Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

───── • Mia Lourence

MIRIAN JOYCE LOURENCE
(Mia)

>> 𝒎𝒂𝒓𝒂𝒖𝒅𝒆𝒓𝒔 𝒆𝒓𝒂

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°
ᴏ ᴅɪᴀ ǫᴜᴇ ᴍɪᴀ ʟᴏᴜʀᴇɴᴄᴇ ᴇ ᴛʀᴇᴠᴏʀ ғᴀᴡʟᴇʏ sᴇ ᴄᴏɴʜᴇᴄᴇʀᴀᴍ
°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

Fazia uma bela tarde de verão, daquelas que não há nada melhor do que se estar ao ar livre. Havia um determinado parquinho nos arredores de Portobello Road que exaltava a perfeição do dia, parecia extremamente agradável naquele horário. Porém, o parquinho estava vazio, exceto por uma única pessoa.

Uma garota baixinha que usava um belo vestido azul-bebê, com seus cabelos de um loiro-caramelo presos em duas trancinhas, se balançava cada vez mais alto no balanço do playground. Estava sozinha, mas não se importava com isso, parecia divertir-se mesmo assim. A garota ia tão alto, que se não tomasse cuidado era certo que se espatifaria no chão, mas não se importava, parecia gostar da adrenalina.

Aproveitando desse momento sozinha no parque, logo a garota tinha experimentado todos os outros brinquedos, embora estivesse nítido que o balanço ainda era seu favorito. Ela ria e cantarolava baixinho, brincando sozinha até escutar algo que fez seu sorriso definitivamente morrer e ela se sobressaltou. Três bicicletas se aproximavam, cada uma com três garotas que eram mais altas que a loirinha e pareciam nada legais.

— Que foi, Mirian? Está brincando sozinha de novo? — Perguntou a que vinha na frente, com uma bicicleta rosa de cestinha, ao se aproximar o suficiente — Está falando sozinha, não? Isso não é normal, Mirian. Ainda não tomou seu remedinho hoje, aberração?

— Me deixa em paz, Dayse. — Mirian Lourence parecia evidentemente usar de todo o seu esforço pra dizer aquelas meras palavras

Dayse largou a bicicleta, assim como suas outras duas amigas que riam deliberadamente de Lourence.

— Deixar em paz? — Dayse riu — E se eu não quiser, você vai fazer o quê, hem, esquisita?

Onze anos de idade não parecia uma idade muito boa pra passar por esse tipo de coisa, mas depois de quase dois anos, Mirian já estava acostumando-se com as implicâncias de Dayse e sua trupe, embora não conseguisse entender o que em si a fazia ser esquisita.

— Bate nela, Dayse! — Disse a garota ruiva que gargalhava de leve ao lado, o brilho do sol parecendo refletir no aparelho em seus dentes — Mostra pra essa vaca que não deve mexer com a gente novamente.

"Mexer" é uma palavra muito forte, Mirian pensou.

Ultimamente coisas estranhas vinham acontecendo ao seu redor, e a maior parte delas consistia nas vezes que Dayse, Cecília e Jade tentavam fazer algum mal à menina.

Teve a vez que os cabelos de Dayse ficaram azul e ninguém soube explicar bem o motivo, mas a garota insistiu que Mia devia ter feito alguma coisa com ela, a culpar de tudo era seu passatempo preferido, embora algumas acusações fossem sem cabimento.

Em outra ocasião, Mirian estava sendo perseguida pelas três garotas quando resolveu correr para o pátio, deu de cara então com um beco sem saída, as três estavam rindo, achando que a tinham encurralado, mas de uma forma ou outra a loira acabou olhando pra cima e encontrou um duto de ar. Era extremamente alto e a garota era baixa, então não havia como nem em seus sonhos ela conseguir saltar o suficiente para alcançar o duto e se salvar, mas de alguma forma, ela piscou e se viu agarrada a grade de metal à um metro e meio do chão, com as outras três em baixo completamente perdidas, mas gritando irritadas. Seus pais receberam uma carta dos professores, mas não foram os únicos, as outras também acabaram sendo punidas.

Na terceira ocasião os alunos estavam em um passeio escolar, quando as três resolveram irritar Mirian e acabaram ambas dentro de uma fonte, as três berraram que Mia às havia empurrado, mas a loira sabia que nem ao menos tinha as tocado. Não tinha explicação para nada daquilo, eram coisas irreais as quais a pequena tentava não pensar para não enlouquecer.

Agora, no entanto, lá estavam as três querendo se vingar de todos os acontecimentos esquisitos, e Mirian não estava tão certa de que conseguiria se safar dessa vez, nem mesmo sabia como se safava nas outras ocasiões.

— Olha só pra ela! — Exclamou Jade, seu rabo de cavalo balançando — Se achando superior, acaba com ela, Daisy, mostra pra essa esquisita que ela não passa disso, uma es-qui-si-ta!

Mirian encarou as três, não tinha mais nada que pudesse fazer, a não ser correr, e foi exatamente o que ela fez. Correu, mas não por muito tempo, suas pernas eram curtas e as meninas maiores logo a alcançariam.

E estava certa, a loira só tinha dado alguns passos quando tropeçou e se espatifou na grama. As três riram enquanto se aproximavam, até que uma voz chegou ao ouvido de ambas:

Hey!

As três olharam para o lado onde agora estava parado um garoto alto, magricela, de cabelos escuros e certamente bonito. Mia não o conhecia, tinha a leve impressão de que era o menino que se mudara a pouco para a casa no fim da rua.

— O que estão fazendo!? Parem de implicar com ela!

Daisy piscou, impaciente que alguém estivesse a interrompendo, ainda mais um garoto. Mirian apertou os olhos, não entendia porque ele estaria a defendendo.

— Por que você não vai brincar com os outros garotos e deixa a gente em paz? — Rosnou Daisy — Não está vendo que aqui não tem nenhum garoto?

— Vocês estão implicando com ela! — Insistiu o menino irritado — Não deviam estar fazendo isso.

— Mas isso não é da sua conta, é?

Daisy se voltou para Mirian ainda caída no chão observando a cena, e, indiferente ao garoto ali parado, a maior disse:

— Não está vendo que estamos só brincando? — E deu um sorriso travesso — Não é mesmo, Mia? Uma brincadeira?

Mirian tremeu de leve, observando a outra que se aproximou dela. A loira fechou os olhos rápido, em pensamento pedindo que alguém a salvasse, podia até ser o garoto desconhecido. E algo evidentemente aconteceu, porque no segundo seguinte ao que seus olhos se fecharam, ela ouviu um grito.

Piscou e abriu os olhos constatando Daisy Hopper, de quem viera o grito, agora caída sentada na caixa de areia no outro lado do playground. Mia olhou Cecília e Jade, que estavam de olhos arregalados sem entender nada, e dessas para o garoto desconhecido que observava com igual surpresa a garota Hopper. A feição de Lourence estava igualmente perdida quando o menino a olhou com uma feição indecifrável.

— Vo...cê?

Mas ela estava assustada demais, era só o que faltava, o garoto novo de seu bairro também a achar esquisita.

— Não... não...

Porém, sem ter mais ideia do que dizer, Mirian saiu correndo de lá, deixando as três garotas e o desconhecido garoto pra trás. Tremia e só queria esquecer o que acontecera, não tinha explicação, não tinha, mas ela não tinha tocado em Daisy, sabia disso, então o que poderia ter acontecido?

Mirian queria respostas, respostas que não tinha, a não ser que Daisy e sua trupe estivessem certas, e ela fosse mesmo uma aberração...

A garota ainda tinha esses mesmos pensamentos quando acordou na manhã seguinte, pretendendo meramente passar o dia todo trancada no próprio quarto apenas lendo um livro, ou talvez poderia muito bem assistir um filme da Disney. Tinha acabado de decidir isso, iria comunicar à sua mãe que ia até a videolocadora da esquina alugar um filme quando percebeu um movimento diferente no andar de baixo de sua casa.

Parecia que sua mãe estava falando com alguém, o que era estranho tendo em vista que o seu pai não costumava estar em casa naquele horário, então Mirian tinha a impressão de que tinham visita, mas quem era a visita, isso ela não tinha nem ideia.

— Mia? — A voz doce de sua mãe a alcançou já nas escadas, a garota ainda não conseguia vê-la, o que indicava que ela estava um pouco mais pra frente na sala de estar — Ela já deve ter acordado, só um minuto.

Mas a Sra. Lourence nem mesmo precisou subir as escadas, pois Mia já alcançara os últimos degraus, de onde tinha um visão melhor do ambiente, o suficiente para ver melhor a sala de estar e a porta.

— Aí está você, meu amor. — A mãe saudou contente — Você tem visita!

Mia já era branca, então a palidez de seu rosto deve ter passado batido, pois se havia alguém que ela não imaginava ver na sua casa naquele momento, aquele alguém era ele. O garoto novo. O mesmo que Mia fugiu no dia anterior, o mesmo que a defendeu de Daisy e sua trupe.

— Trevor estava me contando que está adorando a cidade, não foi querido? — A Sra. Lourence perguntou calorosa, deixando Mia ainda mais perdida — De onde você era mesmo?

— Durham, senhora. — O garoto sorriu, parecendo bastante entrosado com Kaya Lourence, o que só intrigava mais Mia. O que aquele garoto estaria fazendo ali? E por que estava fazendo amizade com sua mãe? Ok, Kaya sempre foi sociável e facilmente amigava com os vizinhos, mas... mas...? — Somos em seis, meus três irmãos mais velhos não ficaram muito empolgados com a mudança, mas estou gostando muito daqui.

Mia pisca os olhos levemente, está começando a ficar irritada.

— E você e a Mia se conheceram ontem no parque? Você não me disse que tinha feito um amiguinho novo, filha.

O garoto abre a boca pra falar, mas Mia é mais rápida, disposta a não correr o risco de que ele fale mais do que deve.

— Mãe — Fala depressa —, o... ele, ele veio aqui porque temos que ir na videolocadora, depois a senhora o assedia com mais perguntas, tá bom?

— Videolocadora? — Kaya pergunta. O garoto se apressa e balança a cabeça confirmando, logo a mulher sorri — Tudo bem então, não fica muito tempo na rua, Mia. Ah, meu amor, pode aproveitar e trazer pão fresquinho da padaria pra mamãe?

Antes mesmo que Mia possa confirmar, Kaya já está colocando algumas notas de libras na mão dela. A loira meramente dá um fraco sorriso à mãe, enquanto o aceita e quase empurra o garoto ao seu lado apressando-o porta à fora.

Espera apenas alguns segundos depois que os dois alcançam a calçada, então o encara.

— Que você está fazendo?! — Mia esbraveja — Por que estava falando com minha mãe!?

— Você saiu correndo ontem, apenas queria te conhecer. É Mia, não é?

— Mirian — A garota corrige —, só meus amigos me chamam de Mia, e eu nem te conheço.

— Trevor Fawley. — O garoto continua sorridente, embora Mia esteja na defensiva — Mas pode me chamar de Trev.

— Então Trevor — Mia cruza os braços e fuzila os olhos castanhos à sua frente —, vai dizer o que você quer comigo?

O garoto leva as mãos ao cabelo e mexe levemente nele, parece pela primeira vez nervoso.

— Você não sabe, né?

— Eu não sei o quê?

— É, você não sabe. — Trevor suspira e encara o caminho à frente

— O que eu não sei!? — E a garota se irrita — Vai falar o mesmo que Daisy e as amigas dela? Pra isso você veio!? Pra me dizer que sou uma estranha? Que eu sou uma aberração?

— Não. — O menino diz depressa, percebendo Mia começar a dar passos para longe de sua casa — Ei, não é nada disso, você só não sabe ainda que...

— O que eu não sei ainda? Que eu sou estranha?

— Você não é estranha. — Ele diz enquanto se apressa para acompanhá-la — Você faz coisas que não entende, né? Como aquilo que houve ontem? Eu te entendo, sou como você.

— Esquisito? É, você parece mesmo.

— Ei Mia, Mia. — O garoto consegue andar mais rápido que ela e passa na sua frente fazendo-a parar — Você tem onze anos, não é?

— Sim. — A voz sai azeda — Você quer sair da frente? Preciso passar na videolocadora e escolher logo um filme.

As sobrancelhas do menino se erguem levemente, mas logo se desfaz.

— Eu também tenho onze. Sabe o que significa? Que daqui umas semanas vamos receber uma carta de aceitação, uma carta para o melhor lugar que poderíamos conhecer em nossas vidas.

Mia pisca levemente, incrédula.

— Do que você tá falando?

O garoto olha para os lados rapidamente antes de olhá-la profundamente, e quando enfim fala, sua voz é baixa.

— Você é uma bruxa, Mia.

Os olhos da garota se estreitam.

— Bruxa?

— Sim. Eu estive te observando, e o que você fez ontem... você é uma bruxa, Mia.

Mia pensa fortemente que o garoto na sua frente deve estar delirando, mas ao mesmo tempo pensa, pensa no que acabou de ouvir e a ideia não parece assim tão delirante.

— Eu também sou um bruxo, toda a minha família é.

— Mas meus pais não são bruxos.

— Às vezes essas coisas acontecem. — O garoto fala convicto — Existem alguns bruxos que nascem com magia, mas os pais dele são trouxas, e tem o meu caso, pais bruxos e eu e meus irmãos também.

— Trouxa? — Mia ainda está confusa

— É como chamamos quem não tem magia. — O garoto parece contente quando voltam a caminhar — Posso te falar tudo que eu sei do mundo bruxo se você quiser, eu sei algumas coisas, e sobre Hogwarts também, meus irmãos estudam lá, mas eu só vou receber a carta daqui algumas semanas, só pode estudar em Hogwarts depois dos onze anos, sabe. Então eu e você poderemos começar lá esse ano, não parece incrível?

Mia acaba sorrindo da animação do garoto, embora ainda esteja intrigada com tudo.

— O que é Hogwarts?

— Hogwarts, Hogwarts é simplesmente a melhor escola de magia e bruxaria do mundo todo! — Ele fala teatralmente abrindo as mãos como se fizesse um arco-íris com elas — Pera, eu não tô falando muito alto, né? Os trouxas não podem saber do nosso mundo.

— Por que?

— Tem a ver com o estatuto do sigilo da magia, alguma coisa assim. Acho que tem muita coisa que você precisa saber ainda sobre o nosso mundo.

Mia abriu um leve sorriso, não lhe disse que ainda achava aquela história toda um absurdo, pois, pela primeira vez na vida, sentia que tinha conhecido alguém parecido com ela, talvez fosse a esquisitice parecida que os aproximasse, o fato é que ela não conseguia não rir do que ele falava, ou se admirar com as histórias mirabolantes, parecia tudo perfeito demais para ser verdade. Um mundo bruxo escondido nas sombras por séculos e séculos, e ela, justo ela, ser uma bruxa?

— Sabe, Merlin estudou em Hogwarts. — Disse Trevor de repente

Fazia dois dias desde o dia que ele apresentara tudo o que sabia do mundo bruxo à Mia, e agora encontravam-se ambos sentados no carpete do quarto da garota enquanto assistiam a um filme em VHS que Mia alugara na videolocadora.

A princípio Trevor se mostrou muito curioso e interessado tanto na fita VHS quanto na tv, mas o que realmente surpreendeu Mia foi quando o garoto disse que bruxos não usam tecnologia, não precisam disso tendo magia. Mesmo assim o garoto pareceu admirado o suficiente para querer assistir ao filme com Mia, e era por isso que os dois assistiam juntos "A Espada Era a Lei", o que levava ao recente comentário de Trevor.

— Merlin? — Mia o olhou surpresa, então apontou para a figura alarmante de barba branca, chapéu cônico e longas vestes azuis, que aparecia em sua TV — Ele? Você tá me dizendo que ele existe?

— Existiu. — Trevor continuou muito contente — Foi o maior bruxo que já existiu!

Mia estreitou um pouco os olhos para a visão do mago atrapalhado em sua tv cantarolando.

— Acho que ironizaram muito ele aí — Disse Trevor percebendo o olhar de Mia —, trouxas. Tenho certeza que Merlin não era assim atrapalhado não.

Mia deu uma risadinha de leve voltando a prestar atenção no filme, mas não conseguiu ficar calada por muito tempo, de momento em momento soltava uma pergunta para o garoto sobre o mundo bruxo, pois descobrir que aquele mero personagem em animação existiu, só atiçou sua curiosidade.

Corujas falam? Esse feitiço existe? Os feitiços são cantados? Arthur também existiu?

Trevor respondia cada dúvida com animação, o que fazia algo aquecer-se no coração da loira, pois imaginar que existe mesmo um mundo onde ela não é estranha parecia maravilhoso demais pra ser real.

Mas era, Mirian descobriu no instante em que, conforme Trevor havia dito, teve a surpresa de receber a visita de uma coruja com uma carta no bico. A confirmação da existência da magia bem ali, tão perto e tão vívida. Junto a estranha aparição, veio a visita de uma figura tão estranha quanto devidamente curiosa. Uma bruxa adulta de verdade na porta de casa de Mia. Ela se apresentou como Minerva McGonagall, vice-diretora da escola de magia e bruxaria de Hogwarts, e estava ali para conversar com os pais de Mia acerca do fato da garota ser uma bruxa.

Estava acontecendo, estava realmente acontecendo, o sentimento de pertencer a algo alavancou o coração de Mia, ela realmente não era uma aberração afinal, era uma bruxa, e desde o instante que teve certeza daquilo soube que nada poderia a deixar triste.

xxx

— Olá.

Mia, que estava explodindo de energia em cada partícula do corpo, ficou levemente tímida assim que a porta da casa foi aberta, não por Trevor, mas por uma mulher adulta com cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo e vestes um pouco estranhas. O fato era que ficara tão, mas tão animada com a chegada da carta e a visita da Profa. McGonagall que não pensou duas vezes antes de correr e contar tudo para o garoto, e só agora tinha chance de ficar envergonhada de encontrar outras pessoas.

— Oi. — Conseguiu cumprimentar com um sorriso tímido — O Trevor está aí?

— Oh, você é a Mia Lourence? — A mulher perguntou docemente, no qual a loira balançou a cabeça afirmativamente — Entre, entre querida. Os garotos acabaram de receber as cartas, imagino que você também.

Mia confirmou com um sorriso nervoso, aceitando o convite da mulher e passando pelo portão. A casa parecia inteiramente comum à primeira vista, o caminho de pedras até a porta, o pequeno jardim, tudo perfeitamente normal, mesmo um pouco ocultos pelo muro de folhas mediano. Mas foi só a bruxa de cabelos escuros abrir a real porta para a casa pra Mia constatar que o normal se decaía apenas do lado de fora.

A porta dava vista pra uma sala de estar integrada com a sala de jantar. Dava pra ver o espaço com poltronas, lareira e apto para recepções, dele ia para uma longa mesa de jantar retangular com oito cadeiras. Mas o que realmente chamava atenção eram as anormalidades vívidas aqui e ali. A menos que houvesse pessoas invisíveis no ambiente, havia tricot que se tricotava sozinho, próximo a lareira, pendendo alguns centímetros do chão. Coisas pareciam estar se mexendo aqui e ali, mas Mia não teve tempo de observar tudo antes de ser notada pelos presentes na sala.

Um garoto, de cabelos castanhos como o de Trevor, estava de joelhos no tapete e parecia limpar o que em tudo parecia com uma vassoura para Mia, mas não era uma simples vassoura, era muito brilhante e as cerdas não pareciam aptas para varrer uma casa. Duas garotas estavam sentadas na mesa, uma de cada lado, segurando um pergaminho amarelado que Mia só podia imaginar ser a carta de Hogwarts. A garota mais velha tinha ainda o que só poderia ser uma varinha, atrelada no coque de sua cabeça. Trevor era sem dúvidas o mais novo, jogado na poltrona próximo a lareira com uma caixa de doces em uma mão e o pergaminho em outra.

— Mia! — Ele exclamou dando um salto da poltrona na mesma hora e a fazendo corar mais ainda

— Eu recebi minha carta. — A garota levantou o seu envelope já aberto em forma de cumprimento, suas bochechas levemente rosadas pela timidez de todos os irmãos de Trevor a observando

— Eu te disse! — Exclamou um Trevor energético com os olhinhos brilhando

— Imagino que alguém de Hogwarts tenha vindo conversar com seus pais, não querida? — A Sra. Fawley perguntou carinhosamente enquanto encaminhava-se para a mesa em que as filhas estavam — Eles são trouxas, não é?

— Sim, sim. — Mirian conseguiu sorrir para a bruxa — Ela disse que se chamava Minerva McGonagall, vice-diretora de Hogwarts.

— Tia Minnie. — A mais velha das garotas falou inclinando-se na sua cadeira — Uma das nossas melhores professoras, você vai gostar dela.

Melhor? — O garoto sentado no tapete, que voltara a lustrar a vassoura, desdenhou — Ela é assustadora, isso sim.

— Ela só é rígida, River. — A irmã retrucou — Óbvio que se você for um bocó desinteressado e não um aluno modelo como moi, é claro que vai se dar mal nas aulas dela e entrar em sua preciosa lista negra.

A garota mais nova riu. Ela usava óculos de grau redondo, e parecia ser a única dentre os quatro irmãos com madeixas mais onduladas puxadas para um castanho muito claro.

Ôu, vocês. — Repreendeu a mãe, antes de olhar para Mia — Pode sentar querida, quer um chá? Um suco de abóbora? Alguns biscoitos? Um bolo, talvez?

— Mãe, a senhora nem sabe se ela come essas coisas. — O garoto do tapete retrucou

— Ela nasceu trouxa, River, não veio de outro planeta. — A mais velha rebateu

Trevor revirou os olhos embora parecesse rir dos irmãos enquanto trocava um olhar cúmplice com Mia, tornando a pergunta da mãe com os olhos.

— Você vai adorar suco de abóbora, é coisa bruxa, então é bom você se acostumar. — O menino disse risonho a fazendo sentar-se na poltrona próximo a que ele estava, tão enérgico quanto sempre — Você quer?

— Pode ser. — Mia aceitou com um sorriso

— Trás os biscoitos também, mãe. — Pediu Trevor, e voltando a olhar pra Mia: — São de aveia, e eu que fiz.

Metido. — A garota de óculos fingiu tossir, embora usasse um tom de brincadeira

— Ahh,, Mia, aliás, esses são meus irmãos que eu mencionei que também estudam em Hogwarts. A Taylor — E indicou a garota mais velha, com a varinha enfiada no coque —, ela já vai pro último ano. Então vem a Rayla — E a garota de óculos sorriu — que tá no sexto. E o River — O garoto sentado no tapete fez meramente um breve aceno de cabeça —, ele está indo para o quarto ano.

Mia sorriu em cumprimento, não conseguindo parar de pensar o quanto deve ser divertido ter vários irmãos.

— Todos da mesma casa de Hogwarts, dá pra acreditar? — Questionou a Sra. Lourence, que Mia nem percebera ter sumido em direção à cozinha, mas agora tornava à sala, segurando uma varinha e equilibrando uma bandeja com suco e biscoitos nela

— Obrigada. — Mia agradeceu quando recebeu o lanche, então novamente pareceu curiosa, Trevor lhe explicara sobre as casas, mas não tudo — Qual casa?

— Hufflepuff. — Trevor respondeu — Mamãe também é dessa casa, mas papai é da slytherin.

— Imagine a cara do Alistair vendo por três vezes nossos filhos indo para a mesma casa que eu — A mulher sorriu —, ele não teve sorte com nenhum.

— Mas ainda tem o Trevor. — Lembrou River

Taylor e Rayla de repente gargalharam.

— Qual é, River, olha pra cara do Trev. — Disse Taylor — Ele é a pessoa menos slytherin da face da terra. É óbvio que ele vai pra Hufflepuff.

— Aposto. — Concordou Rayla

— Vão apostar a minha casa na minha frente então? — Trevor questionou observando as irmãs — Podem apostar a minha e a da Mia, quem perder vai ter que trazer doces para nós dois todos os passeios que vocês forem a hogsmeade por dois anos, até nosso terceiro quando finalmente vamos receber autorização pra visitar a vila.

— Espertinho e ambicioso. — River encarou o irmão — Slytherin.

A mãe também riu. E até Mia se permitiu um sorriso observando o clima leve daquela casa bruxa nada caótica. No fim eles apostaram mesmo sobre as casas, e até na de Mia que mal conheciam, mas eles eram adoráveis, e a garota logo percebeu que não seria difícil gostar e amigar com a família de Trevor. Em um instante nem parecia que Mia estava mesmo tímida, o nervosismo dissipou quando percebeu que era como eles, que fazia parte daquele mundo e não havia o que temer.

A Sra. Fawley que alegara ter adorado Mia, logo a convidou para ir com eles ao Beco Diagonal dali a alguns dias, lugar onde comprariam todos os materiais pedidos na lista de Hogwarts. E Mia aceitou, sentindo que aquele era o primeiro passo para o resto de sua vida, o primeiro passo para o futuro, pois ela acabara de encontrar o seu lugar no mundo, e ninguém poderia mudar isso.

_______________________________

  Hello bruxinhos!

    Um conto pequeno e curto de como Mia e Trevor se conheceram, pretendo escrever mais deles, ou mais da Mia - talvez no pós morte dela e Regulus se encontrando -, mas tudo depende do que vocês quiserem.

   Ideias para novos contos? só pedir bruxinhos. ^^

— Bjosss da tia Nick.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro