━━━ CAPÍTULO DEZEOITO.
Vem sempre aqui?
ELIZABETH TERMINAVA DE ARRUMAR SUA BOLSA DE TREINO ENQUANTO SALÉM A OBSERVAVA DEITADO EM SUA CAMA, amanhã ela voltaria a treinar e o dia seria cheio. Pelo simples fato de sair escondido. Caroline já havia dito que era contra e por mais que Eliza não estivesse em bons lençóis com sua mãe, a ideia de decepciona-lá lhe apavorava muito. Então, faria sem ela saber, por isso deixaria sua bolsa pronta no carro. Sabia que é um erro porque sua mãe descobre tudo e ela também não faria questão de esconder por muito tempo, mas por agora, isso seria necessário.
Ela ajeitou a simples calça jeans clara que vestia e colocou uma regata branca junta de uma jaqueta jeans clara na mesma cor de sua calça, Eliza ajeitou os cabelos cacheados com suas mechas loiras mais claras do que de costume pelo seu último retoque. Os jogando de lado exibindo seus brincos de pequenas argolinhas prata.
─── Hoje vai ser um dia legal, né? ─ Eliza dizia pegando seu colar de miçangas em sua penteadeira e se virando para cama olhando seu gato ─ Você acha que tá bom? ─ Perguntou indecisa.
O felino a observava neutro e deu um miado baixo, Eliza começou a se achar maluca mas para ela isso havia sido uma resposta positiva a sua roupa.
─── Que bolsa é essa? ─ Caroline perguntou curiosa chegando ao batente da porta.
Elizabeth praguejou mentalmente por ser tão expressiva, rapidamente tirou sua careta do rosto substituindo por uma despreocupada ao caminhar até o closet e pegar um all star preto.
─── Eu vou sair com a Tory e vou dormir na... Tory, também. ─ Eliza falou calma ao sair do pequeno cômodo e se sentar na cama para vestir seus tênis, escondendo sua feição nervosa para que sua mãe não percebesse a mentira.
E mesmo assim, Caroline olhou desconfiada.
Não sendo uma total mentira, ela realmente sairia com a Tory a acompanhando indo até o conselho de menores. Como ela estava em condicional, precisava sempre ir até lá.
─── Certo... posso falar com você? ─ Perguntou adquirindo uma postura mais leve vendo a adolescente assentir ─ Eu já comprei nossas passagens para daqui algumas semanas, seus avós nos querem para o Natal em Nova Iorque. ─ Falou com um leve sorriso.
Eliza também sorriu, ultimamente sua vida estava uma bela merda e se fizessem ela passar as festas de final de ano com seus avós maternos ela se esconderia até que as datas comemorativas passarem.
─── E eu queria que estivéssemos bem, até lá, você sabe. ─ Caroline falou sem graça.
─── Eu to normal.
─── É, eu, tô também. ─ Mentirosa.
Aliás. Duas mentirosas.
─── Posso pedir uma coisa? ─ Eliza perguntou terminando de calçar os tênis vendo a mãe assentir ─ Posso colocar seu número como contato de emergência para Tory na condicional? É que a mãe dela... eu não sei sobre. ─ Falou com uma suspiro frustado.
A Nichols na noite anterior pediu para que Elizabeth fosse com a mesma e ela não pensou duas vezes em acompanhar a amiga, ela também pediu seu número como segundo contato na lista de emergências e Eliza rapidamente assentiu que sim.
Mas a adolescente tem á consciência que é menor de idade, sabe que sua mãe não se importaria, ficaria feliz em ajudar a garota.
─── Oh! Claro. ─ Caroline respondeu de imediato ─ Passe o meu pessoal e o de trabalho também. ─ Avisou vendo a mesma assentir ─ Eu vou pegar um plantão de 24 horas. ─ Dizia vendo a filha voltar a calçar os tênis ─ Entro hoje às dez da manhã e saio amanhã às dez do dia seguinte, então, é bom mesmo que fique na Tory, não gosto da ideia de você sozinha em casa.
─── Tá. ─ Eliza respondeu indiferente.
─── Certo.
Caroline assentiu se afastando, ela chegou entreabrir os lábios e Eliza terminou de calçar os tênis a olhando ansiosa mas a mulher nada disse e saiu rapidamente.
Do corredor, a mais velha fez uma careta desapontada e do quarto, Elizabeth respirou fundo jogando suas costas a cama sentindo Salém indo deitar em cima de sua barriga. Parece que a relação das Ramirez não estava tão boa assim.
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Elizabeth estava no balcão do lugar onde ficava o conselho de menores, era um pequeno prédio no centro da cidade. Tory havia ido até a conselheira fazia alguns minutos, enquanto a Ramirez colocava os números de sua mãe na fica da Nichols.
Ao terminar com um sorriso educado, ela devolveu a prancheta e caneta para secretária sentada atrás do balcão. Caminhou até os assentos da sala de espera e se sentou em um deles.
Não conseguia parar de pensar o quão injusto isso era, Elizabeth havia brigado tanto quando a Nichols. Porém não havia sido denunciada. Os LaRusso prestaram queixa pelo estado de Samantha.
Amanda jamais faria qualquer coisa contra Elizabeth, o que deixava a Ramirez tranquila mas a diferença de tratamento com Tory a irritava.
Ela é apenas uma adolescente. Todas as três erraram, aliás, todos que se juntaram aquela briga generalizada estão errado. A diferença é que estão dando castigos diferentes para cada um, e isso torna parcial quando um deles ganha apenas duas semanas de suspensão e o outro fica em condicional ou preso.
Isso é uma merda.
O ambiente não era hostil, mas Eliza definitivamente não estava se sentindo bem ali e rezava para que a visita a conselheira acabasse logo, não era só o desconforto de estar ali mas a consciência pesada pelo que fez hoje cedo.
Eliza não matou aula, ela simplesmente esperou a mãe sair de casa e optou por não ir. Era insuportável ter que suportar aquilo sozinha. Maya sempre tenta ajudar e se aproximar, porém elas estão ficando inseguras consigo mesma que a Ramirez nem sente mais abertura de chegar perto dela, ela sabe que tem Falcão como companhia mas não é a mesma coisa.
Elizabeth só queria que tudo isso acabasse logo, queria sua vida normal de volta.
Quer seu pai de volta.
─── Oi Eliza.
A cacheada franziu o cenho e olhou para o lado, Robby estava em pé com um sorriso torto e expressão divertida fazendo ela arregalar os olhos surpresa pela sua presença.
─── Que prazer te encontrar aqui. ─ Falou fingindo alegria.
─── Imenso. ─ Eliza respondeu no mesmo tom se levantando ─ Falei para me ligar, lembra? Precisa de algo? ─ Perguntou com uma leve preocupação.
Robby negou.
─── Eu não tenho seu número, mas isso não ia adiantar de nada porque eu meio que to sem um celular, então... ─ Ele disse num tom pouco irônico sem muita importância.
Eliza ficou em silêncio sem saber muito o que dizer, ela colocou suas mãos no bolso traseiro da calça jeans e mordeu o interior da bochecha. Robby achou engraçado a forma em que ela parecia nervosa em querer dizer algo, mas não sabia como.
─── Ta fazendo o que aqui? Achei que tivesse se livrado. ─ Falou em um tom desdenhoso.
─── E-eu, vim acompanhar a Tory. ─ Eliza contou ─ Olha, Robby, eu sei que não é justo mas...
─── Não Eliza, você não sabe. ─ Ele cortou firme ─ Você foi suspensa e precisou ir para terapia, eu fui pro reformatório. São coisas diferentes. ─ Afirmou olhando a mesmo com olhar duro.
A Ramirez engoliu seco sentindo a sensação ruim como se sua garganta estivesse inflamada e a sensação de culpa corroer seu corpo, Eliza tem a constante sensação de que se tivesse feito algo nenhum deles estaria nessa situação.
Principalmente seus amigos. Ela não desejava nada do que estava acontecendo para um deles. Céus. Se pudesse ela levaria culpa toda sozinha só para livrados desse tormento.
─── Robby, e-eu, sinto muito. ─ As palavras saíram mansas dos lábios calmos de Elizabeth junto de sua expressão frustada.
O Keene olhou a forma que o rosto dela mudou em segundos para uma expressão mais triste e retraída, ou a forma que ela trocou o pesos das pernas e a mão inquieta batendo de leve na própria perna enquanto a outra estava escondida para não revelar o tremor.
Robby suspirou derrotado, ela não tinha culpa de nada, certo? Era tão 'vítima' quanto ele.
─── Tá tudo bem, tá legal? Não foi sua culpa. ─ Falou calmo abaixando a guarda.
A Ramirez permaneceu em silêncio, os dois na verdade, imersos um no outro absorvendo tudo que passaram sem saber o que dizer.
Robby e Elizabeth não imaginavam o quão poderiam ajudar um ao outro, mas, em breve isso aconteceria nas próximas semanas.
O garoto iria dizer algo para quebrar o silêncio, mas seu olhar ficou preso na pessoa que ele viu por cima do ombro de Eliza.
Tory Nichols. Caminhando em passos firmes até eles, Robby sentiu seu sangue ferver e andou até a menina.
Eliza franziu o cenho se virando vendo os dois perto um do outro, em um possível embate, como se fossem se bater a qualquer momento fazendo ela arregalar os olhos e andar até eles.
─── Ou, ou, ou. Ficou louco? ─ A Ramirez disse indignada pegando no pulso do mesmo se colocando no meio dos dois.
─── Quer me bater? Ai vai voltar para o reformatório. ─ Tory ironizou.
Robby tirou os olhos dela para Eliza, vendo a cacheada lhe olhar com as sobrancelhas erguidas e logo olhou para baixo vendo as mãos dela o segurando.
Ele respirou fundo, soltando os punhos e olhando com as suas sobrancelhas erguidas para Eliza fazendo ela o soltar.
─── Estamos no mesmo barco. ─ A Nichols disse tentando baixar a guarda.
─── Valeu por começarem a briga. ─ Olhou as duas.
Eliza riu seca.
─── E você por terminar. ─ Alfinetou Tory vendo ele ficar em silêncio ─ Isso não é justo, todo mundo tá de boa, enquanto a gente tá aqui se ferrando. ─ Exclamou com raiva ─ E a sua namoradinha...
─── Não fala da Samantha. ─ Robby interrompeu firme deixando claro que falar da LaRusso estava fora de cogitação.
─── Ela te traiu. ─ Eliza falou irritada ─ Traiu nós dois. ─ Lembrou.
A Ramirez não se importava na mesma proporção com Miguel, obviamente ela ficou chateada mas superaria, ele não era o único garoto no mundo. Mas Samantha não, Eliza não conseguia acreditar que alguém que conhece desde bebê poderia fazer isso com ela.
─── Ela errou, ela é uma pessoa boa. ─ Robby rebateu na defensiva.
─── É, ela deve ser mesmo, olha para nós dois. ─ Eliza ironizou e respirou fundo pondo a mão sobre a testa ─ Espera só para você ver, ela vai ficar contra você. Igual o Miguel. ─ Afirmou.
─── Você não sabe do que tá falando.
─── Então, por que você tá aqui? ─ Eliza rebateu vendo ele se calar e ela olhar convencida ─ Você sabe que ela tá errada... só precisa admitir isso consigo mesmo. ─ Ela falou compreensiva o olhando.
Dando um último olhar ao mesmo ela se virou indo embora, com Tory indo logo atrás enquanto Robby as observava. Principalmente a Ramirez. Com uma pequena parte dele sentindo que ela poderia estar certa, Robby só não queria admitir isso.
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Eliza dormiu em casa sem sua mãe, agarrada em Salém que não reclamou nem um pouco pois é um gato dengoso quando se trata de sua dona. Ela acordou mais cedo que o normal com medo de que sua mãe chegasse antes e a encontrasse, se arrumou e foi direto para escola mesmo que contra sua vontade.
Quando chegou na mesma passou o tempo inteiro do intervalo escondida na biblioteca fugindo de Maya, que lhe ligava e mandava diversas mensagens perguntando onde ela estava. Eliza não queria que fosse assim, mas ela só não queria conversar no momento e agradeceu por ter seu último tempo de aula vago, foi embora primeiro que a menina e direto para o dojô.
Eliza estacionou seu carro na frente do cobra kai, desligando o mesmo ela pegou sua bolsa de treino no banco ao seu lado e saiu do veículo logo em seguida, travando o mesmo ao apertar o pequeno botão da chave em sua mão e pondo no bolso traseiro de sua calça jeans.
─── Ei, gatinha.
A morena sorriu de leve quando se virou e olhou Tory alguns metros longe dela na entrada do dojô, junto de Falcão e mais alguns alunos, que ela julgou serem novos já que não tinham muitos rostos conhecidos além de seus amigos. Todos devidamente trajados com kimonos brancos.
─── E a rainha cobra tá de volta. ─ Falcão gritou animado vendo ela se aproximar.
─── Sem elogios, me deixam sem graça. ─ Eliza falou descontraída ouvindo a risada dos mesmos.
Ela deu um toquinho com garoto de moicano vermelho, logo depois um rápido abraço em Tory que sorria ao se afastar.
─── Tó feliz que tá de volta. ─ A Nichols confessou feliz.
─── Eu também. ─ Eliza deu um rápido suspiro com um riso aliviado.
─── Finalmente conhecemos a famosa Eliza. ─ Um garoto coreano a cumprimentou com um sorriso convencido e despojado no rosto.
Eliza olhou com uma certa careta quando ele colocou o braço sobre seus ombros, rapidamente ela os tirou e afastou o mesmo.
─── E eu nem sei quem é você, então... não me encosta. ─ A Ramirez ironizou desviando do mesmo.
─── Boa, Kyler. ─ Falcão o zoou.
O garoto começou a reclamar seguindo a cacheada que ignorava tudo que ele dizia, enquanto o resto dos adolescentes a seguia. Eliza abriu a porta do lugar, ouvindo seu sininho tocar anunciando sua entrada.
Ela ignorou por um momento o falatório dos outros, adentrando ao local e logo retirando seu tênis pegando e os segurando ficando apenas de meia para pisar no tatame. Ela sorria olhando o lugar. Apesar de todos os acontecimentos, aqui lhe trazem boas memórias e ela estava animada para voltar a treinar. Isso é sua válvula de escape, não via a hora de socar um saco de pancadas.
─── O que esse cara tá fazendo aqui? ─ Falcão perguntou bravo.
Eliza saiu de seus devaneios e se virou vendo Falcão irritado olhando para Kreese, confusa ela entendeu quando viu Robby ao lado dele.
─── Espere aí. ─ Kreese ergue a mão o parando vendo o adolescente avançar ─ O senhor Robby é nosso convidado. ─ Disse cauteloso.
A Ramirez se aproximou assim como os outros, com olhar pensativo sobre o garoto.
─── Que bom que está de volta, Elizabeth. ─ Kreese olhou sorridente para adolescente que sorriu de leve ─ Vá se trocar, começaremos em meia hora. ─ Avisou prestativo.
Eliza lançou um olhar a Tory que lhe deu uma piscadela a fazendo curvar os lábios, então ela olhou Robby, lhe dando um aceno que foi retribuído logo depois indo direto ao vestiário.
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Após quinze minutos, Eliza estava devidamente trocada vestida com seu kimono branco do cobra kai. Ela saiu do vestiário que eles tinha nos fundos do dojô, indo guardar sua bolsa em um dos armários.
Quando terminou, se virou pegando o fino elástico preto no pulso e usando para prender os cabelos em um coque frouxo enquanto caminhava vendo Robby juntar suas coisas em bolsa. Ela viu uma cama recém desfeita no chão, levando a pensar que o garoto poderia ter dormido ali esta noite.
─── Já vai? ─ Perguntou após prender os cabelos e ajustar a postura.
Robby agachado ao chão, ergue o olhar vendo a garota perto dele, de braços cruzados e com um olhar curioso.
─── Eu não me matriculei, aqui não é pra mim. ─ Falou calmo dobrando suas roupas e pondo na bolsa.
─── Ótimo, vai fugir. ─ Ela brincou descontraída ─ Isso é um hábito seu? ─ Debochou calma.
Robby franziu seu cenho descontente, se levantando e dando alguns passos até ela.
─── Eu não tô fugindo.
─── Eu te odiei nos primeiros momentos que fez aquilo com o Miguel, sabe? Odiei a Sam... praticamente todos os envolvidos. ─ Eliza contou se lembrando do fatídico dia ─ Mas eu me odiei mais ainda. ─ Riu sem emoção.
O Keene escutava o pequeno desabafo em silêncio, sentindo que ela precisava dizer aquilo e que ele precisava escutar.
─── O Kreese ensina a pegar todo esse ódio e canalizar, isso nos deixa mais forte. ─ Eliza afirmou convicta ─ E isso é muito bom, depois da aula nós vamos nos reunir para uma coisa, deveria ir, ou... pode fugir de novo. ─ Brincou com um sorriso brincalhão no rosto.
Ela deu uma piscadinha ao passar por ele, Robby deu um riso nasal inconformado com ele mesmo. Não seria de todo mal, seria? O que ela falou sobre Kreese poderia ser verdade e no momento o que mais ele precisa é de algo para se concentrar e esquecer o que aconteceu semanas atrás.
Ele precisa de uma distração. E o karatê de Kreese poderia lhe oferecer isso. Mas, algo dentro dele não queria ficar só por isso.
E sim por outra pessoa.
Elizabeth Ramirez.
VOLTEI!!!
muitas interações robbyliza nesse capítulo e no próximo, aliás, no próximo eles estão bem juntinhos... trabalhando juntos... PRECISAM VER ISSO.
perdão pelo sumiço! os capítulos vão ser postado mais de devagar agora, quando eu terminar de finalizar o último ato de street fighter, delicate terá atualizações constantes, ok? Estou animada por isso!!!
Gostaram do capítulo? Não se esqueçam de votar e comentar bastante. Me incentiva a continuar e saber o feedbacks de vcs ;)
bjoooo e até a próxima
amo vocês <3
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