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𝟗.



SOMEBODY THAT I USED TO KNOW, gotye.

eu acho que eu não preciso disso
agora você é apenas alguém que eu costumava conhecer.







OUTER BANKS, 19:00 PM.
2021.
ZARA.

Eu preparei o jantar quando cheguei em casa. Arrumei a casa, dobrei as roupas de cama e lavei as poucas louças que faziam hora extra na pia. Tomei um banho rápido também, e agora me encontro andando de um lado pro outro, temendo que eu arrancasse a pele dos meus dedos de tanto que rôo as unhas. Pedi para conversar com JJ, e há exatamente cinco minutos, ele me mandou uma mensagem avisando que estava chegando. Não estou exatamente ansiosa pela conversa que teremos, mas sim porque tenho coisas pra falar que estão fechando a minha garganta. Sempre fomos bons de conversa. Minha preocupação não era aquilo se tornar uma possível briga. Mas por, pela primeira vez em bastante tempo, não sentarmos pra conversar sobre algo que nos faria rir, mas sim sobre nossa relação.

Eu tenho medo dos meus próprios pensamentos, mas também mantenho os pés no chão. Eu não gostava de pensar que tudo estava desmoronando, mas era o que parecia. Ao menos, o meu relacionamento eu precisaria segurar. As queixas das meninas sobre seus namorados não me deixaram dormir direito a noite.

É patético pensar que não estávamos nos falando direito desde o acontecido na casa de John B. Parece que paramos no tempo, onde costumávamos nos deixar levar pelo ciúmes idiota e não encarávamos as coisas como adultos, pois é isso que somos agora; adultos. Eu também odeio não ter mais dezessete anos, não estar pensando em qual faculdade eu deveria seguir e apenas me preocupando em qual seria o próximo programa do fim de semana. Mas o tempo passa. Mais rápido do que eu gostaria.

O som da porta destrancando me puxou de volta pra realidade. Passo a língua nos lábios e apoio meu corpo na mesa de jantar feita de madeira. Cruzo meus braços e assim que meus olhos observam JJ passar pelo hall de entrada carregando uma sacola de papel pardo nas mãos, franzo as sobrancelhas levemente.

⏤ Oi. ⏤ trancou a porta antes de se virar pra mim.

⏤ Oi. ⏤ respondo.

Coço a nuca. Que merda constrangedora. Nem parece que estamos juntos há mais de dois anos.

JJ percebeu meu olhar curioso pra sacola que carrega nas mãos e a deixou em cima da mesa, próxima da minha mão apoiada na madeira.

⏤ É brigadeiro. Vi um senhor simpático vendendo perto do trabalho, achei maneiro e comprei.

⏤ Você vai comer? ⏤ pergunto.

⏤ Eu... Comprei pra você, na verdade.

Sua resposta é desajeitada. O clima está horroroso. Não sei se ele fez isso para tentar amenizar as coisas, mas o que eu acharia fofo, me deixa um pouco incomodada.

Fico em silêncio. O observo passar até a porta da cozinha e se debruçar no batente, dando uma olhada disfarçada pra dentro da cozinha, apenas para não olhar para os meus olhos que os julgam.

⏤ O jantar tá pronto? ⏤ puxa assunto.

Apenas assinto com a cabeça, não me preocupando em abrir a boca pra responde-lo. JJ apenas morde o lábio inferior, nitidamente incomodado. Então, mergulhamos num silêncio ensurdecedor. Obviamente, era eu quem precisaria dar o primeiro passo. Meu namorado nunca foi bom em iniciar DR's. Para ele, as coisas se resolviam com um agrado e um bom sexo. Isso funcionava na maioria das vezes, mas dessa vez, não é o caso. O buraco é mais embaixo. As coisas estavam me fazendo querer arrancar os cabelos da minha própria cabeça.

⏤ A gente precisa conversar. ⏤ começo.

⏤ Eu sei. ⏤ sua resposta veio logo em seguida após minhas palavras.

Então, estamos num consenso.

⏤ O que tá acontecendo, Zara? ⏤ JJ me questiona.

⏤ Eu que te pergunto ⏤ sou dura. ⏤ Que merda foi aquela? Ciúmes do John B? Quantos anos você tem?

⏤ Iniciamos no passivo-agressivo? ⏤ ele me olha irritado. ⏤ Não é bom começar assim.

⏤ Eu não estou errada, JJ. O que você tava pensando?

⏤ Você estava de mão dadas com o meu melhor amigo...

⏤ Nosso melhor amigo ⏤ o corrijo. ⏤ Para de me insinuar como uma oferecida.

⏤ Não é isso que eu quero dizer ⏤ passou os dedos nos fios loiros. ⏤ E se fosse eu de mãos dadas com a Kiara? Você iria gostar?

⏤ A questão não é gostar ou desgostar. Eu jamais pensaria qualquer coisa maldosa porque confio na Kiara que é minha melhor amiga, e confio ainda mais em você que é a porra do meu namorado. ⏤ gesticulo de forma irritadiça. ⏤ Não tenta me fazer entender seu pensamento de menino ciumento.

⏤ Você não entende. Não é sobre ciúmes que estamos falando. ⏤ JJ respira fundo.

Visivelmente, ele já começara a se estressar. Quando gesticula demais e parece estar se controlando para não explodir, já sei que a situação está o irritando de verdade. E não estou nem aí. Não são apenas os sentimentos dele que estão em jogo agora.

⏤ Então é sobre o que, JJ? Eu deveria ter alguma bola de cristal pra adivinhar o que você pensa? ⏤ eu pulo de cima da mesa, me mantendo de pé enquanto sentia minhas orelhas esquentarem.

⏤ Isso é uma discussão idiota, Zara. Vamos parar por aqui. ⏤ JJ tentou se desvencilhar do assunto e de mim.

⏤ Isso, faça isso. Continua fugindo das coisas e me escondendo tudo que você conseguir. Isso só me afasta cada vez mais de você!

Eu me irrito mais do que o normal e acabo aumentando o tom de voz. Meu namorado está de costas pra mim, então, ele se vira bruscamente, se aproximando de mim de forma rápida. Consigo ver a raiva no seu semblante. Ele poderia crescer o quanto fosse para cima de mim, eu jamais abaixaria a cabeça para uma situação que está me incomodando. Jamais abaixaria a cabeça pra homem algum, sendo bem sincera.

⏤ Você tá com dor de cotovelo pela história do Pope ainda? Você não consegue mesmo parar de remoer tanto o passado? ⏤ JJ cuspiu, irritado.

⏤ E você precisa aprender a lidar com seu presente e parar de agir como se estivesse no passado ⏤ retruco no mesmo tom. ⏤ Ou você cresce e vira homem, JJ, ou eu vou embora.

Minhas palavras pareceram atingi-lo de verdade. Ele para por um instante e vejo seus olhos ficarem escuros de ódio. Seu rosto é tomado por um misto de indignação e tristeza. Meu peito se invade por uma sensação estranha, mas não mudo minha postura em momento algum. Mais do que qualquer coisa, eu estava totalmente tomada pela raiva.

⏤ O que tá querendo dizer com isso? ⏤ perguntou, sério.

⏤ É isso mesmo que você escutou. Eu tô quase indo embora bem debaixo do seu nariz. Mas, como você sempre olha pro próprio umbigo, só vai perceber quando eu não estiver mais aqui.

É, agora sim eu o atingi.

A mandíbula do meu namorado trava pela ódio. Ao engolir em seco, JJ nega com a cabeça devagar e coloca a mão no meu ombro, se afastando.

⏤ Não precisa. Hoje você não vai me ter por perto. ⏤ me diz com uma voz rouca pela fraqueza de brigar.

⏤ Vai fugir dos seus problemas de novo? ⏤ tento o ferir novamente, mas ele dá um sorriso sem ânimo.

⏤ Vou. Meu maior problema tá sendo você.

Em dobro do que o feri, ele me fere de volta.

JJ me deixa sozinha plantada naquela cozinha. Foi o tempo de eu conseguir respirar fundo com os olhos transbordados pelas lágrimas de ódio que escuto o barulho da porta de casa batendo com força. Deixo as pálpebras caírem. Minha vontade é de quebrar essa casa inteira. E, sinceramente, eu faria se tivesse força de vontade. Contudo, a única atitude que tomei foi me sentar na mesa de jantar novamente e deixar as lágrimas caírem em silêncio. Dessa vez, não choro só de tristeza, mas por raiva e cansaço.

Eu não tenho tempo de chorar o suficiente para relaxar. O som das batidas na porta da minha casa me fizeram mexer o corpo. Se JJ tivesse esquecido alguma coisa, eu faria questão de abrir aquela porta e jogar tudo que está entalado na cara dele, então, sou rápida em destrancar a maçaneta e puxar o móvel com agilidade, mas o que vejo diante dos meus olhos me deixa aterrorizada.

Vejo o diabo bem diante de mim. O mal numa pele bonita, num corpo forte e alto e com os olhos tão azuis que me lembrava a época mais louca da minha vida. Mas não da parte boa. Me trouxe lembranças do maior terror que eu já vivi e que me desencadeou traumas que carrego comigo até hoje. Que precisei de anos de terapia para saber lidar com a realidade de novo.

E, tão rápido quanto abri, eu fecho a porta de novo. Encostada no móvel, eu solto um grito de horror. O diabo estava na porta da minha casa, mesmo que eu tenha orado tanto para ele não me achar novamente.

Rafe tinha voltado pra me atormentar. E bem no endereço mais escondido que procurei para que isso não acontecesse.

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