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• 𝐇𝐚𝐥𝐥𝐨𝐰𝐞𝐞𝐧 𝐒𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥 •

PARTE QUATRO
O MONSTRO DO TEMPO


Akira escrevera o caderno, mas não era Akira que estava realizando o que estava escrito ali. Isso significava claramente que quem quer que fosse o "Monstro", ele ainda estava solto, apenas esperando para concretizar o restante das mortes no caderno.

Mas por que? Seria ele um cúmplice de Akira? Um amigo amargurado? E por que, para começar, Akira havia escrito aquele caderno? Qual seria a intenção de um garoto de dezesseis anos em descrever de forma macabra mortes de pessoas que ele mal conhece?

Lyna queria raciocinar, juntar as peças para descobrir os possíveis suspeitos de ser o "monstro", mas ela só conseguia pensar no que tinha acontecido. Akira estava morto, morto por uma brincadeira, morto por culpa de seu pai, morto pela irresponsabilidade de adolescentes desocupados que acharam engraçado a ideia de forçar alguém a pular da altura de doze metros, desconsiderando todos os perigos. Lyna pensava na sua percentagem de culpa no que aconteceu, fora ela quem o motivou a seguir seus sonhos e entrar no time afinal, e agora Akira estava definitivamente morto.

Passa-se cerca de alguns minutos até Lyna se convencer de que não tem culpa. Akira escreveu o caderno da morte e se ele o escreveu, essa história já havia acontecido. Lyna consegue imaginar a primeira linha do tempo, uma que ela não estava para motivar Akira a se inscrever no time, mas mesmo assim, uma hora ele tomou coragem e essa cena se repetiu, com Theodore ainda vivo e todos os outros nomes do caderno, todos presenciando a morte do garoto e ganhando sua porcentagem de culpa na morte daquele que já os odiava, de modo que seu amargurado espírito passou a sentir o extremo desejo de se vingar, apoderando-se do caderno para isso.

Lyna odeia espíritos, tanto quanto odeia a ideia de sentir que está em uma espécie de filme de terror da vida real.

Mas Lyna não pode ficar parada, ela precisa agir, e qual o melhor lugar pra agir se não a festa à fantasia de Daphne Greengrass na cobertura de seu prédio? Lugar esse que Lyna sabe que o monstro vai estar e exatamente qual fantasia vai está usando.

xxx

Lyna se sentiu bizarra naquele traje. Encarando-se no espelho com uma fantasia clássica de líder de torcida, não uma simples, mas uma versão zumbi, nas mãos um bastão de pregos que podia até não parecer, mas era real e bem letal.

Felizmente o traje tinha bolsos, onde Lyna meteu mais algumas coisas, mais especificamente uma lata de spray de pimenta, um teaser e um canivete. Não achava isso suficiente pra lutar com um monstro, mas por sorte seus pais e os amigos a escutaram, e eles tinham um plano, um plano para pegar o "monstro", impedir a morte de Daphne, e então... Lyna poderia queimar o caderno e voltar para o seu tempo, com tudo muito bem resolvido.

Infelizmente Daphne não queria saber de plano nenhum, o que consequentemente implicava que Sophie também não, mas os outros pareciam gostar da ideia.

— Se você diz que tem um assassino, vamos atrás desse assassino! — Rox comenta com seriedade, os braços cruzados, no momento em que eles se encontram na sala de estar da Mansão Malfoy – que pra Lyna parecia ser exatamente igual a versão de vinte e sete anos no futuro – antes da festa

Draco, Pansy, Blaise e Sol também estavam presentes. Nenhum comentara mais a morte de Akira que de alguma forma acabou encoberta, sendo descrita como um infeliz acidente, tal como a morte de Theo; nenhum aluno levou suspensão pela invasão da escola à noite, mas mesmo que não demonstre, Lyna sente o receio do seu pai por ter sido quem incentivou Akira a pular.

— Vocês precisam estar preparados. — Repetiu Lyna — O assassino vai estar entre os convidados, usando a fantasia do vilão de "Pânico", ele vai agir por volta da meia-noite, quando todo mundo já estiver chapado, precisamos estar sóbrios, e atraí-lo para dentro da casa, aí pegamos ele na armadilha na cozinha.

— O vilão de que? — Sol questiona estreitando os olhos

Lyna repara que não faz ideia o ano que esse filme saiu.

— Uma capa preta e uma máscara de fantasma. — Informa suspirando profundamente tentando se acalmar — Não esqueçam, se virem uma pessoa assim, só precisamos ficar alerta e atrai-lo para a armadilha, deixando-o longe de Daphne. Ele não vai agir no meio da festa, por isso temos que tomar cuidado, okay?

— Okay. — Os cinco respondem juntos

Surpreendentemente os cinco até pareciam estar com fantasia combinando. Pelo menos sua mãe e seu pai, Lyna sabia que com certeza estavam. Rox estava, sem dúvidas, esplêndida, vestida de Feiticeira Escarlate, o uniforme original dos quadrinhos e não o da série que Lyna conhecia, já seu pai devia estar de Visão, também a versão dos quadrinhos, mas sem a máscara, ele usava o uniforme apenas do pescoço pra baixo. Ainda no esquema Super Heróis, Blaise estava vestido de Homem-Aranha, e Lyna achou que ele estivesse fantasiado de Miles Morales, mas quando mencionou ele, o garoto pareceu não fazer ideia de quem é esse, o que levou Lyna a imaginar que os quadrinhos do Homem-Aranha negro ainda não deviam ter sido lançado em 1996, o que meio que fazia o Prof. Zabini ter lançado a moda. Sol estava, segundo ela, de Bumblebee, uma heroína da DC Comics que faz parte dos quadrinhos dos Jovens Titãs. Pansy estava tradicional, mas muito bonita com o uniforme de Batgirl. Lyna se perguntou se na linha do tempo original Theodore estava de Batman ou de Robin pra combinar com ela.

Os garotos chegam à festa por volta das 8h, sentindo a agitação do ambiente, a música e todo o clima de dia das bruxas, pessoas fantasiadas passavam pra cima e pra baixo, ora dançando, ora bebendo, ora beijando. Eles perceberam que era melhor se separar, era o melhor para poder procurar o monstro.

Lyna observou que a maioria das pessoas estavam fora da casa, no terraço na cobertura, onde realmente a festa acontecia, desprovida da presença de adultos. Daphne estava muito bem aparente, usando uma peruca vermelha e com uma inigualável fantasia de Hera Venenosa, traje esse que fazia claramente par com o de Sophie Roper, que parecia combinar perfeitamente com sua fantasia de Arlequina, não a da Margot Robbie, mas a original com o traje de bobo da corte vermelho e preto, mas ao invés da parte de cima do traje original, o cabelo loiro da garota estava em duas marias-chiquinhas altas, mas ela usava a máscara preta e o batom bem vermelho pra completar.

As duas estavam claramente de casal, o que deixava Lyna confusa mediante ao fato das duas não terem ficado juntas futuramente, o que havia levado Daphne a se casar com o Sr. Zabini e Sophie a casar-se com o Sr. Pierrete?

Mas há muita coisa pra se pensar naquele momento e logo Lyna esquece disso, percorrendo o ambiente conforme o plano. É tenso ver as horas se arrastarem, cada pessoa mascarada que passa é um novo temor aparente, pois todos ali podem ser o suspeito.

Lyna perambula os cantos da festa enquanto vê o tempo passar, tomando cuidado de recusar as bebidas alcoólicas e os "cookies" oferecidos pelo pai de Myrella Burke – Lyna sabe só de olhar pra cara do futuro Sr. Burke, que eles estão repletos de maconha.

Em uma festa normal Lyna seria uma das pessoas extremamente alcoolizadas e chapadas jogadas no sofá, falando besteira ou até beijando geral, mas aquela é diferente, o autocontrole é o ideal.

Já é tarde quando Lyna é enfim desviada de seus pensamentos no exato momento em que alguém tromba nela. A garota está pronta para reclamar quando seu íntimo paralisa mediante a visão da máscara de fantasma bem ali. Por dois segundos o mascarado a encara, antes de a empurrar para o lado e passar por ela, como se estivesse determinado a ir a algum lugar.

O coração de Lyna se agita desesperadamente. Acabara de encontrar quem estava procurando.

   A garota olha para o lado desesperada querendo encontrar o olhar dos outros para ver se eles tinham visto o que ela tinha, se eles também estavam atentos.

Blaise, bem do outro lado, tirou a máscara de homem-aranha e fitou Lyna, um sinal de que tinha percebido o mesmo. Sol estava na diagonal, também atenta e o mesmo ar de percepção, Pansy também estava à postos, o que indicava que os pais de Lyna estavam na casa, conforme o plano.

Lyna fez um sinal de cabeça e esperou pra ver se os três tinham entendido antes de seguir e andar para dentro da casa com pressa. O ambiente estava quase vazio, pelo que a mãe de Lyna falou, Daphne fazia o possível pra manter todos na grande varanda na cobertura e não dentro da casa, então o local estava quase isolado, a não ser por duas ou três poucas almas desmaiadas e chapadas no chão.

A garota loira passou pela sala de estar e seguiu pelo corredor que levava à cozinha, e girou a maçaneta sem pestanejar, esperava foco e determinação dos seus companheiros de planos, mas claramente deixar seus pais juntos e sozinhos vigiando a cozinha não era uma boa ideia.

— Porra cara! — Lyna esbravejou assim que a porta se abriu, assustando as versões jovens de seus pais que estavam claramente se beijando em cima da mesa de jantar

Rox dá um pulo desesperado de cima da mesa e tenta se arrumar, Draco – que já estava em pé – dá um passo pra trás e levanta os braços como se a fosse polícia que o tivesse encontrado.

— Vocês não conseguem passar uma hora sem se agarrar!? — A loira gritou tomando o cuidado de erguer uma perna e saltar a armadilha pra se aproximar deles — Por Deus, vocês deviam estar atentos ao sinal!

— E estávamos! — Draco insistiu nitidamente corado — Você já nos privou de álcool, não que eu seja alcoólatra, mas a Rox aqui não consegue ficar quieta sem estar alcoolizada.

Lyna suspirou. Quem diria que os pais mega responsáveis tinham sido adolescentes tão irresponsáveis? Era estranho lhes dizer o que fazer.

— Afinal — Rox a olhou de forma séria —, e aí?

— Encontramos ele. — Disse Lyna abaixando-se próximo ao balcão e puxando o bastão de pregos que escondera ali

Draco e Rox sentiram a importância da informação quando cada um pegou um bastão de basebol, não com pregos como o de Lyna, mas que claramente faria um estrago. Seus rostos ficaram desprovidos de brincadeira, bastante atentos para o que viria a seguir.

— Em seus lugares. — Lyna sussurrou e eles assentiram concordando

Lyna ocupou o lugar próximo à porta com o bastão em postos, escondendo-se do lado da geladeira, Draco e Rox ficaram um pouco à frente, um de cada lado e ambos com seus bastões. Os três se entreolharam enquanto esperavam, era trabalho de Blaise, Pansy e Sol atraírem o monstro até ali, mas era deles o de estar plenamente atentos e prontos.

Lyna ouviu passos.

Sua audição apurada conseguindo captar a presença de alguém se aproximando. Eles conseguiram. Tinham que ter conseguido.

O coração de Lyna agitou-se, suas mãos segurando forte o bastão e um tremor presente em cada partícula do seu corpo.

Tentar se manter em silêncio era pior, em momentos de tensão parecia quase impossível ficar quieto, pois quanto mais tentava, mais difícil era tão tremer, mas a cada novo passo o medo aumentava mais, entretanto, ficar quieto era crucial.

Lyna captou o momento exato que a maçaneta começou a ser girada.

Todo o barulho exterior parecia ter simplesmente desaparecido e até pareceu que o mundo entrara em câmera lenta.

Os braços de Lyna apertaram mais o bastão, mantendo-o em postos.

O ranger da porta se fez ouvido quando o ser de capuz a empurrou, os olhos claramente ocultos pela máscara esquadrinhando o ambiente que parecia aparentemente vazio.

Vem, Lyna pensou sentindo uma infinita raiva dele, vem me pegar.

Conforme o plano, o "monstro" fez exatamente o que acreditavam que ele ia fazer, ele adentrou o ambiente.

Inconsciente dos possíveis perigos presentes, o ser estava alheio às armadilhas quando caiu como um patinho nela, tropeçando em um arame invisível e ativando a rede caseira, permitindo que ela caísse sobre sua cabeça quase o prendendo no chão.

Voilà, Lyna tinha os olhos em sangue quando saiu de seu esconderijo ostentando seu bastão e encarando o monstro mascarado tentando se soltar da rede.

— Acabou pra você! — Entoou a garota com frieza. Draco e Rox pareceram temerosos, mas sérios quando também se aproximaram

— Ahh. De que merda vocês estão brincando? — O baixo grito intrigado, assustado e infantil soou

— Noah!? — Veio o questionamento de Draco abaixando o bastão

Noah? — Lyna se mostra perdida

Rox só pisca os olhos levemente intrigada quando o possível "monstro" arranca a máscara do rosto mesmo ainda preso pela rede. Lyna nota o garoto mais novo que ela, os cabelos bem castanhos e olhos claros claramente confusos.

— Isso daí é de verdade!? — Ele aponta pra arma nas mãos de Lyna, medo e curiosidade transpassado seus olhos

— Pera, o Noah matou o Theo? — Questiona Rox em dúvida

— Eu fiz o quê?

Mas antes que qualquer pessoa possa dizer mais alguma coisa, um alto grito claramente é ouvido, entrecortando a música e se tornando audível em toda a casa.

— Daphne! — O grito dos três sai em uníssono junto com a percepção de que haviam acabado de ser enganados

Lyna sente um arrepio percorrer a espinha quando é a primeira a saltar e correr porta afora em direção ao som, acabando em instantes na porta de um quarto.

Sophie Roper está ali, nada da agitação natural de sempre, mas temor é visto em seus olhos enquanto ela dá socos desesperados na porta e grita por Daphne.

— O que aconteceu? O que aconteceu? — Lyna questiona tremendo. No caderno tinha dito que a morte de Daphne seria na varanda, nada especificava um grito antes da hora da morte, mas Lyna já tinha notado que as coisas podiam mudar

Sophie a olha, claramente em desespero.

— Eu... eu estava com a Daphne no quarto dos pais dela, mas... mas eu só saí pra pegar uma bebida e quando estava voltando eu ouvi ela gritar! — As lágrimas se tornam aparente nos olhos claros da garota que já está sem a máscara da fantasia, sua voz falhando — E a porta tá trancada, a porta não deveria está trancada! Aconteceu algo com ela! Pegaram ela, não foi?

Lyna sente a dor no tom de Sophie enquanto volta a encarar a porta, tentando pensar no que fazer, se o "monstro" estivesse lá dentro com a Daphne, seu grito...?

— Espera... espera — Sua voz está carregada de tensão quando Lyna arranca do cabelo um grampo, suplicando que isso dê certo como nos filmes

Sente suas mãos lisas, tremendo, sem conseguir firmar-se direito com o grampo na fechadura, mas Lyna precisa ser forte. Sophie continua a gritar por Daphne, e a sensação de dar de cara com o "monstro" lá dentro parece assustadora, mas Lyna não pode parar.

A porta acaba se abrindo depois de um determinado esforço, Lyna quase cai pra frente ao perceber que conseguiu.

Sophie entra desolada no grande ambiente. Lyna tenta captar as coisas do local, uma enorme cama de casal, e uns poucos móveis, além de uma parede revestida de janela de vidro dando para uma segunda sacada, Lyna percebe a janela aberta.

— Daphne!? Daphne?! — Sophie volta a gritar pelo quarto, andando por ele sem parar de chorar

Lyna está encarando a janela aberta tentando convencer-se que Daphne ainda está viva quando acontece.

A lâmina afiada atinge seu flanco direito vindo de um ponto às suas costas, a dor e o susto a fazem gritar percebendo o sangue manchar sua roupa ao lado da região que o cabo da faca continua, no mesmo instante em que ela vê o "monstro" fugindo. Provavelmente estivera escondido nas cortinas, esperando o momento certo.

— Lyna? — Sophie a olha em choque quando a loira cede ao chão apertando a faca

Mas Lyna não tá afim de deixar o monstro lhe escapar de novo. A garota aperta o ponto do cabo da faca e o força pra fora, não acreditando na força e a coragem que têm naquele momento em que o arranca pra fora, antes de forçar-se porta afora atrás do monstro, o bastão ainda na mão, ofegando de dor.

— Filho da puta! — Lyna geme fazendo força pra correr, ignorando totalmente o sangue que derrama por onde anda e a dor incontrolável do ferimento

O caminho até a porta parece uma eternidade, mas assim que Lyna entra no corredor ela percebe que o assassino não teve tempo de ir tão longe.

— VOLTA AQUI! — Lyna esbraveja irada demais pra sentir medo — VOLTA AQUI!

A figura encapuzada se vira e parece assustada ao ver Lyna em seu encalço, mesmo que apertando o lugar por onde seu sangue não para de escorrer.

A ideia parece idiota, mas a raiva é maior quando Lyna apanha o spray de pimenta no bolso da fantasia e o atira para o alto com ira, o "monstro" tem mais vantagem em correr, mas Lyna sente que ele vai revidar em algum momento. Está focada em alcançá-lo no instante em que percebe o que atingiu mesmo que sem querer.

A loira é forçada a dar um passo pra trás antes que o caos se instale com a queda. Pareceu um breve momento de sorte, pois a mera lata de spray atingira justamente a frágil estrutura do pesado e grande lustre de cristal do corredor, fazendo com que não fosse uma questão de tempo até todo o lustre pender espalhando cacos para todo o lado de todos os tamanhos e espessuras.

Para o azar do "monstro" ele não teve muita chance de fuga, sendo derrubado pela chuva de vidro que lhe perfuraram em muitos pontos do seu corpo em cortes grandes e pequenos, o impossibilitando de se mexer.

Lyna também recebeu cortes, mas estava mais longe do lustre, o que a permitiu sair um pouco mais ilesa. Ofegante, Lyna pensava na sorte grande que tinha, não era heroína de nenhum filme de terror, afinal, ela simplesmente não passava de uma mera sobrevivente às custas da sorte e do destino.

A loira se levantou, ainda apertando o ferimento da faca e se arrastando até onde o "monstro" se mexia desesperadamente, grandes pedaços de vidros espetados em seu corpo.

Lyna não sentiu remorço algum em vê-lo sofrer, a dor da facada a impossibilitava de tal sentimento. Decidida, Lyna então fez o que tinha que ser feito, puxou a máscara do encapuzado em súplica, sentindo frieza e curiosidade para descobrir quem era o assassino.

Mas a resposta pareceu enevoar a sua mente assim que ela o viu.

Não podia ser...

— Ayumi?

Lá estava a japonesa, a mesma que ajudara Lyna a ir até 1996, a mesma que parecia a estar ajudando, agora com sangue em grandes partes do corpo com vidros lhe perfurando. Ela não conseguia fazer esforço, ensanguentada, fraca, mas podia rir enquanto via Lyna perceber tudo.

— Ayumi. — Lyna repetiu incrédula, os olhos arregalados, a mão esquerda apertando o bastão com pregos enquanto a direita soltava a máscara no chão — Ayumi.

— Ethelyna. — A voz saiu rouca, mas risonha — Você encontrou o monstro.

— Mas... mas... você... por que você...? — Sua voz está ofegante, cada vez mais nervosa

— Akira. — É o que a voz de Ayumi diz, um sorriso de dentes sujos de sangue e um olhar assustador — Eles mataram o Akira... o meu irmão.

A mente de Lyna começa a trabalhar veloz enquanto percebe tudo o que antes estava cega demais pra notar desde o momento que Ayumi puxou o seu braço para aquele armário, e o instante em que conheceu Akira.

— Kioko? — Lyna indaga

— Kioko Kobayashi, esse é o meu nome. A irmã daquele que eles mataram.

— Eles não mataram o Akira! Fo-foi um acidente.

— Nem você mesma acredita nisso. Você estava lá, você viu! — Kioko esbraveja irada — Assim como eu vi depois de anos trabalhando na criação de uma máquina que me permitisse voltar no tempo e salvar o meu irmão, quando eu finalmente consigo e volto, disposta a impedir Akira de fazer o absurdo que era pular daquele lugar, eu vejo... eu vejo tudo... — Kioko começa a tremer de raiva, lágrimas de ódio pingando do seu rosto — Foi ele! Seu pai desafiou o Akira a pular! O monstro, o verdadeiro monstro sempre foi eles! Seus pais, a Elite Satânica!

— Eles eram adolescentes! — Lyna grita mais trêmula do que nunca, incapaz de aceitar — Eles não queriam matar ele, meu pai não queria matar ninguém.

— Eles são uns monstros! — Kioko volta a gritar — Monstros que sempre se acharam superiores! Eles merecem morrer! Todos eles! Foi então que eu encontrei o diário do Akira, parecia perfeito, meu irmão já havia imaginado a morte ideal para cada um deles, alguém só precisava realizar. Voltando ao presente com o caderno eu fiz o que tinha que ser feito, rezei à um Shinigami, o deus da morte japonês, em prol da alma do meu irmão e fiz um trato com ele. Uma alma por outra, ele permitiria que eu virasse o monstro descrito nas histórias do Akira e ceifasse sete vidas, lhe entregasse sete almas, e em troca, ele traria o meu irmão de volta, o meu Akira. Mas para o plano dar certo, alguém precisava ler o caderno, e porque não destruir ainda mais aqueles que me destruíram? A filha do monstro que matou o meu irmão era quem deveria sentir na pele a dor que eu carrego. Você, Ethelyna, tão nova e cheia de sonhos, fruto de dois monstros cruéis!

— NÃO FALA DOS MEUS PAIS! — Lyna gritou, sentindo um arrepio percorrer todo o seu corpo e uma fúria sem tamanho quando ergueu o bastão de pregos, e sem controle, a acertou

Apenas alguns golpes foram o suficiente, e Kioko não mais existia, estava ali, morta, sem poder fazer mal a mais ninguém.

Todas as partículas do corpo de Lyna tremiam segurando o bastão de pregos impregnado de sangue e carne do rosto de Kioko que agora parecia patê de carne moída. A garota loira com medo do Halloween parecia ter sumido naquele instante, quando Lyna deixou o bastão cair e se virou de costas, a fúria presente em seu organismo.

Sabia que matar Kioko a essa altura não traria ninguém de volta, tornar ao passado com uma linha do tempo maluca não a satisfaria, ela precisava de sua vida de volta, tudo de volta ao normal.

Ainda suja de sangue, Lyna apanhou uma segunda faca ainda na mão de Kioko e a segurou, determinada, roubou a pulseira do tempo escondida no pulso da japonesa e a pisoteou até não restar mais nada. Nesse instante, os seus olhos azuis foram até a sua pulseira e começou a girar os números lentamente, indiferente à toda dor física que sentia, só havia raiva.

14/10/96. Era essa a data da pulseira, e, exatamente para onde Lyna voltou, a manhã antes da suposta morte de Theodore Nott.

Lyna não sabia com certeza como as viagens do tempo funcionavam, sobre linhas do tempo, e consequências de se mexer com ele, ela não se importava com nada disso quando caminhou pelas ruas de Windbrook coberta de sangue, uma mão na ferida em seu flanco e a outra apertando a faca que roubara de Kioko.

Matar a versão adulta de Kioko não resolveria a situação, sua versão adolescente ainda cresceria com a amargura da morte do irmão, se perguntando milhões de "por quês" enquanto criava a máquina do tempo e fazia toda essa história se repetir.

Então Lyna precisa resolver isso, cortar o mal pela raiz.

Sua mão suja de sangue apertou a campainha sem se preocupar, estava inabalável e com pressa. Não fora difícil achar a casa, Akira mesmo lhe dissera antes do dia que Lyna o motivou a entrar no time.

Para a sorte de Lyna, a pessoa que atendeu a porta era justamente quem ela buscava, os cabelos iguais aos que usava na idade adulta, as roupas leves, o olhar confuso de alguém que não aparentava ter mais que catorze anos.

Oi? — A versão jovem de Kioko cumprimentou parecendo confusa, intrigada e devidamente assustada no instante que notou todo o sangue em Lyna

Lyna sabia que os pais de Kioko não estavam em casa, e Akira estava na escola, então meramente empurrou a garota para dentro de casa sem lhe dar explicação. A faca atingiu o pescoço da menina assim que Lyna a jogou no chão e a golpeou com frieza, ignorando os gritos e lamúrias vindo daquela que futuramente se tornaria o demônio.

Kioko parou de se mexer com o quinto golpe, parecendo mergulhada em uma poça de sangue. Lyna se lembrou da "noite do terror", Kioko parecia claramente alguém fantasiada que se jogara no chão e estava sendo dramática.

Observando o corpo morto de Kioko, Lyna se levantou, derrubou a faca no chão e colocou as duas mãos no bolso. Kioko estava morta, a versão adulta e a versão adolescente, então ela nunca cresceria e faria o que fez. Aquelas pessoas nunca morreriam e Lyna voltaria para o presente que conhece, presente em que Andrey a espera no Bob's toda semana, em que Rich ganha detenções todos os dias por fazer pegadinhas e Louise ignora todas as investidas do garoto por ela.

Com um suspiro, Lyna voltou-se para a pulseira em mãos, antes de se lembrar o que acabara de fazer. Se Kioko nunca ficou adulta e criou uma máquina do tempo, como Lyna poderia ter voltado ao passado e como tornaria ao presente?

Lyna não tem nem tempo de raciocinar quando um grito chamando por Kioko é ouvido, uma voz masculina grave.

A garota mal tem tempo de olhá-lo e reconhecer a versão adulta de Akira Kobayashi parado à porta, os olhos arregalados encarando a irmã, uma pulseira de viagem do tempo no pulso esquerdo, e uma arma na mão direita que é posicionada na mesma hora.

Lyna não tem a oportunidade nem de entender o que aconteceu quando a bala lhe acerta no peito, a matando antes mesmo que tivesse a chance de ouvir o som do que a atingiu.




















💀 YOU DIED💀

e foi isso bruxinhos

esse foi longo

espero que tenham gostado

obrigada pela presença

voltem quando quiserem

THE END

  Hello bruxinhos!!

    Primeiramente vou pedir desculpas, deveria ter postado as duas últimas partes do especial ontem, mas acabou acontecendo um equívoco, deu b.o na minha internet e não consegui postar, hoje acabei atrasando a parte três, mas felizmente agora está tudo certo.

   Sobre o especial desse ano, confesso que não me agradei muito, acho que poderia ser um pouco mais assustador, mas eu gostei bastante da ideia. Kkkkkkkk não me matem pela falta do final feliz, contos de terror são assim, não são?

    Foi esse o motivo do conto acontecer em um universo paralelo, um universo focado no Halloween onde tudo poderia acontecer, e foi exatamente o que ocorreu, não?

   Hihihi, continuem acompanhando os Contos, em breve mais breves contos de Hogwarts no universo de The Weasley pra vocês. Estejam preparados.

– Bjosss da tia Nick.

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