𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟓
━━━━ CAPITULO CINCO.
decepção.
ELIZABETH OBSERVOU EM COMO OS MÉTODOS DE KARATÊ DE JOHNNY LAWRENCE eram totalmente diferentes ao do Miyagi-Do, mas não era uma crítica e sim uma observação, logicamente ela amava saber se defender e agir com calma, mas estava feliz em aprender a acertar primeiro.
A cacheada tinha seu cabelo preso em um coque bagunçado, vestia seu kimono branco do cobra Kai, entre Aisha e Tory, escutava Johnny discursas em mais umas de suas aulas.
─── O chute giratório funciona assim. ─ Explicava Johnny se posicionando ao tatame sob os olhos atentos de seus alunos ─ Um passo, gire e de um chute lateral.
─── Mas, sensei. ─ Chamou Eliza ─ E se o oponente atacar por trás? ─ Perguntou curiosa.
─── Excelente pergunta. ─ Johnny observou ─ Sensei Kreese, quer explicar essa? ─ Olhou o mais velho.
Todos direcionaram o olhar a Kreese, o homem que estava de braços cruzados, relaxou sua posição e deu um sorriso sem graça antes de assentir. Sentindo que finalmente estava ganhando confiança de Johnny.
O que era horrível.
─── Com certeza, Sensei Lawrence. ─ John Kreese sorriu entusiasmado.
Johnny foi para o lado dos alunos.
─── Tem certeza disso, sensei? ─ Miguel sussurrou.
Eliza que estava alguns alunos deles, prestou atenção, ela também não tinha ido com a cara de Kreese, ela enxergou ambição nos olhos do homem e ficava apreensiva em saber que ele também lhe daria aulas.
─── Não se preocupe com isso. ─ Johnny garantiu.
Eliza deu de ombros, confiança ela tinha no Lawrence, então, colocou crença nas palavras dele e voltou sua atenção ao mais velho na sua frente.
─── O segredo é fazer o inimigo pensar que você está recuando, então, quando ele baixar a guarda... você ataca com toda força. ─ Kreese sorriu provocativo.
Eliza assim como Miguel e a maioria dos alunos, tinham um olhar sério no rosto, diferente dos poucos, que como Falcão, tinham um sorriso animado ouvindo as palavras saírem da boca do homem.
Seria uma longa semana.
Após algum tempo de aula, todos estavam sentados no tatame, para uma demonstração de luta entra Johnny e Kreese. Elizabeth não poderia mentir que estava amimada observando os dois caírem na porrada, ela amava luta, adorava karatê, estava agradecendo ao universo por ter posto Amanda na vida de sua mãe e consequentemente Daniel na vida de Amanda.
Se não fosse por ele, ela não seria apresentada a este mundo e graças ao karatê, estava sendo uma ótima distração para não pensar no luto de seu pai. Uma pena que não seria tão fácil assim.
─── Tá, prestem atenção. ─ Johnny chamou enquanto Kreese o prendeu com um mata leão ─ Ele pegou meu pescoço, eu peguei o cotovelo dele, se eu tentar sair...
─── Eu aperto e coloco ele pra dormir. ─ Kreese afirmou prendendo ainda mais o pescoço do homem com seu outro braço.
─── Se eu atingir as costelas dele..
─── Ele deixa o peito completamente exposto. ─ Kreese acrescentou quando o homem se soltou, o mais velho colocou seu joelho na direção do peito dele.
─── É uma escolha difícil. ─ Johnny observou ─ O que vocês fazem? ─ Perguntou curioso.
Todos estavam quietos, Eliza entre abriu os lábios, ela iria sugerir dar uma rasteira, por coincidência ou não, Johnny não deixou eles responderem e os derrubou no chão com uma rasteira.
─── Ignoram as consequências e mandam ver. ─ Johnny afirmou se levantando.
─── Podem se machucar, mas ninguém vence se não agir. ─ Kreese os alertou.
─── Você faz uma escolha. ─ O Lawrence falou ─ Toma uma atitude e vai com tudo. ─ Disse firme.
Uau.
Eliza ergueu as sobrancelhas minimamente, o método deles realmente era diferente do dela e puta merda! Ela estava ansiosa em aprendê-lo.
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Após a aula, todos foram para uma lanchonete perto do dojô se encontrar, Eliza antes foi para casa e tomou um banho, depois vestiu um casual vestido tubinho vermelho junto de uma jaqueta de couro preta, pondo nos pés vans pretos, deixou os cabelos úmidos soltos. E foi se encontrar com seus amigos.
Os garotos jogavam no fliperama, enquanto em uma mesa, Tory, Aisha, Moon e Elizabeth, conversavam e tomavam algo.
─── Meu Deus! Eu tenho um biquíni igualzinho esse da Yasmine. ─ Moon falou sorridente ao celular.
Eliza deu um sorriso educado quando a menina animada virou a tela do aparelho para ela, exibindo uma loira em um lindo biquíni azul.
─── Ele é lindo, Moon. ─ Elogiou a cacheada.
─── Fala que ela pode continuar na França. ─ Aisha disse indiferente fazendo Tory rir.
─── Que malvada. ─ A loira brincou.
A Nichols que prestava atenção em Miguel na mesa, cutucou Eliza, a cacheada franziu o cenho confusa até seguir o olhar da amiga.
O Diaz estava sentado, concentrado mexendo em seu notebook, a morena sorriu zombeteira antes de pegar um cubo de gelo de seu copo e tacar no mesmo.
Miguel pulou de susto a fazendo rir, ele ergueu o olhar para a menina, riu sem graça vendo ela olhando para o mesmo.
─── Aí?! ─ Reclamou.
─── Escorregou da minha mão. ─ Brincou.
Ela olhou curiosa vendo ele retomar o olhar a tela a sua frente, Eliza se levantou, andando até a mesa do mesmo, sentando em sua frente e o garoto se quer percebeu.
─── O que tá fazendo? ─ Perguntou confusa.
─── Indo com tudo. ─ Miguel sussurrou concentrado.
Eliza balançou a cabeça ainda confusa.
─── Tá legal... Quer sorvete? ─ Trocou de assunto animada ─ Eu e as meninas estávamos tomando, flocos com absoluta certeza é o melhor. ─ Falou convencida.
─── Sabe que isso é sabor de gente velha não sabe? ─ Brincou Miguel.
─── Não, aí você tá falando de pistache. ─ Corrigiu Eliza arrancando uma risada do menino ─ Sério, o que você tá fazendo? ─ Perguntou curiosa feito uma criança de cinco anos.
Miguel a olhou assustado e ela arregalou os olhos.
─── Meu Deus! Você tá vendo pornografia? ─ Eliza gargalhou.
─── Não. ─ O garoto riu nervoso.
─── Me mostra. ─ Eliza ria tentando puxar o computador das mãos dele.
─── Não é pornografia, para. ─ Miguel falou sem graça puxando o objeto de volta.
─── Ah! Qual é? ─ Eliza choramingou.
O menino observou ela, a garota tinha os olhos brilhando e as mãos juntas, como se estivesse implorando o fazendo rir antes de respirar fundo.
─── Até que a opinião de uma garota seria uma boa. ─ Pensou alto fazendo a cacheada sorrir animada ─ Mas tem que me prometer que não vai rir. ─ Pediu.
─── Se for pornografia eu vou rir. ─ Eliza debochou.
Miguel revirou os olhos.
─── Não é pornografia. ─ Afirmou frustado ouvindo a risada dela.
Ela parou de rir ficando séria vendo o menino virar a tela para ela, Eliza observou um enorme coração vermelho surgir, junto de uma música, até que uma foto dele e de Samantha surgir no coração a fazendo sorrir fechado.
─── A música é dos anos 80-
─── Shiu! ─ Eliza o olhou feio, o menino se calou rápido vendo ela voltar atenção a tela. ─ Samantha é sua ex, certo? ─ Perguntou.
─── Isso.
Uma mão surgiu partindo o coração ao meio, aí Elizabeth teve de prender o riso quando os dois foram separados e a frase 'MEU CORAÇÃO ESTÁ PARTIDO' surgiu em grandes letras na tela.
─── Espera, olha isso. ─ Pediu Miguel animado.
Um polvo surgiu na tela, fazendo os dois voltarem a ser um lindo coração e Eliza riu.
─── Eu e a Samantha tínhamos um lance com polvos ou octópodes. ─ Explicou Miguel ─ É o símbolo do nosso namoro. ─ Contou ao dar pause no vídeo ─ E aí, o que achou? ─ Perguntou apreensivo.
─── Fofo.
Elizabeth não mentiu, ela realmente havia gostado do vídeo, mesmo sendo brega, era extremamente fofo. Havia sentido até um pouco de inveja, ao pensar que ninguém um dia poderia fazer isso por ela.
Um sorriso animado surgiu no rosto de Miguel, até Elizabeth sorrir nervosamente.
─── Mas, e-eu, olha, eu não mandaria se fosse você. ─ A cacheada falou rapidamente arregalando os olhos vendo o menino se desanimar ─ Miguel, eu tô falando de mim! Eu não mandaria, porque a Samantha acelera a vida dela muito rápido então e-eu, bom, eu conversaria com ela antes de me declarar e- quer saber?! Vai com tudo. ─ Elizabeth abanou com as mãos não querendo mais se intrometer.
Ela conhecia Samanta perfeitamente bem, as duas foram criadas juntas mesmo que se vissem por curtos períodos de tempo, ambas haviam tido os mesmos valores e criação.
São próximas, Elizabeth sabia a falta de responsabilidade afetiva que Samantha tinha desde que viraram adolescentes, então, temia por Miguel mas bem, se algo acontecesse não seria com ela.
Ou seria?
─── Tá tão ruim assim? ─ Miguel falou com uma careta.
─── Olha, eu não sei se a Samantha gosta de coisas bregas como eu, bem, eu gostei do vídeo. ─ Eliza dizia calma vendo o menino assentir agradecido ─ Mas, você parece meio desesperado. ─ Falou mordendo o lábio envergonhada.
─── Eu to desesperado. ─ Miguel rebateu.
Eliza riu.
─── Tem mulheres que não gostam de caras desesperados, não sei se a Samantha gosta. ─ A cacheada divagou.
─── Então, o que eu vou fazer pra ela saber o que eu sinto? ─ Miguel perguntou desesperado.
─── Eu não sei. ─ Eliza sorriu sem graça vendo ele suspirar ─ Mas, olha, porque você não cuida de você mesmo um pouco? ─ Sugeriu ─ Sabe, vai te ajudar a pensar e fazer a coisa certa. ─ Aconselhou.
Miguel observou o rosto calmo e acolhedor de Elizabeth, reparando demais nisso. A forma em como as bochechas dela estavam vermelhas e nem maquiagem ela havia passado, ou em como as covinhas dela ficavam aparente em um sorriso leve e como os cabelos úmidos dela estavam brilhosos e cheirosos.
Merda!
Ele havia reparado no cheiro do cabelo dela.
Miguel piscou nervoso, engoliu seco desviando olhar da menina, ele estava querendo voltar com Samantha, não poderia fazer o que estava pesando, porém, ele é um adolescente e os adolescentes;
Estão fadados a escolhas erradas.
─── Tá afim de ir em um lugar? ─ Miguel chamou nervoso.
Eliza sorriu educada.
─── Claro.
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Horas haviam se passado, a noite chegou, coisas haviam acontecidos. Inúmeras chamadas perdidas de Maya ou de sua mãe. E Elizabeth não havia visto nenhuma, pois seu celular havia descarregado na primeira chamada de Maya. Bem, quando ela chegasse em casa, teria uma surpresa.
Estava totalmente fora do mundo, ela estava em outro mundo, um pequeno, onde havia um parque e ela é Miguel riam enquanto usavam os brinquedos feito crianças.
Como agora.
A cacheada gargalhou enquanto estava sentada em um pequeno gira-gira com Miguel na sua frente, os dois rodavam o volante rapidamente e o garoto acabou caindo do brinquedo fazendo Eliza gargalhar novamente.
─── Ah meu Deus! Você tá bem? ─ Ela perguntou aos risos quando pulou do brinquedo.
Caminhou rápido até Miguel, tentando ignorar a leve tontura que o brinquedo havia lhe dado, ela se agachou no chão ajudando o menino a se sentar.
─── Tô muito tonto. ─ Ele falou balançando a cabeça.
─── Eu também. ─ A morena riu sentando ao seu lado.
Miguel observou o sorriso no rosto dela, o fazendo sorrir também.
─── Gostou? ─ Perguntou apreensivo.
─── Sim! Claro que sim. ─ Eliza falou animada vendo ele suspirar aliviado ─ A última vez que eu estive em um parque com brinquedos coloridos, eu deveria ter uns doze anos. ─ Contou bem humorada.
─── O parquinho tem um clima abandonado, parece um apocalipse zumbi. ─ Miguel brincou a fazendo rir.
─── Já pensou em quem seria num apocalipse zumbi? Eu me garanto! Sou a Michonne Grimes. ─ Brincou.
Miguel riu confuso.
─── Quem? ─ Perguntou sem graça.
Eliza ergueu as sobrancelhas.
─── Você nunca viu The walking dead? Como assim? É a melhor série de apocalipse zumbi de todos os tempos. ─ A garota dizia indignada.
─── Bom, você pode me apresentar. ─ Sugeriu.
─── Certo, desde que você me prometa não se apegar aos personagens...
─── Eles morrem né? ─ Miguel cerrou os olhos.
─── Alguns deles.
Ele riu do rosto nervoso e brincalhão de Eliza, até que ele começou a reparar, de novo.
A forma em como os cabelos dela agora estavam secos, um pouco de volume e as mechas loiras mesmo com a pouca luminosidade do lugar se destacava. Ou em como o vestido dela tinha um pequeno decote em V, em seus olhos claros e sua pele completamente bronzeada para quem moravam em Nova York.
Os olhos de Elizabeth transmitiam paz, uma paz que Miguel clamou no momento, sem pensar muito, ele acabou chegando mais perto do rosto da Ramirez.
E ela não se opôs.
Quando os lábios de Miguel acabaram se chocando com os dela, foi um beijo bom, a forma em que ele parecia delicado e a tocava feito uma peça de porcelana a fizeram se sentir segura.
Até que ela o empurrou.
Elizabeth arregalou os olhos, balançando a cabeça freneticamente em negativo enquanto observava o rosto envergonhado de Miguel.
─── E-eliza, m-me desculpa, eu nao-
─── Olha, isso não pode acontecer, você é o ex-namorado da Sam, e ela, ela... é minha amiga. ─ Eliza suspirou culpada ─ Miguel eu sei que vocês não estão juntos, mas algumas horas atrás você literalmente pediu minha opinião sobre como voltar com ela.
O garoto entre abriu os lábios.
─── Eu lembro, mas, olha, e-eu, eu não fiz isso pensando na Sam.
Eliza riu nasalado.
─── Que bom né, se não eu ia te socar. ─ Brincou.
Não totalmente.
─── Me desculpa mesmo, Eliza. ─ Pediu sem graça.
A morena observou, Miguel é lindo, porém é território proibido. Mas Eliza estava adapta a quebrar algumas regras nos últimos messes, que mal teria? Ela não sairia perdendo.
Não por enquanto.
─── Olha, até que eu gostei. ─ Ela admitiu fazendo um mínimo sorriso no rosto do garoto surgir ─ Mas não vai se achando tá legal? ─ Implicou. ─ Talvez tenhamos que fazer de novo pra eu tirar uma certa conclusão... ─ Divagou pensativa.
Miguel riu.
─── Bom, podemos fazer isso agor-
─── Não. ─ Eliza o cortou deixando o mesmo confuso ─ Vamos com calma tá legal? Não vou ser tapa buraco da Samantha, e além disso, somos amigos certo? Então, tenha calma. ─ Falou firme.
O Diaz arregalou levemente os olhos, prestando atenção nas falas dela, eram verdade, ele estava pensando em voltar com Samantha e agora estava beijando Elizabeth. Se fosse envolver-se com a menina, agiria com cuidado para não machuca-lá.
Ou ao menos, tentaria.
─── Tudo bem, vamos com calma.
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Elizabeth sorrateiramente chegou em casa, abrindo com cuidado a porta por ser um pouco tarde, mas ela tinha um belo sorriso no rosto. Seu dia havia sido incrível, havia praticado karate e agora a noite teve seu encontro com Miguel.
Ela achava completamente errado, tudo que acabou acontecendo mas ele estava solteiro e havia sido apenas um beijo, Eliza tentaria não se deixar levar pelos sentimentos pois era evidente de quem o menino gostava ainda. Porém ela sabia onde estava se metendo, caso se machucasse.
Seria por sua conta e risco.
─── Elizabeth Bailey Ramirez. ─ Caroline falou exasperada se levantando do sofá.
A garota iria tentar passar despercebida pela sala, mas fechou os olhos com força quando se deu conta de que sua mãe estava acordada e a sua espera.
─── Hija. ─ Chamou a mulher chegando na frente dela e pegando em seu rosto ─ Onde esteve? Está bem? Nenhuma briga no shopping, certo? ─ Perguntou assustada.
─── Briga no shopping? Do que está falando, mãe? ─ Perguntou confusa.
─── A Maya esteve aqui querida, ela falou que teve uma briga no shopping e ela... céus! Achei que você tivesse se machucado. ─ A mulher falou aliviada puxando a garota para um abraço.
A adolescente suspirou abraçando a mãe na mesma intensidade, após a perda do marido, Caroline tinha se tornado ainda mais superprotetora com a filha e temia muito pela saúde e bem estar dela.
─── Olha, tá tudo bem, tá legal? Não estive em briga nenhuma. ─ Eliza dizia calma se afastando ─ Apenas estava na lanchonete com os meus amigos, meu celular descarregou. ─ Explicou.
─── Desculpa, querida. ─ Caroline disse sem graça ─ É só que- não deixe o celular descarregar, por favor. ─ Pediu nervosa.
─── Tudo bem, desculpa te chatear. ─ Eliza falou frustrada.
─── Você não me chateou, cachinhos. ─ Caroline sorriu amorosa ─ Desculpa, eu só fiquei um pouco preocupada. ─ Afirmou ─ Já está tarde, tome um banho e troque de roupa, comprei comida chinesa pra nós duas.
Eliza sorriu animada.
─── Te amo. ─ Deu um rápido beijo na bochecha da mãe e se afastou.
Caroline riu.
─── Também te amo.
A cacheada correu para o quarto, entrando no mesmo, ela riu vendo Salém deitado no meio de sua cama com a barriga pra cima imóvel. Balançando a cabeça em negativo, ela caminhou rapidamente pondo seu celular para carregar em cima da sua escrivaninha.
Foi até o closet, pegando um rápido pijama e correu para o banheiro, após alguns minutos, Eliza surgiu no quarto, de banho tomado, os cabelos presos em um coque bagunçado. Seu pijama tinha uma calça azul escura, e a camiseta exibia uma lindíssima foto da Natasha Romanoff.
Elizabeth caminhou até a escrivaninha, vendo que seu celular já tinha pego uma certa carga, ligou o mesmo, afinal, ela precisava entender sobre a briga no shopping e como Maya esteve na casa dela para contar sobre isso.
Bastou a tela do celular acender e ele se conectar ao wi-fi da casa que milhares de mensagens de Maya chegaram, a morena arregalou levemente os olhos quando o nome da amiga surgiu brilhando na tela mostrando uma ligação. Rapidamente ela retirou o cabo do carregador, atendendo a chamada e pondo em seu ouvido.
─── Maya, oi, eu-
Um grito.
─── Graças a Deus! Você não atende esse celular? Por que tem então, Elizabeth? ─ Intimou a LaRusso brava aos gritos do outro lado da ligação.
─── Ele tava descarregado. ─ Eliza falou estranhando o comportamento da mesma.
─── Você não anda com carregador portátil?
─── Não. ─ Respondeu rápido ouvindo o bufo da amiga ─ Vem cá, Maya. ─ Chamou ─ Que história é essa de briga no shopping? Por que minha mãe sabia disso?
─── Porque o Falcão foi bater no Demetri enquanto estávamos no shopping, quando eu digo estávamos me refiro a Sam, Robby e eu. ─ Explicou Maya irritada ─ Agora, que merda de história é essa de você estar no Cobra Kai?
Elizabeth arregalou os olhos.
─── Como você sabe disso? ─ Perguntou surpresa.
─── A boca gigante do Falcão que só serviu para falar besteira me contou, por que você tá com eles Elizabeth? ─ Maya dizia parecendo estar brava ─ Você não pode fazer isso, não é nem de estar com eles, mas isso vai te fazer mal, cê sabe.
A cacheada mexeu os dedos nervosamente.
─── Olha, eu sei sobre tudo que seu pai conta, nos escutamos essa mesma história desde o berço, mas o cobra kai de agora não é o mesmo de anos atrás. ─ Elizabeth tentava explicar calma ouvindo os resmungos insatisfeitos do outro lado ─ Eu quero aprender outro tipo de karatê, não tô fazendo nada demais, eu literalmente só troquei de dojô.
─── Você foi para o pior dojô.
Maya odiava ainda mais o cobra kai, por estar mudando um de seus melhores amigos ao ponto dele querer bater no melhor amigo deles.
Elizabeth era sua melhor amiga, ela não ia suportar a ideia de ver a amiga se tornar um deles, sabia que a Ramirez era teimosa e cabeça dura, mas pelos menos isso não a deixava ser mente fraca.
─── Olha, você já acabou? Minha mãe tá me esperando pra jantar. ─ Eliza falou desconfortável não querendo iniciar uma discussão com a amiga.
Maya engoliu seco.
─── Eliza, promete pra mim, vai se cuidar e não vai virar um deles. ─ Pediu nervosa.
─── Maya, e-eu, porque-
─── Promete?
Elizabeth respirou fundo.
─── Eu prometo.
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Elizabeth após a ligação com Maya no dia anterior estava realmente angustiada, ela parou para pensar em tudo que Daniel já tinha dito para elas, para suas três pupilos. Então ela repensou se era uma boa ideia estar no cobra kai, então a voz de seu pai apareceu em sua mente dizendo que ela sempre poderia fazer o que quisesse.
Ela queria aprender novos métodos.
Então ela vai fazer isso, Eliza sabe da criação forte, com ideologias e valores da qual foi submetida e ela não era mente fraca, não se deixava levar pelos outros. Se alguém ou algo quisesse obrigar ela um dia, seria uma luta enorme pois a Ramirez só faz o que ela quer.
E era exatamente isso, ela estava em mais uma das aulas no cobra kai, sentada no canto da sala, no tatame, vestia seu kimono branco do dojô, seus cabelos estavam presos em tranças boxeadoras para ajudar no treino. Assistia uma luta demonstrativa, entre Falcão Miguel.
Que por sinal, ela e o Diaz estavam bem, nenhum clima estranho e ainda agiam como o habitual de sempre.
─── Bom trabalho, Diaz. ─ Johnny elogiou quando Miguel venceu ─ Cumprimento. ─ Mandou e os dois adolescentes obedeceram.
O sino da porta indicou uma nova presença, Eliza olhou para o lado agindo por instinto curioso, seus olhos se arregalaram e seu sangue gelou vendo o homem que havia entrado no dojô.
Daniel LaRusso.
Ela engoliu seco vendo que o homem parecia transtornado, mas Eliza não pode deixar de pensar o que poderia ter acontecido para ele estar assim é estar ali. Todos alunos se levantaram confusos, assim como os senseis estavam.
─── O que acha que tá fazendo? ─ Johnny perguntou surpreso pela presença do homem.
─── Não se faz de inocente. ─ Daniel rebateu irritado.
─── Tira o sapato pra subir no tatame, respeita o meu dojô. ─ Johnny pediu firme.
─── Quer mesmo falar sobre respeitar um dojô depois do que você fez com o meu, Johnny. ─ Gritou o LaRusso enquanto se aproximava.
─── Eu não sei do que você tá falando, eu não fiz nada com seu dojô. ─ O Lawrence falou confuso.
─── Assim como não atacou um dos meus funcionários né? ─ Indagou o LaRusso vendo o loiro dar de ombros ─ Sabe, por um momento uma parte minha se sentiu mal por você mas eu não demorei para lembrar o tipo de mal caráter que você é. ─ O homem dizia rindo nervoso ─ Você se chama de 'sensei'? Você nem sabe o que é um sensei. Um sensei orienta, um sensei enaltece, ele não ensina destruição e desrespeito! ─ Berrou.
Eliza mordeu o lábio nervosa, ela nunca tinha visto o homem tão bravo como estava agora e estava com medo de quando ele notasse sua presença.
─── Já disse que não sei do que você tá falando, LaRusso. ─ Johnny falou entredentes chegando perto dele ─ E você também não sabe o que está falando.
─── Eu sei que ninguém, conquista uma medalha de honra roubando ela. ─ Daniel falou irritado e Eliza sentiu sua barriga gelar por entender o que ele quis dizer ─ Deixa eu falar uma coisa sobre o sensei de vocês, ele pode ensinar vocês a lutar mas não sabe nada sobre como é vencer na vida, se quiser se ajudar antes que seja tarde as portas do Miyagi-do estão abertas.
─── Você veio aqui para roubar os meus alunos? ─ Perguntou Johnny irritado.
─── E você vai fazer o que? ─ Daniel debochou vendo o homem chegar mais perto ainda ─ Você sabe que eu não vou bater primeiro. ─ Riu presunçoso.
─── Eu sou melhor que isso. ─ Johnny falou controlando sua raiva e se afastando.
─── Então vamos ver se é mesmo.
Daniel tinha um sorriso audacioso no rosto, que sumiu no exato momento que ele se virou para ir embora, mas reconheceu um rosto.
Eliza deu um sorriso nervoso.
O LaRusso entre abriu os lábios e arregalou os olhos surpresos, então as peças se encaixaram, Maya dando desculpas de que Eliza estava ocupada, ou a adolescente fugindo dele em qualquer lugar que estavam, ou em como ela havia realmente sumido nas últimas semanas.
Um sentimento de dor se instalou em seu peito, um sentimento paternal. Daniel viu Eliza nascer, viu crescer e está vendo ela se tornando uma belíssima adolescente, aquela garota no canto do dojô significava muito para ele, era um pedaço de seu amigo.
E agora, sentia que a garota estava em apuros, ou melhor, se sentiu irritado e frustado por não ter conseguido evitar isso e por não ter prestado atenção suficiente em Elizabeth.
─── Liz? Então é isso? Você está aqui agora? ─ Ele perguntou chateado reparando na menina com kimono branco.
Todos os olhares foram em Elizabeth, as bochechas da menina coraram vendo os olhos em cima da mesma.
─── Tio, olha, e-eu, vamos conversar lá fora. ─ Chamou Eliza caminhando na direção dele.
─── Tio? ─ Johnny falou abismado.
A Ramirez não deu nem opção do mais velho falar, quando correu na direção do mesmo e o puxou pelo braço saindo para fora.
O coração da menina batia rápido, enquanto Daniel a seguia, ele estava bravo e chateado, obviamente, mas queria entender o porque da escolha da mesma em estar naquele ambiente.
Quando chegaram do lado de fora, Elizabeth sentia um misto de emoções e mexia nos dedos nervosamente observando o homem com um claro olhar de decepção para ela.
O que era horrível, após a morte de seu pai, suas figuras maternas se tornaram seus avôs mas o único presente naquele momento;
Era Daniel LaRusso.
E a forma como ele olhava Eliza, fez o estômago dela se revirar ao pensar em o que seu pai faria se estivesse na situação do homem.
─── Francamente, Elizabeth. ─ Daniel começou bravo ─ Como pode fazer isso? Eu cansei de avisar você e as meninas sobre esse lugar. ─ Ralhou.
A adolescente fechou os olhos com força.
─── Tio, eu sei sobre todas as histórias e elas são realmente tristes e... mas eu não sou você. ─ Eliza tomou coragem ao dizer ─ Pessoas tem experiências diferentes, você teve uma e eu estou tendo outra. ─ Falou calma ─ O sensei Lawrence tem sido bom pra mim.
Daniel riu.
─── Sensei Lawrence? ─ Exclamou com um riso irritado ─ Sabe o que o seu sensei fez? Invadiu o Miyagi-do e o vandalizou, tudo está quebrado e roubaram a medalha de honra do senhor Miyagi. ─ Contava vendo a menina morder o lábio inferior envergonhada ─ Sabe aquela medalha que você acha linda? Que eu sempre deixei você é as meninas tocarem? Ela foi roubada.
─── Mas eu não tenho culpa. ─ Eliza retrucou ─ Eles têm sido legais comigo, eu sinto muito pelo que aconteceu mas quem garante ao senhor que foi o sensei Lawrence?
─── Pare de chamar ele assim, pelo amor de Deus. ─ Daniel pediu nervoso ─ Só pode ter sido ele, Elizabeth. ─ Afirmou convicto ─ Deixaram uma mensagem.
Eliza respirou fundo.
─── E o que você quer que eu faça? Saia daqui e volte para o Miyagi-do? Desculpa, mas não vai rolar. ─ A cacheada falou firme ─ Eu estou bem onde estou e não me sinto tão bem faz messes, sei muito bem me cuidar e antes que o senhor diga algo, não quero soar indelicada, mas eu não devo satisfações a ninguém que não seja minha mãe. ─ O cortou.
Daniel entre abriu os lábios, surpreso pelas respostas rápidas. Era uma de suas crianças a sua frente, o mesmo carinho que sentia por seus filhos ele sentia por Elizabeth e a ver dessa forma o decepcionou.
─── Por que este ato de rebeldia, Liz? Sua mãe nos contou messes atrás do seu momento, notas baixas, reclamações ou advertências... ─ Daniel listava manso vendo o olhar envergonhado da garota ─ Se quer saber, fazer tudo isso não vai trazer seu pai de voltar.
Aí merda!
Eliza franziu o cenho.
─── O Michael está morto, fazer tudo isso por atenção é ridículo. ─ Daniel falou com pesar ─ Seu pai estaria decepcionado, Elizabeth.
De todas as últimas semanas que Elizabeth tinha passado sem chorar lembrando do pai, ela havia perdido agora no momento em que seus olhos arderam em lágrimas. Será que ele realmente ficaria decepcionado? Pensou.
A forma fria que Daniel tinha se referido ao amigo, assustou até mesmo ele quando viu às lágrimas descerem pela bochecha da garota de dezesseis anos.
Ele deveria cuidar de Eliza, aconselhar, não soltar uma carga nas costas da mesma que não merecia e nem deveria carregar.
─── Eliza... ─ Daniel falou arrependido.
─── E-eu, tenho certeza de que ele não me falaria essas coisas. ─ Elizabeth engoliu o choro ─ Ele me apoiaria como sempre fez em tudo, mas você não precisa fazer isso... ─ Falou firme vendo o homem balançar a cabeça em negativo ─ Agora eu quero que você me deixe em paz, já causou problemas demais vindo aqui. ─ Pediu ao se virar.
Daniel puxou a mesma devagar pelo braço.
─── Elizabeth, não faz isso. ─ Pediu o LaRusso.
Com olhar perdido, a morena puxou seu pulso do delicado aperto do homem e deu um riso seco entre as lágrimas que desceram pela bochecha.
─── Você não é o meu pai.
E com isso, ela se virou caminhando em passos rápidos para voltar ao dojo deixando um homem completamente nervoso do lado de fora.
ATENÇÃO!!!
a partir de hoje o jurídico Elizabeth foi criado (eu sou o jurídico) qualquer comentário falando mal da atitude de uma ADOLESCENTE vai ser julgado e preso, tomem cuidado... BRINCANDO (ou não) a diva nunca vai errar.
ENTREI DE FÉRIAS! Feliz demais e torcendo para picos de inspiração me bater igual quando eu escrevi street fighter!!!
Gostaram do capítulo? Eliza tá tomando atitudes... amo assim, tô tendo a chance de vcs achar que algo vai acontecer mas vai ser outra coisa vai ser tão engraçado... CHEGA TÔ FALANDO DMS!!
votem e comentem muito, me ajuda a saber se gostaram ou não e me incentiva a escrever cada vez mais e mais pessoal ;)
BJAO AMO VCS <33
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