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07 | Coordenadas Para A Verdade

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EI!

Paro com a mão na maçaneta, desejando ter tido ao menos cinco segundos para abrir a porta e ele não ter me seguido. Em vez de dar às costas a ele, respiro fundo e viro-me.

— Oi, Rafe. — Seu cabelo estava cuidadosamente mais bagunçado de quando estávamos no jantar, suas pupilas estavam consideravelmente mais dilatadas. — Acho que essa festa já deu para mim.

Ele tombou a cabeça, seu cabelo sedoso caindo nos olhos e deu um passo na minha direção.

Aquele passo pareceu ter sido em cima de mim, pois meu corpo tensionou no lugar e eu comecei a repensar a ideia de apenas virar as costas.

Não apenas para Rafe Cameron.

Mas para aquele seu sorriso que me perseguia ou para o toque que ainda latejava na minha coxa.

— Acabou de começar, Royal. — Meu nome sai exageradamente arrastado de sua boca.

— Não estou no clima.

Ele deu outro passo. Me recusei a recuar. A entrar em qualquer joguinho que Rafe tenha achado divertido começar comigo depois de tanto tempo que nos conhecemos.

Se eu precisava apenas mostrá-lo que não estava... interessada, então faria isso para tirá-lo do meu pé. Não porque eu o acho insuportável, percebo quando ele se entrega a se aproximar mais e agora, a fenda entre nossos corpos diminui.

— O que eu posso fazer pra você voltar ao clima? — Rafe pergunta, um sorriso reside casualmente nos seus lábios e condeno-me por inteira.

Condeno meu coração por estar batendo tão ferozmente na caixa torácica. Condeno minha respiração por pausar, me fazendo ficar ofegante quando tento retoma-la. Condeno até mesmo minha pele que parece formigar por algo.

Por ele.

Nunca foi segredo o efeito de Rafe Cameron nas mulheres e não apenas pelo seu dinheiro.

Depois de Jaden Everdeen, Rafe era o homem mais cobiçado de Outer Banks. Virou o mais depois que Jaden se foi para Princeton, voltando apenas agora no verão.

Mas assim que ele voltasse para a sua faculdade, Rafe recuperaria sua coroa. Não que fosse uma competição. Eles não pareciam levar como uma competição enquanto se divertiam com as garotas que quisessem.

Algumas com as mesmas idades, outras mais velhas. Todos os tipos de garotas, com personalidades e corpos diferentes.

Mas eu nunca vi nenhum deles dois... ansiando por uma garota mais nova. Talvez tenha acontecido, mas nenhuma história chegou aos meus ouvidos. Rafe Cameron e Jaden Everdeen não ficavam com menininhas. Eles eram homens formados, com experiências o suficiente para saber que garotinhas são perca de tempo.

Bom, alguém muito desprezada falou isso para mim, mas eu confiei na fonte.

E agora Rafe estava aqui, com algo além do que uma brincadeira brilhando nos olhos enquanto me inspeciona de cima a baixo, demorando mais nas minhas pernas — na pele que estava sob a dele mais cedo.

Então seus olhos sobem mais e param, por menos tempo do que antes, no decote visível entre meus seios e onde também se mostrava o meu nervosismo com o subir e descer do peito, ressaltando a saliência deles.

Quando Rafe finalmente chega aos meus olhos, os dele estão famintos.

É quando eu finalmente recuo. Não pelo medo, mas pela precaução. Já o vi lançando esse tipo de olhar para outras garotas, para qualquer rabo de saia, na verdade. Mas é diferente assistir de fora e recebê-lo.

Quase... Quase me faz entender as garotas que pulam no colo dele.

O olhar pode demonstrar sua fome, mas abre um caminho muito além disso. Abre um caminho de imaginação e você imagina, apenas vocês dois em um quarto, com aquela fome sendo saciada.

Deus, o que eu estou pensando? Deve ser esse ar carregado de maconha. Ele mexe com a mente das pessoas.

— Preciso mesmo ir, Rafe. — Não sei de onde peguei forças para não gaguejar, mas agradeci internamente por isso.

Ele continua parado, olhando-me de perto. Tão perto que eu só cálculo agora a distância mínima, o que pode parecer para quem vê de fora. E tem muitas pessoas olhando.

Não com ciúmes ou com desejo de ver uma fofoca. Não por inteiro. Apenas saciar uma dúvida de conversinhas que perambulam pela Ilha desde o nosso nascimento, sobre a união entre Cameron e os Everdeen.

Na mente das pessoas, o quarteto formarem dois casais é obra do destino e Sarah e Jaden foram feitos um pro outro, em contra partida... Rafe e eu... Bom, vocês sabem. Nunca deixamos espaço para observarem. Para terem mais do que especulações.

Mas se Rafe não recuar... Se ele não recuar agora, pode ser que criemos nosso primeiro boato.

E essa constatação é como um choque na minha cabeça, então eu viro-me para agarrar a maçaneta e sair. Mas tão rápido quanto eu me viro, eu volto, pela mão de Rafe que agarra o meu pulso.

E me puxa.

Me puxa para dentro da casa.

As cabeças nos acompanham por onde a gente passa até a área da piscina.

— Rafe. — Engasgo-me, percebendo sua ideia. — Não, não. Rafe.

— Qual é, Riqueza. — Recuso-me a reconhecer o arquejar dentro de mim pelo apelido. Há três passos da piscina cheia de gente, incluindo Sarah Cameron e Topper, ele se vira para mim.

Sua mão no meu pulso escorrega por todo meu braço, então para minhas costas. Ele pressiona o seu toque ali, não o suficiente para eu andar, mas brusco demais para eu não reconhecer.

Ele puxa minha jaqueta que escorrega por minha pele, deixando-me apenas com o vestido.

— Eu disse a você que você sobreviveu, Royal — ele sussurra no topo do meu ouvido, agora atrás de mim, seu corpo roçando levemente o meu e sua voz rouca por qualquer substância que ele ingeriu essa noite. — Está na hora de reconhecer tudo isso.

Ele permite que eu rode até estar em sua frente, cara a cara. Não com tanta facilidade, considerando que ele é mais alto do que eu. Enquanto eu erguia o meu queixo para encara-lo, ele abaixava o seu.

O quão pequena eu parecia ser para ele? O quão pequena e insignificante e fácil para que ele pense que pode dizer coisas?

Coisas que eu...

Mas ele me empurra. Para a piscina.

O que ele não percebe, não cedo o suficiente para livrar a si próprio, é que estou segurando sua camisa com o punho cerrado, então inevitavelmente trago-o comigo.

Nossos pés colidem, misturando-se enquanto caímos. Ele abre a boca em um grito silencioso no momento em que, com medo, eu agarro seu pescoço e afundamos na água. Água fria e irrefreável.

Solto meus braços ao redor do seu pescoço, mas suas mãos procuram minhas coxas e ele encaixa cada uma delas ao redor da sua cintura no momento em que emergimos.

Minha primeira reação é sair de perto dele, de retirar minhas pernas ao redor da sua cintura, mas Rafe tira a mão de uma das minhas coxas e a ergue em um triunfo.

Então uma gritaria começa.

Uma gritaria com os nossos nomes e novos corpos caindo na piscina. É inevitável não rir e se aconchegar em Rafe quando a piscina é invadida por vários corpos, jorrando água em nós dois, no centro dela.

Encaro Rafe, ele está com um sorriso enorme no rosto. Talvez um dos maiores que eu já vi ele estampar, com dentes e tudo.

E estamos tão perto que consigo ver as gotículas de água perambulando por seus cílios negros, então descendo pros seus lábios molhados que parecem fazer uma dança com a água da piscina.

E sou incapaz, realmente me sinto incapaz, de não devolver o sorriso. Mas o sorriso se abre mais e logo estou rindo. Rafe ri junto, suas mãos acomodadas confortavelmente embaixo das minhas coxas, mantendo-me firme.

— Isso foi...

— Espontâneo? — Ajudou-me com as palavras e eu soltei outra risada.

— Se quiser chamar assim...

Recuperei-me da sensação, fazendo menção de desenroscar minhas pernas dele. Rafe não faz menção de parar-me, pelo contrário, até me ajuda a desenrolar meus pés e abaixar-me na piscina.

Não é tão funda, mas o suficiente para que a água bata no meu queixo, enquanto para ele, bate no começo de seu peito, abaixo dos ombros.

O movimento suave de abaixar-me nele me faz roçar em uma parte dele que me faz recuar imediatamente.

Rafe solta uma risada sem graça.

— Tá frio, certo? — Desenrolo, indo até a beirada da piscina para sair.

— Certo — ele concorda, me acompanhando.

Quando eu me impulsiono para cima, Rafe está bem ali atrás, olhando ao redor, parecendo conferir cada um que recuava a atenção para onde eu estava. Onde meu vestido tinha subido miseravelmente.

Sento-me na borda da piscina, abaixando o vestido de forma desconfortável, olhando ao redor, procurando pela mesma coisa que Rafe parecia observar.

— Ninguém olhará para você, Royal.

Olho para ele. Agora sim, comigo sentada na borda da piscina e ele ainda dentro, estávamos cara a cara. A altura igualada.

— Por que sou desinteressante demais? — Digo com um sorriso, cobrindo meu rubor.

— Porque está comigo. — Corrige e então, sua mãos, que estavam distraidamente nos meus joelhos, somem pelas minhas coxas até a barra do meu vestido, subindo-o.

— Rafe...

— Está coberta agora, Royal. Mas se eu tirasse esse vestido — ele continua subindo, até ele ficar preso no me quadril. Rafe não parece fazer tanta força assim para puxa-lo para cima, tirando-me o ar. — E você ficasse sem ele, ainda assim não teria olhar algum sobre você.

Ofego, nervosa.

Na verdade, conhecendo um nível novo de nervosismo, pois estou sentada na borda da piscina, com meu vestido mal cobrindo meu quadril, que revela minha calcinha de renda branca, totalmente fio dental.

— E se eu tirasse então, isso... — Sua mão adentra os lados da minha calcinha, segurando agora minha cintura com as barras do lado da minha calcinha fazendo uma pulseira em seus pulsos. — Ninguém ousaria dar sequer uma piscada.

Seus olhos queimam feito um inferno em mim. Não na pele que ele está tocando, na distância de uma certa área que, mesmo não querendo admitir para mim mesma, lateja. Mas para mim.

Para os meus olhos.

Sua mão aquece o lugar onde está, enviando fogo pelo meu sangue e meu peito que se aperta tanto que começa a doer.

Acho que vou ter um infarto.

— Apenas porque está sobre o meu domínio. — Seus cabelos molhados e penteados para trás brilham e seus músculos por baixo da blusa estão aparentes. — Sobre minhas mãos e ninguém se arrisca com o que é inteiramente meu.

— Não sou inteiramente sua — rosnei, então, empurrando suas mãos para passar pela fenda da calcinha e parar de tocar-me.

— O quanto gostaria que isso fosse verdade, Riqueza?

Bufei, levantando-me, invisível enquanto eu abaixava meu vestido para cobrir minha bunda e pegava minha jaqueta, passando por meus ombros.

Assim que dou as costas para Rafe que está começando a sair da piscina, com vários olhares em sua estrutura, Jaden avança em minha direção. Minha boca se abre, mas então eu tremo, talvez pelo frio, talvez pela forma como o meu irmão marchava até mim.

Não, não até mim.

Até Rafe.

Saio do caminho no momento em que Jaden irrompe, socando o rosto de Rafe Cameron, que mal teve chance de pensar melhor antes de receber outro.

E mais outro.

— Jaden, para! — Grito, sem saber o que fazer enquanto os outros saiam da frente dos dois. — Jaden!

Topper e Kelce ganham caminho empurrando as pessoas e pulam em cima dos dois, afastando-os. Topper ganha uma cotovelada no estômago, o que o faz escorregar e cair na piscina.

Kelce acaba se desviando quando Jaden se volta para Rafe.

— Nunca mais toque nela, sua montanha de lixo! — Grita Jaden, o cabelo caindo nos olhos verdes oliva, um fiapo de sangue do único soco que Rafe conseguiu acertar. — Nunca mais!

Ele avançou e então eu avancei. Não para meter-me no meio da briga e acalmar. Mas para empurrar os dois na piscina e dar um banho frio neles que parecem estar com a cabeça pegando fogo.

Kelce avança também ao ver a minha investida, o que faz tudo dar errado, pois Rafe — enraivado por estar perdendo a briga — se vira para empurrar o amigo que tentaria afasta-lo.

Jaden, cego de ódio, buscou fazer o mesmo com quem ele achava que era Topper, que ainda estava saindo da piscina. Mas não rápido o suficiente para conseguir me retirar da reta da mão do meu irmão.

Um soco, percebo, que era para a merda do Topper.

Caio no chão imediatamente e a briga para. Não, não apenas a briga, mas tudo ao nosso redor. Até mesmos as pessoas ofegando, ou as apostas de quem venceria.Topper é o único que não para nesse meio tempo, pois me ajuda a levantar.

Quando levanto minha cabeça, minha franja se esticando pelos meus olhos, todos conseguem distinguir um vermelho se iniciando ao lado do meu olho.

Jaden gagueja, talvez pedindo desculpas, mas eu viro as costas para ele e empurro Topper que estava tentando ver se estava tudo bem e pego meu casaco de couro no chão.

Não volto-me nem quando Rafe grita. Literalmente grita e pula na direção do meu irmão, mas ele não calcula o espaço e os dois caem na piscina. Estou fora da casa dos Cameron antes de ver o resto.

Antes de sentir o resto.

Sei que não foi sua intenção me bater. Mas qual, necessariamente, foi sua intenção ao irromper aquele espaço e bater em Rafe Cameron? Apenas porque ele tocou-me?

Abraço meu próprio corpo, estabelecendo um caminhar firme para uma direção desconhecida e escura.

Só percebo que sei bem para onde estou indo quando deparo-me com a bancada do restaurante mas famoso de toda Ilha, The Wreck, fundado pelos pais de Kiara Carrera.

Não é mais horário de funcionamento, mas eles estão lá. Sendo servidos sozinhos enquanto tocava uma música animada e Kiara dançava com John B, Pope apoiado na bancada mais à frente comendo e olhando.

JJ...

Ele foi o primeiro a notar-me ali.

Talvez tenha se levantado para me expulsar a tapas, não duvido disso pela forma como que ele se levantou bruscamente, fazendo a cadeira recuar e vibrar no chão.

A música não para quando todos me olham e absorvem o que vê.

Eu, com os cabelos molhados e abraçando meu próprio corpo, as pernas descobertas, o corpo sendo preenchido apenas por aquele vestido que se tornou apenas um fiapo de pano, em contra partida com o casaco que cobria o que não deixava a imaginar com o vestido molhado.

— Ah, desculpa. E-Eu... — Não sei o motivo das desculpas, mas continuo a gaguejar até pegar meu celular do bolso do casaco e mostrá-lo aos outros. — Recebi sua mensagem. — Olhei para John B, que desviou os olhos para a minha bochecha. — Quero ajudar. Mas eu não quero o ouro.

— O que você quer então? — Perguntou JJ e pela primeira vez em muito tempo, não havia ignorância em sua voz ou maldade.

— A verdade — respondi, depois de pensar por um minuto inteiro. Ergui os olhos para encarar todos eles. Um por vez. — Eu só quero a verdade.

Então eu percebo que poderia apenas devolver uma mensagem. Tudo bem que John B me convidou, mas isso foi mais cedo, quando eles devia estar discutindo sobre o que sabem. Não agora, divertindo-se.

Verdadeiramente, completo para mim mesma, olhando o brilho de Kiara começar a sumir por minha chegada.

— Então... é isso. — Abri um sorriso rápido, sem dentes. — Tchau.

Viro as costas, abaixando imediatamente meu queixo com vergonha. Eu não devia ter vindo agora, droga. Royal, sua garota idiota e sem noção!

Quando estou alcançando a porta do restaurante, alguém começa gaguejar atrás de mim e finalmente diz:

— Everdeen, espera. — Olho para John B sobre os meus ombros. — Por que você não fica? — Ele propõe e encaro cada um dos outros três, mas nenhum deles recusa e a única que faz careta é Kiara. — Podemos juntar as informações que nós temos agora.

Deixo meu olhar cair para o chão, pensando. Eu odiaria ficar sabendo que atrapalhei a diversão que eles pareciam estar sentindo antes da minha chegada, mas não quero voltar pra casa.

Aceno com a cabeça e me afasto da porta, então pego meu celular ao ficar de frente para eles, começando a abrir a galeria quando Pope retira o celular das minhas mãos.

Minha tranquilidade se esvai totalmente e eu abro a boca para xingá-lo, mas paro quando vejo ele colocar o celular na bancada.

— Agora não.

John B e Kiara recuam, o primeiro tentando esconder o sorriso quando recomeçam a dançar.

— Por que não dança um pouco, Royal? — Fala Pope, descontraído.

— Ah, eu não... Não sei se é a melhor decisão agora — esclareço, olhando para JJ que passa por a gente para sentar no lugar onde Pope estava sentado.

— Só um pouco, vai.

Olho para ele, para o mínimo sorriso que ele me oferece. Para o sorriso que representa uma camada de coisas. Da confiança que ele parece decidir me entregar. E eu não deveria ficar surpresa, porque se vamos mesmo trabalhar todos juntos, isso é... recomendado.

Mas de qualquer forma, fico.

— Pope, eu...

— Ah, aceita logo! — Olhamos para JJ, que sorria levemente para mim. Um sorriso. Meu estômago se revira com a visão. — Pope nunca chamou uma menina para dançar e deve estar se borrando na calça.

— Valeu aí, camarada.

JJ ri, aceitando o falso agradecimento.

Mas então quando Pope vira para mim, as bochechas começando a queimar ardilosamente e eu finalmente aceito.

E tudo se passa tão, mas tão leve, que parece que estou drogada enquanto danço com Pope e depois com John B. Kiara me evita na pista e fora dela, mas não envia nenhum retalho para o meu coração.

Então quando Pope se cansa e vai sentar, John B e eu continuamos na pista. Até que ele se cansa também, mas a música não para e eu acompanho ela. Movimentos suaves, como se estivesse no meio do mar, nadando, empurrando a água.

Olhos fechados.

Rodando, sentindo o vento e o mar e o incrível cheio de comida do restaurante e mãos.

Mãos agarram-me para dançar a próxima música. E não sei o que pensar primeiro. Se o simples fato de ter reconhecido seu cheiro — cheiro de água salgada e maconha — ou por ser ele.

Aceitando o toque dele, ocasionalmente enquanto nos movemos agora lentamente no restaurante silencioso, encapotado pela música, olho para seus olhos acima de mim.

JJ levanta a mão para roçar seus dedos na maça da minha bochecha e pela forma como meu corpo se revira pela queimação, sei que foi o local onde eu recebi o soco do meu irmão.

— Quem fez isso com você, Roy?

Roy.
Roy.
Roy.

As borboletas parecem sussurrar, vibrar e cantar em meu estômago. Eu as calo e calo JJ também ao puxar seu braço para dançar.

Mesmo sem respostas ou sem palavras audíveis, ele entende.

Sem conversar, Jay. Sem conversas.

*

Depois que sentamos para reunir o que tínhamos até agora, juntos, combinamos de nos encontrar na casa de John B no dia seguinte para testar o drone marítimo que eles pegaram emprestado para conferir as coordenadas do mapa.

Pope aproveitou a oportunidade para me ensinar o que eu deveria fazer naquela viagem. Ler e dar as coordenadas para JJ, que conduziria o barco.

No princípio, achei que minha cabeça ia estourar, mas Pope deve ter percebido, pois começou a explicar de uma forma com exemplos fáceis de entender, como de passarinhos e o vento.

Estávamos na cozinha do Castelo quando um celular tocou em nossa frente.

Era preto e estava com a tela completamente trincada. Havia algumas falhas na tela, mas dava para ver o nome de quem estava ligando. Teddy.

Não era o meu celular e eu sabia, ainda assim quando aquele nome desbloqueou uma memória de uma certa carta que estava sendo enviada para este mesmo nome, eu não consegui evitar procurar pelo meu celular.

Ele está dentro do meu bolso do short rosa.

Uma mão bronzeada entra em minha frente, pegando o telefone na mesa e atendendo a ligação. Levanto o olhar para cima, a voz de Pope ficando de segundo plano no momento em que John B me olha de relance, mas logo atende:

— Oi, tio Teddy!

Volto a olhar para o mapa que demonstrava as coordenadas que eu teria que ler.

Obrigo minha mente a prestar total atenção em Pope, mas meu coração bate de forma desgovernada. Seria o mesmo Teddy da carta escrita pela minha mãe? Mas o que o tio de John B saberia para que minha família precisasse comprar o seu silêncio?

Lembro o que John B comentou mais cedo no restaurante sobre o juizado estar em sua cola porque seu tio decidiu viajar de uma hora para outra. Então me recordo das palavras na carta, dizendo para que a pessoa fizesse além de se calar, mas para também fugir.

Podia ser só uma coincidência, não é?

Sim, é isso. Uma coincidência.

Termino de ouvir a explicação de Pope sobre a minha parte do trabalho e depois que testamos e vimos que tudo poderia mesmo dar certo, entramos no barco dos Pogues e "dirigimos" até o meio do mar.

Fiquei sentada no banco, sentindo o vento bater contra meus cabelos, arrastando-os de um lado para o outro, sempre cobrindo minha face. Fazia um bom tempo desde que entrei em uma lancha. Que fiquei suspensa no mar. Acho que dois anos, em uma média.

Não era bem um medo que me fazia ficar longe, mas sempre que eu pensava em entrar em uma, um pavor agonizante tomava conta de mim.

Isso da última vez que tentei entrar em alguma, há algum tempo. Creio que dessa vez foi melhor, apesar que o balançar constante está deixando-me atordoada.

Jaden não abriu a boca para os nossos pais sobre eu ter sumido da festa, talvez pelo medo de eu entrar no assunto que ele me deu um soco, talvez por querer evitar que o clima fique ainda mais congelante entre a gente.

Mas ele ficou quieto.

Se manteve quieto até mesmo mais cedo, quando eu saí sem avisar para onde ia. Com quem iria. Ele apenas encarou a minha bochecha, onde o vermelho já se alterou para um roxo profundo.

Mamãe e papai não conseguiram reparar o suficiente ainda, principalmente porque estou cobrindo com maquiagem.

— Se não quer o ouro e nem a fama, que tipo de verdade você deseja, Everdeen? — John B me pergunta após nos tranquilizarmos no mar.

JJ, dentro da cabine de controle, continua em seu lugar, mas não consegue evitar um olhar rápido em minha direção.

Aquele momento único que tivemos no restaurante dos Carrera, fora simplesmente aquilo. Um único momento. Depois JJ simplesmente saiu pela porta enquanto eu me juntava com os outros e discutíamos sobre as pistas.

Isso me levou a acreditar que não fora nada.

Não significara nada.

Talvez apenas que ele tenha ficado com pena. JJ se importa com os outros e não resiste à uma princesinha indefesa. Fora apenas isto. E, de alguma forma, é tranquilizador pensar que é apenas isso. JJ não consegue dar mais e eu não consigo receber.

Sempre foi assim.

— Eu não as desejo, John B. — Olho em seus olhos, sentindo Pope, conferindo o drone marítimo e Kiara me olhando de longe. — Mas preciso delas.

Eu deixei de fora tudo sobre o meu pai, ou seja, não mostrei nenhuma das fotos que eu tirei do escritório dele. Não vai resolver nada na vida ou na missão que eles estão resolvendo.

O mapa eles já obtém, a bússola também e aquela carta... Não tem nada a ver com eles.

John B, Pope, Kiara e JJ não precisam saber as minhas desconfianças com meu pai. Não precisam saber que a qualquer momento, as coisas podem desmoronar comigo descobrindo coisas que eu não desejo, como falou John B.

— Certo, JJ. Para aqui — gritou John B depois de alguns minutos submersos na água.

— Entendido!

— Bem, senhoras e senhores... — murmura o adolescente, agarrando o drone. — A virar kook. — Revirei os olhos e John terminou, fazendo uma reverência treinada para mim que estava ao seu lado. — E as verdades que não desejamos.

John B se afasta e Kiara entra em ação, desenrolando cada vez mais a fita presa no drone. Cada vez que ela soltava um metro de corda, o drone nadava mais e mais para baixo. Para um fim do mar. Sendo controlado pelo painel de controle que estava nas mãos de Pope.

O inteligente daqui.

— Certo, JJ, — levanto a voz para sobressair ao vento forte e confiro o tablet em minhas mãos — estamos bem em cima. Dez segundos, Noroeste.

Ele ficou quieto e eu olhei em sua direção por cima do meu ombro, apenas para encontrá-lo com seu óculos inclinado para baixo enquanto ele lançava um olhar bem sigificativo para John B, que dizia explicítamente o quanto ele confiava em mim para dar-lhes as coordenadas.

— Acho que você deveria se acostumar a trabalhar comigo, JJ.

— Ah, certo, desculpa — ele foi irônico enquanto jogava a mão para cima e depois seguia as coordenadas. — Só estou confuso, considerando que eu estou acostumado a trabalhar para gente como você.

— Vocês sabem que julgar o que somos e brindar a virar kook, é uma baita de uma hipocrisia, certo? — Questiono, olhando para cara um deles.

Kiara revira os olhos por último.

— Não julgamos vocês por terem dinheiro — John B disse. — Julgamos por quem vocês acham que podem ser por ter dinheiro.

Soltei um bufo e voltei a conferir o tablet em minhas mãos, lembrando da rápida aula que Pope me deu antes de subirmos no barco sobre como ler as coordenadas e segui-las.

Não é tão difícil quanto eu achava que podia ser.

Com mais algumas coordenadas ditas e seguidas, chegamos a ponta de uma tempestade. As nuvens escuras estavam quase chegando até a gente. Encaro o barco em que estamos, sem qualquer cobertura além da salinha de controle.

Não acho que sobreviveríamos inteiros a uma tempestade que já balançava o barco.

— JJ, segura firme! — Grita John B e eu encaro Kiara que desmancha a fita cada vez mais. — JJ, nós vamos virar na tempestade, cara.

Seguro o tremor que me ocorreu e aperto o tablet em minhas mãos, indo até o lado do Pope para despistar minha mente do medo.

— Royal!

— Tá — gritei de volta, encarando o tablet novamente. — Gire para Norte-noroeste! Dez segundos!

— John B, há muita corrente! — Avisa Kiara. — Vamos perder!

— Sul-sudoeste! — Grito por cima.

— Firme! — Completa John B e me questiono se ele consegue ver o meu tremor nada delicado ao pegar o aparelho das minhas mãos. — Meia velocidade. Fique firme, JJ!

John B logo em seguida questiona o que Pope estava vendo, considerando que devíamos estar bem em cima do "tesouro". Mas não havia nada além de água e escuridão lá embaixo, conforme dizia o drone.

— Kiara!

— 960 pés! — Grita, soltando a corda. — 970! 980!

— Estou no fundo! — Avisa Pope, se inclinando mais para a tela.

— Certo, pare aqui, JJ — pede John B. — Um quarto da velocidade, tá? Você devia estar vendo algo, cara.

Kiara corre em nossa direção o máximo que pode após desenrolar toda a fita.

— Eu sei!

E então, com mais uma sessão de controle, lá estava ele. Pope suspira pesadamente ao meu lado enquanto encara o que estou vendo.

O que todos estão vendo.

— É o Royal Merchant.

Nem mesmo o medo consegue evitar um sorriso brotar em meus lábios pela ironia do nome do barco naufragado. Royal Merchant.

John B me encara com um sorriso quase aliviado e eu movimento meus ombros suavemente.

Então caminho até a cabine onde está JJ.

— Vai lá ver o tesouro — dou ênfase, tentando ser debochada. JJ me encara enquanto eu pego o volante do barco e levanta as sobrancelhas. — O que foi? Surpreso também por eu saber pilotar um barco?

— Não, seu tio te ensinou isso há muito tempo. — Meu sorriso morreu. — Só surpreso por você lembrar.

Ele saiu da cabine.

E eu me mantive firme.

Espero que estejam gostando!

Vocês ficaram sabendo da renovação da última temporada? Acho que não vou aguentar ver meus Pogues pela última vez na telinha. 😭

Estamos quase no meio da primeira temporada. Tenho mais alguns capítulos para postar antes de lançarem a segunda parte da quarta temporada. Então, vou postar o próximo capítulo ainda HOJE, depois do almoço.

Até daqui a pouco.

Não esqueçam de VOTAR e COMENTAR.

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