𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏𝟑
━━━ CAPÍTULO TREZE.
exaustão.
ELIZABETH NUNCA SENTIU UM ALÍVIO TÃO GRANDE AO SABER QUE MIGUEL HAVIA ACORDADO mas então todo o alívio sumiu quando ela descobriu que ele ficaria sem andar por algum tempo, ela não sabia de muito detalhes e os pouco que soube foi por conta de sua mãe, Caroline é cardiologista e não tinha nada a ver com o caso mas por ser médica e trabalhar no hospital conseguia saber mínimos detalhes para tentar diminuir a culpa desnecessária que sua filha sentia constantemente.
Culpa e exaustão. Toda briga na escola tinha trazido estes sentimentos para vida de Eliza, não sabia como se livrar deles mas esperava que a terapia cuidasse disso.
E lá estava ela de novo.
Lexie olhava a adolescente, intrigada, já tinha e tem lidado com diversos adolescentes mas o caso de Eliza parecia tão simples que ela achava engraçado eles terem precisado de uma psicóloga para desvendar isso. Porém de todo modo, seria ótimo para a garota.
Ajeitando a saia jeans enquanto erguia as pernas e sentava com elas cruzadas colocando uma almofada no colo, Eliza olhou para o lado passando a mão na camiseta vermelha seguidamente nos cabelos soltos. Ato de nervosismo. Estava inquieta desde que havia entrado no consultório, ainda não tinha dito nada.
─── Na última vez que esteve aqui...
─── Uma semana atrás. ─ Eliza a cortou.
Lexie sorriu calma.
─── Exato. ─ Apontou a loira enquanto abria seu pequeno caderno ─ Disse ser reativa... seriamente? Acha que toda sua existência física e emocional são só reflexos? ─ Perguntou calma olhando tudo que havia anotado na última sessão.
Eliza olhou confusa.
─── Não entendi. ─ Confessou sem graça.
─── Que eu não estou falando ou conversando com a Elizabeth, é um avatar que ela construiu como reflexo do mundo. ─ Explicou a loira modesta.
Elizabeth olhou com uma careta a achando completamente louca, ela não foi tão contra em fazer terapia e as analogias de Lexie estavam fazendo ela se sentir uma completa desprovida de inteligência.
─── Isso é pra entrarmos em toda baboseira da infância? Essa ainda é nossa segunda sessão. ─ Eliza ironizou enquanto jogava cabeça para o lado ─ Isso é muito exaustivo.
Lexie compreendia a relutância mas ela sabia exatamente como deveria agir e em que lugar deveria pegar, então ela não desistiria disso e Eliza bufou ao ver o rosto compreensivo demais da mulher, mas estava tudo bem para ela, sentia-se confortável por mais que fosse exaustivo.
─── A verdade que e-eu, olha, desde criança era como se eu buscasse conquistar algo, sabe? Só que eu só percebi isso agora. ─ Falava olhando as próprias mãos.
─── O que?
─── O que, o que? ─ Eliza perguntou engolindo nervosa.
Lexie deu um meio sorriso.
─── O que buscava? ─ Perguntou curiosa.
─── Karatê. ─ Eliza falou calma vendo a mesma esperando que a prosseguisse ─ Se você conhecer as meninas, Sam e Maya vai ver que elas são perfeitas nisso e eu meio que procurei um lugar para me encaixar nessa... hierarquia.
─── Hierarquia?
─── É, sei que pode soar maldoso mas as vezes todo esse lance do karatê parece isso, onde um rei dita o que é certo ou não. ─ Eliza deu um riso sem ânimo.
─── Quem é o rei? ─ Lexie perguntou entendendo sua analogia ─ Daniel LaRusso? ─ Sugeriu vendo Eliza rir.
Lexie como qualquer pessoa da cidade conhecia o homem não só pela sua concessionária de carros mas também pelo karatê, que voltou com força nos últimos messes.
─── Talvez. ─ Deu de ombros ─ A filha dele combina como uma princesa, perfeita onde todos não enxergam nenhum defeito mas ela seria a primeira pessoa a julgar qualquer coisa que alguém fizesse. ─ Eliza esbravejou ─ Seria engraçado se não fosse maluco ou assustador.
─── Qual nome dela?
─── Samantha. ─ Eliza suspirou.
─── Gosta da Samantha? ─ Perguntou com olhar curioso.
Eliza assentiu.
─── Nunca fomos melhores amigas, mas fomos amigas, em viagens de família, festas, eventos que eu vinha no verão. ─ Contava listando nos dedos ─ Sempre estávamos juntas e praticamente crescemos juntas, toda essa situação me chateia porque e-eu, posso ter errado? Claro.... Mas eu nunca faria isso com ela. ─ Afirmou magoada.
Lexie se curvou para perto da mesa de centro e empurrou o pequeno potinho de lenços quando viu que sem perceber a garota começava a chorar, Eliza agradeceu mentalmente e ajeitou-se aproximando e pegando alguns lenços para secar às lágrimas.
A mulher já tinha entendido que de toda situação Eliza estava sim chateada e se importava com Miguel, porém ela fazia mais com Samantha. Mágoa e o sentimento de traição estavam mais altos quando se tratava da LaRusso.
─── Nem imagino como se sentiu.
─── Horrível. ─ Eliza riu sem ânimo ─ Eu estou ignorando todos eles e estou bem com isso, minha madrinha tentou me ligar e ir lá em casa, também tô fugindo dela. ─ Contou enquanto fungava.
─── Com nenhum deles?
─── É, mas não quero falar deles. ─ Eliza cortou rápido ─ Posso falar só da minha madrinha.
─── Por mim tudo bem. ─ Lexie deu de ombros ─ Falamos sobre o que quiser.
─── Ela é a melhor. ─ A adolescente apontou com leve sorriso ─ Sempre foi incrível só que agora, meio que briguei com a filha dela então não quero conversar com ela para receber um sermão ou sei lá... tô com vergonha.
─── Ela pode estar preocupada.
─── Minha mãe fala com ela. ─ Eliza falou sem muita importância.
─── Mas ela quer falar com você. ─ Lexie rebateu vendo o rosto culpado da garota ─ Por que não liga pra ela? ─ Sugeriu.
Eliza assentiu calma.
─── Depois. ─ Assegurou olhando as mãos ─ Tenho muita coisa para me preocupar no momento, como em parar de usar isso o mais rápido possível. ─ Ergueu o punho com a tala.
─── Jackson falou que teve alguns avanços. ─ Lexie falou positiva.
─── Não o suficiente para tirar isso. ─ Eliza rebateu bem humorada ─ Sem ser muito melodramática, estão sendo dias difíceis, tem muita merda acontecendo ao mesmo tempo e eu meio que... surtei.
Lexie franziu as sobrancelhas por um segundo ao ver que ela voltava no assunto da escola, algo que absolutamente deixaria a garota vulnerável por um bom tempo.
─── Me acha patética? ─ Eliza questionou limpando o canto do olho enxugando a lágrima.
─── Não.
Ambas trocaram meio sorrisos.
─── Acho que você é uma adolescente que agiu sem pensar em um momento difícil. ─ Pontou compreensiva.
─── Eu sou reativa. ─ Eliza riu enquanto começou a chorar de novo ─ Desculpa, não sei porque comecei a chorar. ─ Falou com a voz quebrada escondendo o rosto nas mãos.
─── Dói não é? ─ Lexie perguntou vendo a mesma assentir enquanto deixava escapar um baixo soluço e escondia o rosto.
A mulher observava Eliza enquanto fazia uma pequena anotação em seu caderno, todo esse sentimento era sobre a briga na escola mas percebeu que poderia ser muito além disso. Envolviam outros sentimentos, motivos e acontecimentos antigos.
─── Eu to sentindo tanta raiva da Samantha. ─ Eliza falou emotiva ─ Mas ao mesmo tempo eu gosto muito dela e tudo isso me faz querer enlouquecer. ─ Contava fungando nariz e limpando às lágrimas dos olhos vermelhos ─ Sabe, tipo, ela me magoou profundamente e mesmo assim eu continuo gostando dela, isso é estranho.
─── Já conversou com ela, contar como se sente ajuda. ─ Lexie sugeriu com olhar encorajador.
─── Não vou conseguir falar com ela, nem com Miguel. ─ Eliza contou com a voz quebrada ─ Eu sinto como se um peso... um puta peso. Tivesse caído nos meus ombros, aí eu penso que- é a minha culpa. ─ Falou com a voz fina enquanto colocava as mãos ao rosto ─ Não posso falar com eles agora, não vou saber agir ou falar.
A loira anotou novamente em seu caderno antes de ergueu o olhar para a mais nova, dando um olhar como forma de incentivo.
─── Eu conheço a Sam e falar com ela agora não vai ser amigável. ─ Eliza falou mordendo os lábios nervosamente.
A psicóloga maneou a cabeça.
─── Por que acha que ela não será amigável? São amigas não são? ─ Questionou.
─── Não agora. ─ Eliza afirmou desanimada.
Lexie respirou fundo lhe mandando um sorriso amigável.
─── De tempo ao tempo.
━━━━━━━ 🥋 ━━━━━━━
Elizabeth estava sentada na mesa da cantina no hospital, ela deveria estar a caminho da escola mas observava sua mochila na mesa sem nem um pouco de ânimo em estar naquele lugar novamente. Dias já haviam se passado e ela ainda gostaria de estar se isolando de tudo e todos, preferia assim mas;
Outra coisa a deixava angustiada no momento.
Olhava seu celular com número do reformatório e mesmo apreensiva apertou para ligar, engolindo nervosa e pondo no ouvido.
Elizabeth achava que de toda história os que mais haviam se prejudicado tinham sido Miguel, Robby e Tory. Ela não tinha cara para falar com o Diaz. Iria atrás da Nichols assim que saísse do hospital, sobre Robby ela não tinha o mínimo de intimida mas não poderia esconder que ficou preocupada sim com ele e sabia que Shannon também estava.
Seria legal se levasse notícias para a mesma quando se encontrassem hoje a tarde, estava fazendo isso por ela.
Mentira!
Era apenas para camuflar seus sentimentos de preocupação sobre o garoto
Keene.
─── Centro de detenção para menores, all valley. ─ A voz feminina soou no ouvido de Eliza fazendo ela arregalar os olhos ─ Como posso ajudar? ─ Perguntou educada.
A Ramirez engoliu seco, afastou celular do ouvido tapando o microfone e tossiu alto chamando atenção até de algumas pessoas que estavam também sentadas na cantina.
─── Eu quero falar com um dos... presos? ─ Eliza disse ao engrossar a voz e fez careta para si mesma.
─── Poderia me informar seu nome e com quem quer falar? ─ Perguntou a mulher.
─── Elizabeth Ramirez e, e-eu, quero falar com Robby Keene. ─ A garota teve de morder os lábios para reprimir o riso nervoso que queria sair de seus lábios ao dizer está frase.
Achava uma completa loucura.
Quem deveria estar fazendo isso era Samantha certo? Ela não é nada de Robby e tão pouco colega do garoto se é que algum dia eles chegaram a ser. Mas o fato é, Elizabeth Ramirez se importa com Robby Keene.
─── Passarei a ligação, a senhora tem três minutos.
─── Como?! ─ Eliza falou alto em um susto.
Elizabeth percebeu que a linha ficou muda então começou a entrar em pânico. Merda. O que ela diria a Robby? Não havia pensado nisso.
Então ela começou a respirar rápido ficando nervosa, ele me odeia. Uma voz ecoou por sua cabeça, sabia que não era a pessoa favorita do Keene no momento então porque estava ligando para o mesmo, ela queria se enfiar em um grande buraco.
─── Alô?
Um pequeno grito saiu da boca de Eliza pelo susto, fazia minutos que a linha estava muda e quando a voz de Robby do outro lado da linha surgiu ela pulou, o garoto afastou o telefone do ouvido e a adolescente sentada na mesa do hospital pedia desculpas as pessoas que olhavam estranho para ela.
─── Desculpa, moça. ─ Eliza pediu envergonhada a uma senhora que olhou assustada. ─ Que merda... ─ Sussurrou tapando o rosto com a mão livre e arregalou os olhos ao ouvir a tosse de Robby na chamada a lembrando que ele estava ainda na ligação ─ Oh meu Deus... Oi Robby. ─ Falou atônita ─ Sou eu, Elizabeth. ─ Comunicou com riso nervoso.
Robby soltou um breve riso seco. Era só o que me faltava. Pensou ao se encostar o ombro na parede de metal gelada do lugar em que estava, para ficar em uma posição boa encostado no pequeno telefone preso a parede.
─── Como você conseguiu esse número? ─ Perguntou curioso.
─── Você tá preso e eu procurei o reformatório no Google, não foi difícil. ─ Eliza falou despreocupada com orgulho de si mesma.
─── Não é um reformatório. ─ Robby falou com suspiro irritado.
─── Tanto faz. ─ Eliza rebateu sem muita importância ouvindo o bufo do mesmo. ─ Centro de detenção para menores, reformatório?! Os dois parecem um inferno. ─ Comentou bem humorada.
Robby não sabia se sentia vontade de rir ou de chorar, Droga. Ele não estava a fim de conversar com ninguém mas não poderia deixar de admitir que ficou aliviado que em seu primeiro contato com alguém após ser preso ter sido ela, Eliza não era nada sua então tanto fazia para ele.
Por enquanto.
─── Por que ligou?
Elizabeth mordeu o lábio inferior.
Ela não sabia.
Não sabia mesmo porque tinha ligado e estava na ligação com ele, o motivo que era para Shannon ter notícias era mentira, a própria mulher poderia ter notícias do filho quando quisesse bastasse ligar.
─── Sua mãe quer saber como você está. ─ Eliza contou com a voz baixa.
─── Minha mãe? ─ Robby perguntou desconfiado.
─── É ué.
Robby riu.
─── Você foi no Google caçar em que lugar tinham me jogado, pesquisou pelo número de telefone e ligou pra apenas falar que é para minha mãe? ─ Questionou divertido.
Eliza revirou os olhos sabendo que ele não poderia ver e Robby de onde estava, tinha um singelo e discreto sorriso nos lábios.
Quem iria enganar? Estava adorando isso.
─── Quer parar de fazer pergunta? Eu só te liguei pela sua mãe, tô fazendo isso por ela. ─ Eliza falou brava ─ Mas posso desligar a qualquer momento. ─ Ameaçou emburrada.
─── Mas você ainda não desligou. ─ Robby rebateu com ar despreocupado ─ Não precisa me ligar, aliás, preferia que não tivesse feito. ─ Falou com uma pitada de deboche.
Mentiu.
Estar naquele lugar era um inferno e quando falaram que ele tinha uma ligação, foi pronto para desligar na cara de quem quer que fosse porque os dias não estavam sendo fácies.
Mas quando ele identificou ser Eliza apenas pelo tom de voz, não se importou nem um pouco em estar na ligação.
─── Seu ridículo. ─ Eliza reclamou ouvindo a risada dele a fazendo ficar com mais raiva ─ Eu vou desligar.
─── Não. ─ Robby pediu parando aos poucos sua risada.
─── Então para de fazer graça. ─ A cacheada pediu sem paciência.
─── Não quer me fazer uma visitinha não? Minha mãe ia gostar. ─ Robby implicou ouvindo o riso seco dela fazendo ele prender a risada novamente.
Eliza bateu na mesa quando ouviu a frase e novamente pessoas na cantina a olharam, dessa vez ela pouco se importou e bufou irritada ao escutar o riso de Robby pelo celular, estava sendo pura diversão para ele.
─── Vai sonhando. ─ Elizabeth falou com ironia.
─── São as sextas-feiras tá? Que por sinal é amanhã. ─ Robby informava para a mesma com tom igual ao dela ─ Chega no horário, querida.
─── Não vou, peguei gripe espanhola. ─ Eliza falou apoiando o cotovelo na mesa e descansando o queixo na mão.
─── Sua sorte é que sou imune a pandemias que dizimaram quarenta milhões de pessoas em 1918 a 1919. ─ Robby respirou fundo ao dizer em um tom desdenhoso.
─── Como você sabe tanto de pandemias? ─ Questionou assustada.
─── Sou bom aluno em história, Liz. ─ Robby se gabou. ─ Sei sobre várias coisas inúteis.
Eliza franziu as sobrancelhas e se remexeu desconfortável, apenas uma pessoa costumava a chamar assim.
Liz.
O silêncio repentino dela chamou atenção de Robby, então rapidamente ele disse a primeira coisa que passou em sua cabeça.
─── Então, fomos traídos juntos?
O bufo alto em som de grunhido irritado que soou pela chamada ao sair da boca de Eliza fez ele sorrir divertido.
─── Você tá bem Robby? To vendo que sim. ─ Eliza esbravejou sem paciência ─ Bom, vou falar isso pra sua mãe, tá legal? ─ Avisou.
─── Ainda vai me visitar sexta-feira, Liz? ─ Robby falou divertido mas sua voz foi pouco carinhosa demais no intuito de irritar.
E conseguiu.
─── Para de me chamar assim, idiota. ─ Eliza pediu ouvindo o riso do mesmo ─ E olha só... vai se ferrar!
─── Como? Ah Eliza eu to só-
Os bipes na chamada indicaram que o tempo limite da ligação haviam acabados, Robby suspirou divertido antes de colocar o telefone no lugar e acompanhar o guarda que o esperava.
Eliza bateu na mesa irritada. A adolescente sentiu que a raiva que ela nutria pelo menino aumentar, as pessoas ao redor observaram que a garota não parecia tão mais calma como estava a minutos atrás quando tinha chego na cantina.
A Ramirez emburrada pegou sua mochila na mesa pondo nas costas e caminhando para sair de lá, indo para entrada do hospital ela estava conversando sozinha consigo mesma parecendo uma completa louca.
Quem ele pensa que é?
Eliza perguntou a si mesma, ria nervosa ao pensar que ele a chamou de... Liz? É Elizabeth. Reclamou consigo mesma enquanto apertou o botão para chamar o elevador e xingava o garoto de todos os nomes que poderia sozinha.
─── Filha?
A adolescente virou imediatamente ao reconhecer a voz da mãe porém no mesmo momento quis fingir um desmaio, seus olhos se arregalaram ao ver que sua mãe estava acompanhada de Amanda que não estava sozinha, Maya e Samantha estavam juntas.
Eliza se virou rápido praticamente esmurrando o botão do elevador nervosamente escutando mais chamados por seu nome, quando a porta se abriu ela estava pronta para pular no mesmo mas um puxão a impediu.
Maya praticamente agarrou Eliza em um abraço que a adolescente até riu sem graça, engolindo nervoso não sabendo como agir a Ramirez abraçou de volta escutando alguns xingamentos baixo saírem da boca da mesma. Quando elas se afastaram, a LaRusso pegou a amiga pelos ombros e sacudiu nervosa.
─── Para de sumir. ─ Maya pediu atônita.
Eliza fez careta com medo.
─── Tá...? ─ Concordou observando o rosto desesperado de Maya.
─── Querida, você tá bem? ─ Amanda perguntou amorosa chegado perto das duas.
Eliza virou o rosto para olhar a mais velha e assentiu com discreto curvar de lábios pouco envergonhada, Amanda respirou fundo aliviada enquanto dava um leve abraço na adolescente escutando seu riso baixo.
Obviamente tudo que havia acontecido tinha sido um enorme desastre, mas ela nunca iria desgostar de Elizabeth por isso.
─── Eliza. ─ Caroline chamou sua atenção.
A mais nova se soltou de Amanda e olhou para mãe, discretamente Caroline maneou a cabeça para seu lado direito onde o braço dela estava sobre os ombros de Samantha, primeiro Eliza pensou. Porque minha mãe tá abraçada com ela? Depois ela teve de reprimir o bufo irritado.
Não queria ter esse contato com Samantha agora, já que na visão dela as duas tinham que conversar quando tudo passasse e quando estivessem calmas. Coisa que nenhuma das duas está pronta para fazer.
─── Oi Sam. ─ Eliza falou educada.
Samantha ficou pouco surpresa, sua expressão era de vergonha reprimida com raiva. Por que ela brigou comigo? Era seu pensamento. Então ela também pensou em como deve ter sido péssimo, ela sabe que errou e feio, não julgava Eliza por ter agido da forma que agiu mas também não poderia mentir que estava super magoada com a mesma.
─── Oi. ─ Samantha falou baixo.
Caroline, Amanda e Maya olhavam esperando alguma mísera interação das duas como se dependessem daquilo para sobreviver.
─── Sinto muito pelo seu pulso. ─ Samantha lamentou envergonhada olhando a tala no pulso esquerdo da menina.
─── Tá tudo bem. ─ Eliza deu de ombros sem importância. Se importando ─ Sinto muito pelo seu braço. ─ Pediu olhando as pequenas cicatrizes da menina.
Samantha se remexeu desconfortável.
─── Relaxa, não foi você.
─── Eu acho que deixa ela durona. ─ Maya brincou olhando a irmã.
Ambas três adolescentes deram leves sorrisos, Amanda e Caroline trocaram olhares aliviados, se dependessem delas seriam assim para sempre, porém as mais velhas não estavam preparadas para os próximos acontecimentos.
Não mesmo.
─── Vai para escola? Elas podem te dar uma carona. ─ Amanda falou observando a mochila da mesma.
Samantha não deu um pio assim como Eliza, as duas não queriam que fosse algo forçado, quando quisessem conversar ou estar no mesmo ambiente fariam mas não seria nesse momento.
─── Sim! Olha, vamos fazer um lava carros pra ajudar o Miguel pagar a cirurgia. ─ Maya contava animadamente ─ Vem com a gente. ─ Chamou esperançosa.
Eliza engoliu seco pedindo ajuda com olhar pra mãe, Caroline estava prestes a intervir com uma desculpa qualquer mas outra pessoa acabou ajudando.
─── Está pronta? ─ Perguntou Jackson chegando até elas.
Elizabeth soltou um suspiro aliviado assentindo e indo para o lado do homem, mais cedo antes mesmo de sua sessão na terapia ela teve a sua de fisioterapia.
Havia mencionado o quão chato era ficar sem poder dirigir, ter que ficar dependendo de sua mãe ou então pedir um carro de aplicativo. Maioria do tempo optou pelo skate, mas estava com saudade de seu carro.
Jackson ouviu tudo atento e se ofereceu para ser o motorista particular dela durante uma hora e meia, todo seu tempo de almoço. Ele achava Elizabeth engraçada, era amigo da mãe dela não viu mal algum em ajudar.
Caroline não pode deixar de fazer uma careta engraçada olhando os dois, como Jackson agarrou Eliza pelos ombros a fazendo rir por um instante e a fez sorrir também.
─── Quem é ele? ─ Maya sussurrou baixo para mãe fazendo Amanda dar um leve tapinha em seu ombro por terem ouvido.
─── Esse é o Jackson, ele é meu fisioterapeuta e amigo da mamãe. ─ Eliza explicou divertida vendo o rosto da amiga ficar vermelho.
─── Prazer, Jackson Jones. ─ Falou educado ao estender a mão para Amanda.
─── Amanda LaRusso. ─ Cumprimentou a mais velha com sorriso educado.
─── Mãe, Jackson disse que pode me levar a escola, então vou com ele. ─ Eliza explicou.
─── Ah... tudo bem. ─ Caroline riu sem graça enquanto viu ambos darem um sorriso torto ─ Tem certeza? Não precisa se incomodar, Amanda pode levar ela.
─── Não, tá tudo bem. ─ Jackson assentiu calmo ─ Não me incomodo, estou no meu horário de almoço e vai ser rápido.
Mesmo apreensiva Caroline assentiu.
─── Isso, agora já vamos indo. ─ Eliza falou puxando o mesmo ─ Tchau gente, até depois.
─── Vê se atende esse celular. ─ Maya falou alto vendo a amiga se afastar.
Eliza ergueu a mão fazendo um joinha enquanto puxava Jackson consigo ouvindo o homem reclamar vendo que eles teriam que ir de escadas.
━━━━━━━ 🥋 ━━━━━━━
─── Sua mãe vai me matar. ─ Jackson falou amedrontado ao estacionar o carro na frente do Cobra Kai.
Elizabeth no banco do passageiro ao lado dele olhou tediosa, era engraçado ver a feição de medo do mesmo mas como iria julgá-lo. Caroline brava dá medo.
─── Você, um homem de 1,90 de altura, forte, super másculo e médico. ─ Eliza listou nos dedos bem humorada ─ Está com medo de uma mulher que mede 1,69. ─ Acusou com Uma risada divertida.
─── Sua mãe da medo quando quer. ─ Justificou-se emburrado ─ E outra, não deveria estar aqui sem ela saber.
─── Vai ser rápido, só preciso falar com uma amiga. ─ Eliza contou enquanto tirava o cinto ─ Quando eu voltar a treinar ela vai saber.
Jackson assentiu enquanto observou a mesma sair do carro, Eliza apoiou os cotovelos na janela do carro e respirou fundo vendo a expressão preocupada do homem.
─── Ela vai saber quando eu voltar totalmente, tudo bem? Não quero chatear ela agora. ─ Assegurou a menina vendo o homem assentir com um sorriso fechado ─ Quanto tempo tenho? ─ Perguntou animada.
─── Quinze minutos até o próximo destino, que não é sua escola. ─ Jackson avisou olhando contragosto o próximo endereço no gps do celular ─ Fala sério! Você não tem medo da sua mãe mesmo. ─ Riu nervoso.
─── Óbvio que não. ─ Eliza riu afastando-se da janela ─ Sou igual a ela. ─ Afirmou para si mesma orgulhosa.
Eliza andava até a entrada do Cobra Kai mexendo nos dedos nervosamente enquanto mordia própria língua, pensava que seria fácil pisar lá novamente mas a sensação de estranheza invadiu seu corpo e ela travou na porta de entrada.
Andou até a enorme janela de vidro entre as persianas ela observou seus amigos treinando, mas o lugar parecia vazio. Não completamente, ainda tinha bastante alunos mas não tanto quanto antes, ver Kreese comandar a aula sozinho também foi estranho, parecia que era algo errado.
Tentou buscar Tory com olhar mas não achou, porém não pode deixar de notar o quão agressivo Falcão estava enquanto lutava. Droga. Parecia que o comportamento do garoto não havia mudado e sim piorado, Eliza olhou o próprio punho irritada, precisava voltar quanto antes para ajudar os poucos que restaram a não enlouquecerem.
─── Eliza? ─ Tory perguntou confusa.
A cacheada virou rapidamente seu rosto para o lado e viu a loira, a Nichols estava chegando para treinar sua expressão surpresa estava em evidência ao ver a amiga na sua frente.
─── Graças a Deus. ─ Eliza choramingou apressando os passos.
Tory acabou indo pouco para trás quando a menina se jogou em seus braços, após alguns segundos ela saiu de seu transe e pouco desajeitada abraçou Eliza também com um sorriso fraco.
─── Não sabia que é religiosa. ─ Brincou a loira ao se afastar.
─── Eu não mas a familia do meu pai é. ─ Contou com um leve riso enquanto pegava o rosto da amiga nas mãos feito uma mãe.
A loira estava prestes a fazer outra piadinha quando viu e sentiu a tala de Eliza contra seu rosto, rapidamente pegou a mão da amiga com cuidado e ficando com raiva imediatamente ao lembrar exatamente como havia acontecido.
─── Tá tudo bem, Tory. ─ Eliza falou calma puxando a mão e pondo ao lado do corpo vendo a amiga suspirar e fechar os olhos para reprimir a raiva ─ Já passou tá legal? Estamos bem.
Tory abriu os olhos e iria contestar, porém a expressão calma e passiva de Eliza a fez parar, sua amiga estava na sua frente após semanas e tudo que ela não iria fazer neste momento era iniciar uma pequena discussão com ela.
─── Você tá bem? Eu tentei procurar mas você não respondia minhas ligações e a escola não quis passar seu endereço pra minha mãe. ─ Eliza explicava vendo o rosto envergonhado da menina. ─ Te expulsaram né? Desculpa.
─── Não. ─ Tory negou de imediato vendo o rosto culpado da amiga ─ Erramos juntas, só tivemos consequências diferentes. ─ Falou com riso forçado.
Eliza sorriu triste vendo que ela não estava falando aquilo com felicidade e era compreensível, ficava chateada da escola ter tratamentos para todos que participaram de toda briga.
As vezes ela pensava que se não tivesse Caroline por ela, como poderia acabar para seu lado. Não gostava nem de pensar nisso.
─── Você não tá bem né? Olha eu e minha mãe podemos te ajudar. ─ Prontificou-se a adolescente pegando na mão da amiga em um gesto de carinho e apoio.
Tory deu um sorriso discreto e agradecido, Eliza estava sendo sua primeira amiga que realmente se importava com ela.
─── Não precisa se preocupar.
─── Mas eu me preocupo, somos amigas, não somos? ─ Eliza falou carinhosa com sorriso vendo a loira rir de leve antes de concordar ─ Então! Eu sempre vou me preocupar.
─── Obrigada por isso, mas eu tô bem e me desculpa por sumir. ─ Tory falou envergonhada.
Eliza abanou o ar com as mãos.
─── Tudo bem! Precisávamos de um tempo. ─ Falou bem humorada vendo a loira rir antes balançar a cabeça em positivo ─ Então veio treinar? Eu ainda não posso.
─── Sério? ─ Tory perguntou tristemente vendo a cacheado dar um meio sorriso desanimado ─ Poxa, está um saco sem você e a Aisha, sou a única menina agora.
─── Aisha? O que houve com ela? ─ Perguntou Eliza confusa.
─── Não soube? ─ Tory questionou ─ Os pais dela se mudaram e agora ela até estuda em uma escola particular. ─ Contou sobre tudo que soube nas últimas semanas.
Eliza abriu a boca em um perfeito O.
─── Caramba. ─ A Ramirez falou ainda tentando raciocinar as últimas palavras que lhe foram ditas.
Tory estava prestes a perguntar como ela estava e como tinha sido pra ela mas uma buzina as interrompeu, ambas adolescente se viraram e no pequeno estacionamento observaram o corolla branco onde Jackson estava.
Eliza deu um leve riso vendo o homem estender um relógio ao lado de fora, de longe ela viu Jackson sibilar um "você só tem mais 5 minutos."
─── Quem é ele? ─ Tory olhou curiosa.
─── Ele é um amigo da mamãe, está me fazendo um favor. ─ Elizabeth explicou se virando para amiga ─ Olha eu quero muito conversar com você direito, por que não dorme lá em casa hoje? ─ Sugeriu animada.
Tory deu um sorriso desajeitada
─── Não posso.
─── Nossa amiga, sério? ─ Eliza falou com cair de ombros desanimados vendo ela acenar em positivo ─ Minha mãe pode falar com a sua se precisar.
─── Não dá mesmo, deixa para próxima. ─ Tory pediu vendo a menina concordar pouco chateada ─ Olha, não posso ficar pra dormir mas posso ir na sua casa.
Os olhos da Ramirez brilharam.
─── Jura? Janta lá em casa hoje, minha mãe vai adorar. ─ Eliza chamou.
─── Uuh! Um jantar. ─ Tory riu animada ─ Tudo bem, isso não posso recusar.
─── Perfeito.
O pequeno pulinho de Eliza fez a loira rir enquanto abraçava a amiga, Tory acabou tirando a Ramirez do chão por alguns segundos e quem passava e via de fora achava a cena fofa. De uma amizade pura em sua melhor fase da vida, adolescência.
esse capítulo ficou gigante, dividi em dois e solto o segundo ainda essa semana ;)
eliza e robby terão diálogos pique Hannah e Garret de 'o acordo' e eu estou absolutamente pronta para coringar escrevendo isso
QUE SAUDADE! primeiro capítulo desde q voltei a estudar, perdão sumiço, escola tá comendo meu couro terceirão não será fácil amigas/os
espero que tenham gostado do capítulo novo, não se esqueçam de votar e comentar bastante! Isso me incentiva a continuar aqui
bjo, amo vcs <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro