|Capítulo 05|
P.O.V Jackie Maybank
Assim que chegamos ao cais, o lugar estava um caos. Policiais, guardas do porto, ambulâncias… parecia que algo grande tinha acontecido. Todos ao nosso redor estavam curiosos, cochichando e apontando para a movimentação. Segui meu irmão e os meninos até um canto mais afastado, onde outros grupos de jovens se amontoavam, tentando entender o que estava acontecendo. John B e eu nos sentamos sobre uma mesa, enquanto eu tentava captar as conversas ao redor.
— Quem é? — perguntei, minha curiosidade crescendo.
— É o Scooter Grubbs. — respondeu uma menina próxima, parecendo saber de tudo. — Estava no mar durante a temporada. Olha só a foto que tirei. — ela puxou o celular e começou a procurar algo na galeria.
No momento em que ia dar uma olhada, senti mãos cobrindo meus olhos.
— Nada disso, pirralha! — disse JJ com aquele tom provocador de sempre.
— Porra, JJ! — resmunguei, tirando as mãos dele do meu rosto com um tapa.
— Qual era o barco dele? — JJ perguntou, agora curioso, enquanto se sentava ao meu lado.
— Não sei como um Zé Ninguém tinha um Grady-White novinho. — respondeu a menina, balançando a cabeça. — Está todo mundo querendo saber o que aconteceu. — ela completou, enquanto JJ e eu trocávamos olhares rápidos, já sacando que tinha algo errado nessa história.
Meus olhos foram para o corpo coberto sendo colocado na ambulância. A cena não saía da minha cabeça.
(...)
Mais tarde, estávamos na varanda da casa do John B. Eu me distraía com uma bola de futebol, girando-a nas mãos, enquanto JJ estava largado na cadeira ao meu lado. O ambiente estava tenso, mas ninguém queria admitir.
De repente, Pope apareceu correndo, abriu a porta com tudo e entrou sem nem respirar.
— Então... nós não vimos nada, certo? — perguntei, antecipando a resposta óbvia.
— Isso mesmo. — Pope fez um gesto com as mãos. — Amnésia coletiva total, galera.
Ele se jogou em uma cadeira, tentando parecer tranquilo, mas era claro que estava nervoso.
— Pela primeira vez, o Pope está certo. — JJ riu, apontando para ele. — Às vezes eu concordo com você, sabia? A gente nega, nega e nega. — ele se levantou e foi até John B, exagerando nos gestos dramáticos.
— A gente não pode ficar com a grana. — Kiara disse, cruzando os braços e lançando aquele olhar moralista que só ela tinha.
— Nem todos podemos ter tudo nessa vida, Kie. — respondi, encarando-a de lado.
— Temos que entregar para a Lana Grubbs. — Kiara insistiu. — Senão, vai ser ruim para o nosso carma.
— Vai ser pior se envolver num crime. — Pope rebateu, sério. — Então, é melhor negar tudo.
— Se isso significa que podemos ficar com a grana, então eu concordo. — JJ disse, dando de ombros, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Eu não concordo. — John B interrompeu, se afastando da roda.
— Por que não? — perguntei, levantando uma sobrancelha, curiosa com a atitude dele.
— Pensa só. — rle começou, os braços cruzados, claramente irritado. — Estamos falando do Scooter Grubbs, certo? O mesmo cara que compra cigarro avulso no porto. Eu vi ele pedindo dinheiro num estacionamento porque estava sem gasolina. Esse cara é um marinheiro vagabundo que nunca teve mais de 40 dólares no bolso. E agora, de repente, ele tem um Grady-White? — John B fez um gesto com as mãos, parecendo indignado. — Só estou dizendo.—suspirei, já cansada do discurso.
— Quer saber? — me levantei, segurando minha bola. — Pela cara do John B, ele vai começar a dar um discurso e convencer todo mundo. JJ, como sempre, vai ser Maria vai com as outras e entrar na onda. — neu irmão riu, como se achasse graça.
— Onde você vai? — perguntaram JJ, John B e Pope ao mesmo tempo. Olhei para eles por cima do ombro.
— Vou ver se meu campo de futebol não foi destruído. — respondi, simplesmente. — Vejo vocês depois.
(...)
Cheguei ao campo e, assim que vi o estado em que estava, soltei um suspiro pesado. A grama estava destruída em vários lugares, e as marcas de pneus pareciam um lembrete de que nada escapava ao caos em Outer Banks. Antes que eu pudesse respirar fundo e tentar ignorar, ouvi a inconfundível voz de Nathan Thornton.
— Ora, ora, olha só quem apareceu. A estranha de Outer Banks. — ele zombou, com aquele tom que fazia meu sangue ferver.
Fechei os olhos com força por um segundo, tentando não perder a paciência. Quando me virei, lá estava ele, com um sorriso irritante no rosto e acompanhado de seus amigos, todos Kooks, claro.
— E olha só quem está aqui. O maior idiota de Outer Banks. — retruquei, cruzando os braços e o encarando.
Nathan não gostou da resposta, mas, como sempre, disfarçou com arrogância.
— Essa é a área dos Kooks, sabia? — rle disse, apontando ao redor como se fosse o dono do lugar.Olhei em volta, observando o campo destruído, antes de voltar a encará-lo.
— Engraçado, porque eu não vejo o seu nome nem o de qualquer outro Kook idiota escrito por aqui. — falei com sarcasmo. — Então, acho que isso significa que é uma área pública, não sua.
Os amigos dele riram baixo, mas Nathan não parecia achar graça.
— Eu odeio essa menina. — rle murmurou, mas alto o suficiente para que eu ouvisse.
— Ah, ótimo, porque eu também te odeio. — retruquei, sem pensar duas vezes.
Nathan deu um passo à frente, fechando o espaço entre nós, e me empurrou levemente pelo ombro, me desafiando. A raiva subiu instantaneamente, e antes que pudesse pensar, empurrei-o de volta com força.
— Qual é o seu problema, hein? — disparei, olhando diretamente para ele.
Ele me encarou por um momento, os olhos fixos nos meus, como se esperasse que eu recuasse. Mas eu não recuava, não com ele, nunca.
— Meu problema? Meu problema é você. Sempre andando por aí como se pertencesse a algum lugar que não é seu. — ele respondeu, a voz carregada de irritação.
— E o seu problema é achar que o mundo inteiro gira em torno dos Kooks. — rebati. — Mas adivinha só? Não gira.
Ele deu uma risada baixa, quase incrédula, mas com um brilho nos olhos que me deixou desconcertada por um segundo.
— Sabe o que é engraçado? — ele começou, inclinando a cabeça. — Por mais que eu te odeie, você nunca foge. Nunca desvia. Acho que no fundo, você gosta disso.
— Ah, me poupe. — respondi, revirando os olhos. — O que eu gosto é de te provar que você não manda em tudo.
Ele deu mais um passo à frente, tão perto que eu podia sentir o cheiro do perfume dele misturado com o sal do mar.
Mais um capítulo postados amores espero que gostem 🥰 ♥️
O que acharam desse capítulo amores???
Meta 20 curtidas e bastante comentários.
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