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CHAPTER 11: um pedido de ajuda

— Então, basicamente, essa é a história do álbum reputation. — Peter terminou de falar, observando a Trainor a sua frente enquanto escutavam a última música do álbum, New Year's Day, tocar.

— Uau! Nossa, Peter, ela literalmente transformou sua dor e o ódio jogado em si em arte. Em músicas ótimas!

— Sim! — ele exclamou feliz. — Essa sua resposta quer dizer que você gostou e vai ouvir mais Taylor Swift?

Heather revirou os olhos, sorrindo. — Talvez, mas eu ainda sou fã de cantores antigos.

— Já é um ótimo começo, velhinha. — o Parker sorriu em resposta.

— Cala a boca, bebezão. - revirou os olhos, pegando uma folha seca e jogando no mesmo. Peter riu, a pegando antes de bater em seu rosto.

Os dois jovens adolescentes estavam no Central Park da cidade que viviam, Nova Iorque, fazendo uma pesquisa juntos e também passando algum tempo num piquenique agradável. Peter abriu a cesta, que havia trazido, e tirou de lá alguns sanduíches e frutas, oferecendo uma delas para Heather, que escolheu e pegou um morango e deu uma mordida no mesmo, olhando ao redor do parque e da grama. As árvores balançavam suavemente com a brisa, e o som distante de risadas e conversas dos outros frequentadores do parque criava um ambiente acolhedor.

— Sabe, eu sempre achei interessante como as músicas e as obras de arte podem contar histórias tão pessoais de uma pessoa e, ao mesmo tempo, de outras. — disse Heather, pensativa.

— Exatamente. É o poder da arte, eu acho. — Peter concordou. — E Taylor é realmente boa em fazer isso. Cada álbum dela é como um diário aberto.

Heather assentiu. — Talvez eu devesse dar uma chance a mais artistas modernos. Pode ser que eu encontre algumas joias raras como essa.

— Com certeza! — Peter respondeu animado. — E eu posso te ajudar com isso. Tenho várias recomendações e muitas playlists.

— Eu vou amar ouvir suas playlists.

Heather mordeu um pedaço de sanduíche enquanto olhava ao redor, observando a mistura de turistas e nova-iorquinos que aproveitavam o dia ensolarado.

— Você tem que admitir, Taylor Swift sabe como contar uma história, — Peter continuou, pegando uma uva do cesto de piquenique. — Eu acho incrível como ela usa suas experiências pessoais para criar algo tão poderoso.

— É, isso é verdade, — Heather concordou, ainda sorrindo. — Mas ainda tenho um carinho especial por músicas que cresceram comigo. Acho que é uma questão de nostalgia.

Peter assentiu, compreendendo. — Eu entendo. É como se essas músicas fossem parte de quem você é, né?

Heather assentiu, olhando para o céu. — Exatamente. Mas não me importo de explorar coisas novas. Especialmente se for algo tão bom quanto o que você me mostrou hoje.

Peter sorriu, satisfeito. — Fico feliz em ouvir isso. Quem sabe, da próxima vez, você pode me mostrar algumas das suas músicas favoritas, Heath. Eu adoraria conhecer mais sobre o que você gosta e sobre você, uma pessoa tão fascinante.

Heather riu, desacreditada, sentindo suas bochechas corarem. — Eu não sou fascinante, eu sou chata e entediante.

O Parke negou com a cabeça. — Ao contrário, você é sim uma pessoa fascinante. — sorriu ele, tocando as mãos da garota e nunca a deixando de encarar com um brilho em seu olhar. — Para mim você é tudo menos chata e entediante.

Heather ia respondê-lo com um comentário sarcástico, quando Tessa a cachorrinha que estava deitada ao seu lado, com a cabeça em seu colo e se levantou, de surpresa, e começou a correr em direção a outro cachorro. A Trainor se assustou, logo arregalando os olhos e sendo puxada pela cadelinha.

— Peter! Socorro. — exclamou a ruiva.

O Parker riu, continuando a observar a garota correndo em passos atrapalhados enquanto Tessa ia em direção a um cachorrinho a alguns metros dali para brincar. Não era a primeira vez que aquilo acontecia, mas era a primeira vez que acontecia com a ruiva então estava sendo divertido ver a cena. E não, ele não iria ajudá-la, por enquanto.

Após alguns minutos Heather voltou com Tessa, agora em seu colo, e com um bico em seus lábios. Peter ainda sorria, enquanto a encarava com sua bochecha doendo de tanto rir.

— Não é engraçado. — disse ela após se sentar ao lado do garoto e pegar o pote que o Parker havia trazido, com água, e dando a Tessa. — Eu pensei que ela ia comer o outro cachorro.

— Tessa não gosta de machucar os outros, ela gosta de brincar.

— E você só me diz agora? — o encarou com as sobracelhas arqueadas.

— Em minha defesa foi uma cena muito boa. — retrucou. — Devia ter visto sua cara.

A ruiva revirou os olhos, olhando para Tessa e fazendo um carinho nela. — Tá vendo, amor? O que seu pai me faz passar? — disse conversando com a cachorrinha, com uma voz fofinha.

Peter riu novamente. — Em minha defesa, filha, a mamãe estava muito engraçada assustada com a chance de você comer o outro cachorrinho. — Heather revirou os olhos novamente bufando não se dando conta de que o Parker a chamou de Mãe da cadelinha. Nem mesmo o garoto havia se dado conta daquilo, pois ele estava tão focado nas duas garotas de sua vida que havia esquecido de processar o que ia falar. Ele só abriu a boca e saiu aquilo.

— Vai ter vingança, idiota.

— Estou aguardando, ansioso.

— Pois aguarde, Parker.

O garoto cruzou os braços desfazendo seu sorriso. — Não gosto de que me chame de Parker, me faz lembrar da época que você não gostava de mim.

— Época? — riu sarcastica. — Eu não gostava de você a apenas alguns meses atrás.

— Época triste e chata em sua vida. — a ruiva confirmou com a cabeça. — Mas voltando ao assunto, não gosto que me chame de Parker.

— E você quer que eu te chame de que, bebezão?

— Qualquer apelido, que não seja ofensivo ou que me xingue e que não seja bebezão.

— Poxa eu tinha tantas opções na minha cabeça. — ela pensou por alguns segundos. — Que tal моја мала надо?

Peter arregalou os olhos com a voz de Heather com sotaque sokoviano. — O que significa?

A ruiva sorriu. — Um dia eu te conto.

— Não é justo eu não saber, você pode estar me xingando.

— Eu te prometo que não estou, моја мала надо.

— Eu espero mesmo viu.

O Parker olhou para Tessa a frente deles, comendo e ele logo sorriu, em paz, deitando no colo da ruiva, que o olhou surpresa com a ação mas não o tirou. Em vez disso, seus dedos começaram a deslizar suavemente pelos cabelos dele, um gesto quase involuntário, mas cheio de carinho. A cada toque, Parker sentia seu coração aquecer e seu corpo relaxar, enquanto Heather, sem perceber, também se permitia relaxar, apreciando a calma daquele momento compartilhado entre ambos.

Os dois eram a calmaria um do outro e ainda não percebiam aquilo, mas tudo bem pois ambos não tinham pressa para viver o futuro de ambos.

Tessa após comer sua ração e beber um pouco de água, foi até seu pais e deitou colada a eles. Se sentindo em paz e amada, como nunca tinha sentindo antes.

Horas mais tarde, no começo da noite da famosa cidade de Nova Iorque, Trainor estava em seu apartamento, sozinha, pois sua tia havia ido a um encontro e só retornaria mais tarde. A jovem havia chegado há pouco tempo do seu treinamento com seus primos, Wanda e Pietro, e agora Bucky Barnes.

Sentada à mesa, ela estava focada em praticar seus poderes, manipulando-os em formas que desejava. Sua prima Wanda sempre a entendia e a ajudava, mas por enquanto, Trainor só conseguia controlar a localização dos objetos próximos a ela. Embora ainda não fosse tão poderosa quanto Wanda, ela estava progredindo e se tornando cada vez mais forte. Com o tempo, sua confiança crescia, e ela podia sentir que, a cada treino, se aproximava de dominar completamente suas habilidades.

Ela observava atentamente cada objeto à sua volta, tentando sentir a energia que os conectava a ela. Seus dedos se moviam levemente no ar, e uma pequena vela sobre a mesa tremulou antes de flutuar lentamente em direção a ela. Um sorriso discreto surgiu em seu rosto. Embora ainda fosse um simples movimento, era um progresso significativo.

O apartamento estava silencioso, exceto pelo som suave do tráfego lá fora, e a leve brisa que entrava pela janela aberta. Nova Iorque era uma cidade vibrante e caótica, mas dentro daquele espaço, tudo parecia calmo e controlado, como se fosse um reflexo do que ela estava tentando alcançar dentro de si mesma.

De repente, seu telefone vibrou sobre a mesa, interrompendo sua concentração. A vela caiu, rolando suavemente até parar no canto da mesa. Ela suspirou, um pouco frustrada, mas pegou o telefone para ver a mensagem. Era de sua tia, avisando que provavelmente iria demorar um pouco mais do que o esperado.

Trainor deixou o celular de lado e voltou a se concentrar. Desta vez, decidiu tentar algo mais difícil. Estendeu a mão em direção a uma planta no canto da sala, fechando os olhos e respirando fundo. Visualizou as raízes da planta se entrelaçando com o chão, a maneira como as folhas se estendiam em direção à luz. Então, com um leve movimento de seus dedos, ela tentou mover a planta em sua direção.

O vaso tremeu levemente, e por um momento, pareceu que nada iria acontecer. Mas então, a planta se arrastou alguns centímetros no chão, deixando Trainor surpresa e exausta ao mesmo tempo. Manipular objetos maiores ainda exigia muito dela, mas a satisfação de ter conseguido foi suficiente para renovar suas energias.

Ela sabia que estava no caminho certo. Mesmo que ainda tivesse muito a aprender, a cada dia ficava mais confiante em suas habilidades. Em algum lugar, lá fora, sua, tia, seus primos e os antigos heróis acreditavam nela. E agora, mais do que nunca, ela começava a acreditar em si mesma também.

A respiração de Trainor ainda estava acelerada quando ela se levantou da cadeira, deixando seus dedos trêmulos descansarem ao lado do corpo. O esforço de manipular objetos grandes por horas a deixava exausta. A cada tentativa, sentia-se mais próxima de dominar suas habilidades, mas também mais consciente do longo caminho que ainda precisava percorrer.

Ela caminhou até a janela, olhando para as luzes de Nova Iorque piscando ao longe. A cidade nunca dormia, e de alguma forma, a energia incessante dali sempre a inspirava. Era como se aquele lugar estivesse cheio de possibilidades, assim como ela.

Enquanto contemplava a vista, uma sensação estranha começou a crescer dentro dela. Era uma sensação familiar, um leve formigamento na nuca, algo que ela tinha aprendido a não ignorar. Instintivamente, Trainor se afastou da janela e olhou em volta, seus olhos escaneando cada canto do apartamento. Tudo parecia normal, mas seu sexto sentido dizia que havia algo errado.

De repente, o som da fechadura girando na porta ecoou pelo apartamento silencioso. Trainor congelou, o coração batendo acelerado. Sua tia não deveria voltar tão cedo, e não esperava visitas. Os poucos segundos que se passaram até a porta abrir pareceram uma eternidade. Ela usou seu poder novamente, puxando uma faca da cozinha em sua direção e a segurou firme em sua mão. Qualquer coisa ou quem quer que fosse, ela não estaria indefesa.

Quando a porta finalmente se abriu, Trainor relaxou ao ver a silhueta familiar de Bucky Barnes. Ele estava vestido como sempre estava, com um moletom preto e capuz, mas havia uma tensão em seus ombros que ela reconheceu imediatamente. Bucky não estava ali apenas para uma visita.

— Bucky? — ela perguntou, surpresa e com alívio. — O que faz aqui? E como tem a chave de minha casa?

Ele deu um passo para dentro, fechando a porta atrás de si. — Não temos tempo, Trainor, nós precisamos conversar.

O tom sério na voz de Bucky fez o estômago dela se apertar. Havia algo na expressão dele, um misto de preocupação e urgência, que a fez perceber que aquela noite tranquila estava prestes a mudar.

— Sobre o que? — ela perguntou, tentando manter a calma enquanto ele se aproximava.

Bucky olhou para ela, ignorando a faca na mão da garota. Seus olhos expressavam sua tentativa de decidir a melhor forma de falar o que tinha em mente. — Steve foi atacado, junto a Natasha, Sam e os outros. Eles precisam de você.

As palavras pairaram no ar por um momento, carregadas de significado. Trainor sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia que, eventualmente, seu treinamento a levaria a algo maior, mas não esperava que fosse tão cedo e nem se ela pudesse recusar.

— O que aconteceu com eles? — ela respondeu, questionando enquanto um sentimento de preocupação com o trio atingia seu ponto máximo. — E como eu posso ajudar?

— Precisamos comprar alguns itens de primeiros socorros, mas eu não posso ir pois ainda sou foragido. — a respondeu. — Eu vindo aqui já é um risco, mas eles estão maus e você é a única opção.

Trainor ficou paralisada por um momento, absorvendo a gravidade da situação. A menção de Steve, Natasha, Sam e seus primos feridos a fez sentir estranha, um peso esmagador de responsabilidade em cima dela. Ela sabia que eles sempre estavam prontos para o pior, mas a ideia de vê-los vulneráveis a assustava e era estranho pois até alguns meses atrás ela odiava todos os super heróis, inclusive eles e agora.. ela estava preocupada com eles e temia por suas vidas.

— Claro, eu vou ajudar — ela respondeu, com firmeza na voz. — Mas... como estão eles? Você tem certeza de que só os primeiros socorros vão bastar?

Bucky hesitou por um segundo, os olhos fixos nos dela. — Eles estão muito machucados, mas conseguiram fugir. A situação é complicada, Trainor. Precisamos ganhar tempo até que possamos levá-los a um lugar seguro.

Ela assentiu rapidamente, já começando a listar mentalmente o que precisaria. Sabia que não havia tempo a perder. — Certo. Vou pegar minha bolsa. Mas você vai ter que me explicar o que aconteceu no caminho.

Enquanto ela se movia pela casa, pegando suas coisas, Bucky observava, a tensão em seus ombros ainda evidente. Ele estava preocupado, mas havia algo mais ali — um medo de que ela perdesse controle e ele também.

Quando ela finalmente voltou para a sala, pronta para sair, ele abriu a porta para ela. — Tem certeza de que está pronta para isso? — Bucky perguntou, sua voz mais suave agora, quase como se quisesse dar a ela uma última chance de recuar.

Trainor olhou para ele, determinada. — Sim, eu acho. Vamos logo antes que seja tarde demais.

Sem mais palavras, os dois saíram rapidamente, deixando para trás o conforto de sua casa. Ela sabia que não havia garantia sobre o que enfrentaria, mas uma coisa era certa: Ela tentaria fazer o máximo que conseguisse pois eles foram os primeiros a querer ajudá-la quando ela descobriu sobre seus poderes.

E também, por que no fundo ela se importava mais do que gostaria com eles e esse "ódio" que ela dizia ter sentido por eles havia sido passageiro, já estava quase sumindo, quase nulo, e isso não a incomodava mais quanto antes.

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