⤷ introdução
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Londres, 1931
|Nina Grace Kirke|
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Nos arredores de Londres havia uma bela mansão. Era uma das mais antigas daquela cidade e era lá onde Digory Kirke morava. A grande mansão possuía mais uma habitante: Dona Marta, a governanta. Naquele dia, assim como em todas as sexta-feiras, a governanta guiava uma visitação pela mansão.
O Professor Kirke era um homem aposentado, mas, durante sua vida havia sido um grande pesquisador e explorador. Viajou pelo mundo inteirinho e acumulou uma coleção de artefatos fascinantes. Por ser um casarão muito antigo, muito bem preservado e com uma vasta coleção de relíquias, tornara-se um ponto de visita popular para muitos viajantes, o que gerava uma renda extra para o dono já aposentado.
Dona Marta, com sua postura implacável e olhar atento, liderava a visita semanal pela mansão, compartilhando com os visitantes a riqueza de histórias e artefatos que adornavam cada canto da casa. Porém, naquele dia, uma nuvem escura pairava no céu, ameaçando interromper o passeio pelo exuberante jardim. Preocupada com o conforto dos visitantes e com a possível decepção do Professor Kirke, Dona Marta observava ansiosa os primeiros indícios de chuva.
Enquanto isso, o Professor Kirke, alheio à preocupação da governanta, encontrava-se em um recanto reservado da mansão, segurando com reverência uma chave dourada ricamente adornada. Com um sorriso nostálgico nos lábios, ele abriu a porta de um pequeno aposento onde repousava seu artefato mais precioso: um belo guarda-roupa, guardião de memórias e segredos mágicos. Aquele lugar era proibido para as visitas, o Professor o zelava com muito carinho. Deslizando os dedos, enrugados devido ao tempo, pelos peculiares desenhos do armário, Digory notou pó. Preocupado, cobriu cuidadosamente o móvel com uma toalha branca, decidido que iria o preservar o máximo possível. Após trancar novamente a sala, retornou ao seu escritório onde pegou no sono.
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O som de um estrondo forte fez o Professor Kirke despertar de um sono profundo em seu escritório. Um tanto zonzo, ele vestiu seu roupão e saiu para investigar, mas foi interrompido pelo som de um soluço que vinha do corredor:
— Professor Kirke? — Dona Marta segurava uma vela, seu rosto familiar demonstrava preocupação.
— Ah, Dona Marta, desculpe-me se lhe acordei. — Kirke esfregou os olhos, tentando afastar o sono.
— Não se preocupe, senhor. Eu estava indo verificar um barulho.
— Então vamos descobrir juntos. — Kirke sorriu, um tanto grato por não estar imaginando coisas.
O som os levou ao hall de entrada, onde encontraram algo inesperado: além da chuva lá fora, ouviam soluços e um choro infantil. Paralisados, os dois adultos se perguntavam como poderia haver uma criança ali, tão distante de qualquer vizinhança, tantas horas após o fim das visitações.
Dona Marta, recuperando-se primeiro, abriu a porta para revelar uma cena surpreendente: uma menina envolta em cobertas, seus olhos azuis turquesa observando-os enquanto parava aos poucos de chorar. Com apenas alguns fios de cabelo dourado e uma pele pálida como porcelana, ela parecia uma boneca.
Naquela noite, nenhum deles conseguiu dormir. Enquanto Dona Marta cuidava atenciosamente da menina, o Professor Kirke vasculhava freneticamente a cestinha onde a bebê foi abandonada, na esperança de descobrir alguma coisa, qualquer coisa sobre a menina e seus pais. No entanto, tudo o que descobriu foi um colar dourado com o nome Nina Grace gravado. Achou também um bilhete quase inelegível, devido ao estado encharcado que o encontrou, na nota havia um singelo pedido: cuide com amor.
Ao amanhecer, Dona Marta partiu para a cidade mais próxima em busca de suprimentos para a bebê, enquanto Dirgory se dirigiu ao cartório para registrar oficialmente a pequena como sua filha. Em sua busca por respostas, nada encontrou, mas o homem gostava de mistérios e sua determinação em proteger e cuidar da menina era inabalável.
Não importava qual o motivo dos pais de Nina fossem, nem sua história passada, agora ela tinha uma família e um lar naquela grande mansão.
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ii. Estamos só no início da jornada !
Joy
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