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→ 𝐂apítulo único

𝙑ote ✰
𝘾omente 💬

Todos os dias ela estava lá na cafeteria, - Dreams -, olhando para ele e suspirando de amores ao vê-lo ser gentil com todos os clientes.

Por que não diz a verdade? – Seu melhor amigo, - Jung Hoseok -, indagou.

Porque ele vai achar que eu sou uma stalker. – A garota retrucou desviando o olhar.

Não, ele vai pensar que você o ama de verdade e vai retribuir esse amor. – O mais velho falou, deixando um sorriso transparecer no rosto perfeito.

Hobi, eu tenho a mais pura certeza de que não sou o tipo dele. – Murmurou chateada.

Hoseok suspirou profundamente, suprimindo a raiva por ver sua melhor amiga se deteriorar dessa maneira.

Mas ela não está errada em pensar isso, a sociedade impôs que precisa ser magra, ter belas curvas, cabelo liso, olhos claros. Por que o padrão de beleza é esse? Por que cabelos cacheados não são padrão de beleza? Por que ser plus size não é padrão de beleza? Andy não entendia isso, e sinceramente achava uma merda os olhares julgadores, porque a verdade é cruel, a realidade dói mais do que pensou.

E sinceramente o que havia de errado em ser mais cheinha? Ter olhos escuros? Tatuagem? Não significa que seja uma traficante ou algo do tipo só por ter um desenho na pele, - uma ferida aberta -.

— Por que você gosta dele? – Hoseok indagou, pegando um pedaço de croissant recheado de frango.

— Você está se ouvindo? – Ela retrucou perplexa. — Jungkook é simplesmente o ser humano mais gentil que eu conheço, ele é perfeito. – Suspirou apaixonada, olhando-o atender um casal de idosos.

— É o que apaixonados dizem, mas no final quebram a cara. – Seu melhor amigo argumentou, mastigando o pedaço do salgado. — E ele nem é tudo isso. – Engoliu. — Olha para mim, eu sou melhor. – Gabou-se.

— Hobi, eu te amo, mas não fale do meu menino de ouro. – Retrucou. — Jeon Jungkook, até o nome dele é bonito.

— Credo, gente apaixonada não presta.

Hoseok murmurou indignado e talvez ressentido, pois no fundo nutria alguns sentimentos estranhos pela melhor amiga.

— Ele jamais me olharia de outra forma, olha só o tipo de garota que o cerca.

Apontou para algumas garotas na mesa que ele atendia agora.

— Sem sal. – Hoseok afirmou. — E é por isso que ele olharia para você, porque você tem pimenta, sal, e todos os temperos exóticos e gostosos do mundo.

— Por que está falando de comida?

— Estou com fome e é o que eu mais gosto. – Deu uma piscadela. — E estou sendo sincero, você é a mais gostosa.

— Hoseok. – Chamou envergonhada, ficava vermelha ouvindo os elogios de Hoseok.

— Tudo bem, vou parar. – Revirou os olhos e voltou a comer.

Andy voltou a escrever na carta em sua mesa, a que mandaria para Jungkook mais tarde, mas ele não saberia que é ela, pois usa um pseudônimo diferente, - Yami -.

A caneta movia-se suavemente sobre o papel amarelado, escrevendo sobre o quanto ele foi gentil com a idosa, o quanto ele fica bonito sem camisa no parque de manhã, o quanto ele é gentil com as pessoas ao seu redor. Escrever sobre seus pensamentos era mais fácil do que falar, pois pensava que Jungkook riria em sua cara e diria: "Eu jamais ficaria com uma gorda como você." Já passou por isso uma vez e não foi legal, mas o legal foi ver Hoseok e Namjoon baterem naquel escroto.

Jungkook era diferente, ele já havia prestado atenção em sua cliente regular que sempre está ali no canto sem olhá-lo por muito tempo, ou é o que ele pensa.

— Terra chamando Jungkook. – Jimin chamou estalando os dedos na frente do amigo. — Você me ouviu?

— Não? – O mais novo retrucou desviando o olhar.

— Eu perguntei se vai na festa do Jin hyung hoje. – O mais velho indagou seguindo o olhar do amigo. — É ela.

Afirmou sorrindo ladino.

— Vou sim. – Desviou o olhar. — Ela o quê? – Franziu o cenho.

— A garota que prendeu sua atenção.

— Não. – Mentiu nervoso.

— Eu não sou idiota e nem cego, sei que está curioso sobre a garota que vem aqui todo dia. – Murmuou indo para trás do balcão. — Ela é bonita. – Confessou.

— Ela é mais que bonita, ela é maravilhosa.

Sorriu largamente pensando na garota tímida.

— Olha ele. – Park caçoou. — Meu turno acabou. – Olhou o relógio. — Te espero na casa de Seokjin hyung. – Avisou antes de sair.

Jungkook ficou para fechar a cafeteria.

— Quanto deu? – Hoseok indagou ao moreno no caixa.

— 300₩.

— Cartão de crédito. – Respondeu após entregar o objeto.

— Hobi, eu disse que pagaria.

— Princesa, eu disse que não aceito isso.

Jungkook mordeu internamente a bochecha, não gostou de ver a interação íntima dos dois.

— Aqui está, senhor. – O mais novo entregou a máquina para Hoseok.

— Princesa, coloque a senha, sim? Preciso fazer uma coisa. – Pegou o celular e saiu de perto da amiga.

— Seu namorado? – Jungkook indagou curioso.

— Não! – Apressou-se em negar e depois corou de vergonha ao perceber o que havia feito. — S-somos amigos. – Falou envergonhada.

Jungkook apenas assentiu sorrindo.

Mas por que se importava com o fato dela ter namorado ou não? Por que se interessou tanto por uma garota que nem ao menos sabe o nome?

— Pode retirar o cartão. – Falou profissional, ignorando o sentimento estranho.

Tudo era estranho perto dela.

Hoseok retornou minutos depois, pegou seu cartão e o guardou em sua carteira.

— Vamos, princesa. – Sorriu animado, puxando a garota para fora. — Vamos em uma festa hoje!

— O quê? Eu não acho que seja uma boa ideia. – Desesperou-se.

Andy tinha um péssimo histórico com festas, ninguém sabia melhor do que ela o que é ser excluída. A odiada de um pequeno círculo de pessoas, ser motivo de chacota, ser vista com olhares agressivos e ouvir palavras pejorativas sem motivo algum.

Se lembrava bem da primeira vez que sofreu bullying.

Desde pequena era mais cheinha, não se orgulhava disso e odiava sua barriga avantajada, por isso que ficava dias sem comer e até chegou a vomitar tudo que comia.

— Olha para ela. – Uma garotinha magra de cabelo castanho escuro desdenhou. — Nem a mãe dela gosta dela. – Riu divertida junto com as outras crianças.

Naquele dia, Andy nunca mais voltou à escola e sua mãe tentou ajudá-la, mas foi em vão, nada ajudava a pobre menina loira. Isso até ela crescer e fazer sua primeira tatuagem, - no estúdio 'Cicatriz dourada -.

— Por que Dourado? – A menina perguntou.

— Porque Dourado só remete a coisas boas, se você diz que uma pessoa te lembra dourado, então ela te lembra de coisas boas. – O tatuador respondeu.

Andy gostou daquela definição e guardou consigo.

Ao chegar na festa, Andy questionou-se novamente se foi uma boa ideia ouvir Hoseok, mas agora era tarde demais para voltar.

— Relaxa, princesa. – Seu melhor amigo falou segurando um copo de bebida alcoólica. — Beba.

— O que é isso?

— Licor de morango. – Entregou um copinho com o conteúdo rosa para ela.

Andy virou de uma vez o líquido e quase se engasgou.

— Não é tão ruim. – Falou surpresa.

— Eu sei, princesa. – Deu-lhe outro copo.

Andy continuou a beber vários copos de diferentes bebidas e quando percebeu já estava bêbada, não estava quase caindo, mas não se sentia muito bem.

— Eu vou procurar o banheiro. – A garota avisou ao melhor amigo e então saiu de perto dele, andando no meio das pessoas e tentando não esbarrar em ninguém, mas falhou ao chocar-se contra alguém. — Desculpa. – Pediu baixinho.

— Tudo bem. – Jungkook murmurou sorrindo ladino. — Precisa se ajuda, 'princesa'? – Usou o apelido que Hoseok a chama.

— Jungkook? – Ela arregalou os olhos, totalmente surpresa ao vê-lo ali.

— É engraçado o fato de você saber meu nome, mas eu não saber o seu. – Brincou sorrindo.

— A-Andy. – Gaguejou nervosa.

— Estava procurando o banheiro, certo? Eu te mostro onde é.

Andy curtiu ver o garoto usando roupas pretas e coturnos da mesma cor. Ele está absurdamente lindo com o cabelo bagunçado, e seu cheiro estava melhor ainda.

— Recomponha-se, Andy. – Falou se olhando no espelho e molhando o rosto.

Após sair do banheiro, Andy corou mais notando que estava sozinha com Jungkook em um quarto.

— Achei que já tinha ido. – Murmurou.

— Não podia sair sem saber se está tudo bem. – Sorriu. — Você está com alguém aqui?

— Hoseok.

— Vou te levar até ele.

E então a voz de Hoseok soou em sua cabeça, ordenando para que se declarasse logo para ele.

— Eu gosto de você! – Gritou praticamente.

Jungkook paralisou no lugar, segurando a maçaneta.

— Como?

— Eu gosto de você. – Suspirou aproximando-se dele. — Eu quem deixo as cartas para você na cafeteria todos os dias, porque eu me apaixonei por você.

Poderia culpar a bebida, essa era uma ótima desculpa caso fosse rejeitada.

Mas para a surpresa de todos, Jungkook apenas a puxou para um beijo profundo.

— Eu gosto de você, também e eu malditamente quero foder com você aqui e agora. – Jogou-a na cama e subiu por cima dela, beijando-a mais.

O clima esquentou mais ainda e Andy já não estava mais bêbada.

— E foi assim, crianças, que eu e seu pai nos conhecemos. – Andy contava sua história para os seus filhos.

— Isso que eu chamo de relacionamento relâmpago. – Amy, a mais nova falou admirada.

— Isso se chama fogo no cu mesmo, querida. – Hoseok afirmou rindo.

— Clichê. – Junghyun murmurou entediado.

— O importante é que nos amamos muito. – Jungkook falou, abraçando sua esposa.

— Sempre, meu príncipe.

— Para todo o sempre, minha princesa.

— Você me lembra dourado. – Ela falou.

— Dourado é a cor do amor, pois me lembra você.

Sorriram um para o outro.

FIM!

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©𝐇𝐎𝐒𝐄𝐎𝐊_𝐒𝐔𝐏𝐑𝐄𝐌𝐎

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