CHAPTER 08: o treinamento de heather
A sala estava silenciosa. Ninguém dizia nada, o único som possível de se ouvir era o do lado de fora, que era pouquíssimo. Naquela sala estavam Heather e sua tia Victoria, junto aos ex-super-heróis e ex-vingadores, Sam Wilson, Steve Rogers, Natasha Romanoff, Pietro e Wanda Maximoff e Bucky Barnes, o antigo soldado invernal e ex-vilão. A mais nova de todos ali observava todos e pensava em como diabos ela havia parado ali, ao lado de super heróis que ela odiava, perto de um assassino e em como sua vida havia mudado em apenas pouquíssimos dias. Qualquer pessoa, ser divino, que estivesse escrevendo seu destino e sua jornada estava de palhaçada com ela e Heather estava odiando muito tudo aquilo. Primeiro fora obrigada a fazer um estágio nas industrias Stark após perder seus pais e sua cidade, e agora, ela tinha ganhado poderes e os únicos que podiam ajudá-la eram pessoas foragidas e procuradas pelo governo, que um dia já os amou e os exaltou, mas isso foi a muito tempo atrás.
- Certo... - a jovem Trainor respirou fundo e deu um passo a frente. - Já que ninguém vai quebrar o silencio, eu mesmo quebro. - olhou para os gêmeos, se redirecionando a eles dois. - Somos primos.
- Sim, nós somos. - Wanda confirmou.
- Como se sente? - perguntou o Maximoff, Pietro. - Sobre isso, seus poderes e nós dois. Tudo.
- Honestamente, para mim foi uma grande surpresa e odiei, por que eu odeio super heróis e os vingadores. - Victoria fez um som com sua garganta e a adolescente continuou. - Desculpe, mas é a verdade. - deu de ombros. - Eu não gosto de heróis, não vou mentir, e eu não quero ser uma heroína. Só estou aqui para tentar aprender a controlar
Sam riu, balançando a cabeça. - Pelo menos ela é sincera. - comentou e Natasha assentiu. - Mas quem disse que você vai se tornar uma heroína?
- Não sei. - deu de ombros. - Mas já vou avisá-los que não vou virar.
Steve deu um passo a frente, do grupo, e logo olhou para a garota. Eles já tinham se visto antes, mas nunca haviam trocado mais de três palavras. - Ninguém vai te forçar nada, Heather. - todos assentiram. - Wanda irá te treinar e ajudar com seus poderes, junto a Pietro.
- Nós vamos nos divertir muito, priminha. - o Maximoff comentou sorrindo e usando seus dons de velocidade. A garota revirou os olhos.
- Veremos.
- Sam irá te ajudar junto a Natasha com as lutas corporais. - continuou a falar. - Infelizmente não vou poder ajudar, pois vou estar ocupado com Bucky, mas qualquer coisa estou a serviço.
Heather encarou o Barnes, o único que não havia dito nada até agora, e que também a olhava. Ela suspirou, abaixando sua cabeça, sentindo seus dedos esquentarem e pequeno ramos de energia vermelhos estarem em volta dela. Era seu poder se manifestando contra sua vontade novamente.
Victoria, sua tia, colocou a mão em seu ombro esquerdo e sussurrou: "Vai ficar tudo bem, querida. Eles vão te ajudar."
"Péssima decisão." - Pensou a garota.
Heather estava jogada no chão, suada e exausta. Suas costas doíam, suas pernas não se mexiam mais a favor dela. Era o sétimo ou oitavo dia de seu treinamento e ela não aguentava mais aquilo. Fechou seus olhos, por poucos segundos em silêncio, até que ouviu passos delicados vindo até ela. Era sua prima Wanda. Ela moveu suas mãos para cima, a flexionando e uma bola de energia foi criada por ela e com sua mente tentou focar em guiar e atingir a Maximoff, o que novamente deu errado.
- Essa foi maior. - Wanda comentou se sentando ao lado da prima. - Está quase, logo você vai conseguir, Heather.
- O que te faz ter certeza disso?
- Somos Maximoff, está em nosso sangue.
- Eu sou uma Trainor. - a corrigiu.
A mais velha deu de ombros, já estava se acostumando com as grosserias da jovem. - O sangue Trainor e Maximoff é o mesmo, priminha. - a olhou, brincalhona. - Como vai a escola? - Desde o começo dos treinos, a mulher sempre puxava assunto com a prima e tentava ser sua amiga ou ter uma intimidade maior, porém as vezes dava certo e outras não.
- Está maravilhosa. - revirou os olhos, se levantando e ficando sentada. - Você e o robô vermelho são um casal né?
- Éramos. - suspirou. - Quando aconteceu o tratado, eu e Visão tínhamos acabado de começar a namorar.
- Hum. - nesse momento, Bucky Barnes passa pelo corredor e atrai a atenção da jovem. - E você sente falta dele? - voltou a encará-la.
- Sim, mas um dia, eu espero, vou reencontrá-lo. - sorriu fraco, pensando no namorado. - E você?
- Eu o que? - arqueou as sobrancelhas.
- Tem alguém?
Antes que Heather pudesse responder, seu celular toca e ela se levanta correndo em direção ao aparelho telefone e o atende, sem olhar o identificador de chamadas.
- Heather! É o Peter. Como você está?
A jovem sentiu seu humor melhorar ao ouvir a voz amigável de Peter, lhe fazendo esquecer o cansaço. - Oi, Peter! Estou bem, apenas estudando para as provas. - mentiu, sendo observada por Wanda. - E você?
- Ah, as maravilhas da vida de estudante. - disse Peter irônico com uma risada. - Eu estou bem também. - suspirou. - Na verdade, estava pensando... você gostaria de sair para tomar um sorvete ou algo do tipo no fim de semana? Ned também vai, eles diz que está com saudades.
Heather ficou surpresa com o convite. - Isso soa ótimo, Peter! - a garota ficou genuinamente feliz. - Um sorvete seria perfeito. Onde vocês sugerem?
Peter sugeriu um lugar aconchegante no centro da cidade, e Heather concordou com entusiasmo. Eles continuaram conversando rapidamente, compartilhando piadas e histórias engraçadas. Heather não conseguia deixar de notar como a conversa fluía tão naturalmente entre eles.
- Você sabe, Peter, você sempre tem uma maneira de me fazer rir. - comentou Heather, sentindo uma pontada de gratidão e sendo honesta.
- Ah, é o meu superpoder secreto. - brincou Peter, e ambos riram juntos.
- Você me faz bem. - disse Heather sinceramente.
- Fico feliz em ouvir isso, Heather. Mal posso esperar para o nosso encontro no fim de semana - disse Peter com um tom animado até perceber o que falou. - Encontro não! Saída de amigos!
A Trainor riu. - Até o fim de semana, Peter. - se despediu e voltou para perto de Wanda, que a encarava sorrindo. - O que foi? Por que está com essa cara e esse sorriso medonho?
A Maximmoff balançou a cabeça. - Nada demais, vamos voltar a treinar?
Heather bufou. - Vamos né. - e logo as duas voltaram a treinar até o fim da noite.
--- ★ ---
Heather bocejou, cansada por ter ido dormir muito tarde por conta de seu treinamento com os ex-vingadores. Ela colocou seus materiais no armário e foi em direção à sala de aula, onde ela se sentou e ficou esperando dar o horário do início da aula.
Em seu tempo livre, tocou o colar que sua falecida avó materna lhe deu, Deah Amelie, quando criança e pegou o seu celular começando a jogar um joguinho de construir e gerenciar um hotel.
Era um jogo bobinho, mas distraia ela.
- Você não está muito grandinha para jogar esses tipos de jogos? - perguntou Dean DiLaurentis, o tão famoso bad boy da escola. Ele geralmente era quieto e não falava com ninguém, e se sentava atrás da Trainor.
A jovem levantou seu olhar, notando que ele estava em sua frente com um sorriso de lado a encarando. - E você não está muito velho para estar no ensino médio? - retrucou, com suas sobrancelhas arqueadas pois sabia que ele tinha repetido dois anos e já era para estar formado e na faculdade ou num trabalho.
O loiro riu, cruzando seus braços. - A garotinha sabe falar, então? - questionou.
- E ela também sabe bater em idiotas. - respondeu, sorrindo irônica e voltando a jogar seu jogo, ignorando o loiro a sua frente, que novamente riu, e foi se sentar atrás da mesma.
Alguns minutos se passaram e o restante dos alunos chegaram a sala, junto ao professor da matéria. Harry estava conversando com o mesmo, emburrado e logo foi se sentar ao lado da garota, que estranhou o amigo não estar com seu bom humor matinal. - Tá tudo bem, Harry? - ela perguntou, preocupada.
- Não, nada está bem. - respondeu, bufando e jogando seus cabelos para trás. - Tudo está dando errado em minha vida.
Heather ficou confusa. - O que aconteceu?
- Meu pai arranjou uma esposa, uma "boa figura materna" para mim. - fez aspas com os dedos, revirando os olhos. - E hoje vou conhecê-la, pois ela vai morar lá em casa.
- Às vezes ela é legal. - tentou ajudá-lo. - Você só precisa dar uma chance a ela.
- Você falando de dar chances as pessoas? - perguntou, a encarando e a Trainor balançou a cabeça, achando engraçado. Se fosse a meses atrás ela nunca falaria esse tipo de conselho, mas pessoas mudam e Heather era uma delas, por conta de Peter, Harry, sua tia Victoria, sua "babá" Claire e sua psicóloga.
- Dê uma chance a ela, Osborn. - tocou seu ombro, fazendo um leve carinho. - As vezes ela é tudo o que você e seu pai precisam para ficarem unidos. - disse positiva, pois sabia que a relação deles era complicada e magoava eu amigo.
- A não ser que ela seja igual a madrasta da Cinderela, garotinha. - disse Dean, se intrometendo na conversa de ambos os dois e atraindo a atenção para ele. - Não me olhem assim, principalmente você, garotinha. - encarou a ruiva. - Vocês não são sutis e não falam baixo. - ele deu de ombros.
- Desde quando Dean DiLaurentis fala com a gente? - perguntou Harry. - E desde quando ele e você, ruivinha, são tão íntimos assim para terem apelidinhos? - perguntou enciumado, encarando os dois.
- Não acredito que escondeu a gente de seu amigo, garotinha. - Dean respondeu antes da ruiva, achando graça ela brava. - Como pode fazer isso comigo? Com a gente?
Heather revirou os olhos. - Não somos amigos, DiLaurentis. E só nos falamos hoje mais cedo, por que ele julgou meu jogo. - explicou ao Osborn, que soltou um "Humm" os observando.
- Por acaso é aquele jogo que você fica igual gerente num hotel e construção? - perguntou Harry.
- Sim. - respondeu ela. - É legal.
- É um jogo muito infantil, garotinha. - comentou o loiro.
- Eu concordo. - A garota encarou o amigo, brava. - Desculpa, mas é a verdade.
- Não, não é! Vocês que... - respirou fundo, tentando não se descontrolar. Ela sabia que qualquer forte emoção, podia gerar. - Olhem, parem de me julgar e não quero mais saber da opinião de vocês. Calados. - se virou para frente, cruzando seus braços e ignorando os dois, que riram dela e começaram a conversar, pegando intimidade e virando amigos.
Mais tarde Heather estava no parque, perto dos prédios Stark, comendo uma porção de batata fritas e encarando com ódio Harry, Dean e a mais nova adição do grupo, Anne. Uma garota que a Trainor já tinha visto na escola, e que conhecendo e conversando naquele momento, ela era legal, engraçada e seu cabelo azul de perto era muito mais lindo que de longe.
- Ô badboy, passa o ketchup para mim. - ordenou Anne, piscando seus olhos na direção do loiro, que logo fez. - Obrigado.
- De nada, celzinho. - a garota revirou os olhos.
- Você tem uns apelidos estranhos. - comentou Heather, o observando e não mais brigando com ele por estar com seu braço em cima de seus ombros.
- Ele é uma pessoa estranha. - Anne e Harry disseram juntos, logo sorrindo entre si.
- Pessoas são estranhas. - finalizou Dean e a Trainor não pôde fazer nada a não ser concordar e comer mais uma batata frita, não antes de tirar o braço tatuado do DiLaurentis e ele colocar novamente. - Deixa meu braço aí, garotinha.
- Tanto lugar para colocar e você escolhe justamente eu. Por que? - ela arqueou as sobrancelhas.
- Somos amigos, garotinha.
A ruiva revirou os olhos, bufando. - Por que eu não posso ter amigos que aceitam minha opinião em não ser amiga deles?
Harry riu, se lembrando do começo de sua amizade e logo o quarteto continuou a conversar e zoar com a ruiva, que com o tempo estava se divertindo e fingiam estar brava e os ameaçava. Após todos terem terminado de comer, eles se despediram e trocaram números de celular e suas redes sociais, foram embora daquele parque.
A Trainor junto ao Osborn foram em direção ao prédio Stark encontrar Peter, que esperava a ruiva para o estágio obrigatório.
- Dean e Anne gostaram de você. - diz Harry, puxando assunto. Ele odeia silêncios.
- O DiLaurentis me odeia, Harry. Ele só implicou comigo hoje. - respondeu.
- Anne disse para mim que é a linguagem de amor dele. - deu de ombros. - Ele ama implicar e dar apelidos com as pessoas que ele gosta.
- Não entendo por que ele gosta de mim, se só nós falamos hoje. - estranhou.
- Às vezes ele não tinha coragem para dar o primeiro passo e hoje ele teve. - sorriu. - Logo você vai vai estar mais popular que eu, sabia?
- Duvido. - ela também sorriu. - E você e Anne? Percebi que ficaram bem próximos rapidamente.
- Ciúmes ruivinha? Apenas você é dona do meu coração. - brincou, logo recebendo um tapinha da mesma. - Aí! Tabom. A gente fez um trabalho juntos à algumas aulas, então a gente já conversou, mas só hoje conversamos mais.
- Vocês ficam bonitos juntos.
- Igual você e Peter, ruivinha. - a provocou, sendo respondido por um revirar de olhos e sendo deixado para trás por ela. - Ei! Não me deixe, ruivinha! Eu tenho pernas curtas, não posso correr muito.
- Seu problema, não meu. - acelerou seus passos, logo começando a correr e rindo enquanto Harry a perseguia.
De não tão longe Peter os observava rindo e apostando mentalmente quem ia ganhar aquela corrida. Ele apostava em Heather, todas as suas aposta eram nela. Sempre ela.
- Viraram maratonistas? - perguntou ele quando seus dois amigos chegaram à sua frente.
- Ele é devagar. - respondeu a garota.
- E ela é uma chata. - retrucou o Osborn mostrando a língua para a raiva e ofegante. - Nossa eu tô sedentário ein.
- Quando que você não está? - O Parker brincou, rindo e foi respondido por um revirar de olhos do amigo. Ele olhou em direção à ruiva, a observando arrumar seus cabelos e os amarrando. - Heather.
- Peter. - repetiu a garota terminando de arrumar seus cabelos ruivos e o encarando. - Tenho algo em meu rosto?
- Não, só estou te observando. - ele a respondeu, ficando vermelho e logo desviando o olhar. - Então, onde vocês estavam antes? Pensei que a gente ia almoçar junto.
- Nós comemos com alguns amigos.
- Amigos e o chato do Dean. - Heather complementou revirando seus olhos.
- Ele gosta de você, Ruivinha. Encher o saco é a linguagem de amor dele. - deu de ombros.
Peter juntou as sobrancelhas, confuso e um pouco enciumado. - Quem é esse Dean? - olhou para os dois, sem mais uma feição alegre e brincalhona.
- Um bad boy chato da nossa escola. - a garota respondeu, estranhando a reação do Parker.
- Este bonitão aqui. - Harry pegou seu celular, entrou em uma rede social e o mostrou uma foto do loiro. O jovem engoliu seco, sentindo os sentimentos de ciúmes se esvairem e sentimentos de inseguranças chegarem em si. Dean é bonito, musculoso e com seguidores, já ele era no máximo apresentável (no seu ponto de vista), não tinha tantos músculos, poucos amigos e seguidores e tinha uma vida dupla. Nunca podia dar aquilo que Heather precisava e queria.
Paz.
Passado alguns minutos, o Osborn foi embora deixando os dois sozinhos e em silencio. A Trainor havia percebido que ele havia ficado estranho após Dean ser o tópico da conversa. Eles caminhavam lado a lado, em direção ao prédio Stark, mas o clima estava estranho. Peter não estava sendo o mesmo, que ela era dizia achar chato mas adorava ouvi-lo falar sobre qualquer assunto.
- Peter? - o chamou, tocando em seu braço e o parando. - Esta tudo bem? Você ficou estranho do nada. - comentou.
- Não é nada, Heather. - ele forçou um sorriso, ajeitando sua mochila voltando a caminhar, quando a ruiva segurou sua mão e o fazendo parar de andar novamente. - O que foi? Tudo bem?
- Não, você está estranho. - puxou ele em direção contraria a que eles estavam indo, causando estranheza no Parker. - E caso esteja se perguntando onde estamos indo, nós vamos conversar na lanchonete do outro lado da rua enquanto comemos sorvete.
- E o estágio?
Heather riu, o olhando por cima de seu ombro. - Estamos faltando, Peter.
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