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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙𝐎𝐈𝐓𝐎
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𝐔𝐌 𝐓𝐑𝐀𝐓𝐎, 𝐔𝐌 𝐑𝐀𝐈𝐎 𝐄 𝐔𝐌 𝐔́𝐋𝐓𝐈𝐌𝐎 𝐒𝐎𝐏𝐑𝐎
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DEUSES NÃO SÃO IMORTAIS, NÃO COMO PENSAM, NÃO COMO AS HISTÓRIAS NOS LIVROS FAZEM OS HUMANOS ACREDITAREM CEGAMENTE NESSE CONCEITO FALHADO, descrito como imortalidade daqueles que são tidos como divinamente superiores. Os deuses são seres mortais, com uma capacidade de possuir vida longínqua durante tempo suficiente para ser creditado como imortalidade, com um anseio por viver mais do que o necessário com a ajuda de néctar e ambrosia, que lhes davam essa visão de imortalidade, mas isso é possível apenas porque os humanos possuem uma vida útil inferior a nossa ou só simplesmente porque eles acreditaram tão cegamente nas divindades que eles mesmos inventaram que só não apenas nos tornamos reais, como também maiores do que eles mesmos, ganhando uma falsa promessa de vida eterna.

Entretanto, nós, os deuses, também temos uma data limite a ser alcançada em alguns infinitos séculos de vida. Nós vemos nações nascendo e morrendo, enquanto vivemos milhares de anos sendo idolatrados de geração em geração. Com o passar dos séculos nos tornamos vazios, os sentimentos humanos, uma vez apresentados a nossa existência, tornam-se invisíveis perante a nossa existência pecadora, os nossos próprios sentimentos nos dominam e esquecemos o que foi ensinando a bilhões e bilhões de séculos antes. Os deuses tornaram-se excessivamente vaidosos, orgulhosos, maldosos. Excessivamente cruéis, acreditando ter liberdade incontestável para atrocidades incontestáveis, acreditavam serem tão superiores aos humanos que se sentiam donos da verdade absoluta. Mas tudo isso se dava ao fato de que nós, os deuses, invejavamos os humanos.

Durante milhares de séculos o único mal conhecido por nós, éramos nós mesmos. Nós, os seres divinos da criação, éramos monstros, monstros que procriavam com outros monstros e traziam mais monstros ao mundo, seres monstruosamente formidáveis que faziam filhos com monstros e humanos, traindo suas raças, os seus cônjuges. Dentre todos haviam as moiras, eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos humanos, quanto dos deuses e eram somente delas que os deuses possuíam um medo significativo.

Hefesto foi um monstro nascido de dois monstros que, a princípio, eram irmãos, mas aquele casamento foi considerado uma sagrada união, eram só monstros, monstros que sentiam-se, mais do que todos os outros, donos da razão. Hefesto, se vendo sem saída, se permitiu pedir ajuda para as moiras, mesmo que tivesse medo delas, ele entregou a elas um dos raios de Zeus e em troca elas me devolveram a ele.

O resultado certamente não fora calculado, certamente Hefesto não imaginou que morreria em meus braços, após uma batalha de gigantes, ao ter o seu fio da vida sendo cortado por elas. E, honestamente, eu também não.

(...)

CAVERNA DAS MOIRAS. SUBMUNDO, HADES, REINO DOS MORTOS. ── uma hora atrás:

AFRODITE ADENTROU O REINO DE HADES COMO SE MAL ALGUM QUE VIVESSE ALI FOSSE TÃO RUIM QUANTO O MAL QUE TINHA OS SEUS FILHOS EM MÃOS, ela não se importava com as bestas e as almas em desespero, ela somente queria esganar aquelas três velhas esqueléticas com as suas próprias mãos.

A deusa de beleza imensurável bateu a porta da caverna velha com uma força, que facilmente poderia ser surpreendente a outros olhos, fazendo as três moiras, Cloto, Láquesis e Átropos, a encararem com as faces cheias de diversão.

── Você demorou, deusa do amor! ── Cloto cantarolou com o seu único olho arregalado. Ela estava acompanhada de uma roca de fiar de ouro, muito diferente da que possuía antigamente.

── Podia ter demorado mais, não fez falta. ── Átropos resmungou descontente, ela balançava uma tesoura também de ouro em seu dedo magro.

── Fica quieta, resmungona! ── Láquesis então mandou ao cutucá-la com o cotovelo cadavérico. ── O que está fazendo no reino de Hades, ele vai ficar possesso com você aqui?

Afrodite riu forçadamente, então se sentou na poltrona empoeirada em frente a elas, cruzou suas pernas e apoiou seus braços nos braços da poltrona. Um de seus dedos traçou seus lábios ao permanecer encarando-as e as três odiaram, aquele olho sujo pulava entre uma e outra, elas estavam claramente desconfortáveis com a beleza que poderia cegar.

── Se Hades estivesse preocupado com o seu reino, estaria aqui! ── exclamou. ── Mas ele ainda é um homem e sendo um homem, eu sei exatamente onde ele está.

── O que você quer? ── as três, em coro, perguntaram novamente.

── Eu queria a cabeça do Hefesto em uma bandeja de ouro. ── contou e gargalhou alto. ── Mas, eu pensei melhor e mudei de ideia, eu quero somente o raio de Zeus.

── Por que lhe entregariamos o raio? ── Láquesis perguntou confusa.

As três assistiram a mulher de fios dourados se levantar outra vez e caminhar em suas direções. Afrodite se agachou levemente, ficando com o seu rosto na altura dos rostos delas

── Porque estou mandando! ── ela declarou pacificamente.

── E quem você pensa que é, criança? ── Átropos, enfurecida, questionou.

── Afrodite, a deusa do amor e da beleza! ── respondeu. ── Sou parte dos doze, eu sou filha do céu e do mar, eu vou destruir vocês e incendiar o mundo se não fizerem exatamente o que eu quero.

Havia labaredas de fogo nas íris claras da deusa do amor, bem que era comumente dito que o amor era inflamável, as moiras agora possuíam a certeza sobre aquela teoria.

── Tá bom, tá bom! ── declararam em coro. ── Você já foi mais legal, sabia?

── Em troca, eu enfeitiço vocês com beleza, o mundo as verá como as três mulheres mais belas existentes nele, mas é superficial, somente os humanos enxergarão essa falsa beleza, no espelho vocês ainda serão como são. ── murmurou. A deusa sabia que parte da irá que elas sentiam em relação a ela, se dava exatamente por causa de sua beleza, assim como sempre foi em relação ad outras mulheres. ── Andem, eu quero o raio de Zeus!

── Você sabe que não pôde controlar o raio de Zeus, não sabe? ── Cloto perguntou.

── Não é um problema para pensar agora. ── respondeu. ── Hefesto mexeu com os meus filhos e eu disse que ele morreria se fizesse isso, beleza não pôde matar um ser como ele, nem mesmo a minha beleza, mas o raio pôde.

── Você não sabe o que está fazendo, criança. ── Láquesis murmurou ao entregar o raio coberto por um tecido.

── Eu sei, eu tô indo salvar os meus filhos!

Afrodite sumiu como fumaça, seu corpo foi levado ao Olimpo com o simples pensamento odioso sobre Hefesto, ele estava lá.

── Será que vamos ficar bonitas mesmo? ── Cloto perguntou se encarando no espelho quebrado.

── Não vejo a hora, Hades cairá de amor por mim. ── Átropos comentou animada, fazendo uma briga entre as três ser iniciada.

(...)

MONTE OLIMPO, GRÉCIA.
2. 917,727 m de altitude; 40° 3' N 22° 21' E. ── tempo real:

── HEFESTO, SEU DESGRAÇADO! ── gritei, meu coração carregava uma profunda mágoa e meus olhos estavam escuros pela raiva.

Arranquei o tecido que cobria o raio, cravei sua ponta afiada na parede branca do castelo que eu havia incendiado e não surpreendentemente parecia outra vez impecável. O vestido branco em meu corpo já possuía sua barra manchada, o chão do submundo era banhado de puro sangue.

── ONDE ESTÁ OS MEUS FILHOS? ── gritei novamente após o silêncio, estava possessa de raiva.

── AFRODITE? ── o som daquela voz me fez parar, olhei para trás e não havia absolutamente nada. ── AFRODITE?

Então meus olhos arregalaram-se, era Pietro, Pietro estava aqui. Meu coração, que já parecia estar no seu limite, bateu tão rapidamente que por pouco não atravessou a caixa torácica e fugiu sem mim. Hefesto havia ultrapassado todos os limites aceitáveis, aquilo não era amor, era insanidade.

Minhas pernas começaram a correr antes mesmo que o comando de meu cérebro fosse feito, virando os corredores daquele castelo de ouro, parei na sala em que meu trono ficava e exatamente lá, naquele maldito trono também de ouro, Hefesto se encontrava com um sorriso no rosto.

── Você ouviu, bela? ── indagou-me. ── O seu humano de estimação também veio para a festa.

── O que você pretende fazer com eles? ── perguntei ao me aproximar lentamente.

── Com os nossos filhos, nada!

── MEUS FILHOS! ── gritei ferozmente.

── É adoravelmente irresistível te ver nervosa! ── ele sorriu, tinha uma mão no queixo e um olhar escurecido. ── Se tivesse sido uma esposa boazinha, o homem humano ainda poderia viver por muito tempo.

Soltei uma risada que fez o seu sorriso desaparecer rapidamente.

── E se você fosse inteligente também poderia viver pela eternidade! ── exclamei em um sussurro convicto. Foi somente naquela fração de tempo que Hefesto viu o raio de Zeus em minhas mãos. ── Gostou?

── O que você está fazendo com isso?

── É um presentinho das suas queridas moiras, eu concedi beleza e ganhei força! ── sorri, ele se levantou. ── Não está com medo, está?

── Você não sabe usar isso. ── riu, mas estava claramente nervoso.

── Não, querido, eu sei sim! ── sorri.

O rondei, estava atenta, preparada e estava ansiosa. Hefesto era mais forte do que eu, ele poderia me matar de uma forma mais fácil do que se pôde imaginar, mas eu não morreria, não hoje, não aqui.

── MAMÃE? ── um grito fino foi solto atrás de mim, ao me virar os gêmeos estavam parados ao lado de Pietro, nenhum deles estava machucado.

── Vocês estão bem? ── perguntei de uma forma chorosa, corri até eles e os apertei em um abraço, os dois afirmaram positivamente.

── Não faça o que você quer fazer, mamãe. ── Starla me pediu chorosa, me senti horrorosa, havia esquecido que meus pensamentos eram audíveis para ela, então sorri e neguei.

── Não se preocupe! ── pedi.

── PARA! ── em surpresa me levantei, atrás de mim Pietro impedia que Hefesto chegasse mais perto e tomasse o raio de Zeus. ── Você ficou louco, cara? Tem crianças aqui!

── Afrodite me deixou louco. ── ele riu. ── Te deixará também se eu não impedir.

Suspirei pesadamente e me levantei, dois passos e estava ao lado de Pietro, que me encarou, então sorri.

── Saia do castelo com Arlo e Starla, eles vão te levar até um lugar seguro, só saiam de lá quando eu chegar. ── instruí. ── Arlo, Starla, se a mamãe não voltar, gritem pela Tálassa, a vovó levará vocês três em segurança!

Pietro não queria ir, ele estava claramente perdido na vontade de protegê-los e na vontade de ficar e ajudar, mas o encarei e ele agarrou as duas crianças em seus braços, partindo em seguida para longe daquele inferno. O fato de Hefesto tê-los deixado partir sem tentar nenhuma loucura, significava que a única que ele desejava ver sem vida era, de fato, eu.

Minutos depois, Hefesto agarrava uma lança dourada que estava disposta no canto da sala, eu sabia que aquilo aconteceria, eu sempre soube, não haveria felicidade para nenhum de nós se ambos estivéssemos vivos.

── Poderia ser diferente! ── comentou ao me sondar.

── Poderia! ── concordei. ── Mas como você é você e eu sou eu, então seria impossível.

── De fato! ── também concordou. ── Você foi ao inferno hoje, como está o clima por lá?

── Quente… ── respondi. ── Você irá amar! ── sorri.

Dei passos longos em sua direção e estiquei meu braço que segurava o raio, girei a centímetros de distância de seu rosto e o raio passou de raspão.

── Você não tá brincando, não é mesmo?

── Um de nós morre aqui!

O sorriso do homem se desfez, ele sabia que era realmente o fim para ele ou para mim. O fim de uma realidade triste, o fim de uma vida de sofrimento, o fim de uma vida que nunca foi realmente feliz.

O nosso embate durou por tempo o suficiente para nos cansar, nenhum de nós dois fomos criados para lutar, não éramos Ares ou Ártemis, não éramos o deus da guerra, nem a deusa da caça. Éramos Hefesto e Afrodite, ele era o deus da metalurgia e eu a deusa do amor, logo aquele embate era questionável, mas as pessoas faziam coisas questionáveis em nome do amor em que acreditavam e disso eu sabia bem.

O nosso sangue manchava algumas partes da sala cheia de ouro, o meu vestido não possuía graça mais em sua seda reluzente, estava condenado ao fogo. Hefesto tinha seu braço ferido e seu rosto ensanguentado, era irônico que o maior estrago estivesse em sua face. O deus me empurrou quando outra vez tentei acabar com aquela cena, bati contra o grande espelho que um dia me pertenceu e senti minhas costas ardendo, estava exausta.

── Você terá mesmo essa coragem? Você matará a mulher que gerou e deu a luz ao seu filho? ── indaguei, estava exausta naquele ponto, minha testa estava suada e minhas mãos estavam feridas, o raio de Zeus tinha um poder absurdo, que sob as minhas mãos era quase que incontrolável.

── E não é você que também está tentando matar o pai de seu filho, o homem que te amou incondicionalmente em toda a sua vida? ── Hefesto retrucou, demonstrando também exaustão, mas em uma luta de gigantes não há desistência, vence aquele que sobrevive. ── Ainda usando o raio feito pelas minhas mãos, o raio que pertence ao meu pai?

── Parece mesmo uma grande ironia, não é? ── ri levemente, deixei o peso de meu corpo sob uma perna, assim como levei uma de minhas mãos a minha cintura e com a outra mantive o raio dourado estendido. ── Mas, tudo bem, eu te vejo no inferno de qualquer forma.

── Foi uma longa vida, bela, apesar dos pesares foi gratificante dividi-la com você. ── Hefesto murmurou com um curto sorriso.

── Bem, eu fui divinamente adorada por você, mas não posso dizer que eu gostei em momento algum. ── sincera, proferi. ── É o nosso fim!

Então, decidida a encarar o fim, corri do lugar em que estava, o raio pairava entre as minhas duas mãos, em um impulso pulei em sua direção, aquele era um golpe que Ares havia me ensinado em um dos nossos últimos encontros como amantes, ele disse com certeza que se o meu salto tivesse força e rapidez suficiente o alvo não teria para onde fugir porque estaria confuso com o movimento, era verdade, Hefesto ficou parado.

O raio estava em seu ombro, parado, estático, dourado. Os olhos do homem imortal arregalaram-se, aquilo também era irônico. Deuses sangravam, era engraçado e também triste, o homem sentiu a realidade lhe atingindo, ele sabia que seria quem perderia, então caiu vagarosamente no chão e eu me ajoelhei ao seu lado, meus olhos inundaram-se de lágrimas e Hefesto estava pálido, o mantive em meus braços e não senti alegria, o pai do meu filho, o homem que mais me amou estava diante do que parecia o seu fim.

── Você está feliz, bela? ── Hefesto indagou de forma cansada, com seu peito subindo e descendo e o raio ainda em seu corpo.

── Não me culpe, o amor me deixou louca.

── Então, se você não me matar aqui e agora, eu vou continuar indo até você e eu não vou descansar até ver você morrendo, bela. ── o deus da metalurgia declarou choroso, escorria lágrimas dos cantos de seus olhos naquele instante, mas neguei, estava carregada de raiva e dor, mas se eu o matasse meus filhos jamais me perdoariam. ── O amor também me deixou louco!

── Eu não posso, não posso te matar. ── sussurrei. ── Perdoe-me, Hefesto, você ainda é o pai de Arlo.

── Por favor, Afrodite! ── ele implorou. ── Me mate de uma vez ou eu mesmo mato você!

O homem ferido exclamou convicto, ele me empurrou a alguns centímetros, mesmo com o ombro ferido ainda parecia possuir mais força do que eu. Hefesto simplesmente arrancou o raio de Zeus do seu próprio ombro, ele gritou tão ferozmente que certamente ecoou por muitos cantos daquele Olimpo vazio, o sangue do homem transbordava compulsivamente e era uma cena realmente assustadora.

── Hefesto? ── minha voz saiu em um sussurro, ele morreria se continuasse.

── Já chega, dá um tempo, grandão. ── ambos olhamos além do corpo de Hefesto, eram as moiras. ── Chamaram a nossa atenção.

── O que?

── É a hora do fim, a hora que nós decretamos ponto final e adoramos! ── Átropos, que tinha a tesoura de ouro em suas mãos, declarou sorrindo.

── Estão vendo? ── Láquesis apontou para o fio que trançava na roça dourada de Cloto. ── Não há mais para onde ir, essa vida já atingiu o topo, hoje está no fundo.

── Está na hora do fim! ── Cloto cantarolou.

── Então é um adeus e fim! ── Láquesis então cortou o fio dourado da vida do deus que caiu em meus braços.

── O que? ── questionei confusa, com as mãos trêmulas e o rosto molhado.

── É o fim! ── Átropos também cantarolou.

── Nos deixe bonitas, logo, tá bom? ── uma delas pediu, mas o homem nos meus braços tinha a minha atenção, Hefesto havia morrido então.

── Até logo! ── as três disseram em coro, em seguida sumiram da mesma forma em que apareceram.

(...)

Afrodite encarou o palácio dourado de Hefesto pegando fogo até o topo, o lugar que havia vivido parte de toda a sua eternidade e, inesperadamente, a sensação não foi como a esperada, ela chorou de joelhos no chão e, mesmo que Hefesto tenha sido o motivo do seu inferno particular, ela não desejava realmente que ele morresse, mesmo que tivesse dito aquilo por mais vezes do que realmente gostaria de ter dito. Era triste e era um pouco inconsolável, mas o pai de seu filho havia morrido, era realmente o fim agora.

Após minutos o suficiente, Afrodite se ergueu e caminhou até o local secreto que pertencia a ela e aos gêmeos, o lugar onde eles haviam nascido. Perto do lago de águas cristalinas, os três se encontravam, Arlo foi o primeiro a avistá-la, seguido de Starla que soltou a mão do pai e correu em direção a mãe.

── Mamãe? ── Arlo a chamou, não estava triste, estava claramente preocupado, então a abraçou no segundo seguinte. ── Você está machucada!

── Eu vou ficar bem, querido. ── Afrodite sorriu e segurou seus dois bebês, logo Pietro também estava ajoelhado ao seu lado e ele os abraçou apertado. ── Agora tudo está bem.

── Vamos pra casa? ── Starla pediu.

── Na terra! ── Arlo complementou.

── Agora! ── Afrodite afirmou.

Eles estavam na terra segundos depois, seguros, protegidos pelos vingadores que estavam quase em desespero.

(...)

── Você está mesmo bem, Afrodite? ── Pietro perguntou preocupado pelo o que parecia a milésima vez enquanto limpava as costas da deusa do amor. Afrodite sorriu e concordou.

── Eu vou ficar! ── declarou.

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