15- SWAT
8:30
Estava no alto de um prédio, mirando no traficante que a polícia americana, interpool e entre outros estão caçando há um bom tempo e agora a oportunidade perfeita para conseguir pegá-lo.
Irá receber um caminhão com armas novas para seus homens, aguardando a ordem para atirar.
— Condor, disparar! — Ouvi no aparelho colocado no meu ouvido.
Assim que ia apertar o gatilho mirando na perna do traficante, uma mulher apareceu próxima a eles, distraída o suficiente para não perceber o que ocorria ali.
Tinhas cabelos escuros e fisionomia jovem, pouco mais de 20 anos.
— Não posso disparar, tem uma civil por perto. — Informei recuando o disparo, mas ainda mirando o alvo verdadeiro.
O frio fazia fumaça sair do meu nariz e a máscara embutida na roupa não estava esquentando nada.
Saia daí senhorita.
Pedi internamente. Se aquele criminoso escapasse iria ser uma droga.
— Condor, abrir fogo! — Ordenou a inspetora da operação pela escuta no meu ouvido.
Por sorte a mulher havia sumido.
Tinham outro atiradores nos arredores, preparados para atirar, mas a ordem vinha somente a mim e eu era o único naquele prédio.
Por um instante hesitei e pensei se aquele homem tinha família —, filhos.
Não queria ser responsável por fazer uma garotinha chorar, ou por um bebê crescer órfão de pai. Não gostaria que meu pai fosse morto a balas.
— Condor quatro! Dispare! Repito, dispare agora! — Novamente a ordem da voz grave do comandante da operação.
Mirei melhor e soltei o ar inexistente, enrijeci o corpo e apertei.
Um simples movimento. Estava acabado.
Os responsáveis pela mercadoria seriam pegos depois, então fugiram assim que viram Hipólito ser atingido próximo ao joelho.
Me perguntei se seria melhor morrer com dentes cravados no seu pescoço ou aquilo.
— Condor quatro, para a base! — Ordenou rapidamente e logo o cercaram antes que conseguisse pensar em fugir.
Houve uma troca de tiros intensa e eu participei, levei um tiro no braço —, mas continuei atirando.
— Condor quatro, está vendo o indivíduo a sua frente?! — Quase gritou e meu ouvido ficou dolorido.
Ofegante, eu me agachei atrás de um carro qualquer parado na rua gélida, observando de um ponto cego e muito ruim se eles estavam perto ou avançando.
O braço atingido e sangrando, mas eu não desistiria.
— Condor quatro a sua direita! — Informou a inspetora e eu não hesitei em atirar e depois partir para luta corporal contra o homem, o derrubei no chão usando a força Sobrenatural e ouvindo alguns dos seus ossos se quebrarem.
Em meio a fumaceira da troca de tiros, eu parti para o outro lado da rua rolando pelo chão.
— Follen o que está fazendo?! — Berrou Alexia, a inspetora tão prestigiada e competente.
— Estou resolvendo seu problema inspetora. — Respondi o mais baixo possível para não revelar minha posição aos atiradores do Hipólito.
Segurava o braço ferido que latejava. A dor deixava meus sentidos quentes e a visão embaçada.
O frio congelando meus pensamentos e os movimentos limitados, deixei um rastro de sangue que provavelmente revelaria minha posição e praguejei por isto, burrice inoportuna.
⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Já havia passado por cirurgia e a bala sido retirada, então estava bem na medida do possível. Consegue derrubar metade dos homens do Hipólito, recebi parabenização por isto.
Inclusive um beijo da Alexia, a qual eu não esperava, mas retribui. Não tínhamos exatamente um namoro, eram alguns encontros no boliche e outros nas lanchonetes mais antigas dali onde tinha pouca gente... Não sentia amor por ela, gostava da sua companhia apenas.
Não tinha amigos, então às vezes saia com ela nos finais de semana e com meus irmãos. Meu pai caseiro como sempre, passou a se trancar dentro de casa e ficar o mais isolado do mundo real depois do que houve com nossa mãe.
Era bem difícil arrancá-lo de casa, sequer para sentar no gramado da frente da casa.
Tínhamos que quase amarrar ele para que fosse conosco dar uma volta e comer um sanduíche.
Iria demorar para que descobrissem nós, porque ele mal saia e por isto não poderiam deduzir que não envelhecia.
Nossa previsão era ficar ali por mais alguns anos e depois se não levantarmos suspeitas, veríamos o que fazer em seguida.
Aquele lugar frio trouxe algo, invadiu meu coração tão atormentado e deixou uma marca.
Senti que as coisas iriam mudar, pra pior ou melhor —, mas iriam mudar... E o mais imprevisível... Por um humano de sexo desconhecido ainda... Uma flechada de esperança misturada a raiva e rancor surgiu engolindo aquele coração de aço que eu tinha.
Odiava os humanos pelo fato deles terem tudo que eu não podia ter e desejar, por muitos deles serem inocentes.
Por saberem o que lhes esperava —, por poderem sonhar e conquistar pois as mãos alcançariam.
Mas aprendi a lição valiosa de que a esperança não podia morrer... Não podia nunca deixar de existir.
Um dia haveria alguém que eu pudesse ter com toda a alma, que pudesse amar... Verena garantiu isto.
Mesmo que doesse admitir, não podia sonhar muito alto.
Só que aprendi a amar, aprendi a conviver com a dor, com a sede (pelo menos por um tempo considerávelmente bom), e que não importava o que eu tivesse feito, sempre minha família estaria ali por mim e eu por eles, deixei o orgulho de lado e o egocentrismo.
Eu os protegeria com unhas e dentes, usando todo o amor e gratidão por nunca terem me abandonado mesmo quando deveriam ter feito pelas atitudes horríveis que eu tive... Eles eram tudo que eu tinha.
Eu sentia finalmente que acharia meu lugar no mundo, que teria felicidade ou pelo menos uma fração para experimentar.
Sentia uma ponta de esperança brotando em terras mortas e sombrias — viria a luz, só não sabia quando...mas tinha certeza que viria.
Estaríamos juntos até o fim, se existisse um fim. Tínhamos a eternidade pela frente... Com aparência jovial que se dava ao fato de: A idade do vampiro que nos transformou quando ele fora transformado era a que parávamos de envelhecer.
Fui transformado por um vampiro romani que quando foi transformado tinha cerca de 19 a 22 anos, então permaneci com tal jovialidade.
Peguei uma doença ainda desconhecida e estava a beira da morte, meus pais já eram vampiros e Ursel havia sido transformado também.
Meu pai implorou que o fizesse, ele próprio não tinha coragem de me condenar a tal vida.
E foi assim que eu renasci.
Antes preferia a morte, mas passei a mudar o pensamento.
Eu vivia, mas estava morto por dentro nos dois sentidos...e isto me assombrou e sufocou por tanto tempo.
🗺️
Gente, para quem perguntar porquê as quebras de tempo bem grandes, eu quero dizer o motivo:
Se eu fosse fazer o livro com todos os ano seguidos que o Austin viveu, seria um livro enorme e arrastado e eu poderia acabar me perdendo. Isto são só algumas experiências para vocês terem ideia do que ele passou antes de conhecer a Nick e nela ver a esperança.
Ele perdeu o Júlio e anos depois perdeu a mãe, então agora vocês sabem porquê ele quis proteger a Nicole dos Fildegard e porquê odeia tanto eles.
E se afastou para que eles não usassem ela como ponto fraco dele. De novo
Talvez futuramente eu faça outro spin-off da Safira ou do Ursel.
Bjss ❤️
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