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Finalmente Damien desperta de seu sono profundo. Seus olhos estão inchados, ele se espreguiça demoradamente e por fim, vê que seu celular ainda está totalmente descarregado.

Que horas são?

Ele olha confuso, vendo que perdeu a noção do tempo.

Acho que dormi demais...

Ele boceja, enquanto esfrega os cabelos, através da janela do ônibus ele vê que já é noite. Logo vai acompanhando o fluxo de pessoas descendo do ônibus, juntamente com ele, que caminha carregando sua mala. O loiro avista seu pai de longe o esperando com um sorriso nos lábios. Sorriso bem parecido com o dele - diga-se de passagem.

- Pai! - Damien caminha apressado ao seu encontro, e o abraça apertado.

- Como está, filho? - pergunta seu pai.

- Cansado da viagem. - Ele sorri, enquanto seguem caminhando.

Já dentro do carro, eles vão pelas ruas iluminadas e calmas, devido ao horário. Damien conversa com ele, enquanto liga seu celular no carregador do carro. Mas assim que o mesmo é ligado, começa a chover mensagens e notificações através do mesmo, fazendo-o ficar confuso.

- Nossa. Quantas mensagens!

Ele se surpreende. São mensagens de seus pais, de Denis e por fim, ele vê um número com o prefixo que ele reconheceria de longe. Eliza. Ele estranha a quantidade de ligações e já se prepara para retornar, quando vê recarregar uma imagem vinda do celular de Eliza: A foto de um bebê recém nascido.

- Oh!! - Exclama ele, sem ação e voz alta.

Seus olhos estão assustados e perdidos, com a linda imagem estampada na tela de seu celular.

Eu... Eu não acredito que essa coisa mais fofa, é meu bebê!

Ele põe a mão na boca, abrindo um grande sorriso.

- Aconteceu alguma coisa, filho? - Pergunta seu pai, olhando para ele.

- Não... Nada!... - Ele disfarça, e tenta esconder seus sentimentos, precisa contar tudo para seus pais, desde o começo com calma antes de dar essa notícia.

Finalmente quando chega em casa, Damien agradeçe por já ser tarde, assim não terá desculpas para ir direto para o seu quarto que estava fechado já há algum tempo. Ele só cumprimentou sua mãe com um abraço e logo subiu para o quarto reclamando de cansaço e dor de cabeça.

O rapaz toma um bom banho relaxante, se joga na cama já discando a chamada de vídeo com jeito ansioso. E quando Eliza atende seu coração acelera forte no peito.

- Oh, finalmente! - Eliza suspira, levantando os olhos, com jeito mais aliviado. -  Olá, Damien! - Ela sorri.

- Liza! - Ele está sentado na cama com as costas na parede, seus cabelos claros, ainda estão úmidos, mas para Eliza, ele está lindo como sempre.

- Ah, Damien, como é bom te ver! Por onde esteve? Eu tentei te ligar o dia todo, mas não consegui!

- Eu estava no ônibus a caminho da minha cidade, e meu celular estava desligado. Mas agora me diga, porque tantas chamadas? E esse bebê na foto... Não me diga que é ele?... - Pergunta, ansioso, já sabendo da resposta.

- Sim, Damien! - Eliza sorri. - Você já é pai! De um lindo menininho! - O sorriso animado mostra toda a sua euforia nesse momento. - Veja... - Ela abaixa o celular, fazendo com que o pequenino, apareça na tela, dormindo em seu colo, tão calmo. Tão pequeno, indefeso de tudo, mas exagerado em fofura.

Damien sorri tão abertamente, não consegue esconder quão bobo está. Sente um misto de emoções lhe tomar de um modo único enquanto observa aquele anjinho lindo, todo de vermelho no colo de sua amada.

- Ele é tão lindo! -  diz orgulhoso e aos poucos seus olhos ficam marejados. - Eu achei que seria para o mês que vem! - comenta.

- Mas você já percebeu que seu filho é bem apressadinho. Diga oi para o papai, amor! - pede Eliza, com voz doce, enquanto sorri orgulhosa também. - O que mais me deixou fascinada é saber que ele se parece tanto com você!

- Eu nem acredito que ele é meu também! Queria muito tê-lo em meus braços agora. - Ele parece ficar sério e pensativo, seus olhos ficam profundos e inquietos

- Sim. Ele é a coisa mais fofa que eu já vi na vida. Eu estou... Apaixonada! - declara Eliza, com os olhos transbordando de amor.

- Como ele vai se chamar? - pergunta Damien e Eliza abre um pequeno sorriso, ficando pensativa.

- Eu pensei em um nome bem significativo, como "Bryan" Quer dizer; "Forte" Depois de tudo o que aconteceu com nós, eu cheguei a conclusão de que nós somos de lugares tão distantes e ainda com tantos conflitos. E depois de tudo, nosso amor ainda prevaleceu, atravessando tudo! Nosso filho foi forte em ter vindo comigo e já superamos muita coisa juntos! A maior prova disso... É ele aqui!

Eliza termina, olhando para seu filho, com carinho. Assim que levanta a cabeça, percebe que Damien também tem lágrimas nos olhos.

- Isso foi lindo, Eliza! - diz ele, limpando o rosto.  - Agora eu fico sem saber o que fazer! Eu queria tanto poder ajudar, te fazer companhia... Mas me programei só para daqui um mês. Já comprei a passagem e achei que chegaria aí para ver ele nascer, agora quando eu chegar, ele já vai estar com mais tempo, pois não sei se vou conseguir mudar as datas.

- Não tem problema, eu vou te esperar, assim como você prometeu me esperar. Ou melhor, nós vamos te esperar! - Ela abaixa os olhos para seu bebê. - Eu tinha medo de tantas coisas, mas agora que eu tenho meu filho nos meus braços, eu me sinto diferente, corajosa. Sinto que tenho mais motivos para lutar por meus sonhos, e agora tenho mais alguém por quem lutar e fazer feliz!

- Nossa, Liza, depois que o bebê nasceu você está se mostrando muito mais inspirada. Sinto tanto a sua falta! - Declara ele, sem perceber que seu carinho por ela ainda não mudou, seus olhos azuis brilham como nunca.

- Eu também, amor...!  - logo ela percebe o que disse. - Quero dizer.... Eu ainda sou o seu amor, né?

- Ouvir isso me deixa cada vez mais ansioso, sabia? - Damien finalmente olha para Eliza como olhava antes, como se ela fosse única, um olhar apaixonado! Daquele jeito que só ele sabia, e que Eliza amava, sentindo seu coração invadido de novo! - Me espere, pequena! Eu prometo não demorar tanto, quero matar toda a saudade de você e conhecer meu filho!

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Os raios de sol invadem o quarto do hospital pela manhã bem cedo. Eliza já se prepara para ir para casa com seu bebê, com a ajuda de sua mãe.

- Bom dia. Com licença.

Eliza se vira e vê a enfermeira trazendo um lindo buquê de margaridas brancas, com um laço dourado amarrado nele.

- Isso é pra mim?! - Eliza pega olhando confusa.

- Sim. Entregaram há pouco tempo aqui na recepção e eu vim lhe trazer. Já lhe adianto que são lindas! Mas por que margaridas? - A enfermeira olha curiosa.

- Na verdade... margaridas são as minhas flores preferidas! - avisa ela, com um pequeno sorriso singelo, ao encostar o  buquê em seu nariz. Ao sentir o perfume, a garota fecha os olhos. - Tem um cartão! - a garota pega e abre, de forma curiosa;

Olá, minha pequena!

Ela sorri, ao reconhecer o jeito fofo com que foi chamada no cartão. E já não tem mais dúvidas de quem o mandou.

"Desculpe não poder entregar pessoalmente. Quero agradecer por ser a pessoa que trouxe meu filho ao mundo! Não teria sido tão incrível se não fosse você. Sei que ama margaridas, por isso espero que goste e que elas a façam lembrar de mim!"

Eliza abre um enorme sorriso, sentindo lágrimas lhe embaçar os olhos.

- São lindas, filha! - Lara sorri satisfeita - Ele é um ótimo rapaz - comenta sua mãe a respeito de Damien.

- Por essas e outras que eu não posso desistir de nós, mãe! - Ela olha para sua mãe ainda com os olhos molhados.

Eliza não sabe que Damien, entrou em contato com Lara e pediu para que ela comprasse as flores e mandasse entregar junto com a mensagem que ele fez, mas a intenção foi linda.

....

- Liza. Bom dia.

Enquanto as duas conversam, Ronald aparece no quarto do hospital de forma inesperada. Eliza reconhece a voz inconfundível de seu pai e se vira rápido e confusa em direção da entrada. Observa seu pai caminhar com calma e sem jeito para perto dela.

- Bom dia. - Eliza olhando para seu pai, ainda sem acreditar.

- Eu vim... buscá-las - Ele dá um pequeno sorriso muito discreto.

- Eu fico feliz que tenha vindo, pai... - declara Eliza percebendo que seu pai parece mais aberto a tudo o que aconteceu nos últimos dias. Ela vê certa esperança para a sua situação.

°°°

Era bom estar em casa finalmente, o clima está agradável, Eliza entra em seu quarto abrindo as janelas, para que entre a brisa gostosa. O bebê já dorme bem, estreando seu berço.

Sua mãe ajeita os últimos detalhes do quarto, enquanto Eliza coloca suas margaridas dentro de um vaso de vidro com água, bem ali na mesinha ao lado de sua cama. Ela ainda ajeita as flores quando Ronald bate na porta e entra.

- Belas margaridas! - Ele caminha devagar e sem jeito, mas com olhar curioso.

- Obrigada... - Ela olha com uma ponta de orgulho para as flores, ainda de costas para ele. - Chegaram hoje de manhã ainda no hospital. Foi um mimo feito em nome de Damien - Eliza sorri, encostando o nariz mais uma vez e cheirando com carinho.

Seu pai agora fecha seu pequeno sorriso aos poucos, ficando pensativo e Eliza percebe.

- Pai... - Ela se vira e caminha em sua direção com calma - Quero que saiba que não vamos continuar sendo apenas meu filho e eu. Já lhe adianto que eu espero que Damien, esteja comigo o quanto antes! - Eliza sente-se na obrigação de avisar seu pai sobre seus planos.

- Eliza, ele não estava aqui quando você precisou, quando seu filho nasceu! Você acha que ele realmente se importa?! - Ronald faz um jeito desentendido, tentando a persuadir.

- O senhor não sabe o que aconteceu, ele não pôde estar aqui! - Ela abaixa os olhos, tentando explicar.

- Filha, eu quero te ajudar em tudo o que precisar. Juro que estou me esforçando... vou começar a me descobrir quando me aproximar de seu filho, mas por favor... Não deixe que "ele" venha! - Implora Ronald, com calma. Eliza olha sem acreditar.
- Com o passar do tempo, você vai voltar a sua rotina, vai voltar a estudar e um dia, vai conhecer alguém que possa retribuir aos seus sentimentos, alguém que todos nós ficaremos felizes em conhecer, não existe apenas "ele!"

- Mas pra mim ele é único no mundo pai! Eu não quero outra pessoa, eu quero o pai do meu filho, nós nos amamos, nos damos tão bem e vamos ficar juntos! Você está dizendo isso porque não o conhece! Mas eu te peço para continuar se reforçando, pai! O senhor está indo tão bem! - Eliza pede, com olhar suplicante. - O senhor ainda nem conheceu seu neto! Como me diz que está se esforçando realmente!

Ronald apenas ouve calado.

- Eu... Já disse que estou fazendo o possível, mas... Ainda não consigo, filha! - Ele se vira sem jeito e engole em seco. - Eu juro que quero aceitar ele...

- Tudo bem, pai! - Eliza o interrompe - Sei que vai acontecer um dia, no tempo certo, eu sei. Eu confio em você! - Termina ela, com os olhos tristes e seu pai se surpreende com tal declaração.

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Olá pessoas, tudo bem?

Espero que tenham gostado.

Será que Ronald vai continuar a manter a sua pose quando realmente perceber que logo terá que encontrar com o pai de seu neto?

Beijinhos ❤️