapidamente deu uma olhada para dentro da sala. A sala de Umbridge, tão conhecida de Astraea por suas muitas detenções, não mudará, exceto por um grande bloco de madeira na escrivaninha em que dizeres dourados informavam: DIRETORA. E também pela Firebolt de Harry e as Cleansweeps de Fred e George, que, ela reparou com uma pontada de pena, estavam presas por correntes e cadeados a um grosso gancho de ferro na parede atrás dela. Umbridge se encontrava sentada à escrivaninha, escrevendo diligentemente em um pergaminho cor-de-rosa, mas ergueu a cabeça e abriu um sorriso ao vê-los entrar.

— Muito obrigada, Argo. — Disse ela com meiguice.

— Nem por isso, Madame, nem por isso. — Respondeu ele, curvando-se até onde seu reumatismo permitia, e saindo de costas.

— Sentem-se. — Disse Umbridge secamente, apontando duas cadeiras. Astraea e Harry obedeceram, e ela continuou a escrever por mais algum tempo. Astraea ficou observando os horríveis gatos que brincavam ao redor dos pratos por cima da diretora, querendo trazer Pólux ali para seu furão poder arranhar todos esses gatos horrendos da professora. E enquanto ela imaginava a cena, Astraea ficou pensando em que novo horror estaria preparando para ela e Harry.

— Muito bem. — Disse Umbridge finalmente, pousando a pena e fazendo uma cara de sapo prestes a engolir uma mosca particularmente suculenta. — Que é que vocês gostariam de beber?

— Quê?! — Exclamou Harry, certo de que não ouvirá direito.

— Beber, Sr. Potter. — Disse ela, abrindo mais o sorriso. — Chá? Café? Suco de abóbora?

À medida que oferecia cada bebida, fazia um breve aceno com a varinha e um copo cheio aparecia sobre a escrivaninha.

— Nada, muito obrigado.

— Eu gostaria que você bebesse alguma coisa comigo. — Disse ela, sua voz assumindo um tom perigosamente meigo. — Escolha uma.

— Ótimo... chá, então. — Disse o garoto encolhendo os ombros.

— Ótima escolha, Sr. Potter. E você, Srta. Sinclair, o que vai querer? — Astraea olhou na direção da professora, os olhos dizendo claramente: quero que você morra, sapa nojenta.

— Chá também. — Disse ela rispidamente.

Umbridge se levantou e fez uma grande cena para acrescentar o leite, de costas para os dois. Depois, apressou-se a lhe levar as bebidas, sorrindo de maneira sinistramente meiga.

— Pronto! — Exclamou, entregando-a a eles. — Bebam antes que esfrie, sim? Bom Sr. Potter... Srta. Sinclair... achei que devíamos ter uma conversinha, depois dos acontecimentos angustiantes de ontem à noite.

Astraea e Harry continuaram calados, a ruiva olhando para a professora com uma careta perceptível. Umbridge se acomodou na cadeira e aguardou. Passado um longo momento de silêncio, falou alegremente.

— Você não está bebendo?

Astraea viu de canto de olho Harry levar a xícara à boca e então, igualmente depressa, tornou a baixá-la olhando fixamente para frente. A ruiva levou o seu olhar para onde o garoto olhava, e viu que era para um dos horríveis gatos pintados atrás da diretora, que tinha olhos grandes, redondos e azul cristal e Astraea se perguntou o que se passava na cabeça do moreno ao seu lado.

— Que foi? — Perguntou a nova diretora, que ainda observava os dois. — Vocês querem açúcar?

— Não.

Harry tornou a levar a xícara à boca e fingiu tomar um gole, embora Astraea conseguia ver que ele mantinha a boca bem fechada. A ruiva então notando o olhar da sapa rosa sobre ela, pegou a xícara calmamente e como Harry, levou ela até a boca, portanto, diferente de Harry. Astraea bebeu o líquido quente, sentindo ele descer rapidamente sobre a sua garganta esquentando ela. Era claro que Umbridge havia colocado a poção da verdade ali, estava bem na cara que ela havia usado Veritaserum, que apesar de Astraea não sentir o cheiro e nem o gosto, dava para saber perfeitamente que aquela bebida tinha a poção apenas pelo modo que o chá havia mudado um pouco para uma coloração mais clara. E Astraea não sentia medo de beber, até porque, a poção não funcionava com ela. E ela agradeceu imediatamente pelo seu DNA de lobo, já que algumas poções não funcionavam com ela.

— Muito bem. — Sussurrou. — Muito bom. Então, agora... — Ela se curvou um pouco para a frente. — Onde está Alvo Dumbledore?

— Não faço a menor ideia. — Respondeu Harry prontamente. E Umbridge levou o olhar para Astraea, que sorriu bebericando o chá.

— Também não sei onde ele está. — Disse ela.

— Bebam, bebam. — Incentivou ela ainda sorrindo. — Agora, Sr. Potter e Srta. Sinclair, não vamos fazer joguinhos infantis. Sei que os senhores sabem onde ele foi. Vocês e Dumbledore sempre estiveram metidos nisso juntos desde o começo. Reflitam sobre as suas posições, Sr. Potter e Srta. Sinclair...

— Não sei onde ele está. — Disseram os dois juntos. E Harry fingiu beber mais um pouco, enquanto Astraea bebia mais um gole do chá que pelo menos estava saboroso.

— Muito bem. — Disse ela parecendo descontente. — Neste caso... queira ter a bondade de me dizer o paradeiro de Sirius Black.

O estômago de Astraea deu uma volta completa e a mão que segurava a xícara tremeu tanto que a fez vibrar no pires. Ela virou a xícara na boca, sentindo o líquido queimar sua boca e mesmo que ela fosse imune a poção, um pequeno medo atingiu seu peito como uma pontada.

— Não sei. — Respondeu Harry depressa demais.

— Sr. Potter. — Disse Umbridge. — Deixe-me lembrar-lhe de que fui eu que quase agarrei o criminoso Black na lareira da Grifinória em outubro. Sei perfeitamente bem que era com o senhor que ele estava se encontrando, e se eu tivesse a menor prova disso nenhum dos dois estaria à solta hoje, juro. Vou repetir, Sr. Potter... onde está Sirius Black?

— Não faço ideia. — Disse Harry em voz alta. — Não tenho a menor pista.

— Bem, então... — Umbridge levou o olhar para Astraea, essa que terminava de beber o chá calmamente. — Acredito eu, como uma das mais próximas amigas do Sr. Potter, você, Srta. Sinclair, deve ter pelo menos ouvido sair sem querer da boca de Potter algo sobre o paradeiro do criminoso Sirius Black, ou até mesmo saber onde ele se encontra, já que fiquei sabendo que você e o Sr. Potter se encontraram alguns dias antes do natal. Então, Srta. Sinclair, eu só vou perguntar uma vez. Onde está Sirius Black? Onde ele está?!

— Eu pensei que você só ia perguntar uma vez. — Disse Astraea calmamente, claramente debochando da cara da diretora. — Mas respondendo sua pergunta, eu não sei onde Sirius Black está. E tenho a certeza que Harry também não, porque se soubéssemos claramente iríamos contar a senhora.

Os três então se encararam por tanto tempo que Astraea sentia seus olhos lacrimejando. Então, Umbridge se levantou.

— Muito bem, Potter e Sinclair, desta vez vou aceitar as suas palavras, mas estejam avisados, o poder do Ministério está comigo. Todos os canais de comunicação que entram na escola ou saem dela estão sendo monitorados. Um controlador da Rede de Flu está vigiando cada lareira de Hogwarts, exceto a minha, é claro. Minha Brigada Inquisitorial está abrindo e lendo toda a correspondência que entra no castelo e dele sai por voa coruja. E o Sr. Filch está observando todas as passagens secretas de entrada e saída para o castelo. Se eu encontrar um fiapo de evidência...

BUUM!

O próprio piso da sala sacudiu. Umbridge escorregou para um lado e se agarrou à escrivaninha para não cair, fazendo cara de espanto. Astraea soltou uma risada silenciosa.

— Que foi...?

Ela ficou olhando a porta. E Astraea terminou de beber seu chá, vendo Harry aproveitar a oportunidade para esvaziar a xícara de chá quase cheia no vaso de flores secas mais próximo. Ouvia gente correndo e gritando vários andares abaixo.

— Voltem para o seu almoço, Potter e Sinclair! — Ordenou Umbridge, empunhando a varinha e saindo apressada da sala. Astraea e Harry deram-lhe alguns segundos de dianteira e, então, saíram correndo atrás dela para verem a origem de todo aquele estardalhaço.

Não foi difícil saber. Um andar abaixo, reinava um pandemônio. Alguém, que Astraea tinha uma boa ideia de quem era, aparentemente atearam fogo em uma enorme caixa de fogos mágicos. Dragões formados inteiramente por faíscas verdes e douradas voavam para cima e para baixo nos corredores, produzindo explosões e labaredas pelo caminho, rodas rosa-choque de mais de um metro de diâmetro zumbiam letalmente pelo ar como discos voadores, foguetes com longas caudas de estrelas de prata cintilantes ricocheteavam pelas paredes, centelhas escreviam palavrões no ar sem ninguém acioná-las, rojões explodiam como minas para todo lado que Astraea olhava e, em vez de se queimarem e desaparecerem de vista ou pararem crepitando, quanto mais ela olhava essas maravilhas pirotécnicos mais elas pareciam aumentar em energia e ímpeto.

Filch e Umbridge estavam parados no meio da escada, parecendo pregados no chão. Enquanto, Astraea e Harry assistiam, uma das rodas maiores pareceu decidir que precisava de mais espaço para manobrar, saiu rodando em direção a Umbridge e Filch com um ruído sinistro. Os dois berraram de susto e se abaixaram, e a roda voou direto pela janela às costas deles e atravessou os terrenos da escola. Entrementes, vários dragões e um grande morcego roxo que fumegava agourentamente aproveitaram a porta aberta no fim do corredor e escaparam para o segundo andar.

— Depressa, Filch, depressa. — Gritou Umbridge. — Eles vão se espalhar pela escola toda se não fizermos alguma coisa. Estupefaça!

Um jorro de luz vermelha projetou-se da ponta de sua varinha e bateu em um dos foguetes. Em vez de se imobilizar no ar, o artefato explodiu com tal força que fez um furo no retrato de uma bruxa piegas no meio de um relvado, ela fugiu bem a tempo, e reapareceu segundos depois no quadro vizinho, onde dois bruxos que jogavam cartas se levantaram rapidamente e abriram espaço para acomodá-la.

— Não os estupore, Filch! — Bradou Umbridge furiosa, como se ele fosse o responsável pelo feitiço.

— Pode deixar, diretora! — Chiou Filch, que, sendo um aborto, não poderia ter estuporado os fogos nem tampouco os engolido. Ele correu para um armário próximo, tirou uma vassoura e começou a bater nos fogos que voavam, em poucos segundos a vassoura estava em chamas.

Astraea que já vira o suficiente, puxou Harry o obrigando a se abaixando e correu para uma porta que ela sabia existir atrás de uma tapeçaria mais à frente no corredor, e ao entrar deu de cara com Fred e George que estavam ali escondidos, ouvindo os gritos de Umbridge e Filch, sacudindo de riso reprimido.

— Impressionante. — Cochichou Astraea sorrindo. — Impressionante... vocês levariam o Dr. Filibusteiro à falência, podem crer...

— Certamente irmãzinha, certamente… — Sussurrou George, enxugando as lágrimas de riso no rosto. — Ah, espero que ela experimente agora fazê-los desaparecer... eles se multiplicam por dez todas as vezes que alguém tenta.

Os fogos continuavam a queimar e a se espalhar pela escola durante toda a tarde. Embora causasem muitos estragos, particularmente os rojões, os outros professores não pareceram se importar muito com isso.

— Aí, ai! — Exclamou a Prof. McGonagall ironicamente, quando um dos dragões entrou voando em sua sala, emitindo fortes ruídos e soltando chamas. — Srta. Brown, se importa de procurar a diretora para informá-la que temos um dragão errante em nossa sala?

O resultado de tudo isso foi que a Prof. Umbridge passou sua primeira tarde como diretora correndo pela escola para atender aos chamados dos professores, que não pareciam capazes de livrar suas salas dos fogos sem a sua ajuda. Quando a última sineta tocou e todos iam voltando para as Salas de suas Casas com suas mochilas, Astraea viu, com imensa satisfação, uma Umbridge desarrumada e suja de fuligem saindo com passos vacilantes e o rosto suado da sala do Prof. Flitwick.

— Muito obrigado, professora! — Disse Flitwick na sua vozinha esganiçada. — Eu poderia ter me livrado dos fogos, é claro, mas não estava muito devido se teria autoridade para tanto.

Sorrindo, ele fechou a porta da sala na cara de Umbridge, que parecia prestes a rosnar. Fred e George certamente foram heróis naquela noite, e Astraea agradecia por ter amigos tão incríveis como esses dois. E obviamente ela iria dar os parabéns para os gêmeos, e assim que passaram pela Umbridge, um pouco mais para frente, ela foi rápida em ir correndo até os gêmeos totalmente animada.

— Foram fogos maravilhosos, meninos. — Disse com admiração. — Vocês foram incríveis hoje, não poderia estar mais orgulhosa.

— Obrigada irmãzinha. — Agradeceu George, contente. — Fogos Espontâneos Weasley. O único problema é que gastamos todo o nosso estoque, agora vamos ter de recomeçar do zero.

— Mas valeu a pena. — Disse Fred, que anotava os pedidos dos colegas ao seu redor. — E como você foi nossa primeira cliente aqui na escola, e também é considerada nossa cliente VIP, vamos te enviar assim que conseguirmos uma caixa de Fogos Básicos e também uma de Deflagração de Luxo...

— Agradeço. — Disse ela sorrindo, reparando que o corredor já se enchia de compradores. — Sugiro que vocês tentem vender na Torre da Grifinória, a Umbridge pode pegá-los aqui. Agora eu preciso ir para as masmorras, mas. Boas vendas, meninos.

— Obrigada, irmãzinha. — Fred e George agradeceram, ambos dando um abraço rápido na ruiva antes de ela sair correndo acenando para os dois pelo corredor.

Fred e George realmente eram espetaculares. E com esse pensamento em mente, Astraea correu para as masmorras querendo descansar um pouco antes do jantar. Sabendo que amanhã ela e Harry teriam aula de Oclumência com Snape, e ela deveria estar preparada e tentar praticar um pouco também. Sem contar, que ela planejava ir até a biblioteca pegar o diário amanhã.

Astraea passou o dia todo repassando o plano para pegar o diário em sua mente, ela tinha tudo planejado e não deixaria que nada estragasse seu plano. Não dessa vez, Astraea já havia deixado passar dois dias, não iria atrasar mais ainda, ela precisava saber de várias coisas que tinha certeza que o diário poderia lhe fornecer e também precisava aprender ainda mais Oclumência, assim como as pessoas haviam indicado a ela.

Astraea até tentou fazer um treino para a aula com o Snape hoje de última hora durante as aulas do dia, mas não adiantou. Perseu não parava de falar ao seu lado sempre que ela tentava esvaziar a mente de todos os pensamentos e emoções e, afinal, o melhor momento para isso não era enquanto os professores disparavam perguntas de revisão para os alunos. Astraea até cogitou em xingar o loiro-acastanhado quando ele lhe atrapalhava, mas ele não tinha culpa, afinal, ele nem sabia que ela estava praticando ali na sala, porque se não, certamente ele não teria abrido o bico.

Conformada com o pior, a ruiva se dirigiu à sala de Snape com Harry depois do jantar. No meio do saguão, porém, Cho, veio correndo ao encontro do moreno ao seu lado.

— Estou aqui. — Disse Harry parecendo satisfeito, acenando para Cho do lado oposto do saguão onde ficava as ampulhetas. A da Grifinória agora estava quase vazia, e Astraea sabia que ele estava assim porque a conversa entre os dois provavelmente iria adiar um pouco a aula com Snape. — Você está bem? Umbridge não andou lhe perguntando sobre a AD, andou?

— Ah, não. — Respondeu Cho, apressada. — Não, foi só que... bom, eu queria dizer... Harry, eu nunca sonhei que a Marieta fosse contar...

— Ah, bom. — Respondeu Harry mal-humorado.

Astraea não se meteu, mas ela realmente achava que Cho podia ter escolhido uma amiga com um pouco mais de cuidado, não era muito consolo saber que a Marieta continuava na ala hospitalar e Madame Pomfrey não conseguirá obter a mínima melhora com suas espinhas.

— Mas na verdade ela é uma boa pessoa. Só cometeu um erro...

Astraea encarou-a com incredulidade imediatamente.

— Uma boa pessoa que cometeu um erro? Ela nos delatou, inclusive a você! — Disse a ruiva se metendo no meio.

— Bom... nós todos escapamos, não foi? — Disse Cho olhando feio para Astraea. — Vocês sabem, a mãe dela trabalha no Ministério, é realmente difícil para...

— O pai de Rony trabalha no Ministério também! — Disse Harry, furioso. — E caso você não tenha reparado, ele não tem dedo-duro escrito na cara...

— Isso foi realmente um truque horrível da Hermione Granger. — Comentou Cho impulsivamente. — Ela deveria ter nos avisado que azarou aquela lista...

— Acho que foi uma ideia brilhante. — Respondeu o moreno com frieza. Cho corou e seus olhos ficaram mais brilhantes. E Astraea reparou no brilho que aquilo era, dava para ver que Cho estava espumando de ciúmes. Ciúmes do Harry e da Hermione, o que fez a ruiva quase vomitar, dava para ver claramente que os dois não passavam de uma bela irmandade e só isso.

— Ah, sim, me esqueci, é claro, foi ideia da sua querida Hermione...

— Ciúmes? — Ironizou Astraea erguendo uma sobrancelha.

— Claro que você iria defendê-la! — Disse Cho, furiosa. — É outra também!

Astraea sabia muito bem do que Cho estava falando, e a única coisa que ela fez diante a isso foi bufar e cruzar os braços. Apesar de ter beijado Harry a meses atrás, Astraea não sentia nada romanticamente por Harry, na verdade, ela considerava ele como um irmão agora. Um irmão que ela nunca teve, e era repugnante ver Cho com ciúmes dela com Harry, sendo que eles nem têm algo para a morena ficar com ciúmes. Algo cômico.

— Harry é incrivelmente bonito, eu não nego. — A ruiva falou chamando a atenção dos dois para ela. Harry já olhava com os olhos arregalados para a amiga. — E ele beija bem também. — Ela falou vendo Cho ficar ainda mais furiosa. — Mas a única pessoa para qual eu tenho olhos aqui é para o meu loirinho, então larga mão de ser louca e sentir ciúmes de algo que nem é seu!

— E não comece a chorar outra vez. — Falou Harry se virando para Cho. Já que ela tinha um olhar esquisito no rosto.

— Eu não ia chorar! — Gritou a garota.

— Então... ótimo. Já tenho muito que aguentar no momento.

— Então que aguente! — Concluiu Cho furiosa, dando as costas e indo embora.

Astraea e Harry então se entreolharam rapidamente, e ambos decidiram não falar nada diante da cena que acabou de acontecer. Os dois desceram em silêncio as escadas para a masmorra de Snape e, embora Astraea soubesse, por experiência, que seria muito mais fácil para Snape penetrar em sua mente se ela chegasse boiando, no mundo da lua, Astraea se pôs a tentar parar de ficar no seu mundinho imaginário. E a ruiva fechou seus pensamentos pensando em mais umas coisinhas que deveria ter dito a Cho sobre o seu ciúmes bobo e também sobre a situação com Marieta antes de chegar à porta da sala.

— Vocês estão atrasados, Potter e Sinclair. — Disse o professor friamente, quando o moreno fechou a porta ao Astraea passar.

Snape estava em pé de costas para os dois, removendo, como sempre, certos pensamentos e colocando-os cuidadosamente na Penseira de Dumbledore. Deixou cair o último fio prateado na bacia de pedra e se virou para encarar os dois.

— Então. Praticaram?

— Sim, senhor. — Mentiram, olhando atentamente para uma das pernas da escrivaninha de Snape.

— Bom, logo saberemos, não é? — Disse ele suavemente. — Varinha na mão, Potter e Sinclair...

Astraea tomou sua posição habitual junto com Harry, de frente para Snape, com a escrivaninha entre os três. Astraea respirou fundo tirando toda a raiva, ódio e sentimento ruim de seu corpo por causa de certas pessoas da Brigada Inquisitorial, juntamente com a ansiedade quanto ao que o professor estava prestes a fazer, invadir sua mente.

— Quando eu contar três então. — Disse Snape sem pressa. — Um... dois...

A porta da sala se abriu com força e Draco Malfoy entrou depressa.

— Prof. Snape, senhor... ah... me desculpe...

Malfoy olhava Snape, Astraea e Harry meio surpreso.

— Tudo bem, Draco. — Disse Snape, baixando a varinha. — Potter e Sinclair estão aqui para fazer uma aula de reforço em Poções.

Astraea não via Malfoy tão alegre desde que Umbridge aparecerá para inspecionar Hagrid.

— Eu não sabia. — Disse ele, olhando enviesado para Astraea e Harry, que sentia o rosto arder em fúria. Teria dado muita coisa para poder gritar a verdade para Malfoy, ou, ainda melhor, para atacá-lo com um bom feitiço.

— Bom, Draco, que foi? — Perguntou Snape.

— É a Prof. Umbridge, professor, está precisando da sua ajuda. Encontraram Montague, professor, apareceu entalado em um vaso sanitário no quarto andar.

— Como foi que ele se entalou?

— Não sei não, senhor, está um pouco atordoado.

— Muito bem, muito bem. Potter e Sinclair, retomaremos a aula amanhã à noite.

Ele se virou e saiu da sala. Malfoy falou silenciosamente para os dois pelas costas de Snape, antes de acompanhá-lo: “Reforço em Poções?”

Querendo de uma vez por todas esganar Draco, Astraea guardou a varinha no bolso das vestes e fez menção de sair da sala junto com Harry. Ela tinha no mínimo mais vinte e quatro horas para praticar, sabia que devia se sentir grata por ter escapado por um triz, embora fosse duro isto ter acontecido às custas de Malfoy contar para toda a escola que ela precisava de aulas de reforços em Poções. O que ela de fato, não precisava, e todos ao seu redor podia ver claramente isso, não era atoa que ela tinha as maiores notas de poção de toda turma.

Estava à porta da sala quando viu uma réstia de luz trêmula dançado no portal. Parou e ficou olhando, aquilo lhe lembrava alguma coisa... então a lembrança lhe ocorreu, parecia um pouco como as luzes que tinha visto em seu pesadelo, a luz que estava presente quando ela viu todas as pessoas importantes para ela mortas. Astraea se virou puxando Harry junto. A luz vinha da Penseira em cima da escrivaninha de Snape. Seu conteúdo branco prateado fluía e girava. Os pensamentos de Snape, coisas que ele não queria que Astraea e Harry visse caso, se por acaso penetrasse suas defesas. Astraea e Harry se entreolharam, olhando para a penseira logo em seguida, a curiosidade crescendo. Que era que Snape queria tanto esconder?

As luzes prateadas tremulavam na parede. Astraea deu dois passos em direção à escrivaninha, querendo matar de uma vez por todas a curiosidade que ela carregava com ela durante todas as aulas de Oclumência, querendo saber de uma vez por todas o que Snape escondia. Astraea espiou por cima do ombro, seu coração agora batia mais forte e mais depressa que nunca.

Quanto tempo levaria para Snape tirar Montague do vaso? Voltaria depois diretamente para sala ou acompanharia o garoto à ala hospitalar? Com certeza, a segunda possibilidade... Montague era capitão da equipe da Sonserina, o professor ia querer verificar se ele estava bem. Astraea e Harry venceram os poucos passos até a Penseira e pararam diante dela, contemplando suas profundezas. Astraea hesitou, apurando o ouvido, então, tornou a tirar a varinha. A sala e o corredor além estavam completamente silenciosos. Ela deu uma batidinha no conteúdo da Penseira com a ponta da varinha. O líquido prateado começou a girar velozmente, Astraea se inclinou levemente para a bacia e viu que o líquido se tornara transparente. Estava, mais uma vez, contemplando uma sala de uma janela circular no teto... de fato, a não ser que estivesse muito enganada, estava vendo o Saguão de Entrada.

Sua respiração embaçava a superfície dos pensamentos de Snape, seu cérebro parecia estar em um estado de indefinição, seria loucura o que se sentia tão tentada a fazer, ela tremia, Snape poderia voltar a qualquer momento. Mas Astraea pensou que talvez ele demorasse, e ela estava muito curiosa para saber sobre o que tratava o pensamento de Snape, então olhando para cima, ela viu Harry quase enfiando a cabeça na Penseira e imediatamente os dois trocaram um olhar.

— Será que dá para nós dois irmos? — Astraea perguntou.

— O que nos resta é tentar. — Falou ele.

Os dois então voltaram seu olhar para a Penseira, decididos a fazer. Astraea inspirou um grande sorvo de ar e mergulhou o rosto na superfície dos pensamentos de Snape, juntamente com Harry. Na mesma hora, o chão da sala sacudiu, empurrando Astraea e Harry de cabeça para dentro da Penseira. Os dois começaram a cair por uma escuridão fria, rodopiando vertiginosamente e então... encontraram-se parados no meio do Salão Principal, mas as mesas das quatro Casas haviam desaparecido. Em seu lugar, havia mais de cem mesinhas, todas dispostas da mesma maneira, e a cada uma delas se sentava um estudante, de cabeça baixa, escrevendo em um rolo de pergaminho. O único som era o arranhar das penas e o rumorejar ocasional de alguém ajeitando o pergaminho. Era visivelmente uma cena de exame.

O sol entrava pelas janelas altas e incidia sobre as cabeças inclinadas, refletindo tons castanhos, acobreados e dourados na luz ambiente. Astraea olhou atentamente a toda volta. Snape deveria estar por ali em algum lugar, era a lembrança dele... E lá estava ele, a uma mesa bem atrás de Astraea. A garota se admirou. Snape adolescente tinha um ar pálido e estiolado, como uma planta mantida no escuro. Seus cabelos eram moles e oleosos e prendiam sobre a mesa, seu nariz aquilino a menos de cinco centímetros do pergaminho enquanto ele escrevia. Astraea e Harry se deslocaram para as costas de Snape e leu o cabeçalho da prova: DEFESA CONTRA AS ARTES DAS TREVAS — NÍVEL ORDINÁRIO EM MAGIA.

Portanto Snape devia ter uns quinze ou dezesseis anos, aproximadamente a idade de Astraea e Harry. Sua mão voava sobre o pergaminho, já escrevera pelo menos mais de trinta centímetros do que os vizinhos mais próximos, e sua caligrafia era minúscula e apertada.

— Mais cinco minutos!

A voz sobressaltou Astraea. Virando-se, ela viu o corcundo do Prof. Flitwick movendo-se entre as mesas a uma pequena distância. O professor passava agora por um garoto com cabelos negros e despenteados, muito despenteados. Astraea se movia tão depressa que, se fosse sólida, teria atirado as mesas pelo ar. Em vez disso, parecia deslizar, como em sonho, atravessar dois corredores e entrar em um terceiro. Astraea seguiu Harry, vendo a nuca do garoto de cabelos negros se aproximou cada vez mais, ele ia se edireitando agora, descansando a pena, puxando o rolo de pergaminho para perto para poder ler o que escrevera.

Astraea parou do lado de Harry na cadeira olhando pra ele de cima para baixo com um olhar de julgamento, então, rapidamente ela olhou para o garoto, arregalando os olhos ao ver quem era. Ela contemplou seu padrinho com quinze anos, a animação explodiu no fundo de seu estômago, era como se estivesse olhando para Harry, mas com erros intencionais, esse que estava ao seu lado também olhando para James Potter. Os olhos de James eram castanho-esverdeado, seu nariz era mais comprido do que o de Harry e não havia cicatriz em sua testa, mas ambos tinham o mesmo rosto magro, a mesma boca, as mesmas sobrancelhas, os cabelos de James levantavam atrás exatamente como os do filho, suas mãos poderiam ser as de Harry e Astraea não saberia a diferença, quando seu padrinho se levanta-se, os dois teriam quase a mesma altura.

James deu um enorme bocejo e arrepiou os cabelos, deixando-os mais despenteados do que antes. Então, olhando para o Prof. Flitwick, virou-se e sorriu para outro menino sentado a quatro mesas atrás. Com um novo choque de animação. Astraea viu Sirius erguer o polegar para James. Sirius sentava-se descontraído na cadeira, inclinando-a sobre as pernas traseiras. Era muito bonito, seus cabelos negros caiam sobre os olhos com uma espécie de elegância displicente que nem James, nem Harry e nem Perseu jamais poderiam ter tido, e uma garota sentada atrás dele o mirava esperançosas embora ele não parecesse ter notado. E duas mesas para o lado, encontrava-se Remus Lupin, tio de Astraea. Parecia muito pálido e doente, a lua cheia parecia estar se aproximando, e absorto no exame, ao reler suas respostas, coçara o queixo com a ponta da pena, franzindo ligeiramente a testa.

Astraea sabia que sua mãe não estava ali no meio, dava para ver claramente que os garotos estavam fazendo a prova do N.O.M.s, e como Dahlia era um ano mais nova, provavelmente estaria esperando os quatro garotos terminando de fazer a prova do lado de fora. E então, a ruiva percebeu que se os três estavam ali, Peter também deveria estar, e, sem erro, Astraea localizou-o em segundos, um garoto franzino, os cabelos cor de pelo de rato e um nariz arrebitado. Peter parecia ansioso, roía as unhas, olhava fixamente para a prova do vizinho. Astraea observou Peter por um momento, depois o padrinho, que agora brincava com um pedacinho de pergaminho. Desenhava um pomo e agora acrescentava as letras “L.E.”. Que Astraea não fazia a mínima ideia do que significava.

— Descansem as penas, por favor! — Esganiçou-se o Prof. Flitwick. — Você também, Stebbins! Por favor, continuem sentados enquanto recolho os pergaminhos. Accio!

Mais de cem rolos de pergaminho voaram para os braços estendidos do Prof. Flitwick, derrubando-o para trás. Várias pessoas riram. Uns dois estudantes nas primeiras mesas se levantaram, seguraram o professor pelos cotovelos e o levantaram.

— Obrigado... obrigado. — Ofegou ele. — Muito bem, todos podem sair!

Astraea olhou para o padrinho, que riscou depressa as letras que estava desenhando, levantou-se de um salto e enfiou a pena e as perguntas do exame na mochila, atirou-a sobre as costas, e ficou parado esperando Sirius. Astraea olhou para os lados e viu de relance, a uma pequena distância, Snape, que caminhava entre as mesas em direção à porta para o Saguão de Entrada, ainda absorto no próprio exame. De ombros curvos mas angulosos, andava de um jeito retorcido que lembrava uma aranha, e seus cabelos oleosos sacudiam pelo rosto. Uma turma de garotos separou Snape de James, Sirius, Lupin e Peter, plantando-se entre elas. Astraea conseguiu ficar de olho em Snape enquanto apurava os ouvidos para captar as vozes dos Marotos.

— Você gostou da décima pergunta, Aluado? — Perguntou Sirius quando saíram do saguão.

— Adorei. — Respondeu Lupin imediatamente. — “Cite cinco sinais que identificam um lobisomem.” Uma excelente pergunta.

Astraea observou mais para frente, tinha uma garota. Não uma qualquer garota, ela estava com o uniforme da Grifinória, mexendo no colar preso em seu pescoço, seus cabelos ruivos como fogo estavam presos em um coque mal feito prendido pela varinha e com a bolsa segurada de mal jeito na mão. Aquela ali era Dahlia, sua mãe, ela estava no quarto ano ali, um ano a menos que Astraea. E assim que ela ergueu os olhos para ver seus amigos, Astraea viu os seus olhos ali, olhos azuis como a maré e quando um sorriso pequeno preencheu o rosto da jovem Dahlia, ela paralisou. Realmente, Astraea era totalmente a cara de sua mãe. E imediatamente, a ruiva olhou para o lado vendo Harry de olhos arregalados observando sua mãe, que o moreno não sabia, mas que além de mãe de Astraea, também era a madrinha de Harry e a melhor amiga de seu pai, James.

— Estava esperando por vocês. — Dahlia falou chamando a atenção dos quatros marotos para ela.

— Olha só. — Sirius se jogou no braço da amiga, Dahlia tentando empurrar ele para longe dela. — Se não é a nossa ruivinha preferida, e a Grifina mais linda de Hogwarts.

— Desencosta, pulguento. — Ela empurrou Sirius para longe, andando até Lupin. — Sobre o que estavam falando?

— Sobre o teste. — Remus falou grudando no braço da amiga, os cinco agora voltando a andar.

— Você acha que conseguiu citar todos os sinais? — Perguntou James, caçoando com fingida preocupação.

— Acho que sim. — Respondeu Remus, sério, quando se reuniram aos alunos aglomerados às portas de entrada para chegar ao jardim ensolarado. — Primeiro: ele está sentado na minha cadeira. Dois: ele está usando minhas roupas. Três: o nome dele é Remus Lupin.

Peter foi o único que não riu.

— Eu citei a forma do focinho, as pupilas dos olhos e o rabo peludo. — Disse ansioso. — Mas não consegui pensar em mais nada.

— Como pode ser tão obtuso, Rabicho?! — Exclamou James, impaciente. — Você anda com um lobisomem uma vez por mês.

— Fala baixo, boca de sapo. — Ralhou Dahlia, olhando preocupada para Lupin.

Astraea tornou a olhar para trás ansiosa. Snape continuava próximo, ainda absorto nas perguntas do exame, mas esta era a lembrança de Snape, e Astraea tinha certeza de que se Snape decidisse sair andando em outra direção quando chegasse lá fora, Astraea e Harry, não poderiam continuar a seguir seus pais. Para seu profundo alívio, porém, quando os cinco amigos começaram a descer os gramados na direção do lado, Snape os seguiu, ainda verificando as questões da prova e aparentemente sem ideia fixa aonde ia. Mantendo-se um pouco à frente. Astraea conseguia vigiar sua mãe e os outros.

— Bom, achei que o exame foi moleza. — Ouviu Sirius comentar. — Vai ser uma surpresa se eu não tirar no mínimo um “Excepcional”.

— Eu também. — Disse James. Enfiou a mão no bolso e tirou um pomo de ouro que se debatia.

— Onde você conseguiu isso? — Dahlia perguntou olhando de cima a baixo para o amigo.

— Afanei. — Disse James, displicente. E começou a brincar com o pomo, deixando-o voar uns trinta centímetros e recapturado-o em seguida, seus reflexos eram excelentes. Peter o observava assombrado.

Os amigos pararam à sombra da mesmíssima faia à beira do lago, onde Astraea com seu furão havia passado um domingo terminando os deveres, e se atiraram na grama. Astraea tornou a espiar por cima do ombro e viu, para sua alegria, que Snape se acomodara na grama à sonhar desa de um grupo de arbustos. Estava profundamente absorto em seu exame como antes, o que deixou Astraea e Harry livres para se sentarem na grama entre a faia e os arbustos, e observar os cinco sob a árvore. O sol ofuscada na superfície lisa do lago, à margem do qual o grupo de garotas risonhas que acabara de deixar o Salão Principal se sentara, sem sapatos nem meias, refrescando os pés na água.

Dahlia e Remus apanharam livros e estavam lendo, a ruiva deitada no colo do amigo confortavelmente. Sirius passava os olhos pelos estudantes que andavam pelo gramado, parecendo um tanto arrogante e entediado, mas ainda assim extremamente bonito. James continuava a brincar com o pomo, deixando-o voar cada vez mais longe, quase fugindo, mas sempre recapturado no último segundo. Peter o observava boquiaberto. Todas as vezes que James fazia uma captura particularmente difícil, Peter exclamava e aplaudia. Passados cinco minutos de repetições desta dela, Astraea se perguntou por que o padrinho não mandava Peter se controlar, mas James parecia estar gostando da atenção. Astraea reparou que o padrinho tinha o hábito de assanhar os cabelos, como se quisesse impedi-los de ficar muito arrumados, e que também não parava de olhar para as garotas junto à água.

— Quer guardar isso? — Disse Dahlia finalmente, quando James fez uma boa captura e Peter deixou escapar um viva. Ela ergueu os olhos do livro olhando para o melhor amigo com repreensão. — Estou tentando focar na leitura.

— E eu sugiro que você pare, antes que Rabicho molhe as calças de excitação. — Completou Sirius.

Peter corou ligeiramente, mas James riu.

— Se estou incomodando. — Retrucou e guardou o pomo no bolso. Astraea teve a nítida impressão de que sua mãe era a única para quem seu padrinho teria parado de se exibir.

— Estou chateado. Gostaria que já fosse lua cheia.

— Você gostaria. — Disse Remus, sombrio, por trás do livro que lia. — Ainda temos Transfiguração, se está chateado poderia me testar. Pegue aqui... — E estendeu o livro.

Mas Sirius deu uma risada abafada.

— Não preciso olhar para essas bobagens, já sei tudo.

— Isso vai animar você um pouco, Almofadinhas. — Comentou James em voz baixa. — Olha quem é que...

Sirius virou a cabeça. Ficou muito quieto, como um cão que farejou um coelho.

— Excelente. — Disse baixinho. — Ranhoso.

Astraea se virou para ver o que Sirius estava olhando. Snape estava novamente em pé, e guardava as perguntas do exame na mochila. Quando deixou a sombra dos arbustos e começou a atravessar o gramado. Sirius e James se levantaram. Dahlia, Remus e Peter continuaram sentados, Dahlia e Lupin lendo o livro, embora seus olhos não estivessem se movendo e uma ligeira ruga tivesse aparecia entre suas sobrancelhas. Peter olhava de Sirius e James para Snape, com uma expressão ávida no rosto.

— Querem doce de amendoim? — Perguntou Dahlia para Remus e Peter, já sabendo o que iria acontecer mais a frente.

— Tem chocolate? — Perguntou Remus com a voz rouca.

— Não. — Respondeu Dahlia imediatamente, entregando um pedaço do doce para Peter com um sorriso no rosto. — Sem chocolate para você, Moony.

Remus aceitou o pedaço do amendoim, mastigando lentamente. Dahlia jogou o último pedaço do doce na boca, saboreando o gosto meio salgado, meio doce.

— Eu não vou intervir hoje. Só avisando. — Disse ela, deitando novamente e voltando à leitura. Não dando a mínima para o que seus amigos iriam fazer.

— Tudo certo, Ranhoso? — Falou James em voz alta.

Snape reagiu tão rápido que parecia estar esperando um ataque, deixou cair a mochila, meteu a mão dentro das vestes e sua varinha já estava metade para fora quando James gritou.

— Expelliarmus!

A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno baque no gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada.

— Impedimenta! — Disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao mergulhar para recuperar a varinha caída.

Os estudantes ao redor se viraram para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se aproximando. Outros pareciam apreensivos, ainda outros, divertidos.

Snape estava no chão, ofegante. James e Sirius avançaram empunhando as varinhas. James, ao mesmo tempo espiando por cima do ombro as garotas à beira do lago. Peter se levantará assistindo à cena avidamente, contornando Remus e Dahlia para ter uma perspectiva melhor.

— Como foi o exame, Ranhoso? — Perguntou James.

— Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho. — Disse Sirius maldosamente. — Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nem uma palavra.

Várias pessoas que acompanhavam a cena riram, Snape era claramente impopular. Peter soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda o imobilizava, ele lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis.

— Espere... para ver. — Arquejava, encarando James com uma expressão de mais pura aversão. — Espere... para ver!

— Espere para ver o quê? — Retrucou Sirius calmamente. — Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar o seu nariz em nós?

Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros de distância nada aconteceu.

— Lave sua boca. — Disse James friamente. — Limpar!

Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Snape na hora, a espuma cobriu seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar...

— Deixem ele em PAZ!

James e Sirius se viraram. James levou a mão livre imediatamente aos cabelos. Era uma das garotas à beira do lago. Tinha cabelos espessos e ruivos que lhe caíam pelos ombros e olhos amendoados e sensacionalmente verdes, os olhos de Harry. E Astraea sabia que aquela era Lily, sua madrinha, a mãe de Harry.

— Tudo bem, Evans? — Disse James, e o seu tom de voz se tornou imediatamente agradável, mais grave e mais maduro.

— Deixem ele em paz. — Repetiu Lily. Ela olhava para James com todos os sinais de intenso desagrado. — Que foi que ele lhe fez?

— Bom. — Explicou James, parecendo pesar a pergunta. — É mais pelo fato de existir, se você me entende...

Muitos estudantes que os rodeavam riram, Sirius e Peter inclusive, mas Dahlia e Remus, ainda aparentemente absortos em seus livros, nem sequer ligando para o que os seus amigos faziam, não riram, nem Lily tampouco.

— Você se acha engraçado. — Disse ela com frieza. — Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe ele em paz.

— Ela tem razão. — Sussurrou Dahlia para Remus.

— Deixo se você quiser sair comigo, Evans. — Respondeu James depressa. — Anda, sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.

Às costas dele, a Azaração de Impedimento ia perdendo efeito. Snape estava começando a se arrastar pouco a pouco em direção à sua varinha caída, cuspindo espuma enquanto se deslocava.

— Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante. — Replicou Lily.

— Mau jeito, Pontas. — Disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. — OI!

Mas tarde demais, Snape tinha apontado a varinha diretamente para James, houve um lampejo e um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue. Ele girou, um segundo lampejo depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas e cuecas encardidas. Muita gente na pequena aglomeração aplaudiu, Sirius, James e Peter davam gargalhadas. Lily, cuja expressão se alterou por um instante como se fosse sorrir, disse.

— Ponha ele no chão!

— Perfeitamente. — E James acenou com a varinha para o alto, Snape caiu embolado no chão. Desvencilhou-se das vestes e se levantou depressa, com a varinha na mão.

— Petrificus Totalus! — Disse Sirius, antes que Snape pudesse reagir. Snape emborcou outra vez, duro como uma tábua.

— DEIXE ELE EM PAZ! — Berrou Lily. Puxando a própria varinha agora. James e Sirius a olharam preocupados.

— Ah, Evans, não me obrigue a azarar você. — Pediu James, sério.

— Você não vai azarar ninguém, James. — Dahlia falou levantando e jogando o livro para longe.

Os alunos se viraram abrindo espaço para a ruiva passar, Dahlia tinha uma expressão nada boa no rosto e encarava seus amigos com desgosto. Dava para ver que ela até tentava ignorar as brincadeiras sem graça deles, mas ela sempre se metia no meio, tentando botar juízo na cabeça dos três desmiolados que ela chamava de amigos. Ela parou na frente de James, um olhar nada bom em seu rosto, o que fez o amigo engolir em seco sabendo que dessa vez foi longe demais.

— Já estou farta dessa brincadeira de vocês três! — Falou ela apontando para cada um. — Vê se cresce, seus favelados! Fazer bullying com os outros não é motivo de diversão, principalmente fazer isso com o Snape que nunca fez nada para vocês, e sinceramente vocês já estão passando dos limites com isso, principalmente com esse apelido horroroso e essa implicância toda que vocês tem com ele. Já estou extremamente cansada de ter que colocar juízo na cabeça de vocês, nem mesmo as crianças do primeiro ano dão trabalho desse jeito. E Sirius, não ouse me interromper! — Ela cerrou os olhos na direção do Black mais velho quando ele ia falar, vendo ele arregalar os olhos. — Então vocês vão parar com isso, eu ou vou sair do grupo de vocês!

Remus que ainda lia, imediatamente levantou o olhar do livro espantado. Ele não parecia esperar essas palavras saindo da boca de Dahlia, e provavelmente os outros três também não.

— Agora obedeçam a Evans! — Ordenou.

— Desfaça o feitiço nele! — Lily voltou a falar, ficando do lado de Dahlia.

James suspirou profundamente, então se virou para Snape e murmurou um contrafeitiço.

— Pronto. — Disse, enquanto Snape procurava se levantar. — Você tem sorte de Dahlia e a Evans esteja aqui, Ranho... — James levou um chute na canela dado por Dahlia. — Snape.

— Não preciso da ajuda de uma Sangue Ruim e uma Traidora de Sangue como elas!

Lily pestanejou. E Dahlia imediatamente fechou a cara. Um garoto de cabelos encaracolados e pretos imediatamente levantou o olhar das atividades que fazia, observando Snape mortalmente. Regulus Black se levantou rapidamente, o Sonserino andando em direção à rodinha com apenas um pensamento em mente.

— Ótimo. — Respondeu calmamente. — No futuro, não me incomodarei. E eu levaria as curvas se fosse você, Ranhoso.

— Peça desculpas a elas! — Berrou James, apontando-lhe a varinha ameaçadoramente. — Peça desculpas a Evans e a minha irmã!

— Não quero que você o obrigue a se desculpar. — Gritou Lily, voltando-se contra Tiago. — Você é tão ruim quanto ele.

— Quê? Eu NUNCA chamaria você de... você sabe o quê!

— Despenteando os cabelos só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando qualquer um que o aborreça só porque é capaz... até surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso dessa cabeça cheia de merda. Você me dá NÁUSEAS.

E, virando as costas, ela se afastou depressa.

— Evans! — Gritou James. — Ei, EVANS!

Mas Lily não olhou para trás.

— Qual é o problema dela? — Perguntou James, tentando, mas não conseguindo fazer parecer que fosse apenas uma pergunta sem real importância para ele.

— Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara. — Disse Sirius.

— Certo. — Respondeu James, que parecia furioso agora. — Certo...

Houve outro lampejo, e Snape, mais uma vez, ficou pendurado no ar de cabeça para baixo. Dahlia dessa vez se enfureceu, ela tirou a varinha do seu cabelo liberando ele do coque despojado, o vento balançando seus cabelos ruivos como fogo de um lado para o outro. Ela apontou a varinha diretamente para James, a varinha do melhor amigo voando seis metros longe dele com um feitiço silencioso. James se virou para a amiga, vendo ela totalmente furiosa, dos seus olhos saindo chamas laranjas.

— CHEGA! — Berrou ela furiosa. — Já estou farta de você, James Potter! Lily tem razão, você não passa de um idiota metido a besta que gosta de se provar para os outros, gosta de fazer gracinhas e bancar o engraçadinho. Mas eu já cansei disso, cansei das brincadeiras, cansei dos apelidos, cansei do bullying, cansei de você! Já não aguento mais ver você tratando essas pessoas mal, não aguento mais ver você azarando Snape sem motivos e não aguento mais ver você fazendo tudo isso apenas para chamar a atenção de uma garota! Você é um pé no saco, arrogante, metido, sem limites, crianção, babaca, idiota e covarde! E vocês dois, Peter e Sirius não escapam também, ficam aí dando risada e apoiando como se fosse a oitava maravilha do mundo, mas não é! Espero realmente que vocês repensem em seus atos idiotas e parem de agir como esses garotos mimados e sem escrúpulos, sinceramente, vocês julgam os Sonserinos mas estão piores que eles! E realmente o único que se salva aqui, é o Remus, porque vocês três são tudo uns bando de idiotas! E até vocês não decidirem acabar com essa merda de ato ridículo de vocês, eu não quero mais papo. Repensem nos seus atos idiotas e talvez depois eu possa pensar em perdoá-los, até lá, fim de amizade! Não sou mais uma Marota!

E antes de se virar para ir embora, Dahlia tirou a pulseira de seu braço e jogou na cara de James Potter. Ambos os três não tiveram reação quando viram a ruiva ir até Remus e pegar sua bolsa juntamente com seu livro que ela havia jogado no chão, Remus até tentou chamar Dahlia. Mas ela o ignorou e saiu em passos apressados em direção ao castelo, Remus então deu um olhar aos três que dizia claramente: “Eu avisei que um dia vocês perderiam ela.” E então ele se levantou, e foi correndo com seu livro atrás de Dahlia. A ruiva passou por Regulus Black, esse que chamou seu nome em uma tentativa de chamar sua atenção, mas ela igualmente como fez com Remus, o ignorou, entrando no castelo totalmente decepcionada com seus amigos.

— Ótimo. — Disse James agarrando sua varinha novamente e se virando para Snape. — Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhoso?

Mas se James realmente as tirou, Astraea e Harry nunca chegaram a saber. Uma mão agarrou-os com força pelo braço, fechando-se como uma tenaz. Fazendo uma careta de dor, Astraea se virou para ver quem a agarrava e deparou, com uma sensação de horror, com um Snape totalmente crescido, um Snape adulto, parado bem ao lado dela, lívido de raiva.

— Estão se divertindo?

Astraea se sentiu erguida no ar, o dia de verão se evaporou à sua volta, flutuou por uma escuridão gelada, a mão de Snape ainda apertando seu braço. Então, com uma sensação de desmaio, como se tivesse dado uma cambalhota no ar, seus pés bateram no piso de pedra da masmorra de Snape, e ela se viu mais uma vez ao lado da Penseira sobre a escrivaninha do bruxo, no escritório atual e sombrio do professor de Poções.

— Então. — Disse Snape apertando o braço de Harry, que a mão do garoto estava começando a ficar dormente. Mas diminuindo o aperto no braço de Astraea. — Então... andaram se divertindo, Potter e Black?

— N-não. — Respondeu Harry, tentando soltar seu braço. Mas Astraea paralisou, olhando de olhos arregalados para o professor. Ele havia chamado ela por seu sobrenome, por seu verdadeiro sobrenome. Algo que Harry não pareceu notar.

Mas a visão que a ruiva estava tendo era apavorante, os lábios de Snape tremiam, seu rosto estava branco, seus dentes arreganhados.

— Um homem divertido, o seu pai, não era? — Perguntou Snape, soltando Astraea. Ele sacudiu Harry tanto que seus óculos escorregaram pelo nariz.

— Eu... não....

Snape atirou Harry para longe com toda a força. O garoto caiu pesadamente no piso da masmorra. Astraea abriu a boca em choque, olhando para seu melhor amigo largado no chão frio.

— Você não vai contar a ninguém o que viu! — Berrou Snape.

— Não. — Disse Harry, pondo-se em pé o mais longe do professor que pôde. — Não, claro que...

— Fora daqui, fora daqui, nunca mais quero ver você na minha sala!

Harry rapidamente precipitou em direção à porta, mas um frasco de baratas mortas estourou por cima de sua cabeça. Astraea viu ele puxar a porta com força e desaparecer de sua vista, mas ela se mantinha em pé com a ajuda da escrivaninha, totalmente paralisada. Quando ela levantou o olhar, pode ver Snape a olhando furioso. Mas dessa vez, a raiva bateu na ruiva fortemente, seus olhos brilhando em ódio. As coisas na sala de Snape começaram a tremer, as unhas de Astraea se tornando afiadas enquanto ela sentia sua loba interior se romoer de ódio junto à ela.

— Você! — Disparou furiosa. — O que você pensa que está fazendo?

Snape a olhou incrédulo e confuso.

— Dumbledore... — Ela falou rispidamente. — Dumbledore e McGonagall confiaram em você o segredo da minha família, um segredo que não deveria ter falado! Mas você com sua boca grandiosa quase acabou com tudo! O que Harry pensaria se tivesse entendido do que você me chamou, hein? O que ele pensaria ao ouvir você me chamando de Black? Sabe o que ele pensaria? QUE EU SOU FILHA DE SIRIUS! E sabe até onde isso levaria? Até os pensamentos de Voldemort se ele invadisse a mente de Harry. Isso poderia colocar eu, minha família e todos a minha volta em perigo! Agradeça aos Deuses por Harry não ter entendido o que você falou, agradeça por tudo que é mais precioso a você que ele não vai supor que eu sou uma Black, ou se não, eu acabo com você Snape. Acabo com você e com esse seu modo arrogante de tratar meu melhor amigo, esse seu jeito que você trata Harry apenas por causa de alguém que já morreu! E então vê se põe logo na sua cabeça, que Harry não é o meu padrinho! Harry não é o James e você não pode tratá-lo mal só por causa de uma coisa que aconteceu com você na adolescência. Muito menos pode tratá-lo mal porque Lily não escolheu você ao invés de meu padrinho! Então, eu espero que você mantenha essa sua boca muito bem calada Severus Snape, porque se você contar para qualquer pessoa que seja sobre mim ou minha família, eu vou atrás de você e vou matá-lo! E se Harry tiver um machucado sequer, é melhor você se preparar, porque vou fazer da sua vida um verdadeiro inferno. Passar muito mal, professor!

Astraea imediatamente saiu da sala, fechando a porta com força. Snape de imediato pegou sua varinha e lançou um feitiço evitando que a névoa de poder verde esmeralda destruísse sua sala de uma vez.

E se Astraea não fosse imediatamente buscar a ajuda de Morgana no diário, o seu poder só iria acabar se descontrolado mais e mais. Trazendo o que os Deuses menores queria, caos para o mundo.

—— Olá estrelas e constelações!
E veio capítulo mais rápido dessa vez né? Me esforcei para conseguir tentar trazer esse capítulo para vocês, porque apesar de tudo, a escola está tirando minhas energias, mas eu não desisto nunca não viu! Aiai, como a vida é linda. Amo demais esses gêmeos, eles chamando a Astraea de irmãzinha é tudo para mim! E o Perseu infelizmente apareceu bem pouquinho hoje, tadinho, mas próximo capítulo se preparem que vai ser só da Astraea e dele! E gente, é, foi babado. Essa lembrança do Snape aí é bem chocante, porque fala sobre uma coisa que a Dahlia não contou para a Astraea, do rompimento temporário dos Marotos, e foi nesse meio tempo que a Dahlia se aproximou do Regulus, esses lindinhos. Mas além de tudo, eu amo a relação dos Marotos com a Dahlia, principalmente a do Remus e ela, eu acho a relação deles tão pura, tão magnifica. Mas sobre o Snape, ranço, só sinto isso. Primeiro foi ele ter chamado a Dahlia de Traidora de Sangue, nossa sério, e sim gente, para quem se lembra do capítulo da Astraea batendo no Draco junto com o Harry e o George, o Draco chama a Astraea de Traidora de Sangue ecquando ela comenta isso com o Snape e a McGonagall, o Snape fica meio em transe. Porque ele se lembrou DELE chamando a Dahlia de Traidora de Sangue, tudo sempre bem conectado aqui graças aos Deuses.

—— Aiai né, esse Snape não acerta uma. Ele quase colocando a vida da família da Ast em risco, juro para vocês, sempre erra esse cabeça de óleo. Mas amo a Astraea lacrando nele, me sinto bem melhor depois disso, porque tudo o que ela disse foi o que eu sempre quis dizer para o Snape. Mas enfim, próximo capítulo eu já decidi que vai ser o do pedido, sim, eu falei que ia ser daqui dois capítulos, mas vai ser bem mais dentro dos trilhos ser no próximo. Então preparem o coração, que além do pedido, tem aparecimento de mais um Deus aí, e digam aqui quem vocês acham que vai aparecer, estou curiosa para ver as teorias. E também tem aparecimento de um personagem que muitos amaram mais agora estão odiando, mas graças aos capítulos depois desse vão voltar a amar de novo. Infelizmente meus amores, por hoje é só. Mas não se esqueçam de comentar o que acharam, as suas teorias, votar e compartilhar com seus amigos para fanfic poder crescer cada vez mais. Obrigado por terem lido até aqui e obrigada ainda mais peloz 10K!! Sério, vocês são perfeitos. E eu não tenho nem palavras para agradecer por vocês terem me dado essa oportunidade. Amo muito vocês e até o próximo meus amores. 🌌💜

MALFEITO FEITO!

— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.

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