𝐒𝐀𝐑𝐀𝐇 𝐀𝐆𝐔𝐀𝐑𝐃𝐀𝐕𝐀 𝐂𝐎𝐌 𝐎𝐒 demais a saída de Polignac e sua esposa do apartamento, para então instalarem as câmeras. Assim que o casal deixou o local, Roi e Sarah dirigiram-se ao edifício em frente à sua hospedagem. Ambos portavam fones de ouvido imperceptíveis, silenciosamente, trocavam olhares enquanto cruzavam a rua, sem proferir uma única palavra.

── Vocês estão muito duros, vocês são um casal que tão indo para uma festa na casa de um amigo, não para um funeral — Através dos fones, Roi e Sarah escutaram Damian. O jovem agiu decididamente, atraindo Sarah para junto de si e colocando sua mão na cintura dela.

Roi encostou Sarah delicadamente na porta do edifício, simulando um instante romântico para permitir que ele abrisse a porta. Contudo, Sarah aproveitava a situação para provocar sutilmente o rapaz.

── Você tá muito em cima de mim, a minha mão não tá alcançado — Roi apontou, percebendo que Sarah estava habilmente aproveitando a situação para ficar próxima dele.

── Seu perfume é muito bom, sabia? — Sarah provocou-o. Ao perceber a aproximação de duas pessoas, ela aproveitou para dar um beijo no canto da boca do rapaz e o atraiu para mais perto, colando seus corpos completamente.  

── Que porra é essa? O Berlim ta — Roi começou a falar, mas Sarah interrompeu-o ao colocar a mão sobre sua boca, silenciando-o.

── Apenas abre essa porta logo — Sarah afirmou, estava se divertindo, mas desejava encerrar rapidamente, pois reconhecia que tudo não passava de uma encenação.

Berlim observava atentamente através do telescópio, ouvindo cada palavra que trocavam. Suas mãos cerradas denotavam a contenção da raiva, ciente de que aquelas provocações eram apenas o início das investidas prolongadas de Sarah. Detestava ser comandada e via na situação uma forma de punir seu padrinho por intrometer-se em sua vida amorosa.

── Porta aberta — Roi disse após conseguir abrir a porta, ele se afastou rapidamente de Sarah que deu um sorrisinho de lado percebendo que não seria nada fácil conquistar ele.

Keila e Cameron rapidamente se uniram ao “casal”, fingindo ser amigos indo a uma festa na casa de um amigo. Cumprimentaram uma senhora antes de subirem até o andar onde ficava o quarto de Polignac.

O grupo adentrou o apartamento e iniciou os preparativos para posicionar as câmeras discretas. Um cachorro surgiu, e Sarah prontamente envolveu-se em brincadeiras com o animal. Ela não apreciava as partes monótonas do plano, seu desejo era por ação e aventura, não passar o tempo espionando alguém.

── Você tem cachorro? — Roi iniciou uma conversa com Sarah enquanto instalava a câmera na pequena árvore. A garota o encarou, sem interromper as brincadeiras com o animal.

── Eu tinha um quando era criança, mas ele sumiu e depois nunca mais quis adotar outro — Sarah contou, ela possuía um grande amor pelos animais.

── Depois que esse roubo terminar você pode adotar um — Roi sugeriu terminando de instalar a câmera.

── É — Sarah concordou, não era uma má ideia.

Sarah ergueu-se do chão onde brincava com o cachorro e dedicou-se à sua tarefa, substituindo a lâmpada normal colocando a com câmera no lugar.

── As doze estão ativas, todo mundo pra fora — Ordenou Damian.

O grupo dirigiu-se à porta quando subitamente ouviram o som de chaves e perceberam que ela estava prestes a ser aberta.

── Se esconde — Sarah comunicou a Keila e apressou-se ao lado de Roi em direção ao quarto.

── Ta vindo alguém — Roi informou a Cameron que se dirigiu rapidamente ao banheiro.

Keila, prevenida pelo aviso de Damian sobre o alarme, prontamente o ativou enquanto Sarah e Roi se encolhiam nervosos debaixo da cama, trocando olhares apreensivos.

Ao entrar no apartamento com dois cachorros, o homem começou a procurar pelo animal do dono do apartamento. Sarah notou o cachorro brincando ao lado, a bolinha rolou em direção a Roi. O cachorro, animado, tentou se enfiar sob a cama, mas Roi rapidamente arremessou a bolinha, direcionando o cachorro na direção do outro homem.

Sarah e Roi voltaram-se para o lado, deparando-se com outro cachorrinho que os observava. Roi gentilmente afastou o cachorrinho que saiu de perto deles quando o homem o chamou.

Após algum tempo, conseguiram deixar o prédio e retornaram à sua hospedagem. Sarah experimentou a adrenalina do plano pela primeira vez e estava entusiasmada para a próxima.

Após retornar ao quarto, ela decidiu desfrutar de um banho para relaxar e descansar um pouco, mesmo que não tivesse realizado muitas tarefas. Enquanto penteava os cabelos, batidas à porta interromperam seu momento.

── A gente pode conversar? — Roi questionou assim que Sarah abriu a porta.

── Claro, entra — Sarah sorriu cordialmente, embora um toque de astúcia se insinuasse em seu sorriso.

── Não, eu prefiro ficar aqui — afirmou Roi, enquanto Sarah o encarava com uma expressão de confusão.

── Pode falar então — Sarah cruzou os braços curiosa.

── Eu ia te falar antes, mas a gente tava microfonado. Antes quando tava forçando a fechadura e você quase beijou a minha boca, me pareceu que você passou dos limites e eu não tô falando porque eu tenho problema com você, tá? Não é isso, eu só prefiro que a gente tenha uma relação profissional —Enquanto Roi falava, Sarah o observava, tentando segurar um sorriso, ele estava irresistivelmente encantador.

── Na minha parte era profissional, um casal de velhinhos estavam passando na nossa frente, tínhamos que manter a aparência de um casal — Sarah mentiu, ela realizou aquilo intencionalmente ── Mas relaxa, mensagem entendida.

Sarah tentou fechar a porta, mas Roi a segurou, impedindo-a de se fechar. A garota o encarou.

── E eu também consegui ver pelo espelho, você me olhando enquanto eu me trocava, uma coisa bizarra, né? — Roi perguntou.

── Vamos ser sinceros, Roi. Eu quero você e você me quer, não adianta tentar esconder isso — Sarah provocou-o ao se aproximar do rapaz.

── Ai que você se engana, eu não quero você — retrucou Roi, e Sarah riu.

── Então você não vai se importar se eu fizer isso — Sarah aproximou lentamente seu rosto do de Roi, simulando um beijo, ele ficou nervoso, e a garota se afastou com um sorriso nos lábios.── Foi um prazer conversar com você, Roi

── Eu só não quero que tenha algum tipo de confusão — Sarah iria fechar a porta, mas olhou para Roi quando ele começou a falar novamente.

── Confusão tipo o que? — Sarah perguntou confusa.

── Tipo uma relação ou uma tentativa de relação — Sarah assentiu sem tirar seus olhos do rapaz ── Ou uma suposição sobre uma possível relação.

── Claro, mas eu preciso te falar isso, sabia que você fica ainda mais gato de óculos — Sarah provocou mais uma vez.

── Eu ganhei do Berlim — Roi contou.

── Ele sabe das coisas — Sarah disse.

── É, a gente é amigo a muito tempo e aqui eu sou tipo o braço direito dele — Roi disse, Sarah sorriu.

── E daí você faz tudo o que ele manda? Ele também confia muito em mim, mas eu não fico fazendo tudo o que ele manda como você. Porque eu sei que foi ele que mandou você ficar longe de mim —Sarah disse com um sorriso no rosto.

── Muito pelo contrário, a partir de hoje eu sou a sua babá porque parece que ele não confia tanto assim em você pra precisar que alguém tome conta de você — o sorriso sumiu do rosto de Sarah.

── Tem mais alguma coisa pra falar? — Sarah indagou, e o rapaz negou com a cabeça. ── Então boa noite

Sarah fechou a porta na cara de Roi e, apoiando-se nela, soltou um suspiro. Aquele rapaz estava prestes a deixá-la louca.

➳Eu espero que vocês estejam gostando.

➳A partir de amanhã os capítulos vão começar a serem postados mais tarde, mas vou tentar postar todos os dias.

➳Perdão pelos erros.