⤷ capitulo XIII (parte I e II)
•
Nárnia, anos 1000
|Os Reis e Rainhas de Nárnia|
❃✿❃
parte I
A noite, após a grande batalha, desdobrou-se em uma atmosfera mágica. Sob o brilho das estrelas, todos se reuniram no acampamento de Aslam, envoltos pela sensação de triunfo. Uma energia vibrante permeava o ar, como se cada riso e cada sorriso fossem um ode à esperança renovada. Após décadas de um inverno implacável e o domínio opressivo de Jadis, a promessa de uma nova era resplandecia nos olhos de cada habitante de Nárnia.
Os soldados ergueram uma grande fogueira, cujas chamas dançavam em sincronia com a celebração ao seu redor. Ao seu calor acolhedor, os narnianos se reuniam, compartilhando histórias de bravura, enquanto o aroma tentador de um banquete preparado aguçava os seus sentidos. Nina, Lúcia e Susana, radiantes em seus vestidos, dançavam entre os presentes, seus passos leves. Os tecidos esvoaçavam pelo ar, refletindo a luz da fogueira e acrescentando um toque de magia à noite.
Em meio a celebração, a loira correu em direção ao seu amigo fauno, Sr. Tumnus, puxando-o para a roda de dança. Rodopiando juntos, eles compartilhavam risos, mergulhando na alegria contagiante. Após um tempo, Nina se sentou, ofegante, enquanto recuperava o fôlego, contemplava a beleza da noite estrelada.
De repente, uma voz suave se aproximou dela, e ao olhar para trás, avistou uma raposa:
— Oh, você está bem! — exclamou a menina, surpresa.
— Graças a você. —respondeu a raposa, entregando um pequeno pano a Nina. Era a outra atadura que havia feito em seus machucados.
— Edmundo me contou o que aconteceu com você... eu sinto muito que tenha que ter passado por aquilo. — Disse Nina, comovida com a história. Mal conseguia imaginar a dor de se tornar uma estátua.
— Me tornaria pedra mais mil vezes, minha rainha — confessou a raposa, — Se ao acordar eu fosse abençoado com o cenário de hoje, olhe a nossa volta.
Emocionada, a loira agradeceu a pequena criatura enquanto observava ao redor. Entre as multidões, avistou Quíron, o centauro, que observava as estrelas com um semblante sereno. Devagar, a menina se aproximou, e juntos, compartilharam o silêncio, contemplando o esplendor do céu noturno.
— Sua alma brilha, doce criança. — Sussurrou Quíron, interrompendo o silêncio, como se visse além do exterior de Nina.
— E como o senhor vê a minha alma? — perguntou curiosa, os olhos brilhantes.
— Pelos olhos, e sua alma brilha tanto que aquece até o coração mais gelado. — respondeu o centauro, com uma serenidade que transmitia uma profunda admiração.
— Obrigada, mas não acho que minha alma tenha poder para tais feitos. — Nina murmurou, quase incrédula diante das palavras de seu amigo, usualmente tão quieto.
— Está enganada, filha de Nárnia. Quem carrega uma alma tão pura como a sua tem mais poder do que imagina, o poder do amor. E você Nina, já trouxe paz para nossos corações que jaziam congelados. Todos vocês fizeram.
Com os olhos marejados, Nina abriu um grande sorriso para Quíron, cujas palavras a tocaram profundamente. A menina o abraçou, antes de sair correndo, chamando quem encontrava em sua frente para se unirem à roda de dança. Era um vulto loiro que corria entre as tendas, de forma alegre. Diminuindo os passos, Nina parou diante do grande Leão, que observava o momento de forma tranquila. A menina o encarava com expectativa, em um pedido silencioso que fez Aslam rir, sem necessidade de trocar palavra alguma, se levantou indo a fogueira. Naquela noite mágica, todos dançavam felizes, era o começo de um novo capítulo em Nárnia.
✿
Na manhã seguinte, com o sol derramando seus raios dourados sobre a paisagem, todos despertaram cedo, prontos para a jornada até Cair Parável. Para Nina, cada momento ainda parecia envolto em uma aura de magia. Enquanto cavalgavam, o vento brincava com seus cabelos, e o som dos cascos dos cavalos ecoavam pela trilha.
Foi então que, entre o suave balançar dos galhos das árvores, a voz conhecida de Edmundo rompeu o silêncio.
— Espero que não esteja me evitando. — disse ele, com uma mistura de timidez e preocupação. Nina virou-se para o moreno, um pequeno sorriso em seus lábios rosados.
— Não estou te evitando, rabugento. — respondeu ela, tentando soar mais firme do que se sentia. Na verdade, a proximidade com Edmundo a deixava um tanto constrangida. Ele assentiu, e juntos cavalgaram em silêncio por um momento, perdidos em seus próprios pensamentos.
— Por que se arriscou tanto, Edmundo? — perguntou Nina, quebrando o silêncio com curiosidade genuína. A resposta do moreno veio após um breve suspiro.
— Eu estava em dívida com Nárnia, Nina. — a loira tentou interrompê-lo, "Você poderia ter morrido", — Mas estou vivo, traí vocês, causei dor, e precisava me redimir. Precisava assumir a responsabilidade por este lugar.
— Aslam o perdoou.. nós te perdoamos, Ed. — murmurou a garota, o menino assentiu com um breve sorriso.
— E sou eternamente grato, mas isso não significa que iria deixar de fazer a minha parte.
O diálogo foi interrompido pelo anúncio de Pedro, que cavalgava mais à frente: "Estamos chegando". Nina ergueu os olhos e viu Cair Parável surgindo à distância. A praia estendia-se à sua frente, com areias douradas e cintilantes sob a luz do sol da tarde (sim, foram horas de caminhada), enquanto ondas azuis e verdes dançavam em um eterno abraço a costa. E ao centro de toda essa beleza, o imponente castelo erguia-se majestoso, suas torres alçando-se em direção ao céu. Todos cavalgaram mais rápido, em silêncio e em expectativa. Após mais alguns minutos, chegaram à entrada do castelo. A voz animada de luz rompeu pelo ar, chamando por Nina. Quando desmontou de seu cavalo, a mais nova a puxou pelo braço, correndo para dentro do castelo. A menina olhou para trás, Pedro, Susana, Edmundo, Aslam e os narnianos logo ficaram fora de seu alcance de vista, imersos em suas próprias jornadas.
O interior do castelo era tão magnífico quanto sua fachada, com corredores suntuosos que pareciam se estender até o infinito. Ao longo do caminho, criaturas passeavam pelos corredores cumprimentando-as. Nina se sentia um tanto perdida, mas Lúcia a guiou habilmente até um belo corredor onde placas de ouro adornavam cada uma das cinco portas. Uma delas exibia o nome de Nina.
Ao abrir a porta, depararam-se com um quarto gigantesco, repleto de móveis de madeira fina e uma cama digna de reis e rainhas. Animadas, as meninas visitaram seus quartos, maravilhadas com a beleza singular de cada. Embora as cores e os detalhes fossem levemente diferentes, todos os aposentos eram igualmente majestosos.
Nina e Lúcia acabaram por se instalar no quarto de Susana, onde passaram algumas horas conversando até a mais velha chegar. O dia havia sido longo e cansativo, estavam todos muito cansados. Um sorriso iluminou o rosto de Susana ao encontrar as meninas quase adormecidas em seu aposento. Haviam passado muito tempo juntas nos últimos dias e não estavam prontas para se separarem, ainda.
— Pretendem dormir aqui? — perguntou a morena divertida, ao ver as duas já muito bem acomodadas debaixo dos lençóis de seda da gigante cama. As meninas assentiram sonolentas, e logo se aconchegaram mais ainda, entregando-se a um sono profundo, enquanto se abraçavam tranquilas.
✿
Na manhã seguinte, as vozes agitadas de dríades preencheram o ar, despertando-as de seu sonhos. Era o dia da coroação, e o sol brilhava radiante no céu, iluminando Cair Parável com seu esplendor característico. Cada uma foi levada para seu próprio quarto e Nina observou os diversos vestidos magníficos que lhe foram apresentados, cada um mais deslumbrante que o outro. Finalmente, escolheu um vestido e um manto dourado, que reluziam sob a luz matinal. Seus cabelos dourados foram habilmente penteados, os cachos definidos adicionavam um toque natural à sua aparência, seu rosto havia sido pintado com um pouco de cor em suas bochechas e lábios. Sentia-se como uma verdadeira princesa, ou melhor dizendo, como uma verdadeira rainha.
Quando as dríades finalmente a deixaram sozinha, Nina respirou profundamente dirigindo-se à varanda. A brisa do mar acariciou-lhe o rosto enquanto ela contemplava a praia banhada pela luz do sol. Em algumas horas, ela reinaria ao lado de seus amigos sobre a imensidão diante dela. O som de batidas na porta a trouxe de volta à realidade, e ao se virar, viu Susana adentrando seu quarto sem cerimônia.
— Você está deslumbrante, Nina... — disse a mais velha, admirando a amiga. Vestida em azul, Susana irradiava beleza, a realidade é que sempre foi muito bonita.
— E você está absolutamente linda, como uma verdadeira rainha, Su!— Nina sorriu, virando-se novamente para a vista.
— Surreal, não é mesmo? — Comentou Susana, compartilhando sentimentos. — Estamos prestes a reinar sobre Nárnia, talvez a maior responsabilidade de nossas vidas.
Nina concordou, pensativa. Apesar de jovens, eles estavam destinados a governar Nárnia, como dizia a profecia.
— Você está nervosa? — questionou a loira.
— Como se mil centauros batalhassem dentro do meu estômago. Sinto que posso desmaiar de emoção a cada instante. E você? — respondeu Susana, com um sorriso nervoso.
A loira riu, mas logo ficou em silêncio, perdida em pensamentos.
— Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo... — Nina murmurou. Susana ergueu uma sobrancelha, um sorriso travesso em seus lábios.
— Pedro me contou... — ela começou, observando a confusão no rosto da mais jovem. — Sobre você e Edmundo. As bochechas de Nina coraram intensamente, uma mistura de constrangimento e surpresa.
— Ora... não há nada entre mim e Edmundo. — ela respondeu timidamente.
— Fique tranquila, seu segredo está seguro comigo. — Susana disse com um sorriso brincalhão. Antes que pudessem continuar, a voz de Lúcia ecoou pelo quarto, surpreendendo as duas amigas.
— Que segredo? — perguntou Lúcia, sua presença subitamente notada.
— Nina e Edmundo. — Susana falou tranquila, e Nina a olhou em choque, empurrando o ombro da amiga, incrédula com sua franqueza.
— Ei, fofoqueira! — brincou Nina, tentando disfarçar seu nervosismo com o tópico.
Lúcia olhou de uma para a outra com interesse, seu sorriso crescente.
— Então Edmundo e Nina estão... namorando? — perguntou ela, inocentemente, enquanto Nina corria até sua cama para atirar, em direção da mais nova, um travesseiro. Lúcia, contudo, desviou rindo.
— Claro que não ! — Nina respondeu rapidamente, tentando esconder sua crescente vergonha enquanto se sentava em sua cama.
Antes que pudessem continuar, Pedro entrou no quarto, vestido em trajes dourados e pretos, sua expressão era de curiosidade. Ele parecia grandioso, como se tivesse nascido para vestir aquela roupa.
— Estão conversando sobre o que? — ele questionou. Nina rapidamente correu até Susana, cobrindo-lhe a boca, tentando evitar que ela revelasse mais do que deveria.
— Assuntos de menina, Pedro... nada demais. — ela respondeu, lançando um olhar de advertência para Susana, que parecia se divertir com a situação. Contudo, a loira não previu o que aconteceria:
— Sobre Edmundo e Nina! — a voz animada de Lúcia interrompeu, e Nina suspirou, cansada. Os olhos de Pedro brilharam e ele gargalhou.
— Ah, fique tranquila, Nina. Tenho certeza de que ele gosta de você! — Pedro brincou, observando a reação da amiga.
— Eu não... — A loira começou a protestar, mas parou abruptamente ao ver ele parado na porta do quarto.
Seu coração de um salto quando seus olhos encontraram os dele, um misto de surpresa e nervosismo a dominou. Edmundo trajava vestes azuis e prateadas, estava belo.
— Por que estão todos aqui? — o menino perguntou, notando as caretas engraçadas que todos faziam. Nina sentiu seu rosto corar enquanto corria até o moreno e o puxava para longe de seu quarto, que havia sido invadido por fofoqueiros.
A presença de Edmundo tão próxima a fez sentir um turbilhão de emoções.
— Estávamos esperando por você. — falou com simplicidade, arrastando-o para longe, — Vamos... vamos, estão nos aguardando lá embaixo. — continuou a loira, observando a expressão confusa do menino, seus olhos encontraram os dela por um breve momento, permitiu que ela o arrastasse pelos corredores enquanto a risada de seus irmãos ecoavam pelo castelo.
Edmundo faria mais perguntas, mas conforme caminhavam pelos corredores, a atmosfera se impregnava de solenidade. Aslam os aguardava na entrada do grande salão, seu sorriso iluminando o ambiente. Aos poucos, todos se juntaram a ele, lado a lado. Ao som de uma trompa, a grandiosa porta se abriu e eles adentraram o salão. Os olhos de Nina brilharam ao contemplar a magnificência ao seu redor. O salão de Cair Parável era lindo, seu teto de marfim reluzia sob a luz suave, contrastando com a parede adornada com penas de pavão que ondulavam suavemente. Uma porta aberta para o mar permitia que a brisa salgada e o som das ondas se misturasse com a cerimônia. Marchando ao lado de Aslam, eles avançavam lentamente sobre o longo tapete vermelho em direção aos cinco tronos de marfim, decorados com ouro. Observando tudo com grande admiração, centenas de narnianos presenciavam o momento.
Na presença de todos, Aslam conduziu um bela cerimônia. Um a um eles foram coroados, suas coroas trazidas por figuras que haviam marcado suas trajetórias: os castores, Sr. Tumnus e Quíron, todos muito elegantes. Nina não consegui conter um grande sorriso, seu coração transbordando emoção. Quando Tumnus se aproximou dela, um pequeno sorriso adornava seus lábios, o fauno depositou em sua cachos loiros uma coroa dourada e florida, como se um arranjo de flores houvesse sido banhado a ouro e moldado em forma de coroa. A menina sentiu-se envolta por uma aura de encantamento diante da magnitude do momento, os cinco se levantaram com os urros de alegria e com a voz vibrante de Aslam:
Em nome dos brilhantes mares orientais, apresento-vos, Rainha Lúcia, a destemida.
Em nome dos grandes bosques do ocidente, Rei Edmundo, o justo.
Em nome das cintilantes estrelas centrais, Rainha Nina, a cativante.
Em nome do radiante sol do sul, Rainha Susana, a gentil.
E, por fim, em nome do céu limpo do norte, apresento-vos, o Grande Rei Pedro, o magnífico.
Proclamou Aslam, dirigindo-se aos recém coroados.
— Quem é coroado rei ou rainha em Nárnia será para sempre rei ou rainha. Honrem a sua realeza, Filhos de Adão! Honrem a sua realeza, Filhas de Eva!
Sob aclamações ensurdecedores de "Viva o Rei Pedro! Viva a Rainha Susana! Viva o Rei Edmundo! Viva a Rainha Nina! E viva a Rainha Lúcia!", todos festejavam. Pela porta aberta para o mar, chegavam as vozes dos tritões e das sereias, que ecoavam cânticos em louvor dos novos soberanos, nadando perto da praia. Nina sentia-se envolvida por uma onda de emoções indescritíveis, era como se cada nota musical ecoasse dentro de sua alma, celebrando não apenas sua coroação, mas também a promessa de um futuro melhor. Assim, as crianças sentaram-se em seus tronos, assumindo seus postos.
A grande festa após a coroação estava em pleno vigor, com faunos tocando melodias e convidativos aromas de comida enchendo o ar. Há quem diga que foi a maior festa que Nárnia havia vivido. Todos queriam dançar com os recém coroados. Nina girava de um parceiro para o outro, sentindo-se flutuar. Cada dança era um momento de alegria, enquanto sorrisos brilhavam e os passos de dança preenchiam o salão com uma harmonia vibrante. Ninguém notou quando o Leão se afastou.
Após terminar mais um dança, Nina sentiu a necessidade de um momento de contemplação e se afastou em direção as grandes janelas. O ar fresco do crepúsculo acariciava seu rosto enquanto ela observava tímidas estrelas, que começavam a aparecer no céu, agora cor de rosa. Ao se aproximar, Nina encontrou Lúcia e Tumnus compartilhando o mesmo olhar distante, enquanto observavam um ponto dourado na praia, era Aslam, gradualmente partindo. Nina arregalou os olhos, por um instante, o Leão parou, virou-se para trás e sorriu, uma expressão reconfortante que transmitia tranquilidade mesmo diante da iminente despedida. No entanto, o dever o chamava, e Aslam continuou seu caminho. Os olhos de Nina se marejaram com uma mistura de emoções:
— Ele está partindo ? — perguntou a loira, em busca de confirmação enquanto Lúcia a abraçava igualmente triste.
— Ele é uma figura ocupada. Não gosta que o prendam... e, naturalmente, há outros países que o preocupam. Aslam não é um leão domesticado, se necessário ele voltará. — explicou o fauno, sua voz suave e reconfortante.
Com o coração mais leve, mas ainda dolorido, a jovem rainha decidiu não se deixar abater pela tristeza. Ela puxou Lúcia e Tumnus de volta ao grande salão, onde a festa continuou em pleno vigor. Era o início de uma era de paz e prosperidade para o reino.
.
•
.
•
.
•
.
❃✿❃
13 ANOS
DEPOIS
❃✿❃
.
•
.
•
.
•
Nárnia, ano 1013
|A Era de Ouro|
❃✿❃
parte II
Os rostos outrora jovens dos Reis e Rainhas agora exibiam marcas de sabedoria e responsabilidade, testemunhas silenciosas dos desafios enfrentados nos anos de reinado. Cada dia era uma jornada repleta de tarefas e demandas diversas, todas elas consequências tangíveis dos cem anos de domínio opressivo de Jadis. A partida de Aslam havia trazido questionamentos e receios, mas sua memória e lembrança deram ao povo força para honrá-lo. Desde a árdua reconstrução de vilarejos arruinados até os delicados esforços de reconciliação com as criaturas mágicas injustiçadas, passando pela complexa questão diplomática com outros reinos e ilhas, os monarcas de Nárnia estavam constantemente imersos em um turbilhão de responsabilidades. No entanto, mesmo diante de tantos desafios, o reino florescia como uma flor em plena primavera, evidenciando sua força, unidade e amor por aqueles que o governavam.
Naquela manhã, um grande navio havia chegado em Nárnia, uma pequena comitiva de criaturas havia desembarcado e uma figura brilhante caminhava com pressa até o castelo de Cair Parável. Vestida em tons dourados, seus favoritos, o som dos saltos da Rainha Nina ecoavam pelos ilustres corredores, em um harmonioso click cleck, ela cumprimentava a todos com um sorriso, indicando sua chegada ao salão de estratégias após uma longa viagem. Agora com 25 anos, Nina já não era era uma jovem menina, mas sim uma mulher madura e determinada, cuja presença irradiava uma aura de confiança e bondade. O tempo havia lhe favorecido, havia deixado seu cabelo crescer até a cintura, seu sorriso continuava doce e seus olhos brilhantes. Ao bater suavemente na porta, esta se abre lentamente ao som de uma pequena trompeta, marcando sua entrada.
A mulher observou com a sobrancelha erguida o texugo vestido em trajes da guarda real anunciar aos berros: "A doce Rainha Nina, a cativante!". Ela não gostava de formalidades, principalmente dentro de sua casa e a maioria dos guardas compreendia isso. Contudo, ela resolveu ignorar o pequeno deslize do texugo enquanto adentrava a sala que estava repleta de mapas, livros e documentos, indicando a seriedade das discussões ali travadas. Ela parou observando Pedro, que levantava-se de sua mesa, para a receber com um grande sorriso, ele era um homem alto e barbudo, de sorriso alegre e marcante. Tinha uma aura que combinava com sua posição como Grande Rei de Nárnia.
Nina se aproximou lentamente dele, depositando um beijo suave em sua bochecha. A amizade entre os dois havia resistido ao teste do tempo, fortalecendo-se ao longo dos anos e tornando-os amigos leais.
— Mandamos avisar que você não gostava de entradas muito triunfais, mas Sir. Texugo é bem rígido com formalidades. — a voz madura de Pedro soou pela sala, — Ele é o mais novo membro de nossa guarda real... você fez boa viagem, Grace?
Nina lançou um olhar divertido para Pedro, enquanto o texugo estufava o peito e saia apressado após sua apresentação, se despediu com uma reverência exagerada, encostando seu focinho no chão.
— Onde está Edmundo? — indagou Nina, intrigada, enquanto se sentava e pegava um mapa.
Pedro a encarou com um olhar engraçado e ao mesmo tempo perspicaz, revelando seu profundo entendimento da situação.
— Quão rude, Nina. Não me vê há quinze dias e a primeira coisa que faz é perguntar pelo outro rei? — o homem pôs a mão em seu próprio coração, de forma dramática e brincalhona.— Assim fere meu velho coração, mesmo estando apaixonada!
Nina tentou esconder suas bochechas subitamente rosadas, mas o olhar do Grande Rei a fazia se sentir vulnerável e exposta, ele sabia a ler com muita facilidade.
— Não posso perguntar do meu noivo? Pedro, por favor. Não há nada de demais em minha pergunta! — tentou argumentar Nina, sorrindo envergonhada. Era um assunto delicado que poucos se atreviam a tocar. Infelizmente, Rei Pedro era um dos poucos que não se importava em provoca-la.
— Ah mas eu sei das suas segundas intenções! — Nina fechou com força o livro que segurava, apontando ameaçadoramente para o homem em sua frente.
Sim, Nina e Edmundo estavam noivos. Na realidade, estavam noivos há mais de seis anos, mas o casamento nunca era marcado. As responsabilidades de Nárnia não os permitia. A mulher, no entanto, não podia negar a verdade por trás das palavras de Pedro, óbvio que estava apaixonada, mas também não iria admitir nada. Pelo menos, não enquanto eles não houvessem oficializado o casamento diante da população.
— Respeite a minha honra, homem. Edmundo não é meu marido, ainda.— murmurou Nina, sorrindo, mas se sentia profundamente frustrada. — Agora que já conversamos sobre a minha vida amorosa, você quer saber sobre as notícias que trago da Carlomânia, ou prefere que eu comece a te questionar sobre os seus casos românticos ao invés?
Devido à sua natureza cativante, Nina assumia frequentemente a responsabilidade de lidar com questões diplomáticas, embarcando em viagens para manter e fortalecer as relações com os reinos vizinhos. Como resultado, ele era uma das principais fontes de notícia e informação sobre os acontecimentos em Nárnia e em outras terras. Pedro assentiu, sua expressão tornando-se repentinamente séria, indicando que era a hora de trabalhar. Juntos começaram a mergulhar nas tarefas e discussões. Após algum tempo, Nina se levantou.
— Estou liberada, oh grande rei? — a pergunta soou como uma brincadeira, Pedro a respondeu: "Como se a minha opinião te impedisse de algo, rainha".
Com um aceno leve, ela saiu da sala de estratégias, pronta para mais tarefas.
Ao sair, desceu as longas escadas espirrais, encontrando Susana em meio a uma partida de xadrez com Quíron. A loira sorriu para os dois, o centauro virou-se em sua direção, em reverência: "Majestade". Enquanto se aproximava, ela tirou um maço de cartas de sua bolsa. Eram propostas de casamento, vinham da Corte. Nina soltou um suspiro resignado decidida a queimar-las, todos sabiam de seu noivado, mas, mesmo assim, havia pedidos para as três. Contudo, a maioria em disparada eram para a mais nova que havia se tornado uma bela e jovem mulher. Com um beijo na bochecha de Susana e um sorriso para Quíron, Nina se juntou a eles na grande mesa.
— Fez boa viagem, minha querida? — A morena perguntou, interrompendo a partida para observá-la.
— Deseja se casar ou posso queimar essas cartas cheias de pedidos? — Susana riu e Quíron, agora na meia idade, ergueu sua sobrancelha. Ela não iria realmente queima-las, infelizmente precisava as responder. Antes que a loira pudesse se aconchegar próximo da fogueira, Lúcia apareceu, arrancando as cartas de sua mão.
— Vejo que a viagem foi produtiva! — disse Lúcia com um sorriso maroto, enquanto lia as cartas. Ignorando, propositalmente, todas aquelas endereçadas em seu nome. — Melhor não contar para nosso irmãozinho. Lorde Jhonnatan IV? Novamente, Nina? Esse homem é muito atrevido, é o quarto pedido que ele faz a você somente esse ano, não? Edmundo declararia guerra se soubesse.
— Mas Edmundo não tem esse direito, Lú. Ainda não sou uma mulher casada. — Nina interveio com serenidade, provocando riso entre as irmãs.
— Por que não aceita o pedido do lorde, então ? — Susana provocou, com uma sobrancelha erguida.
— Ora, pois eu aceitei o pedido de Edmundo. Sou noiva dele, apenas dele. — declarou Nina com as bochechas coradas.
Susana e Lúcia trocaram olhares cúmplices. Todos sabiam que era apenas uma questão de tempo até que ambos oficializassem, em casório, o relacionamento. O amor entre eles havia florescido desde a infância, tornando-se evidente para todos. Até alguns anos atrás, realmente não havia tempo para um casamento, mas agora era apenas pura enrolação dos dois. Lúcia sorriu singelamente, desviando o assunto:
— Querem ir até a cidade comigo?
— Estou terminando uma partida de xadrez com Quíron e tenho uma reunião com sátiros do norte mais tarde. Você devem ir, amanhã Edmundo quer sair para caçar e colocamos as conversas em dia, certo? — Susana se desculpou, puxando as mais novas para um suave abraço. — Desde que foi para Telmar, a cidade está tão florida. Você deve ir ver, Nina!
As mulheres assentiram para a mais velha e se despediram do centauro, entrelaçando os braços até a saída. Nina e Lúcia caminhavam juntas em meio aos bosques verdejantes de Nárnia, a brisa da primavera acariciando seus rostos. Seus sorrisos irradiavam alegria enquanto conversavam animadamente. Os raios de sol atravessavam as copas das árvores, criando padrões de luz e sombra no chão coberto de flores coloridas.
A cidade se aproximava no horizonte, suas casas pitorescas se erguiam em meio ao cenário bucólico. À medida que se aproximavam, o barulho da música e da animação da primavera se tornavam mais evidentes. Narnianos dançavam graciosamente em meio às praças, suas roupas coloridas combinando com a vibrante paisagem ao redor.
Nina sentiu seu coração pulsar em alegria. Ao chegarem à cidade, ela foi diretamente para o centro, onde um grupo de faunos estava se apresentando. Com um sorriso no lábio, ela pegou sua flauta e começou a tocar uma melodia alegre, acompanhando o movimento dos dançarinos.
Lúcia observava encantada e orgulhosa. Em meio às risadas e aplausos, Nina se sentia viva, parte integrante de Nárnia.
Ao longo dos anos, havia se tornado uma exímia artista, suas peças autorais na flauta eram conhecidas por todos os reinos, seu talento era louvado e admirado. Ela trazia alegria por onde passava, cativando corações. Depois de tocar, ela se juntou à Lúcia e aos dançarinos, girando e rodopiando ao som da música. Aos poucos as criaturas se dispersavam.
Nina se afastou um pouco da multidão, recuperando seu fôlego, mas seu coração deu um salto ao ouvir aplausos ecoarem pelo ar.
Seus olhos varreram a multidão até encontraram os de Edmundo, cujo olhar caloroso a envolveu instantaneamente. Ele sempre fazia questão de assistir às suas apresentações, mesmo quando os compromissos os mantinham afastados por um tempo.
Os dias de separação pareciam ter aumentando ainda mais a intensidade do encontro. Nina sentiu uma mistura de emoções enquanto observava seu noivo se aproximando. Edmundo era um homem alto, esbelto, mas os anos como soldado fizeram dele uma pessoa forte, tinha cabelos pretos e enrolados que caiam em uma altura a cima de seu ombro. Ele carregava um ar de mistério, era mais calado que Pedro, mas seu sorriso sempre era radiante quando a via.
— Belíssima apresentação... — a voz grave de Edmundo soou, seus olhos azuis brilhando de admiração.
A loira riu suavemente, acostumada com os elogios. "Estou crente que te falta criatividade, sempre as mesmas palavras, Ed", ela respondeu com um sorriso brincalhão.
— Não me julgue, sou um homem de hábitos. Sempre é uma bela apresentação, com uma bela artista. — A voz dele era suave e reconfortante.
Sem hesitar, Nina se aproximou e ele a puxou pela cintura para um abraço caloroso, rodopiando-a pelo ar com ternura. Quando a colocou no chão, ofereceu-a seu braço, o qual Nina aceitou prontamente.
Eles começaram a caminhar de volta para o castelo, desfrutando da serenidade e da proximidade do momento. O crepúsculo pintava o céu com tons suaves de laranja e rosa, em harmonia com a aura tranquila que os rodeava.
— Como foi na Carlomânia? — Edmundo quebrou o silêncio, sua voz carregada de curiosidade genuína.
Há quinze dias haviam sido enviados por Pedro para viagens distintas: Nina havia ido para a Corte de Carlomânia, e ele para a Charneca de Ettin, em uma tentativa perigosa de dialogar com gigantes.
Nina sorriu recordando os últimos dias.
— Como sempre, reuniões longas, bailes e muitos lordes e príncipes tentando agradar a esta nobre rainha. — Ela respondeu com uma leve ironia.
Rei Edmundo franziu o cenho levemente, uma sombra de preocupação passando por seus olhos.
— Susana me contou sobre as propostas...
Nina percebeu a tensão em seu semblante e, instintivamente, colocou uma mão sobre a dele.
— Isso te incomoda? Sabe que ela estava apenas te provocando, não sabe? — comentou a loira, seus olhos azuis buscando os dele.
— As propostas de casamento não me surpreendem, por algum acaso foi o Lorde Jhonnatan? — a voz de Edmundo estava carregada de cautela, mas a ciúmes em seus olhos era clara.
— Talvez... por que? — provocou ela, rindo para o homem ao seu lado.
Edmundo soltou um leve suspiro, seu olhar fixo no dela. Ele não ficava surpreso com a ousadia de alguns homens, Nina era uma mulher linda, inteligente e gentil:
— Ele sempre te observa nos bailes, acredito que adoraria se casar com você, só está esperando o momento que você decidir largar de mim.
A loira riu alto, mas sua expressão se suavizou ao notar o desconforto do homem.
— Não se preocupe, Ed, não pretendo largar você. — Nina assegurou, apertando a mão de Edmundo com carinho, transmitindo-lhe confiança em suas palavras. — Se é isso que te preocupa.
— Ele é um Lorde muito rico, tem certeza? — brincou ele, tentando aliviar a tensão. Nina deu de ombros, seu sorriso se alargando.
— Mas uma Rainha merece um Rei, Edmundo.
O homem parou no meio do caminho de repente, seus olhos fixos no dela, transbordando emoção contida. Segurando as mãos de Nina com delicadeza, ele observou o anel de noivado que havia lhe dado alguns anos atrás, ele respirou fundo antes de continuar:
— Não quero te fazer esperar mais do que já esperou. Agora que as coisas estão mais estáveis eu... o que você acha de nos casarmos no final da primavera? A não ser que tenha mudado de ideia e...
Antes que pudesse terminar a frase, Nina o interrompeu com um gesto suave. Com os olhos cheios de amor, ela aproximou-se lentamente e colocou um dedo sobre seus lábios.
— Shh.... bobo. Minha resposta ainda é a mesma. — Sussurrou, sua voz embargada. Num impulso, ela ergue-se na ponta dos pés e selou seus lábios num beijo apaixonado, entregando-se completamente ao momento.
Edmundo envolveu-a em seus braços com ternura, perdendo-se na suavidade de seus lábios. Seus olhares se encontraram em um momento de conexão profunda, onde as palavras se tornaram desnecessárias. Juntos, caminharam em silêncio pelos corredores do castelo. Ao chegarem ao quarto de Nina, Edmundo a acompanhou até a porta, relutante em deixá-la, mesmo que por breve.
Sabendo que tinham uma caçada em família marcada para o dia seguinte, se despediram:
— Boa noite, minha estrela, te vejo amanhã — Edmundo sussurrou, acariciando-lhe suavemente o rosto.
— Boa noite, meu Rei, prepare-se para perder amanhã. — respondeu, se afastando relutante do toque.
Com um último olhar, eles se separaram, cada um seguindo para seu próprio quarto.
•
A manhã do dia seguinte trouxe consigo uma atmosfera de entusiasmo e antecipação enquanto os Reis e Rainhas se reuniam para a esperada caçada do Cervo Branco nos Bosques do Ocidente. O sol despontava no horizonte, pintando o céu com tons dourados, e o ar fresco da manhã trazia consigo a promessa de uma jornada emocionante.
Enquanto se preparavam para partir, os Reis e Rainhas compartilhavam risos, ansiosos pelo desafio que os aguardava:
— Preparados para presenciarem a minha grande caçada ? — brincou Pedro, o Grande Rei, com um sorriso animado.
— Mais do que pronto, irmão! — exclamou Edmundo, ajustando a correia de sua espada. — Mal posso esperar para vê-lo cair do cavalo, em choque, quando eu acertar a minha caçada!
— E eu mal posso esperar para ver vocês tentarem, irmãos! — provocou Susana, com um brilho travesso no olhar.
Nina riu, admirando a energia contagiante de sua família.
— Vamos lá, Lúcia! Vamos deixá-los para trás! — exclamou a loira, montando sua égua, Juliet, com graça. As mais novas saíram liderando o caminho.
Os narnianos próximos riam observando a alegria de seus monarcas enquanto os cinco desapareciam pela floresta.
E eles partiram, em uma cavalgada animada, atravessando os Bosques do Ocidente em busca do lendário cervo. Não demorou para avistarem a majestosa criatura, e logo estavam em uma emocionante perseguição, por montes e vales, bosques e planícies. A adrenalina pulsando em suas veias enquanto iam velozmente.
De repente, Nina notou que Edmundo havia ficado para trás e, então, ela diminuiu sua velocidade indo até seu encontro.
— Tudo bem, rapazes? — perguntou, olhando para Edmundo e para Philip, seu cavalo.
— Me perdoem, mas não sou mais tão jovem, meu rei e minha rainha. — sussurrou Philip, com um olhar cansado. Edmundo e Nina trocaram um sorriso compreensivo, enquanto o som dos cascos se aproximava e os outros monarcas se juntaram a eles.
— Desistiram logo tão cedo? — provocou Susana, com um sorriso no rosto.
— O que foi que Edmundo disse mesmo, Susana? — Lúcia provocou também, risonha.
— Meninas fiquem em casa, eu mesmo trago o cervo sozinho! — Todos riram, observando Edmundo desmontar do cavalo com um sorriso divertido. Ele se aproximou lentamente de Nina.
— Culpado! Eu e Philip só precisamos recuperar o fôlego — Explicou Edmundo, ajudando sua noiva a descer do cavalo. Ainda não haviam contado aos outros sobre os planos de se casarem no final da primavera, os dois trocaram olhares e sorrisos até a interrupção de Pedro.
— O que é isso? — o sussurro de Pedro foi intrigante, ele observava um objeto que parecia um grande e velho lampião, tomado por arbustos. Uma sensação de familiaridade envolveu a cena, enquanto todos se aproximavam para examinar.
— Parece familiar... — murmurou Nina, ecoando o pensamento de todos. A realidade é que a percepção de tempo em Nárnia era muito intensa e singular, as memórias antigas se confundiam com as novas, as lembranças de uma terra onde não havia mágica pareciam quase irreais. Ainda assim, as mais novas saíram correndo, trocando olhares significativos.
Em um praguejar, todos as seguiram, e lá estavam os Reis e Rainhas de Nárnia correndo pelos bosques, sem perceber que deixavam para trás o reino mágico.
Pouco mais tinham andado quando perceberam que não seguiam entre folhas, mas entre casacos de pele. E então, em um piscar de olhos, saltaram todos da porta do guarda-roupa para a Sala Vazia. Já não eram mais reis e rainhas em trajes de montaria, mas simplesmente Pedro, Susana, Edmundo, Nina e Lúcia, em suas roupas antigas.
A loira observou em choque os rostos infantis de seus amigos e de seu... noivo. Sua mente girava em confusão, era quase como se houvessem retrocedido no tempo. Sem demora, escutaram passos suaves e os olhos de Nina se marejaram com a visão de seu pai.
Ele os observava com um sorriso singelo, como se soubesse de algo.
— Posso perguntar o que faziam no guarda-roupa? — murmurou Digory, sorrindo.
— É a história mais longa de nossas vidas... — sussurrou a menina, enquanto todos, ainda em choque, sorriam uns para o outro.
— Contem-me tudo! —pediu o homem. E eles contaram, contaram tudo. Sobre o seu reinado, sobre a batalha contra a feiticeira, contaram que não queriam ter retornado. E o homem escutava tudo atentamente. A realidade é que as portas de Nárnia haviam se selado, o armário não era mais uma passagem. Mas o Professor era um homem muito sábio e contou para eles que iriam retornar a Nárnia, mas que um caminho nunca se abria da mesma maneira duas vezes.
Aquele que é coroado rei ou rainha, será para sempre rei ou rainha. E Nárnia simplesmente acontece. Quando menos esperam, pode acontecer.
•°•*•°•
.
•
.
•
.
•
.
❃✿❃
FIM DO LIVRO UM
❃✿❃
.
•
.
•
.
•
.
❃✿❃
"Para todos aqueles que encontram em Nárnia um pedaço perdido de suas histórias"
❃✿❃
.
•
.
•
.
•
.
❃✿❃
i. Obrigada por ler até aqui, vocês acabaram de ler o maior capítulo que eu já escrevi (mais de 6000 palavras) .•*
ii. Deixe um voto se gostou do primeiro livro e recomende para algum amigo ⭐️.
iii. O livro dois já está disponível, só seguir para o próximo capítulo! .•*
Joy
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro