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║🎃 - Parte VIII

— HALLOWEEN SPECIAL —
SCREAM: Sombras do Passado

VII. GRAND FINALE

— Quê?

  Ela ouvira, tinha certeza que ouvira, mas não conseguia raciocinar, aquilo não fazia sentido algum.

— É o Billy Loomis novamente. O Billy é o assassino no primeiro filme. Sabe a regra "nunca confie em quem você ama"? É o que rola no primeiro "Pânico", o namorado da protagonista era o serial killer.

— Não, você tá maluca. — Millie dá um passo pra trás, confusa, se negando a acreditar

— Você não entende? — Ginny parece estar se forçando pra não chorar — Como isso tudo foi convencional pra ele, o que ele perdeu nisso tudo? Nada. E o que ele ganhou?

   Millie não consegue controlar seus pensamentos de se permitir considerar, absorver.

— Ele nunca quis terminar, não é? Nunca aceitou que você quisesse... Lisa me contou como ele constantemente ia te ver na locadora implorando e implorando... Você disse que não queria, que viviam vidas diferentes, e então, de repente, vocês dois juntos de novo. E por que? O que juntou vocês? Não foi a investigação?

   Millie piscou.

— Ele fez isso por você! Matou todos com quem você se importava porque aí você só ia ter ele! Não percebe, Millie? Foi ele esse tempo todo! Claro, o Billy Loomis, mas dessa vez... ele é obcecado por você. Ele fez isso pra você ficar com ele.

   Ela ficou parada, encarando, observando a intensidade dos olhos de Ginny enquanto a fitava, suas palavras reverberando nos seus ouvidos.

— Não... — Ela sussurra — Não.

   Mas tudo parece fazer tanto sentido agora. O modo como ele não pensou duas vezes em ajudá-la, o modo como não se importou em subornar pessoas na investigação, como tudo aquilo só os aproximou mais. E os bilhetes? Quem mais que Millie conhece sabe falar latim? Quem?

   A porta se abriu de súbito naquele momento, o que fez a mente de Millie despertar, seus olhos se arregalando assim que o viu.

— Minha lua, graças a Deus. — Ernie sorriu, parecendo realmente aliviado quando se aproximou, mas Millie deu um passo pra trás incerta

— Se afasta! — Foi Ginny que gritou, sacando uma faca de chef e empunhando para o menino

   O garoto pareceu ficar ainda mais pálido do que era.

— Não chegue perto de mim. — Millie pediu, seu tom trêmulo enquanto tentava ser racional, não chorar

— Nós já sabemos que é você! — Ginny contou — Você é o assassino, fez isso pra ficar com a Millie. Confessa!

— O quê? — O menino gritou, confuso — Eu não fiz nada, eu não... como eu poderia? — Ele olhou pra Millie — Minha lua, eu estava com você o tempo todo, como eu poderia ter feito tudo isso?

— Com o seu cúmplice, claro! — Ginny acusou — Confessa, você arquitetou tudo isso pra se aproximar dela, matou todos com quem ela se importava pra só restar você, pra ela correr para os seus braços. Era esse o seu plano, Ernie?

— Eu não matei ninguém! — O garoto olhou para Ginny em fúria — Eu nunca faria isso! — Os olhos de Ernie foram para Millie de novo — Você precisa acreditar em mim, eu te amo, Millie, eu nunca faria isso, por favor, meu amor, você precisa...

    Mas o ataque veio pelas suas costas. Millie gritou assim que percebeu a faca que veio do nada e acertou o garoto no pescoço, traçando uma linha em sua garganta e fazendo o líquido carmesim espirrar.

   Só então ela percebeu a nova aparição. Ghostface.

— NÃO!

— Na verdade, ele estava mais para o Derek Feldman. — A voz de Ginny parecia calma, com uma leve risadinha de escárnio — Que pena que você não tenha assistido aos filmes, sua idiota!

   Millie mal teve tempo de olhá-la e raciocinar o que tinha acontecido antes de sentir a forte pancada na cabeça, que a apagou.

xxx

  Ela sentia dor, muita dor, uma dor lancinante na cabeça que latejava, a deixando confusa e um tanto desorientada, mas seu corpo também estava totalmente dolorido. Ela tentou se mover, mas logo percebeu que estava presa, seus olhos se abriram e captaram o que já sentia, estava amarrada a uma cadeira de madeira, os braços presos firmemente pelas cordas ásperas que pareciam cortar sua pele. A cadeira range sob seu peso, e o som ecoa pela sala, quebrando o silêncio opressivo. O coração dela dispara, um tambor ensurdecedor que parece ecoar no ambiente.

   Ela sente sua bile subir quando olha para a frente, já tem percebido que está novamente na sala de estar, mas em nada lhe satisfaz olhar, pois lá estão eles, os dois assassinos. As máscaras brancas e expressivas cobrem seus rostos, os olhos parecendo revelar uma frieza perturbadora, como se a escuridão da alma deles quisesse sair e se manifestar. Eles estão ali, parados, um ao lado do outro, apenas imóveis a encarando, ambos segurando cada qual uma faca que brilha sob a luz rarefeita. O metal reflete a luz como um prenúncio de dor.

— Ah, você finalmente acordou. — Diz um deles, uma voz feminina e clara, límpida, comum. O outro dá uma risada baixa, quase maníaca, como se a situação fosse um jogo que eles estavam prestes a ganhar

— Você... — Millie grunhiu, irritada

   Ele se move, sua mão enluvada indo até a própria máscara quando a puxou, revelando seu rosto com um sorriso cruel e sarcástico. Ginny. Como Millie já sabia. Ginny Weasley.

— Sua psicopata! — Millie gritou irada fazendo esforço pra se soltar, mas sem sucesso — O que você tem na cabeça!? Por que!? Por que?

   O sorriso de Ginny morreu, sua aura parecendo escurecer quando ela começou a se mover.

— Odeio como as pessoas sempre querem motivação pra tudo. — Começou ela — Nunca parou pra pensar como é mais assustador quando não se há motivo nenhum? — Ela gargalhou — Palavras do nosso tão amado e querido Billy Loomis.

— Sua idiota! Você matou a Lisa! Ela amava você! E você a matou!

Matei? — Ginny franziu a testa, levando a lâmina da faca ao queixo e fazendo uma pose pensativa — Achei que você fosse mais inteligente, Milenna. Lisa não tá morta, foi drogada, o ferimento no pescoço é superficial, ela vai acordar quando acabarmos com você, imagino que minha namorada vai ficar muito mal quando descobrir que a melhor amiga fez tudo isso. Surtar e matar os outros, Millie? Tsc. Tsc. Que coisa mais maluca, o abrigo de menores destroi mesmo o psicológico dos jovens.

   Millie piscou, há desespero em seu íntimo, mas aquelas palavras...

— Oh, você parece estar juntando as peças. — Ginny sorriu — Olha só ela, descobrindo nosso plano, hein — Então olhou para o mascarado ao seu lado —, Harry?

Harry? — Millie praticamente gritou

   O segundo assassino puxou a máscara e abaixou o capuz tal como Ginny. Millie mal conseguiu acreditar quando viu os cabelos negros bagunçados, olhos verdes intensos por trás de uma armação de óculos redondo, um sorriso maléfico e divertido. Era ele. Harry Potter.

— Oi, Yaxley. — Ele saudou com um olhar que a fazia tremer

— Seu... seu... — Ela se mexeu de novo, irada — Eu sabia que era você! Você matou o meu irmão! Vocês dois!

Tsc. Tsc. — Riu Harry — Resposta errada, queridinha. Seu irmão se meteu no que não devia. Ninguém mandou ele nos ameaçar.

— O incrível e perfeito Marcus Yaxley. — Disse uma nova voz surgindo nas escadas. O som de seus passos ecoando até ela aparecer na visão de Millie, um sorriso divertido quando pulou e se sentou no piano fechado com as pernas cruzadas, os cabelos castanhos firme em um rabo de cavalo, o ar descontraído e o tom de deboche. Nada de capa, nada de máscara, apenas ela... Hermione Granger

— Mesmo com o que aconteceu do abrigo e a troca de escolas, ele ainda era aquele ser perfeito, com um futuro brilhante. Sério? — Ela fez uma careta — Tão patético. Eu virei a número um quando você se foi, Yaxley. Pra que iria competir com um filho de presidiário? — E fez um bico — Ninguém merece, né?

— Você... — Millie grunhiu — Claro que você tava metida nisso... vocês!

— E eu. — Disse a voz que era dona de todo o ódio de Millie. Rony Weasley acabara de aparecer, também sem máscara ou capa, apenas segurando um balde aparentemente cheio de pipoca — Desculpa pela demora, eu só fui pegar a pipoca, não é um filme de terror se não tiver pipoca, não é?

— Isso não é um filme! — Millie gritou, exasperada, com ódio

— Aí que você se engana. — Ginny diz — É um filme, consegue adivinhar o final?

— Vão pro inferno!

— Não. — Harry quase cantarolou — Você que vai.

    Novamente Millie se remexeu no lugar, forçando a corda que prendia suas mãos, desesperada por liberdade.

— Oh, você ainda não entendeu, né? — Desdenhou Ginny — Vamos acabar com você e fazer todo mundo pensar que você surtou, que a saudade do seu irmãozinho a deixou louca, e, por isso, você matou todo mundo. Ah... pobre criança, lunática depois de tanta desgraça.

— Seus monstros!

Monstros! — Hermione deu uma risada de escárnio, então seu rosto endureceu — Nada teria acontecido se o babaca do seu irmão tivesse ficado quieto. Quem mandou ele tentar mexer conosco? Quem mandou nos ameaçar? Ele não deveria ter falado nada! Se ele nunca tivesse visto...

   Millie não pôde deixar de se atentar nas entrelinhas do que Hermione havia dito e na forma como ela simplesmente se calou.

— O que vocês fizeram? — Sua voz saiu fria, mas baixa

Ha. — Rony riu deliberadamente, sua mão cheia de pipoca enquanto parecia estar apenas se divertindo — Se dissermos vamos ter que te matar, lindinha. Bom, mas nós já vamos mesmo, né?

— Foi um acidente! — Exclamou Mione com tanta firmeza que parecia estar mais tentando se convencer que o contrário — Não podíamos deixar que manchasse nossa imagem. Foi só um maldito acidente... aquele cara que surgiu de repente, foi aquele cara... claro que foi! Não tinha nada a ver com o álcool... nem tínhamos bebido tanto assim... não, não, e o carro não estava indo rápido... estava no limite certo... mas estava escuro. — A garota começou a se mexer, seus olhos no chão, suas mãos se movimentando, ora gesticulando, ora coçando a cabeça, mas sem olhar para ninguém — Claro que não foi nossa culpa. Não foi... não foi...

   Os amigos a olharam, mas nenhum parecia realmente preocupado que ela estivesse louca.

— Claro que não, Mione. — Harry suspirou — Eu estava no volante, eu sei que foi um acidente. Só tinha bebido um pouco naquela noite. Sim, liguei para o meu pai, não iria deixar que uma besteira como aquela sujasse nosso histórico perfeito. Afinal, olha só para a gente, nomes importantes, futuro brilhante. O cara já estava morto, que diabos mais podia ser feito?

— Você ouviu falar, não ouviu, Millie? — Ginny a olhou — O cara encontrado morto nos arredores de Greenwich na virada do ano para 96. Uma fatalidade, apenas isso, um trágico acidente.

— Vocês o mataram. — Ela sussurrou

— Foi um maldito acidente! — Hermione gritou, a encarando, todo seu corpo parecendo trêmulo

— Mas claro que o intrometido do seu irmão pensou o mesmo que você. — Rony grunhiu — Não contávamos com isso, como podíamos esperar que esse pateta tivesse visto o acidente?

   Harry soltou uma risadinha e cruzou os braços, se apoiando no piano, ao lado de Hermione.

— Então ele foi falar comigo naquela noite na festa. Disse que viu tudo, que sabia que eu estava dirigindo bêbado, que tinha provas que matamos aquele homem. Há, tão fofo, sabe o que ele disse, Milenna? Sabe o que seu irmãozinho falou? Que tínhamos que ir até a delegacia e assumir o que fizemos, caso contrário... ele falaria.

— Por isso vocês o mataram. — Percebeu Millie, alarmada e irritada — O drogaram e armaram aquela patifaria. Vocês fizeram parecer que o meu irmão era um traficante!

— Na verdade, eu fiz isso. — Ginny levantou a mão e abriu um largo sorriso, mostrando os dentes — Ele ameaçou o meu irmão. Você entende, não é? Família sempre vem em primeiro lugar, Yaxley. Eu tinha que fazer algo, já que esses patetas estavam paranoicos demais pra isso.

   Rony rolou os olhos para o alto e jogou mais pipoca na boca, ignorando a fala da irmã mais nova. Hermione fingiu não ouvir.

— Me faça o favor de não ficar com todo o crédito dos assassinatos. — Harry a encarou — Não é porque você não tem coração, que nós sejamos inúteis.

— Claro. — Ginny suspirou — Eu e você colocamos a mão na massa, fazendo o trabalho de apagar essas pessoas. Hermione foi a estrategista, quem bolou os planos e se preocupou em apagar todas as pistas que pudessem levar a nós. Já Rony, é... um bom carro de fuga. — A menina ignorou o gesto do irmão que ergueu o balde de pipoca como se fosse uma taça de vinho — Mas não estou falando dessas mortes, estou falando de quem começou tudo isso, porque foi eu que matei o Marcus.

— Seu monstro! Monstro! — Millie gritou, se debatendo e querendo saltar pra cima de Ginny — Maldita! Mil vezes maldita!

   Ginny gargalhou.

— Você não tem ideia do quão fácil foi acabar com ele. Estava dormindo, como um anjinho, tão indefeso e fácil de ser drogado, então ele agonizou até morrer...

   Millie sentiu lágrimas caírem de seus olhos.

   Ginny prosseguiu.

— Tudo isso teria acabado se você não tivesse inventado de investigar, se você tivesse ficado quieta, ninguém precisaria ter morrido. Você cavou sua própria cova, Milenna.

— Vocês me levaram a isso! — A garota gritou — Foi um de vocês que deixou os bilhetes, não foi? Falem!

— Só para deixar as coisas mais divertidas. — Rony sorriu — Por que não, né?

— Seu pateta! — Ginny revirou os olhos, mas sorria — Mas bom, digamos que meu irmão foi bem certeiro nessa brincadeira, não posso negar que foi divertido, como se tivéssemos criando nosso próprio filme de terror.

— Vocês estão loucos! — Ela gritou — Os filmes os deixaram loucos!

— Não culpe os filmes, Milenna! — Harry gritou — Filmes não criam psicopatas, filmes só os deixam mais criativos.

— Billy Loomis. — Ginny sorriu

   Millie forçou novamente as cordas, finalmente percebendo o tipo de amarração que tinha sido feito. Seus braços poderiam estar para trás, mas ela podia senti-los, não era hora de desistir, precisava se livrar, precisava lutar por sua vida.

  Havia perdido tempo demais deixando as emoções transparecer, isso não era do seu feitio, nunca foi. Lógica, estratégia, determinação. Eles se enganaram se achavam que ela iria se render sem lutar.

— Onde está o Tony? — Perguntou ela — O que fizeram com ele?

— Ele não tá morto, se é o que está pensando. — Ginny contou — Apenas ferido e desacordado como Lisa, não temos nada contra os dois, só matamos quem fica no nosso caminho.

— Vocês mataram o Ernie. — Ela rebateu, estava trêmula, ou só parecia estar trêmula, não era hora de ficar abalada

   Millie acabara de esticar as mãos atadas, discretamente, tentando achar alguma fraqueza, mas continuavam firmes, era, de fato, um excelente nó.

— Você acreditou que ele fosse o assassino. — Harry desdenhou — Tão patético, e aquele idiota sendo louco por você, já você, na primeira oportunidade desconfiou mesmo dele. Só umas palavrinhas da Gin e você mesma o teria matado, não teria?

— Nunca! — Ela gritou — Nunca!

   A raiva se apossou do seu corpo, mas ela era boa em controlar emoções, e precisava desse controle agora. Millie direcionou sua raiva para as mãos, forçando-se a não gemer, gritar, ou esboçar reação quando deslocou o osso do dedo médio direito, tentando imaginar que era o pescoço de Harry Potter.

   A dor era absurda, mas necessária, o dedo deslocado em uma posição estranha pareceu escorregar pela corda, abrindo finalmente um pequeno espaço.

— Vocês são patéticos. — Ela precisava de tempo. O rifle de caça não estava em lugar algum, o que era bom, ela podia jogar com eles, tinha chance. Por Mark, por Draco e por Ernie. — Não passam de quatro adolescentes ricos e mimados que pensam que a terra gira em torno de vocês, que se acham mais importantes que o resto do universo, que tudo, tudo tem que ser sobre vocês! Que ninguém mais importa, se não seus próprios narizes.

   Hermione torceu o nariz, irritada, dando um pulo de cima do piano e se aproximando.

— Sua vadia desprezível! — Ela grunhiu. Millie se viu relembrando da única ligação que recebera do Ghostface, o timbre podia ser diferente, por conta do modelador de voz, mas estava claro quem a ligara — Como se você não fosse exatamente assim antes dos seus papaizinhos criminosos serem presos.

— E o que os faz melhores que meus pais? A ficha criminal de vocês também não está nem um pouco legal agora.

   O tapa lhe atingiu o lado direito do rosto com força e firmeza. Ela sentiu a ardência, mas teve que se segurar para não sorrir.

   "Idiota.", cantarolou no pensamento.

   Aconteceu rápido, em um movimento brusco. A corda escorregou para seus dedos, molenga, e ela a segurou com força, passando os braços para frente e forçando-a sobre o pescoço de Hermione, tão rápido que eles mal tiveram tempo de reagir antes que Millie a impulsionasse e a jogasse para cima do piano.

   Os outros três demoraram um pouco para raciocinar, tempo que Millie aproveitou para se mexer, não era hora de parar.

— Você não vai conseguir escapar! — Ginny gritou em fúria

   Millie fazia uma análise mental da casa. Sabia que a porta da frente estava trancada, mas tinha que haver outra saída. Claro que havia.

   Seus pés a levaram depressa para as escadas, tentando montar um esquema de fuga na cabeça, só precisava chegar a uma janela, apenas isso.

— Eu pego ela. — Anunciou Rony

— Vai logo! — Ginny gritou

   Ela sentiu a adrenalina preencher seu corpo enquanto corria pela vida, mas suas pernas estavam fracas, e as escadas pareciam mais longas.

   Mas Rony corria logo atrás dela, pernas compridas, parecendo se divertir.

Millie. — Ele cantarolou — Bora lá. Quer brincar de cão e gato? Sabia que eu sempre quis te pegar?

— Vai se foder! — Millie gritou contornando a escada

— Vai você! — Ele gritou de volta

   Millie parou. Os olhos dela se depararam com o corredor, correndo por ele enquanto ela ofegava tentando pensar.

— Você não vai fugir! — Rony chegava perto

   Ela se virou, tentando se esquivar ao senti-lo perto demais, focou toda sua força na perna quando a ergueu, um perfeito chute bem no meio das pernas dele.

— Porra! — O menino ruivo gritou, apertando os olhos, antes de sentir o empurrão

   Millie não tinha medido sua força, mas o observou perder o equilíbrio quando ele cambaleou para trás, bem no guarda-corpo da escada, mas ele não era suficientemente alto como ele, e o menino pareceu voar, não escorregando nos degraus, mas por cima dele.

   A garota se aproximou depressa, parecendo ver a queda em câmera lenta, o modo como ele gritou, sua cabeça batendo em cheio no corrimão abaixo da escada que tinha o formato de "L" antes de cair sobre uma mesa de madeira, quebrando-a.

   Millie arregalou os olhos, ofegante. Viu os rostos de Ginny, Harry e Hermione – que ainda amaciava o pescoço – aparecerem para ver o que acontecera com o ruivo.

— Rony. — Hermione correu para perto dele

   Então os olhos dos dois assassinos foram para cima e encontrarem Millie.

— Eu vou te matar, sua vadia! — Ginny vociferou, erguendo sua faca e a encarando com ódio

   Millie não deu tempo para Ginny a alcançar, se adiantando no corredor que levava para os quartos e entrando na segunda porta, fechando-a por dentro, bastante feliz de encontrar a chave no lugar.

  Ela se virou e tentou observar rapidamente o quarto, não era o do casal Weasley, isso era claro, esse era nitidamente diferente, com paredes de um verde musgo suave e pôsteres de esqueletos de dinossauros que pendiam, alguns ainda com suas formas originais, outros artisticamente desenhados, mostrando como seriam vivos e em movimento.

   Millie não precisou observar tudo para descobrir a quem aquele quarto pertencia, a estante de madeira escura, que ocupava um canto das paredes, estava repleta de livros sobre paleontologia, biologia evolutiva e arqueologia, o que já parecia dizer tudo.

— Charles. — Millie suspirou para si mesma — Charlie Weasley.

   Ela nunca o conhecera, mas que outro irmão de Ginny e Rony era um lunático paleontólogo com amor por criaturas incompreendidas?

   Mas Millie não tinha tempo para pensar nisso, precisava agir, não observar a decoração de Charlie. A garota só se apressou em atravessar o quarto até a janela. Era larga e emoldurada por uma cortina grossa de um tom acinzentado, com um sofá-cama atrelado a ela e prateleiras com livros.

   Ela suspirou quando subiu as cortinas, tentando juntar coragem e ignorar a dor do dedo quebrado. Precisava sair dali, ela apenas tinha que sair dali.

   O som de passos ecoaram pelo corredor, e Millie sentiu uma sensação de claustrofobia, como se as paredes, antes aconchegantes, se tornassem uma armadilha.

— Millie! — O grito de Ginny ressoou — Aparece!

   Ela parecia estar passando a faca pela parede, a arranhando com força, fazendo o ruído reverberar pelo ouvido de Millie conforme o pânico aumentava.

   Millie voltou a encarar a janela, ainda fechada, estava ofegante, o coração batendo descompassado quando inclinou-se para ver a altura, o que só serviu para alavancar mais seu terror.

— São só alguns metros. — Tentou considerar — Talvez se eu me segurar no batente, com um impulso...

— Milenna! — Ginny voltou a gritar, e dessa vez, veio o barulho

   O coração de Millie errou as batidas quando percebeu que a ruiva acertara a porta.

— Você tá aí, não tá? — Ela usou uma voz fria, arrepiante, como se fervilhasse — Sua vadia, você matou meu irmão!

   Millie levou uma mão a boca, tentando se conter e não fazer barulho, mas aquelas palavras a deixaram em êxtase. Rony? Rony estava morto?

   "Você matou o meu.", ela se viu retrucando na mente, mas não se atreveu a falar.

   Seus olhos passearam pelo quarto mais uma vez. Teria um telefone ali? Ela conseguiria sinal? Ou será que a janela era a melhor opção?

   Mas e se Millie pulasse? Se, nas melhores das hipóteses, sobrevivesse a queda, o que faria? Começava a perceber agora que não tinha as chaves de Ernie, nem mesmo sabia dirigir e nem como chegar até a cidade.

   Ela suspirou fundo mais uma vez. Se ao menos acreditasse em algo, ela poderia rezar, mas não tinha a quem interceder. Mesmo assim, Millie se viu olhando para cima.

— Mark... Dray... Ernie... eu amo vocês... por favor, me ajudem...

— Abre essa porta, Milenna! — Veio novamente um baque que fez a madeira ranger. Ginny deveria estar usando o cabo da faca para isso — Eu sei que você está aí! Abre a porra da porta!

   Okay, ela precisava agir.

   Millie começou a mexer nos ferrolhos da janela, abrindo-a.

— Você não pode se esconder para sempre, Milenna! Acha mesmo que vai conseguir fugir? Quem vai acreditar em você!? Você não é ninguém, esqueceu?

   Millie respirou fundo, tentando não pensar no quanto ela estava certa. E se não acreditarem nela?

   Mas ela não podia desistir, precisava viver.

   O vento frio inundou o quarto quando Millie conseguiu com muito esforço abrir a janela, seu pânico não melhorando nada com a nova sensação. Ela se inclinou no batente e quase infartou, sabia que a queda podia ser fatal se não tomasse cuidado, mas precisava sair daquela casa, já, cada batida na porta parecia soar como um alerta.

Millie!

   A porta rangeu sob mais uma investida, e Millie percebeu que o tempo se esgotava. Hermione e Harry deveriam continuar na sala de estar. Eles não perceberiam se ela descesse, perceberiam?

   Millie se apoiou na janela, segurando forte no batente e tentando não suar, o que parecia difícil, pois as batidas frenéticas do seu coração continuavam tão fortes quanto antes.

— Millie! — O grito de Ginny era uma mistura de fúria e desespero — Eu vou acabar com você!

    E, com um estrondo, Ginny conseguiu arrombar a porta. Millie arregalou os olhos percebendo o estrago da fechadura, que a ruiva conseguira estragar com a ajuda da faca, fazendo-a abrir. Agora ela estava ali, há apenas alguns metros de Millie.

— Sua idiota! — Ginny gritou, mas com uma risadinha de escárnio, a faca de chef brilhando ameaçadoramente em sua mão

   Millie passou os dois pés para fora da janela, o frio se juntando ao seu medo não melhorava em nada o clima.

— Você acha que vai sobreviver se pular? — Ginny riu — Acha que tem alguma chance de você sair daqui? Tá com esperanças, Mileninha?

    O medo envolvia Milenna como uma névoa densa, quase sufocante. Ela sentia vontade de chorar, de gritar, de implorar, mas se manteve firme, não se humilharia nesse ponto. Se tivesse que morrer, seria melhor saber que até o último momento foi ela mesma, sem perder seus princípios.

— Vocês são uns monstros. — Ela falou com a voz impassível, tentando não demonstrar medo

   Ginny sorriu. Millie não entendeu o motivo. A ruiva continua lá, sem se mexer, nenhum movimento sequer. O vento soprava com mais força, quase como se estivesse puxando-a para fora do quarto. Ela podia sentir a adrenalina pulsando em suas veias.

   Ela deveria ter pulado.

   Sabia que deveria ter pulado.

   Um movimento brusco a pegou de surpresa.

   Ela ouviu, antes de sentir o impacto.

   O som de um rifle...

   Foi como deslizar... porque ela realmente escorregou. O impacto da bala a atingiu na cabeça, tirando todo o equilíbrio que mantinha pra permanecer sentada na janela. Ela não percebeu os passos do lado de fora, não notou que Ginny não estava sozinha, não esperava que Harry aparecesse e sacasse novamente o rifle, ela só sabia que caía...

   Sua consciência foi deixando seu corpo antes que ele encontrasse o chão. A vida parecendo lhe escorregar pelos dedos. Millie só olhou para o céu, mas seus olhos também viram a janela, o rosto presunçoso de Ginny e Harry a olhando de cima.

Feliz Halloween, Millie. — Foi o que suas vozes pareceram dizer, flutuando junto com o vento

   Millie não teve certeza, pois seus olhos já haviam se fechado antes do forte impacto de seu corpo com o solo.




































💀 YOU DIED 💀

e foi isso bruxinhos

especial um pouco longo

mas esse foi especial

espero que tenham gostado

obrigada pela presença

voltem quando quiserem

quem sabe na próxima você ganha o jogo

THE END

Hello bruxinhos!!

   Atrasei? Um pouco, mas aqui está a parte final. Confesso que estou sentindo um grande carinho pelo especial desse ano, é diferente do habitual, mas acho que consegui transmitir tudo o que queria. Kkkkkkkk, de novo sem final feliz. Não vão me matar, né? kkkkkkk, calma que o especial de natal tá muito fofo, eu juro. E ano que vem eu mudar a vibe, promessa kkkk.

   Ahh, continuem acompanhando a fic que em breve trago novos contos. Até a próxima, bruxinhos.

— Bjos da tia Nick.

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