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02 | Armas e Fogueiras

ᴿᴼʸᴬᴸ ᴱᴱᴿᴰᴱᴱᴺ

     ELE está morto.

Scooter Grubbs foi encontrado no pântano hoje de manhã. Eu estava voltando para meu lado da Ilha quando vi um pessoal amontoado no píer, perto da delegacia. Não precisei nem sair da minha bicicleta para reconhecer o corpo dele naquela maca.

Lana Grubbs cortou a frente dos outros, se aproximando do marido e lamentando pela sua morte.

Abaixei os olhos com condolências.

Depois que meu tio morreu há dois anos, Scooter aumentou seu nível de bebedeira e ficou completamente sozinho. Tentei falar com ele algumas vezes, principalmente no funeral, mas ele nem conseguia se aproximar de mim.

Algo parecia impedi-ló de reconhecer minha dor como a sua dor. Eu sabia que ele amava meu tio como se fosse seu irmão mais novo.

Então sua vida se tornou apenas um resquício do que era. Ele continuava sendo achado caindo de bêbado nos bares, mas dessa vez, completamente sozinho. As vezes, ele até chegava no hospital.

Da primeira vez que isso aconteceu, eu fui visita-lo. Meu pai me impediu antes que eu entrasse no quarto hospitalar, mas ainda assim, os médicos me disseram que Scooter ficou delirando o caminho inteiro, chamando o nome do meu tio.

Não que eu não acreditasse na dor do meu pai ou do meu irmão, mas se havia alguém nessa Ilha que sofreu mais do que eu com a morte do meu tio, esse alguém foi Scooter Grubbs.

E agora ele também estava morto.

Me pergunto se ele encontrou a paz.

Recomponho-me e volto a olhar pra frente, a fim de começar a pedalar até o Figure 8.

A visão do quarteto sensação de Outer Banks me parou no ar. Não que eles fossem bons o bastante para parar o trânsito, mas seus olhos estavam explicitamente nos meus.

Eu só conhecia JJ Maybank e Kiara Carrera. Seus olhos abriam um buraco de interrogações em minha testa. Já os outros dois, Pope e John B eu só via de longe. Os dois também pareciam confusos enquanto olhavam para mim, mas eles não tinham a mesma porção de ódio que os outros dois possuíam.

Foi Kiara quem avançou para mim, que me mantinha afastada do aglomerado ao redor do corpo de Scooter. Me mantive em cima da bicicleta, franzindo de leve o cenho conforme eu acompanho os passos dela até mim, que eram seguidos de forma sincronizada pelos outros.

— O que você estava fazendo lá, Everdeen?

Sua voz estava mais afiada, mas sua personalidade ainda parecia a mesma.

— Do que você está falando, garota?

— Não enche! Eu te vi saindo daquele quarto no motel — senti meu sangue gelar conforme estudava o seu rosto e o quão sério ela parecia dizer.

Os outros nos alcançam e me encaram.

Solto uma risada sem qualquer humor. Eu não devia informações para nenhum deles.

— Eu poderia perguntar a mesma coisa. — Encarei John B, que contorceu a sua cara e parei em JJ. — Invadiram aquele quarto do hotel. Eu, ao menos, tinha a chave — dei de ombros.

— Nós também tínhamos! — JJ avançou, defendendo-se.

Seus amigos o encararam com uma repreensão intensa e eu sorri, satisfeita. Ignorei eles e sai dali correndo com a bicicleta, chegando em casa e me apressando pra subir até o meu quarto.

Não antes de guardar aquela chave-mestre no lugar em que eu peguei. Por sorte, papai ainda não havia chegado e eu nem sabia onde estava mamãe. Meu ato rebelde só seria percebido por mim.

Depois de entrar no meu quarto e refrescar minha mente com um banho bem gelado, desci até a cozinha, onde meu pai tinha acabado de chegar.

— Parece cansado — comentou minha mãe, pegando uma água e entregando a ele.

— As pessoas estão querendo soluções rápidas — ele disse, aceitando a água e bebendo de uma só vez.

— E?

— E que quando um furacão derruba sua casa ou destrói seu meio profissional, soluções rápidas não são permanentes. Ah, oi, filha.

— Oi — terminei de entrar, a atenção dos dois em mim.

— Já voltou da Sarah? Como estão os Cameron?

— Estão bem.

— Precisamos marcar um jantar — apontou minha mãe, dando as costas para começar a fazer um sanduíche. — Eu estava falando com Rose, ela acha importante que Ward ajude você com isso.

E... o trabalho voltou.

— É, talvez a influência dos Cameron na área mobiliária seja o que precisamos agora.

Soltei um suspiro baixinho e comecei a recuar da cozinha. Era impossível criar uma conversa com eles quando os dois estavam empenhado no assunto de trabalho.

— Ah, querida? — Mamãe me impediu de sair no último segundo. — Seu irmão vai passar as férias de verão aqui — meu sorriso se abriu instantaneamente. — Ele chega amanhã de viagem.

— Sério?

Intercalei a minha atenção entre os dois, que assentiram animados com a minha reação. Me controlei para não soltar um gritinho, mas sai praticamente saltitante pro meu quarto.

Meu irmão, Jaden, é três anos mais velho do que eu e conseguiu uma vaga na universidade de Princeton assim que saiu do Ensino Médio no ano passado. Ele ficou tão animado que acabou por viajar antes mesmo da virada do ano novo e não nos vemos desde então.

Conversamos por mensagem de vez em quando, mas não é a mesma coisa, principalmente porque ele não tem muito tempo para essas coisas.

Meu celular começa a tocar assim que eu ultrapasso a porta do meu quarto. O nome "Sarah C." brilha no visor e mordo meus lábios, sabendo que ela provavelmente iria querer saber para onde eu fui quando larguei ela sozinha no seu processo importante de proteger ratos.

— Alô?

Roy? — Sua voz chega animada, deixando meus ombros se abaixarem em alívio. — Aqui é a Sarah.

— Eu sei — revirei os olhos. — Seu número está salvo.

Ela riu.

Vai ter uma festa no lado dos pogues, organizado por eles mesmo. Acho que para simbolizar o começo do verão... — jogou no ar. — E eu queria que minha melhor amiga fosse comigo.

Em vez de deitar na cama, que era o que eu ia fazer assim que atendi ela, comecei a andar pelo meu quarto em voltas.

— Acho que não posso. Meu irmão vai chegar amanhã e eu tava querendo ir buscá-lo no aeroporto.

Jaden vai passar as férias aqui? — Perguntou, animada.

Não sei o porquê dessa animação.

Meu irmão era legal o suficiente para não ter nenhum inimigo, mas no quesito de Sarah e ele, a única coisa que minha amiga gostava em meu irmão era que ele era tão próximo do seu, que ela podia fazer o que quisesse sem ter o mesmo no seu pé.

Parei de andar pelo meu quarto quando estava prestes a entrar no banheiro e voltei pra minha cama, deitando de uma só vez nela.

Ah, vamos lá... — ela choramingou, provavelmente revistando seu armário inteiro atrás de uma roupa. — Vai começar agora ao pôr do sol, prometo que iremos embora antes da madrugada.

— Às nove?

Dez.

— Nove e meia.

Feito! — Urrou, do outro lado. Quando estava prestes a perguntar onde seria, ela encerrou a conversa com: — Vai se arrumar. Passamos aí em meia hora.

A chamada foi desligada e deixei meu celular cair ao lado da minha cabeça com um suspiro audível.

Jaden foi uma desculpa para recusar o convite de Sarah, mas talvez essa noite de torne algo que eu preciso pra abaixar os nervos. Uma bebida Pogue não era a melhor, mas ajudava quando você queria esfriar a cabeça.

Decidida a conseguir essa paz momentânea, me levantei pra tomar um banho e começar a me arrumar para o tal evento. Estava passando meu gloss avermelhado e brilhante quando ouvi duas buzinas lá embaixo. Sai rápido do meu quarto, descendo as escadaria aos pulos apenas pra passar pela cozinha e ser chamada pelos meus pais.

— Onde você está indo?

Desacelerei e voltei alguns passos, colocando um sorriso no rosto.

— Sair com Sarah — informei, mudando as faces dos meus pais. Eles aprovavam essa amizade.

— Só não chegue muito tarde, querida — disse minha mãe, chegando por trás de Nikolai para tocar em seus ombros que se abaixaram. — Vamos acordar cedo para buscar seu irmão no aeroporto.

Acenei em concordância e sai de casa, atravessando todo o jardim para sair pelo portão e ver o Jeep de Rafe Cameron. Estava há curtos passos do carro quando ouvi o Rafe dizendo ao Kelce:

— Para trás.

— Qual é, cara...

Não houve muita discussão. Assim que eu cheguei no carro, Kelce abriu a porta para descer e a segurou aberta para que eu entrasse. Mandei-lhe um sorriso antes de entrar e me acolchoar no banco.

Kelce se ajeitou lá atrás com Sarah e Topper e, enfim, o carro foi reiniciado, dirigindo pelas ruas do Figure 8 até sair para a área Pogue.

Sarah, que estava no banco do meio, se inclinou entre os dois bancos da frente, ou seja, entre Rafe e eu e estralou um beijo em minha bochecha.

— Animada?

— Que descrição ótima do que estou sentindo — ironizei, jogando minha cabeça pra trás pra vê-lá. Ela abriu um sorriso. — Eu só quero beber.

Ela me enviou outro beijo e foi puxada por Topper que com o braço em volta de seu pescoço, puxou um assunto com Kelce que ainda estava revoltado porque eu peguei o seu lugar.

Rafe as vezes tinha dessas, mas era em opções específicas, como quando tinha mais alguém no banco de trás. Não sabia dizer se ele achava que eu era claustrofóbica e por isso que quando não era apenas sua irmã e eu, ele me colocava pra frente ou apenas porque ele gostava de mexer com a mente das pessoas, mas deixei de queimar meu cérebro por isso.

Logo ultrapassamos a área dos Pogues em uma dinâmica tranquila no carro.

A música que tocava no rádio era bem baixinha, Sarah e eu riamos de Rafe que trouxe sua própria bebida para a festa, alegando que não colocaria sua boca na cerveja "imunda" dos Pogues.

Topper só sabia concordar como um cãozinho e Kelce estava alheio cantando a música desconhecida e baixa do rádio.

Mas assim que chegamos, meu rosto caiu e a música parou.

— Não lembro de você ter comentado que a festa ia ser na praia, Sarah.

— Claro que eu não comentei — respondeu com humor, não percebendo ou ignorando o peso que caiu em cima de mim. — Eu sabia que você não teria vindo. Agora, desce!

A porta de trás foi aberta por Topper e os três desceram, já animados. Encarei onde estava rolando a festa na beirada do mar e travei.

Sarah não sabe disso, mas eu parei de ir a eventos que envolvem praia depois que meu tio foi assassinado. Era o lugar favorito dele e sempre que não estava em um bar bebendo ou enchendo o saco do meu pai por mais dinheiro, ele me chamava pra cá.

A praia era sempre uma sujeira, com copos descartáveis que pingavam cervejas ou sacolas que poluíam o mar, mas era o lugar preferido dele.

Nicholas retirava seus sapatos e deitava na areia, mal
se importando com as roupas que seriam facilmente estragadas. Então o vento batia contra seu rosto e ele sorria. Eu só ficava ali, admirando-o.

Então ele se levantava, me pegava no colo e corria até o mar. Era o meu momento preferido. Não pela praia, não pela água e nem pela temperatura; por ele.

Estar aqui era me lembrar dele e meus pensamentos podiam começar adoráveis, com uma lembrança nossa de guerrinha de água, mas sempre acabava naquele acidente de carro e com um tiro no meio dos seus iluminados olhos.

Desse modo, facilmente, as imagens em minha frente saem de nossas corridas e risadas para o carro capotando várias vezes e um homem se aproximando da gente com uma arma.

Pulei do banco agressivamente ao ouvir um barulho estrondando bem em minha frente e acordei para o momento, franzindo as sobrancelhas ao ver Rafe inclinado para o meu banco, fechando a gaveta em frente ao banco do passageiro, ou seja, o meu.

— Você parece assustada — ele observa, sua mão direita apoiada no banco atrás de mim, perto do meu ombro e a mão esquerda esticada em minha frente, apoiada na gaveta.

— E você parece perto.

Um sorriso cresce do lado esquerdo da sua boca, mas meus olhos continuam nos seus, que caminham até sua mão perto do meu ombro e desce pelo meu corpo até falar, por fim, com o sorriso se abrindo cada vez mais:

— Pareço, não pareço?

Então ele se afastou, explodindo a goma que parecia me imprensar cada vez mais nesse banco, que parecia ser ampliado a cada batida do meu coração.

Rafe desceu do carro e bateu a porta do motorista com força e eu deixei meu queixo cair pra baixo. Só percebi que estava apertando os lados do meu banco quando minha porta se abre.

— Desça.

Eu não teria problema nenhum em descer antes, mas seu tom beira muito ao mandão e isso ascende uma chama de rebeldia em meu peito que sempre ligava quando eu identificava que estava sendo rebaixada a uma serva.

Tá, eu exagerei um pouco. Eu só gosto de ver Rafe abaixando o queixo e erguendo seu olhar para tentar se tornar um pouco mais intimidador.

— Estou muito bem aqui.

O garoto Cameron estende sua mão pra cima para mim pegar e descer do Jeep.

Reviro os olhos, sabendo que como eu já estava aqui, não poderia ficar fritando dentro do carro sozinha até Kelce ou Topper fazer uma besteira e todos nós sairmos correndo daqui. Se eu estava aqui, tudo o que eu poderia fazer é aceitar a mão de Rafe e pular do carro.

Assim que pisei em solo, tentei me livrar do toque irradiante do irmão da minha melhor amiga, mas ele apenas apertou meus dedos com a palma de sua mão e franzi a testa com um pouco de dor.

Rafe conseguiu minha atenção e desapertou. Então ele disse, olhando nos meus olhos como se conseguisse ver através de mim, dos meus ossos e do meu sangue e da minha carne.

— Você sobreviveu, Royal.

Foi a única coisa que ele me disse, sem contexto, mas com entonação o suficiente para que eu entendesse tudo.

Ele me soltou e começou a caminhar até a praia onde nossos amigos já estavam misturados com os outros ali. Segui os mesmos passos que ele, minha mente ainda no que ele disse e minha mão formigando pelo seu toque bruto, que não combinava nada com suas palavras retintas de suavides.

*

Horas depois, a noite já tinha descido para fazer parte da festa. Rafe sumiu em um passe de mágica da minha vista assim que chegou, mas nesse momento eu só estou evitando olhar para o lado esquerdo e vê-lo com duas meninas sentadas em cada uma de suas pernas ao redor da fogueira.

Sarah havia me deixado pra trás pra explorar essa parte da praia com a ajuda de seu namorado super preocupado e cativante — só que não —, Topper.

Kelce e eu estávamos sentados no tronco da árvore ao redor da fogueira, com Rafe Cameron do meu lado esquerdo.

A menina da sua perna esquerda ri de algo que ele falou, que nem foi tão engraçado desse jeito. Minha vontade é de fazer meus olhos irem viajar pra trás da minha cabeça, mas sei que é mais viável eu apenas me levantar e me afastar.

Kelce estava no final de sua frase virando para mim quando dei um sorrisinho pra ele e levantei meu copo, indicando que iria buscar mais cerveja.

Apesar de ser apenas uma desculpa para parar de ouvir Rafe respirando e as garotas em sua colo exalando hormônios, eu realmente preciso de uma bebida e a que me serviram mais cedo já estava acabando.

A cerveja dos Pogues era barata e ruim, mas eu preferia isso do que estender meu corpo até Cameron e olhar pra ele, rodeado de ostentação.

É claro que meus conceitos mudam ao chegar no barril de cerveja e pagarem brutalmente a torneira da minha mão. Ergui os olhos com raiva, prestes a soltar xingamentos. Eles ficaram entalados em minha garganta ao encarar a pele bronzeada, os cabelos loiros e os seus bíceps a mostra pela camisa sem manga.

Estendo minha mão para pegar a torneira de sua mão, mas ele puxa para o seu corpo, longe de mim.

— Senha? — Ele tenta imitar uma voz robótica.

— JJ é um cretino — resmunguei, com raiva.

— Senha incorreta.

— JJ é um cretino um, dois, três? — Cruzei os braços e sorri com ousadia.

— Errou — girei meus olhos e avancei para pegar a força, mas ele correu pro outro lado do caixote. — Mas como se trata da realeza... Vou fazer a gentileza de servi-la.

Encarei-o desconfiada quando ele trouxe a torneira do barril de cerveja até mim, indicando que eu o estendesse meu copo. Ainda estava com minhas sobrancelhas franzidas quando estendi pra ele.

Maybank sorriu e ao apertar a válvula, mudou a direção do copo.

— JJ!

Gritei, recuando ao ter minha roupa molhada inteiramente pela cerveja estúpida dos Pogues. JJ parou rápido o suficiente para não me encharcar, mas ele já tinha feito um estrago e tanto em minha blusa.

— Que diabos!

Que diabos — ele repetiu, exagerando na afinação da voz e balançando seus braços. — É só cerveja, Rainha Kook.

— Você é inacreditável!

Ele expandiu os braços, percebendo só nesse momento o quão ridícula foi sua atitude. Ele me impediu de sair, mas eu empurrei seu peitoral e o retirei da minha frente.

Bati os pés até uma parte isolada da praia, onde ainda estava tocando a música, as risadas ainda chegavam e a diversão, mas estava longe o suficiente de Rafe Cameron com suas garotas e JJ Maybank com a maldição de seu gene brincalhão.

A solitude durou apenas alguns minutos, pois logo minha amiga Sarah Cameron pulou em meus ombros por trás, questionando-se o motivo de eu estar aqui, sem bebida ou por que eu estava cheirando horrivelmente. Ela não buscou ouvir minhas respostas antes de me puxar para pegar uma bebida.

Afinal, eu queria ficar bêbada.

— Sarah, gostaria de uma bebida saborosa de Milwaukee? — JJ voltou a estar em minha frente, agora acompanhado de seu amigo John B. — Eu já ofereci para a Royal — apontou para mim com o copo na mão —, mas ela não curtiu muito.

— Não lembro de ter me servido com tanta vontade assim, JJ — conversei e ele abaixou os olhos para a minha camisa, onde ainda tinha a mancha.

— Pra onde você está olhando, seu idiota?! — Topper interrompeu, levando a olhada de JJ em minha blusa como perversidade por ter um decote leve em meus seios.

JJ encarou Topper com o que parecia deboche e puxei meu ar, temendo pelo o que podia dizer — revelar — nesse momento. Mas ele desviou a atenção e voltou para Sarah:

— Não é chique o bastante pra você?

— Já estamos de saída.

— Quer saber? — Sugeriu Topper, pacífico. — Eu aceito. Valeu, cara. Eu agradeço.

— Legal você ter sugerido, mas não te ofereci. Se pedisse por favor, talvez, mas não pediu.

— Ah, por favor?

— Princesas, podem pegar.

— Elas não querem, seu babaca — Topper bateu a mão no copo, jogando todo o líquido no rosto de JJ.

Sarah agarra meu braço e recuamos um pouco, ela com medo do que estava prestes a acontecer quando JJ agarrou seu namorado pelo colarinho, mas eu ainda estava rindo de JJ pingando cerveja.

A vingança era doce como um pote de açúcar, então.

— Chega.

John B arrastou JJ para longe de Topper que voltou para o nosso lado, vermelho de raiva. Rafe e Kelce já estavam do nosso lado quando parei de rir. Kelce falava que não valia a pena, enquanto Rafe encarava JJ com irritação.

— São Pogues de merda — sussurrou Rafe, como um diabo nos ombros de Topper que repetiu, mais alto.

Quem avançou dessa vez foi John B, que seria acompanhado por JJ se ele não tivesse sido segurado por Pope. Topper deu um soco na cara de John B, o jogando na água rasa.

Cruzei os braços, ficando em meu lugar, suspirando de forma audível. É claro que esse tipo de coisa aconteceria em uma festa que deveria ser normal.

Só que eu estava esperando que Topper voltasse pra gente, mas em vez disso, chutou o estômago do Pogue na água e falou:

— Ei, John B, não me faça te afogar igual ao seu pai, viu?

Meus braços descruzaram lentamente com à insensatez de suas palavras. Em algum lugar do meu peito, sinto satisfação quando John B se levanta e agarra Topper, jogando os dois para o mar em uma briga horrível que acaba com Topper tentando afogar John B na água rasa.

Sarah gritava para que aquilo parasse, enquanto os outros gritavam para mim se afastar.

Topper não parava.

Mas JJ Maybank fez ele parar ao pegar uma arma e enfiar na cabeça de Topper. John B foi solto de forma rápida, as pessoas se dispersaram com medo e senti uma mão agarrando meu braço por trás.

— Certo, pessoal, ouçam! — JJ se volta para a multidão ainda com aquela arma e meu peito vibra. — Vazem do nosso lado da ilha.

— Vamos — sussurrou Rafe em meu ouvido.

Acho que ele me puxou, mas meus pés estavam fincados na areia, meus olhos na arma que JJ disparou no céu. O primeiro disparo fez uma ressonância em meu corpo e pisquei, atômica.

Barulhos de carro capotando soou em minha cabeça e tudo começou a se juntar. No segundo disparo, as memórias já estavam tropeçando nas outras dentro da minha cabeça, transportando ar dos meus pulmões.

Meus pés foram arrastados pela areia e meu peito travou no lugar.

No terceiro disparo para o céu, transportei-me para aquela estrada, onde o mesmo barulho ultrapassou meus ouvidos e os ossos do meu tio. Achei que ia morrer naquele dia. Minh vida foi polpada, não sei porquê, pois nada é mais como antes era.

Mesmo dentro do carro, em segurança, com Rafe dirigindo para o nosso lado da ilha, sinto que estou perdendo meu chão.

Preciso da minha casa.

Preciso de mim.

E preciso de ar.

— Royal...

Um deles começou a falar quando pararam em frente a prefeitura, mas eu apenas desci do carro e entrei em minha casa. Atravessei o jardim, sentindo minha cabeça girar e girar. Abri a porta e a maçaneta bateu na parede. Subi os degraus sem enxergar nada e tropecei até meu quarto no meio do corredor.

Eu precisava da minha casa.

A porta estava aberta, mas não liguei para esse detalhe ao tropeçar até o banheiro.

Meu nome foi chamado novamente. Uma voz mais diferente. Acho que está dentro da minha cabeça. Dentro de mim.

Toco em meu pescoço, não conseguindo sentir o ar entrar pelos meus pulmões. Ele não está entrando. Estou transpirando, afogando e não há água, mas também não há ar.

Não há nada além daqueles malditos tiros e o meu medo de morrer. Irei morrer. Estou morrendo. Por isso não consigo mais respirar. Só essa pode ser a minha explicação.

As vozes continuam no fundo da minha mente quando perco meus sentidos. E há apenas uma entonando aquilo que eu daria tudo para que fosse verdade:

"Você sobreviveu, Royal."

Mas em contra partida, uma verdade bate de frente com a minha cara naquele momento, forte e pesada. Eu queria a minha casa, o meu lar, mas ela estava morta. Enterrada e sem vida.

O que me fazia uma moradora de rua.



( • ) ESPERO QUE ESTEJAM GOSTANDO!
Sim, a Royal vai ficar completamente obcecada nessa história e não vai parar até descobrir.

Achei tão fofo a interação entre ela e o Rafe nesse capítulo... Estou evidentemente confusa do que fazer, então vai ser uma escolha exclusiva dela.

A coitada tendo pavor de arma e indo se meter logo com quem? KAKAKAKAKKKKK

Não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR.

Até dia 15!

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