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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐎𝐑𝐙𝐄
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𝐄𝐔 𝐕𝐈𝐌 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐅𝐈𝐂𝐀𝐑
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COMPLEXO DOS VINGADORES. UPSTATE, NOVA YORK. ── dois mil e vinte e três, dez anos e um mês após o nascimento de Arlo e Starla:
OS OLHARES INTENSOS CRAVADOS EM MIM FAZIAM-ME TER VONTADE DE CORRER PARA LONGE DALI, a última vez que sentirá tamanha vergonha, intimidação e desconforto fora exatamente quando Hefesto surgiu na terra e confrontou-me frente a Pietro. Wanda era a única a não me olhar, ela mantinha certa distância e parecia querer permanecer assim, Clint fora o primeiro a estender os braços para mim, seguido de um Thor entusiasmado e de uma Natasha confusa, mas parcial e disposta a entender o que quer que saísse de meus lábios.
Steve olhou-me atento, ele sempre fora um tanto desconfiado em relação a mim e também fora o primeiro homem mortal a não sentir atração alguma por mim, talvez fosse por essa razão que o Tony o chama de homem santificado.
── O que aconteceu? ── o homem de braços cruzados na altura do peito, com blusa de botões azul marinho e o cabelo penteado para trás como de um senhor de idade, perguntou-me demonstrando certa curiosidade. Steve, assim como Natasha, também parecia disposto a entender.
── Lady Afrodite, o que você tem a nos dizer? ── Thor reforçou a pergunta, mantive meus olhos focados em minhas mãos e um suspiro cansado saiu de meus lábios. Então pensei: por qual razão era tão complicado explicar a verdade?
── Parem! ── Wanda, pela primeira vez desde que cheguei, falou, ela gesticulou com as mãos e interveio dentro daquele interrogatório. ── Afrodite não deve explicações a nós, deve a Pietro. ── ela constatou e a encarei. ── Então, vão até o quarto e conversem, isso já tem se arrastado por tempo demais.
Permaneci a encarando, Wanda havia ficado mais madura com o tempo, tinha mais certeza em seu tom de voz e ela não parecia mais com a menininha sem controle que conheci a dez anos, Wanda Maximoff era agora uma mulher. Pietro suspirou, dava para ver suas mãos trêmulas e seu peito subindo e descendo com uma dificuldade que era até surpreendente, mas ele assentiu para a irmã e olhou-me rapidamente, ainda era como um entendimento explícito, por essa razão apenas o segui até o seu quarto, que ainda era o mesmo.
A porta fechou-se atrás de mim, olhei a janela entreaberta e o céu havia mudado de azul claro para um cinza escuro, não demoraria para chover e eu deveria voltar logo para casa.
── Estou ouvindo! ── a voz do ex platinado soou suave ao meu lado, ao olhar pude ver que ele havia sentado na cama com lençol azul escuro e havia puxado a cadeira para mim, logo me sentei, suspirei fundo e o olhei com atenção. ── O que?
── Você tá diferente! ── murmurei. Algo em minhas mãos gritavam para que pudessem tocá-lo, entretanto minha mente dizia que isso não era certo no momento. ── Seu cabelo, ele…
── É! ── cortou-me. ── Não tenho todo o tempo do mundo, Afrodite, quero que diga de uma vez o que veio fazer aqui e quando pretende ir.
Meus olhos ficaram maiores instantâneamente, a surpresa provida a mim pelo o seu tom de voz impaciente me fizera ter ainda mais receio no que diria e como diria. Deixei minhas costas retas no encosto da cadeira, descansei minhas mãos em meu colo e o encarei tentando ser o mais sereno possível.
── Eu vim para ficar! ── declarei. O olhei por debaixo dos cílios e sua reação fora a imaginada, ele estava surpreso. ── Meu casamento realmente chegou ao fim, não de uma forma pacífica, mas esse não é o ponto que tem a ver com você.
Pietro chocou-se novamente, ele encarou-me com atenção dobrada e seus olhos azuis causaram arrepios instantâneos em mim. O homem, agora com fios castanhos escuros, levantou-se da cama, ele estava claramente desconfortável e dividido entre o pensar e o agir.
── Tem razão, isso não tem mais nada a ver comigo. ── murmurou inquieto, se estivéssemos em ar livre Pietro já teria dado uma volta inteira no mundo com tamanha inquietação.
── Mas, tem algo comigo que tem completamente a ver com você. ── sussurrei.
── O que? ── Pietro perguntou tão rapidamente que sua voz quase foi como um raio cortando a minha audição, se caso eu não fosse uma deusa isso com certeza teria complicações. ── Afrodite?
Não há forma simples de dizer mesmo.
Não há como enrolar algo que não precisa mais de enrolação, afinal já se passaram dez anos.
── O nome dela é Starla! ── murmurei, meus olhos derramaram lágrimas e meus lábios curvaram-se em um sorriso.
── Quem é Starla? ── Pietro perguntou, seus olhos estavam luminosos também e de repente ele estava agachado em minha frente, implorando uma resposta certeira para a sua dúvida que ele já sabia a resposta.
── É sua filha! ── respondi. Os olhos dele se arregalaram completamente, dava para ouvir seu coração acelerado e sua alma se quebrando ainda mais. ── Eu tive uma super fecundação, estava grávida quando cheguei a terra, estava grávida quando me deitei com você e fui embora grávida de um bebê seu também.
── Tá brincando? ── questionou, seu cabelo estava bagunçado por tamanha força que ele mexia neles. ── Você teve dois bebês?
Assenti. Permaneci chorando, lembrando-me de como estava completamente sozinha quando dei a luz aos bebês e de como, mais do que tudo, quis a presença de Pietro ao meu lado, então solucei.
── Eu tive! ── sussurrei chorosa. ── Um menininho chamado Arlo e uma menininha chamada Starla. ── contei, levei a mão ao peito e sorri com a lembrança dos meus bebês. ── Ela é sua filha!
── Eu tenho uma filha? ── sussurrou para si mesmo, como se aquela ideia fosse a mais louca já ouvida por ele, entretanto o seu olhar recaiu sobre mim outra vez, então havia lágrimas, dor e uma certa raiva. ── Ela tem dez anos?
── Tem! ── murmurei, tentei enxugar minhas lágrimas, mas foi impossível.
── Eu perdi dez anos da vida da minha filha?
Pietro não gritava, ele falava entre dentes e isso me desnorteava, eu preferia que ele gritasse, que somente chorasse e que não me olhasse como se eu fosse um monstro.
── Eu fui enganada! ── exclamei elevando o tom de voz. Me levantei da cadeira e parei em sua frente, ele não entenderia, um homem nunca entende a dor de uma mulher, mesmo que ele já tenha a amado de alguma forma. ── Eu vivi dez anos sendo feita de idiota, sofrendo como se tivesse pecado em um nível que somente a morte fosse um castigo o suficiente. ── continuei, Pietro me olhou. ── Eu sofri por dez anos inteiros, EU SOFRI A VIDA INTEIRA!
── ISSO NÃO TE DAVA O DIREITO DE ESCONDER A MINHA FILHA!
Pietro gritou alto em meu rosto, suas mãos estavam em sua cabeça e seu rosto estava desesperado e molhado, meu corpo inteiro estremeceu e, involuntariamente, senti medo, em seguida me afastei.
── Eu não escondi, eu não sabia. ── sussurrei a verdade de cabeça baixa. ── Hefesto sempre soube, me fez acreditar que Starla era a sua filha também, ele escondeu a verdade de mim por dez anos. ── declarei. ── Mas, se eu soubesse, se eu tivesse a mínima noção de que ela era sua, eu teria voltado no mesmo instante.
O homem à minha frente baixou suas mãos, agora somente chorava. Olhei para a porta e para as minhas mãos, queria abraçá-lo, entretanto eu também sabia que isso somente deveria ser evitado, Pietro estava magoado, talvez até mais do que o dia que o deixei.
── Acho que você não vai acreditar em mim, acho que você nem tem essa obrigação. ── murmurei. ── No entanto, você tem que saber que Arlo e Starla são brilhantes, eles são raios de sol, são gentis e divertidos. ── sorri levemente, Pietro olhou-me atento. ── Ele é criativo e cuidadoso, Arlo é com Starla da mesma forma como você é com Wanda, ele a protege e sempre segura a mão dela. E a Starla é destemida e corajosa, ela tem o seu sorriso e é forte, ela tá sempre com a metade dela e ela é engraçada. ── Pietro não pôde evitar o mínimo sorriso que aquilo lhe causou, talvez ele tenha imaginado e isso me fez sorrir. ── Não estou pedindo para que me perdoe tão rapidamente assim, mas, Pietro, ter Arlo e Starla em sua vida é como um presente divino, é como ganhar um sopro a mais de vida, eles me mudaram e me salvaram, quero que você tenha a sorte de conviver com eles também.
No entanto Pietro manteve o seu silêncio choroso, sorri levemente e senti como se tivesse concluído minha missão, por essa razão me permiti sair do quarto. Em silêncio retirei um pedaço de papel do bolso do blazer e o entreguei para Natasha, ela olhou o papel apenas para saber que se tratava de um endereço, então abraçou-me e parti, Pietro viria até mim.
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