❦ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐐𝐮𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚 𝐞 𝐂𝐢𝐧𝐜𝐨 ❦
Acordo com dona Renata abrindo as cortinas do quarto que já identifico que não era meu. Abro meus olhos e vejo a madame com os braços cruzados, lá vem as broncas.
- Encheu o cu de cachaça e agora tá com ressaca. - Ela puxa a minha coberta. - Bora Maria Vitória, você tem um vídeo da loud pra gravar.
- Aí tia, me deixa. - Viro para o lado.
- Tá fazendo pirraça? Maluca eu vou te deitar na chinela. - Escuto ela dar alguns tapa na cama. - Acorda Maria Vitória.
- Ela tá enrolando?. - Escuto a voz de Victor. - Deixa que eu acordo.
- Boa sorte, tô quase batendo nela. - Minha tia fala saindo do quarto.
Escuto a risada do Victor, logo menos sinto um corpo em cima de mim. Ninguém respeita o meu sono, não é possível.
- Bora bebê, levanta que tem vídeo da loud pra gravar. - Ele sussura no meu ouvido. - PH vai ligar e brigar contigo.
- O meu Deus. - Me levanto e ele logo cai para o outro lado da cama. - LEVANTEI, SATISFEITO?.
- Amém. - Ele se levanta. - Mavi, não se atrasa pelo amor de Deus.
- TÁ VICTOR. - Peguei meu chinelo e fui correndo para o meu quarto.
Decido tomar um banho e me arrumar, estava com a maquiagem toda borrada, também por conta da noite anterior, bebi mais do que devia e quase estraguei o meu rolo com Victor.
Aliás, tenho impressão que aconteceu algo no seu quarto, mas minha mente não me ajuda a lembrar. Não sei explicar a sensação de paz que sinto toda vez que entro no box e deixo aquela água quente bater nas minhas costas.
Gostava de refletir a minha vida debaixo do chuveiro, principalmente a noite, quando tomo banho no escuro, é uma terapia e tanto pra mim. Como se tudo na minha vida fosse decidido nesses momentos de paz e solidão.
Termino meu banho e me arrumo rapidamente, certeza que Leandro vai bater na porta do meu quarto, já que ele agora é o responsável pelas gravações e fotos do dia. Dito e feito, já escuto alguém bater na minha porta.
- Dez minutos, não se atrase Mavi. - Ele fala com a voz abafada.
- TO INDO. - Grito na intenção dele escutar.
Só faço uma maquiagem rápida, com a base, corretivo e uma máscara de cílios, nem vou tentar fazer um delineado, do jeito que eu sou ruim nisso, era capaz de borrar a minha cara inteira e chegar mais atrasada do que já estava.
Me olho pela última vez no espelho e saio correndo, se eu chegasse mais um dia atrasada, Bruno ia ficar sabendo e uma bronca linda eu ia levar. Chego na sala e o pessoal já se preparava para começar a gravação.
- A Cinderela chegou. - Mob fala levantando do sofá. - Leu a pauta ou quer um resumo?.
- Eu li uma parte. - Falo sorrindo amarelo. - Bom, me ajuda aí.
Mob me explica detalhadamente como iria funcionar o vídeo, enquanto esperávamos Leandro chamar Voltan. Outra também que bebeu demais na festa e só acordou porque Babi chamou.
Todo mundo já estava reunidos na sala, obviamente depois daí, tínhamos uma sessão de fotos. Eu ia participar de dois vídeos, o primeiro e o último, então ia dá tempo de olhar a pauta rapidamente. Quem ia abrir o vídeo? Exatamente, euzinha só pra ferrar com tudo.
- No três a gente começa, respira e lembra da pauta. - Leandro fala no fundo.
- Eu nem li. - Falei baixinho suspirando.
- Um, dois, três. - Ele dá um sinal pro rapaz da câmera. - Gravando.
- Falaaa galera, sejam bem vindos a mais um vídeo do canal da loud. - Dou o meu melhor sorriso. - Pra quem não me conhece, eu sou a Mavi.
◈ ━━━━━━━━ ● ━━━━━━━━ ◈
- Tô morta. - Me jogo no sofá no final de tudo. - Preciso aprender a dirigir.
- Isso tudo por conta de um desafio?. - GS pergunta.
- Nem é por isso. - Dou um suspiro. - Mas eu sou a única na casa que nunca pegou um carro na vida.
- Complicado Mavi. - Ele dá de ombros.
- Bem que você poderia me ensinar o básico.
- Por que?. - Gilson cruza os braços. - Não é mais fácil você aprender na auto escola?.
- Sim, mas você me ensina o básico, pra eu chegar abafando na auto escola. - Me levanto. - Por favor? Só quero ter uma noção.
- Beleza. - Ele sorri. - Mas primeiro, arruma um carro.
- Vou pedir pro Victor, acho que é mais fácil. - Falo indo em direção ao quarto do rapaz. - Já volto.
Abro a porta e encontro o rapaz mexendo em algo no seu computador, parece que estava arrumando as coisas para entrar em live.
- Oi bebê. - Dou um selinho no mesmo. - Tá lindão hoje.
- Aham. - Ele me puxa pela cintura. - O que você quer?.
- Me empresta a chave do seu carro?. -Falei fazendo carinho no seu rosto. - Não vou dirigir, mas o GS vai me ensinar o básico de um carro, só vou aprender os nomes.
- Sabia que a multa era grande, pega tá ali em cima. - Ele dá um sorrisinho de lado. - Não é pra dirigir.
- Obaa. - Dou vários selinhos nele. - Você é demais.
- Olha lá em Maria Vitória, toma cuidado.
- Pode deixar bebê. - Pego a chave e vou para a saída. - Boa live.
- Obrigado e se cuida. - Ele pisca pra mim e volta a atenção pro PC.
Saio de seu quarto com as chaves na mão, obviamente eu não ia dirigir, só queria saber como funcionava as coisas, principalmente onde ficava o botão da seta e outras coisas.
◈ ━━━━━━━━ ● ━━━━━━━━ ◈
- Beleza Maria, o cinto de segurança você já conhece certo?. - Gilson fala ao meu lado enquanto eu colocava as mãos no volante.
- Claro que sim, é o principal.
- Exato. - Ele continua me explicando. - Aquele ali é o freio, tem a embreagem e o acelerador.
- Tá, mas pra que que serve isso tudo?.
- A embreagem serve pra você dar a partida no carro ou quando for trocar de marcha. - Ele aponta. - O freio pra você parar o veículo e diminuir a velocidade. - Gilson aponta para o outro. - E o acelerador é pro carro aumentar a velocidade e se locomover.
- Entendi. - Falei toda empolgada e sem querer aperto na buzina.
- Acho que deu pra entender né?. - Gilson fala.
- Vamos testar então. - Falo ligando o veículo.
- Mavi, calma aí. - Ele dá uma respirada. - Primeiro de tudo você precisa abaixar o freio de mão, se não você fica parado.
- Desse jeito?. - Falo abaixando um negócio que identifiquei como o freio de mão e o coloquei para baixo.
- Exato, agora você solta a embreagem e acelera devagar. - Gilson fala ao meu lado.
Era pra ter sido devagar, mas eu tomei um susto tão grande quando o carro arrancou para frente, que apertei com força e logo a Porsche se locomoveu com rapidez.
- MARIA DO CÉU. - Gilson grita ao meu lado. - PÕE O PÉ NO FREIO.
- ONDE É O FREIO?. - Falo desesperada pisando em tudo.
- A GENTE VAI BATER. - Ele fala e por fim.
A Porsche de Victor acaba batendo num hidrante, nesse exato momento percebi a merda que eu tinha feito. Eu bati uma Porsche Panamera 4 em um hidrante.
- Eita. - Falo me recuperando da batida.
- Você tá bem?. - GS pergunta e segura meu rosto. - Tá viva... O Coringa vai matar a gente!.
- Eu tô fudidinha da Silva.
- MARIA!!. - Escuto a voz da pessoa que eu menos queria ouvir naquele momento. - O MEU CARRO.
A porta do motorista é aberta com rapidez, Victor parecia preocupado demais, não sabia se era por conta da Porsche ou por minha causa.
- Você tá bem? Se machucou? Fala comigo. - Ele segura o meu rosto. - Maria!!.
- Tô bem Victor. - Dou um sorriso. - Me desculpa, desculpa.
- Sai daí. - Ele me ajuda a sair do carro.
Realmente eu estava boa, Gilson também não tinha se machucado, foi só um susto. O único prejudicado foi o coitado do carro.
- Olha... - Gilson tenta falar algo.
- Que bom que não se machucou. - Ele estava puto. - Você me prometeu que não ia dirigir. - Ele cruza os braços. - Porra Maria!! Você não sabe dirigir e quase se machucou.
- Desculpa... - Abaixo minha cabeça, me sentia uma criança tomando bronca do pai.
- Você tá ligada que vai pagar pelo concerto né?. - Seu maxilar estava trancado, aí senhor. - Tô muito puto com você, só fala comigo amanhã.
- Vitinho... Desculpa, eu vou pagar pelo concerto. - Falo indo atrás do mesmo.
- Vitinho nada! Hoje não quero falar contigo. - Ele me olha novamente. - Eu tô muito nervoso com você, to me segurando pra não te tacar dentro do lixo ou te xingar.
Ele pega a chave em minhas mãos e estaciona, não tinha o que fazer, eu tinha feito uma bagunça enorme. Realmente, Victor passou a maior parte do dia me ignorando, o pessoal da casa até tentou falar com ele, mas Coringa não queria papo comigo.
Todo mundo estava fazendo live, decidi ir novamente tentar me redimir com Victor, poxa, um dia inteiro sem ganhar uns beijinhos era chato. Dou uma respirada alta e abro a porta do quarto.
Ele estava deitando na cama e olhando pra parede, com a mesma cara de bravo quando eu o vi mais cedo.
- Tô entrando. - Falo trancando a porta. - Posso?.
- Já tá aí. - Ele continua olhando para o lado.
- Ei, olha pra mim. - Falo me sentando ao seu lado. - Me desculpa, eu só queria tentar aprender a dirigir, eu sempre incômodo vocês para me levar em algum lugar, achei... Que aprendendo o básico ia dá certo.
- Ok. - Ele olha pra mim pela primeira vez. - Fiquei com medo de você ter se machucado. - Ele faz uma pausa. - Na hora eu nem pensei tanto na Porsche foi mais em você.
- Perdão Victor. - Coloco as minhas mãos no seu rosto. - Pelo susto e pela batida.
- Tá tudo bem. - Victor sorri. - Mas você vai pagar o concerto.
- Vou sim. - Dou um beijo no mesmo. - Mas assim, se acaso um bebê aparece no meio, eu ia pagar o concerto?.
- Como é?. - Ele me olha.
- Assim... - Pego suas mãos. - Talvez eu esteja grávida e você é o pai.
Naquele momento Victor se engasgou com o ar, pronto matei o menino do coração, ele começa a tossir. Depois de se recuperar da quase morte ele me puxa pro seu colo.
- Maria pelo amor de Deus, me diz que isso é mentira. - Seu olhar demonstrava desespero. - Um bebê? Como assim Maria Vitória.
- É, um bebê papai. - Falei sorrindo. - Ainda tenho que pagar pela Porsche?.
- Claro que sim, meu filho não tem culpa pelas bobagens da mãe. - Ele olha pra mim rindo. - Mas, é sério que você tá grávida?.
- Claro que não Victor. - Dou um chutinho no mesmo. - Tô correndo de filho, eu só queria correr de pagar pelo concerto.
- Desgraça, quase morri do coração. - Ele me dá um tapa na coxa. - Você tem que parar de brincar com o meu coração dessa forma.
- Ficou em choque?.
- Amada, não tenho estruturas pra ser pai agora. - Ele me dá um selinho.
- Que bom, nem eu tenho. - Me acomodo mais em seu colo. - Amanhã a gente vai no mecânico ver o valor da multa.
- Tá bom. - Ele me deita. - Agora bora aproveitar que todo mundo tá em live e vamos se pegar um pouquinho.
- Será que você merece?. - Falo fazendo um carinho na sua nuca.
- Mulher, você bateu meu carro, mereço tudo. - Victor fica no meio das minhas pernas.
- Você vai usar isso de desculpa, tô até vendo. - Aperto sua bochecha.
- Pra ter você todas as noites. - Coringa me olha enquanto arruma os fios do meu cabelo. - Vou usar sim.
Por fim a gente se beija, aproveitamos bem duas horas conversando e ficando, mesmo estando em um clima agradável, já estava imaginando quantas parcelas eu ia fazer pra pagar o concerto daquele carro.
Uma coisa é certa, só vou pegar um carro quando eu tirar carteira, até lá, vou andando de uber.
.
.
.
Esse foi o capítulo, espero que vocês tenham gostado ♡
Me diverti escrevendo esse capítulo, porque já me imaginando tirando a carteira dessa forma.
Comentem e votem pra ajudar a amiguinha aqui ♡
Tem uma fic nova disponível no meu perfil com um membro da Loud, depois vão lá dar uma conferida ♡
Já estamos quase chegando a 4K de votos, tô preparando a maratona! Vocês são demais ♡
Se cuidem amores e bebam água
Até Sexta ♡
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro