❦ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐒𝐞𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚 ❦
Natal em família é onde ocorre tudo bem, assim o pessoal diz. Principalmente quando você se reúne com a família que quebra o pau o ano inteiro e no final aparecem dizendo que se amam.
Os meus dois lados tinha se reunido, a família do meu pai e o da minha mãe. Renata tinha chamado até os meus amigos, por conta do casamento que ia ser no dia vinte e sete. Lzinn, Bak e Thaís vieram passar o natal aqui nem casa.
Eu já tinha matado a saudades dos meus parentes, principalmente da minha avó que foi uma mãe que não tive. Meu pai estava todo feliz, até quando conheceu Victor como meu namorado, o homem ficou todo contente, dizendo que a filhinha dele estava crescendo.
Obviamente fui zoada pelo meus amigos, me chamando de bebezinha, minha avó já falou que meu namorado era um pedaço de mal caminho, eu tinha que tomar muito cuidado com as minhas amizades. Coringa não era acostumado receber tantos elogios, então ele só ficava vermelho, parecendo o próprio pimentão.
O Natal começou bem naquela noite, os parentes do meu pai, a minha avó, meus dois tios e uma tia, mais a prima prodígio, estava presente. Às minhas avós tinha uma briga boba, porque dona Arlete acha que se não fosse pela minha mãe, meu pai poderia está fazendo uma faculdade.
Agora dona Elinalva, já dizia que a culpa não era dela se a filha quis fugir com outro cara e deixando um marido com uma filha pra cuidar. Esse é o motivo para o pau come todo final do ano.
A prima prodígio era Soraya, a garota só porque tinha passado na Federal em medicina, era o motivo de orgulho da minha avó Arlete, ela falava que a garota tinha um futuro de verdade, ao invés de ficar na frente de um computador ou celular.
Estava todo mundo na sala reunido, tia Renata conversava tranquilamente com uns parentes, ela apresentava o noivo pra todo mundo, algumas pessoas o reconhecia por conta do seus shows de stand-up. Bak e Thaís estavam enturmando com todos ao seu redo, eu gostava demais daquele casal.
Lzinn como sempre, comia e ao mesmo tempo falava mal do vestido da minha prima. Nunca vi alguém falar mal das pessoas tão rápido como Lucas, esse arrumava defeito a onde nem tinha.
Victor continuava sem saber o que fazer, ele ainda estava na fase de adaptação com a minha família. Meu tio André adorou o rapaz, até perguntava se ele não queria capinar um lote com ele, mas meu pai o salvou falando que visita não trabalha.
Todo mundo já tinha se reunido na sala, minha avó estava feliz demais, principalmente depois de me ver. Eu por outro lado, já não me desgrudava da mulher, a onde ela ia, eu estava atrás, me sentia nos velhos tempos.
- Como tá suas coisas lá minha fia?. - Minha avó Elinalva pergunta.
- Tá tudo bem meu amor. - Dou um abraço nela. - Só muito trabalho e correria, mas estou feliz lá.
- Eu fico feliz demais. - Ela aperta a minha mão. - Esse seu namorado é uma graça, ele é todo bobinho por sua causa sabia?.
Olhei para Victor, o mesmo me olhava e logo disfarçou, esse garoto era um descarado.
- Sério?. - Perguntei baixinho pra ela.
- Conheço oia de paixão de longe meu amô - Ela passa a mão no meu rosto. - Ocê não tá diferente, tá toda apaixonada.
Dou uma risada alta, realmente ela não mentiu.
- Pior que tô vó. - Falei olhando novamente para o meu namorado. - Ele é tudo pra mim.
- Me lembrei da época que conheci seu avô. - Ela da um sorriso fraco. - Ele era um homem maravilhoso, apesar de ser rígido com os nossos filhos, mas era um bom pai.
Dou um abraço nela, gostaria de ter conhecido o meu avô, apesar dele sempre ser uma pessoa considerada rígida, ele era um bom pai, só de tia Renata me contar as histórias, eu já sabia que por trás daquela fama toda, tinha um homem que amava seus filhos de verdade.
- O mãe, tô ficando puta já. - Falando na tia Rê.
- O que aconteceu?. - Minha avó se separa de mim. - Não me diz que a Soraya tá dando em cima do Thiago de novo?.
- Ela tá doidinha pra levar um socão. - A mulher fala segurando o ar pela boca.
- Tia relaxa, pode ser que ela conhece o trabalho do tio e ser fã.
- Aí aí. - Escuto sua risada. - Fica nessa, que jaja ela vai lá pra cima do Victor falando que é fã do trabalho dele.
- Relaxa, confio no meu taco. - Pisco pra ela.
- Até a hora que ocê se irritar e joga o taco nela. - Minha avó fala fazendo a gente rir.
Falando na prima problema, ela realmente foi conversar com Victor, pelo que eu percebi Thiago não deu a atenção que a mulher queria e fez a garota sair de perto. A criatura divina se aproxima da gente rindo alto, certeza que meu tio está fazendo várias piadas sobre essa situação.
- O Rê, seus parentes são uma figura. - Thiago fala rindo. - Nunca vi tanta gente estranha.
- Meus parentes? É tudo da Mavi. - Ela fala cruzando os braços. - Eu vi ela jogando muita asa pro senhor.
- Pra mim? Ela tá bebendo muita cachaça então. - Thiago fala abraçando minha tia. - Tu sabe que eu só tenho olhos pra você minha loira.
- Ih vó, bora vazar daqui. - Falei segurando no braço da minha avó. - Eles vão ficar de lenga lenga na nossa frente.
- Vai te catar mal amada. - Renata fala. - Fica de olho, jaja a sua prima querida se joga nos braços do seu macho.
- Já falei que confio no meu taco. - Falei para o casal. - Quer ver?.
Olho para Victor que estava no maior papo com a garota, parece que ele sentiu o meu olhar sobre ele, porque já ouve uma troca de olhares nossa. Apenas mandei um beijo é o chamo de gostoso pelo meus lábios sem fazer som nenhum.
O garoto sorri e devolve o elogio, a minha prima me olha e da um sorriso amarelo, mas eu estava tranquila, não ia brigar por conta de homem. Pisco para o garoto e logo me despeço do pessoal, vou em direção à cozinha.
Ao chegar no local começo a procurar um copo vazio, hoje eu não tinha bebido nada. Até que sinto uma mão na minha cintura e um beijo no pescoço, já sabia quem era apenas pela pegada.
- Cansou de falar com a minha prima querida do coração?. - Falei abraçando suas mãos que estavam em volta de mim.
- Se eu te falar que não entendi absolutamente nada do que ela falou, você ia ficar chocada. - Victor da risada no meu ouvido. - Não tinha como focar em nada tendo você na minha frente.
- Levanta boiola. - Falei rindo. - Minha avó falou que você tá todo apaixonado.
- Ela não mentiu. - Ele me dá outro beijo na bochecha. - Aliás, quando a gente vai pode dá um perdido, saudades de tu.
- Garoto, a gente tá em família aqui. - Dei risada.
- Não disse que precisa ser aqui na sua avó, mas em outro lugar, sabe?. - Ele começa a beijar meu pescoço com mais intensidade. - Meu carro, num motelzinho, entre outros.
- Amor, a gente vai depois. - Fechei meus olhos. - Deixa só passar essa festividade.
- Vou cobrar. - Victor sussura em meu ouvido.
A gente se separa e logo Lzinn aparece na cozinha correndo, certeza que aconteceu alguma coisa pra ele vim rápido.
- Gente, tá rolando uma treta de vó lá na sala. - Ele fala rindo. - Tua avó falou que a sua prima é uma sem vergonha e não tem capacidade de arrumar um marido e quer tomar dos outros.
- E a dona Arlete disse o que?. - Victor pergunta.
- Falou que a neta é o orgulho dela, que tudo era uma mentira descarada, só porque a moça passou na faculdade de Medicina. - Lucas fala cruzando os braços. - Aí o pau começou a comer, vamo la ver.
E lá vai eu ir atrás daquelas duas teimosas, as minhas avós não se davam bem porque eu era mais apegada a minha vó Elinalva, diferente de Arlete que eu não cresci ao seu lado. Ela queria que eu fosse uma engenheira, mas acabei virando gamer e a sem futuro da família.
- Larga a mão de ser tapada Arlete, tua neta não vale um real. - Minha avó falou só pra piorar a situação.
- Você diz isso porque tem inveja que a minha neta foi bem cuidada por mim, teve educação e hoje pode fazer uma faculdade de Medicina. - Arlete fala. - Agora a nossa neta que foi criada com você, olha o que se tornou? Fica na frente de um computador e acha que é muito.
Agora me ofendeu, não é possível que eu esteja escutando uma coisa dessas. Dou uma risada alta, agora eu ia dizer o que estava entalado na minha garganta. Antes de qualquer coisa, minha avó fala na minha frente.
- A minha neta é gamer, cumade. - Elinalva diz sorrindo. - Ocê acha que foi fácil? Essa menina tentou desisti várias vezes, me ligava chorando e eu sempre disse pa ela ir atrás do seus sonhos... No final deu tudo certo, essa menina é o meu maio orgulho.
Naquele momento um sentimento de alegria se fez presente, não foi fácil chegar a onde cheguei, eu só queria voltar pra casa e fingir que nada aconteceu, mas minha avó sempre me incentivou a ir atrás dos meus objetivos, devo tanto a essa mulher.
- A Mavi é o meu orgulho. - Meu pai fala entrando dentro de casa, tadinho foi buscar a namorada e chegou no meio da treta. - Não é porque ela não cresceu do seu lado mãe, que a garota não teve um futuro. - Ele sorri pra mim. - A minha filha me ensinou tudo que eu deveria saber, eu aprendi a ser um pai e mãe, foi difícil? Foi, mas hoje ela é uma mulher que me dá orgulho todos os dias, uma gamer incrível.
Essa família fica me testando, não é possível, eu já estava quase chorando, até que sinto a mão do meu namorado em minha cintura e me abraçando, Victor sabia cuidar de mim nos piores momentos. O clima ficou pesado depois daquela discussão, até que vejo meu tio André com a pequena Sofia aparecendo na sala.
- Eai, quem quer pavê? Ou será pra comer?.
- Tava faltando. - Escuto a voz de Lzinn de longe.
Eu dou uma risada, só ele mesmo que conseguia tirar esse clima de enterro do lugar. Vejo Soraya dando risada, aquilo foi um gatilho pra Renata jogar o pavê na mulher.
- RENATA DO CÉU. - Meu pai gritou em tom de desespero.
Soraya devolve jogando o pudim na minha tia. Logo minha avó Arlete chega jogando a gelatina na minha tia, isso só fez a minha outra avó jogar o suco na mulher. Aí começou uma guerra de comida, misturada com puxão de cabelo.
- Meu Deus Mavi, o que tá acontecendo?. - Bak me pergunta do nada.
- Todo ano é assim?. - Lzinn me pergunta. - Me chama pra passar o natal com vocês mais vezes, por favor.
Até a coitada da Thaís que estava quieta, levou uma tortada na cara. Gabriel ficou indignado e logo devolveu a torta em um dos meus tios. Victor coitado só ficou rindo, até que a minha vó jogou uma colher em sua direção.
Peguei uma taça de champanhe que estava ao lado e me sentei na poltrona vendo a cena. Aquele é o famoso Natal em família.
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Depois daquele episódio, todo mundo já tinha se limpado, minha avó Arlete pediu desculpas pelas palavras ditas, ela não sabia o que passei, às vezes que pensei em desistir e voltar pra casa. Ela sentia falta da minha companhia, já que sempre fui criada pela minha outra avó.
Tudo voltou "ao normal, todo mundo já tinha feito as pazes e logo meus tios se reuniram pra fazer um churrasco. Eu estava com os meus amigos conversando sobre os novos projetos que íamos fazer no próximo ano.
Vejo um carro preto parar na frente da casa, logo sai um casal com um menino pequeno. Não sei explicar a sensação que passou por mim, um nervoso talvez?. A moça me olha sorrindo, aquilo só me fez tremer, não podia ser quem eu estava pensando.
Ela se aproxima da gente, no mesmo instante seguro na mão de Victor, o rapaz me olha sem entender nada por poucos instantes. A mulher cumprimenta todo mundo com um boa noite e concentra seu olhar em mim.
- Oi Vitória.
- Oi?. - Falei tentando entender quem poderia ser.
- Você cresceu tanto, tá tão linda. - A mulher fala quase chorando.
- Valeu. - Forcei um sorriso.
- Eu tô sem palavras. - A mulher enxuga uma lágrima.
A gente fica em silêncio, realmente eu já sabia quem era, mas queria escutar de sua boca.
- Me desculpe a pergunta, mas você me conhece da onde?. - Apertei mais a mão de Victor.
A mulher solta um suspiro.
- Eu sou sua mãe.
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(1/?)
Esse foi o capítulo espero que vocês tenham gostado ♡
Não esqueçam de votar e comentar, pra ajudar no engajamento da fic.
Lembrando que começamos a última maratona de Confusion, sexta feira a gente se despede de Mavictor😔.
Acho que é isso, até mais tarde meus amores ♡
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