|Capítulo 01|
P.O.V Jackie Maybank
Estava no meu quarto, debaixo das cobertas, rabiscando no meu caderno. Sabia que o furacão Agatha chegaria amanhã, talvez à tarde, e assim que acordasse, eu iria para a casa do John B. Estava tão focada que nem percebi quando a porta abriu e, em um instante, a coberta foi puxada de cima de mim. Dei um grito, assustada, e vi JJ rindo de mim.
— Idiota! — resmunguei, me sentando de joelhos na cama.
— Diabinha, arruma uma mochila. Vamos pra casa do John B hoje. — disse ele, com um ar de urgência.
Olhei para ele, confusa, pronta para perguntar o motivo, mas então escutei a voz do papai, bêbado, vinda lá da sala. Suspirei e só me levantei da cama. JJ saiu do quarto, e eu peguei minha mochila, jogando algumas roupas dentro dela o mais rápido que pude. Calcei os tênis, dei uma última olhada no quarto e saí, ouvindo o som de uma discussão entre JJ e nosso pai na sala. Apertei as alças da mochila e segui na direção deles.
— Vai lá atrás de puta, JJ! Só isso que você sabe fazer! — reclamou papai, com a voz arrastada, JJ olhou para ele, sem abaixar a cabeça.
— E você vai atrás de bebida, como sempre. — respondeu JJ, já caminhando até a porta. — Jackie, vamos.
Eu comecei a ir até ele, mas antes que pudesse sair, senti meu braço sendo puxado.
— E onde você pensa que vai, hein? — perguntou papai, apertando meu braço com força. — Quero meu jantar.
— Papai, tá machucando meu braço... — murmurei, tentando me soltar. — JJ!
— Solta ela, pai! — JJ se aproximou e empurrou papai, que me soltou de imediato. Me escondi atrás do meu irmão, segurando a blusa dele.
— Como se atreve, JJ?—Papai se aproximou, furioso.—Eu preciso da minha filha aqui pra fazer o jantar!
— Ela não tem obrigação de nada. — JJ retrucou, firme.
— JJ, vamos logo... — pedi, baixinho, puxando ele para a porta. Enquanto recuávamos, vi minha bola de futebol no chão, não resisti e peguei ela, posicionando-a.
— Se vocês saírem por aquela por... — ele começou, mas antes que terminasse a frase, chutei a bola com força. Acertou em cheio no rosto dele, que recuou e caiu no sofá, desmaiado de bêbado. JJ se virou para mim, de olhos arregalados.
— Agora ele calou a boca. — falei, sorrindo satisfeita.
— Vamos sair antes que ele acorde.—
JJ riu, balançando a cabeça.
(...)
P.O.V Narradora
Jackie estava na cozinha, concentrada em preparar sanduíches para ela e os meninos. Com cuidado, empilhava os ingredientes, e, com um sorriso satisfeito, ajeitava a bandeja antes de seguir em direção à varanda, onde JJ e John B conversavam em voz baixa.
Na varanda, John B encarava o amigo, incrédulo. JJ, empolgado, contava sobre o plano maluco de pegar ondas em meio à tempestade que se aproximava.
— Cara, você tá maluco? — John B disse, balançando a cabeça. — Não dá pra você ir surfar com um furacão a caminho.
— Qual é, John B?—JJ riu, mas com uma pitada de irritação.—Vai ficar bancando o responsável agora? Por que não?
— Porque Jackie é o motivo, JJ— John B suspirou, cruzando os braços.—Você acha que vai deixar ela sozinha aqui, enquanto você se arrisca no mar? Eu também sou maluco, mas não a esse ponto.—JJ começou a abrir a boca para protestar, mas John B não deu espaço.— Nem começa, JJ. Ela confiou em você pra trazê-la aqui, e você vai meter o pé pro mar e deixar a garota sozinha? Não, não vou deixar você fazer isso.
JJ, pela primeira vez, mordeu o lábio, processando as palavras de John B. No fundo, sabia que ele estava certo, mas admitir isso era difícil. John B esperou a reação, observando o amigo finalmente concordar com um leve aceno de cabeça.
— Tá bom, tá bom... — murmurou JJ, com um suspiro resignado.
Antes que ele pudesse dizer mais, Jackie surgiu na varanda, equilibrando a bandeja com os sanduíches e um sorriso de satisfação.
— Hora do lanche! — ela anunciou, colocando a bandeja entre os dois.
Os meninos agradeceram, e Jackie pegou um dos sanduíches, dando uma mordida, enquanto observava os dois com curiosidade.
— Do que vocês estavam falando? — perguntou, o olhar alternando entre JJ e John B.
John B lançou um sorriso despreocupado.
— Ah, nada demais, só coisa de Pogue. — ele respondeu, e JJ rapidamente assentiu, evitando seu olhar.
(...)
Na manhã seguinte, John B saiu cedo para resolver um compromisso, deixando JJ e Jackie sozinhos na casa, completamente entediados. O tempo passava devagar, e, como sempre, Jackie encontrava formas de implicar com o irmão mais velho. Cutucava-o, dava leves puxões em seu cabelo, e JJ rebatia com risadas e zombarias, fingindo não se importar. Por trás do divertimento, porém, Jackie estava surpresa. Esperava que JJ tivesse ido surfar com os amigos, mas, em vez disso, ele havia ficado com ela, o que a deixava, secretamente, mais tranquila.
À medida que as horas passavam, o céu começou a escurecer, e o furacão Agatha se aproximava com força. Logo o som do vento aumentou, e Jackie, assustada, se escondeu debaixo da cama de John B, tremendo a cada ruído intenso que ouvia. As janelas vibravam, e o vento parecia invadir a casa com ameaças invisíveis.
— Jackie? Onde você tá? — JJ chamou, olhando em volta até vê-la com apenas a cabeça para fora da cama, os olhos arregalados.
Ele caminhou até ela, estendendo a mão, e Jackie finalmente saiu debaixo da cama, ainda nervosa. Um estrondo alto ecoou do lado de fora, e, assustada, ela agarrou o braço do irmão, se apertando contra ele.
— Ei, tá tudo bem, tá bom? — JJ murmurou, abraçando-a. Ele puxou uma coberta, sentou-se no chão, encostado na parede, e acomodou Jackie ao seu lado. Ela se ajeitou no braço dele, deitando a cabeça em seu ombro.
— Não gosto desses barulhos… — murmurou Jackie, os olhos fixos na janela que tremia.
— Eu sei… — JJ disse, passando a mão nos cabelos dela de forma carinhosa. — Mas logo vai passar, prometo.
Jackie fechou os olhos, tentando acalmar a respiração, enquanto JJ continuava a fazer carinho nos cabelos dela.
(...)
Jackie havia adormecido, mas foi despertada por um som estranho ecoando pela casa. Com os olhos ainda pesados de sono, notou JJ dormindo profundamente ao seu lado. Com cuidado, ela se levantou e pegou o velho taco de beisebol que o tio de John B deixara por ali, apertando-o com as mãos trêmulas. Andando pelos corredores escuros, avançou em direção à sala, onde uma figura misteriosa se movia.
Sem pensar muito, Jackie se aproximou silenciosamente e desferiu um golpe rápido com o taco nas costas da pessoa.
— AÍ! — gritou John B, dobrando-se de dor e virando-se para encará-la, seu rosto contorcido de surpresa e sofrimento.
Jackie congelou por um segundo, percebendo o que havia feito, e riu sem graça.
— Ah, desculpa, John B… Eu... achei que fosse um invasor! — explicou ela, tentando disfarçar a risada que já escapava.
O grito de John B despertou JJ, que apareceu na sala ainda meio sonolento.
— Que tá acontecendo aqui? — ele perguntou, esfregando os olhos.
— Sua irmã me acertou com um taco! — reclamou John B, ainda segurando as costas, com uma careta de dor.
Ao perceber a cena, JJ não resistiu e caiu na risada.
— Ai, Jackie, você é demais! — ele disse, dobrado de tanto rir.
Jackie, contagiada, também começou a rir, incapaz de segurar o riso ao ver John B tão indignado.
— Vocês dois são a definição de encrenca, sabiam? — resmungou John B, sacudindo a cabeça, ainda dolorido. — Agora eu tenho certeza de que vocês são mesmo irmãos.
Mais um capítulo postados amores espero que gostem 🥰 ♥️
O que acharam desse capítulo amores???
Meta 20 curtidas e bastante comentários.
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