𝟏𝟓° 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎
𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐎 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐎𝐔 𝐏𝐀𝐑𝐀 𝐎 𝐇𝐎𝐓𝐄𝐋, Sarah não sabia exatamente como eles iriam resolver sobre o colar que tinham perdido, mas sabia que aquilo poderia causar problemas a eles.
Sarah estava quase atrasada assim como os outros dois, o passeio noturno não tinha acabado como eles esperavam. Logo que chegaram no hotel, eles trocaram de roupas e pegaram suas malas já que sairiam juntos de Paris com Damian.
A entrada do hotel a frente do qual eles estavam, haviam muitos polícias o que indicava que o plano estava seguindo seu rumo corretamente como Berlim tinha planejado.
── Prontos? — Sarah perguntou a Cameron e Roi logo que saiu do elevador.
── Sim — Cameron respondeu.
Os três saíram do hotel com suas malas, os policiais pareceram nem notar a saída deles, afinal eles eram apenas três jovens saindo do hotel no qual estavam hospedados. Eles se encontraram com Damian um tempo depois, o mais velho os esperava no motorhome, eles seriam uma família feliz viajando, os González. Cameron se chamaria Martita, José Luís seria o nome de Roi, Sarah se chamaria Melina e Damian seria um viúvo.
Sarah estava em um dos bancos do motorhome enquanto Damian dirigia o automóvel, Roi se sentou na frente dela.
── Berlim vai me matar quando descobrir sobre o colar — Roi disse baixo apenas para que Sarah escutasse.
── Relaxa, é só um dos colares — Sarah estava tentando ser positiva. ── Nem tudo sai totalmente perfeito.
Roi suspirou. Eles continuaram a viagem até a saída de onde estavam, Sarah estava cada vez mais ansiosa. Tudo estava devidamente calmo até que os quatro avistaram carros de polícia.
── Fiquem tranquilos — Damian disse, os três jovens se olharam nervosos.
Cameron começou a colar adesivos pelo motorhome na parte de dentro para que indicasse que eles viajavam, quando ela terminou de arrumar tudo, Sarah começou um lanche e colocou sob a mesa para que indicasse que ela estava comendo, Roi foi levantar, mas ela impediu sabendo que ele iria fazer algo sem pensar.
── Relaxa — Sarah disse com a mão sobre a dele. ── Vai dar tudo certo, é só fazer como combinamos.
Roi era o mais nervoso entre eles, o garoto se levantou e abriu o armário pegando as latas que estavam os colares, ela levantou o tapete que cobria a saída por baixo do motorhome.
── Que porra você tá fazendo, Roi? — Cameron perguntou.
── Se a polícia subir no motorhome, eu saio pelo alçapão — Roi disse abrindo a saída.
── É só ficarem tranquilos, a gente não deixou uma única merda de ponta solta — Damian disse enquanto dirigia, os três mais novos se olharam.
── Isso você não sabe, mas certeza que essa hora a história já explodiu, e se tiverem pegando a gente em uma câmera? — Roi perguntou desesperado. ── E se tiverem rastreado o motorhome?
── Para com isso — Damian mandou e Roi abriu a saída.
── Se eles te pararem, eu pulo — O garoto disse.
── Tem polícia ali na frente seu idiota, eles vão te ver, fecha esse alçapão agora caralho — Damian disse irritado.
── Tem uma casa ali — Cameron apontou.
── Para ali — Sarah disse ficando em pé, ela sabia que Roi estava nervoso por causa do colar e ela começou a ficar também. ── Ele desce sem ninguém ver
── Vocês também? — Damian perguntou indignado para as garotas. ── Guarda essas latas, somos uma família viajando de férias.
Damian já havia perdido a paciência e não tinha notado que estava em alta velocidade.
── Cuidado, você vai atropelar eles — Cameron gritou fazendo com que Damian pisasse no freio.
Sarah sentiu seu corpo ser jogado para frente, ela se segurou para que não caísse, rapidamente ela pegou as latas e colocou no armário novamente enquanto Roi fechou o alçapão, os dois voltaram para seus lugares.
Um policial se aproximou da janela de Damian apontando a arma.
── Você é maluco? — o policial perguntou para o mais velho. ── Ia me atropelar?
── Me desculpa, eu me distraí, a gente tava conversando. — Damian explicou. ── E eu não vi que…
── Você quase me mata — O policial disse.
── Me desculpe de verdade, eu não tinha te visto. Meus filhos estavam discutindo e eu estava tentando amenizar a situação. — Damian disse, o policial olhou para a janela vendo Roi e Sarah.
── Eles estavam discutindo sobre o que? — O policial perguntou.
── Ele queria parar para comer e ela não porque já é a segunda vez em duas horas — Damian disse ── Você sabe, adolescentes brigam por qualquer coisa.
── Mostra os documentos — mandou o oficial, Damian assentiu. ── E abre a porta do motorhome.
── Sim! Martita pega para mim os documentos e Melina abre a porta — As garotas assentiram.
Sarah obedeceu se levantando para abrir a porta do automóvel, dois policiais entraram mandando eles ficaram parados enquanto eles olhavam em volta. Damian entregou os documentos ao policial enquanto o outro olhava os armários
── De onde vocês vem? — o policial perguntou.
── De Versalhes — Damian respondeu. ── A gente passou uns dias em Paris e ontem a gente deu um pulo em Versalhes.
── Tem alguma coisa para mostrar? Que não seja o saquinho de sanduíche ou as lembrancinhas? — o policial apontou para os adesivos colados.
── Eu não sei, eu não tenho certeza — Damian disse enquanto começava a procurar algo em sua carteira. Ele entregou um papel para o policial que eram as informações do hotel.
── Vocês saíram do hotel às quatorze e quarenta? — O policial perguntou e Damian assentiu. ── E o que faz uma família espanhola pelas estradas da França agora? Não tem escola? Tão de férias?
── Não tão exatamente de férias — Damian começou a falar, mas Sarah o interrompeu.
── É uma viagem de homenagem, para nossa mãe — Cameron fez uma pausa. ── Pra nossa mãe, uma despedida.
── Ela morreu há três semanas — Sarah respirou fundo, aquilo a fez lembrar de sua mãe, mesmo que aquela parte fosse sua ideia, ainda doía. ── O sonho dela era fazer essa viagem todo mundo junto, mas ela não teve tempo.
Os olhos da garota se encheram de lágrimas, aquele era um dos sonhos que sua mãe queria ter realizado ao lado de sua filha, seriam apenas as duas viajando por aí juntas.
O outro policial abriu o armário no qual estavam as latinhas de conserva os quatro ficaram tensos. O policial pegou a urna que tinham as cinzas da mãe deles.
── Ela vai ficar com a gente até a gente chegar nos Pirineus — Cameron disse olhando para o vaso.
── E até sair daqui também — o policial disse. ── Nesse país é proibido jogar cinzas de uma pessoa sem uma autorização judicial.
── Vocês nem poderiam andar por aí com essas cinzas. — O policial que estava com a urna disse, ele colocou sob a mesa. ── É uma questão ambiental, pelas substâncias contaminantes envolvidas numa cremação, metais de próteses dentárias ou até mesmo ósseas. Vocês entendem? É a lei, vocês não podem viajar com isso
── Mas o que isso significa? — Sarah perguntou nervosa.
── Vocês vão confiscar a minha mãe? — Roi perguntou.
── Só um momento, isso é um completo absurdo — Damian disse.
── Por acaso esse não é justamente o país da liberdade? — Roi perguntou aos policiais. ── Da igualdade? Da fraternidade?
── Calma aí, fica sentado — o policial disse assim que Roi se levantou.
── Fica quieto, José Luís e senta aí — Damian mandou e o garoto obedeceu.
── Abre essa urna e as latas de conserva — o policial mandou.
Sarah olhou para a urna que estavam as cinzas, sem pensar duas vezes a garota pegou e saiu correndo do motorhome com os policiais atrás dela. Um dos policiais atirou para cima, mas não foi o suficiente para fazer Sarah parar até que ele atirou um pouco a frente dela a assustando, alguns oficiais pararam em volta dela.
── Pro chão — um dos policiais mandou e ela obedeceu com o rosto cheio de lágrimas, mas sem largar a urna. ── Larga isso
A garota negou agarrada ao objeto, o policial tentou pegar a urna dela, mas ela não largou e começou a lutar para que ele não conseguisse pegar, Sarah largou deixando que a urna caísse no chão fazendo com que as cinzas que estavam na dentro caíssem no chão, ela começou a chorar mais enquanto juntava os restos das cinzas.
── Deixem ela, é só uma menina — Damian disse correndo até eles com Roi e Cameron atrás dele. ── Ela é só uma menina.
── Tá tudo bem — Damian disse a abraçando.
── Minha mãe — Sarah disse chorando, aquele choro não era totalmente falso, estava sendo uma forma de liberar toda a dor que ela sentia desde a morte de sua mãe.
Cameron e Roi também a abraçaram, Roi sabia que aquele choro não era falso e sim um escape para Sarah.
── Podem abrir tudo, registrem o que vocês quiserem, mas deixem a gente em paz — Damian disse para os polícias. ── Vocês atiraram em uma menina
── Porque ela saiu correndo, a sua filha se colocou em perigo — o policial se defendeu
── Agora tirem esse motorhome daí e continuem a viagem — o outro policial disse.
Sarah conteve um sorriso ao ouvir as falas do oficial. Os quatro voltaram para dentro do automóvel, os policiais liberaram a estrada e eles seguiram viagem.
── O que acharam da minha atuação? — Sarah perguntou limpando o rosto enquanto sorria.
── Digna de Oscar — Damian disse e todos riram. ── Cameron, liga para a Keila e pro Bruce.
A viagem seguiu tranquilamente, Sarah olhava o caminho inteiro por onde eles passavam, ela nunca tinha se imaginado naquela vida, mas estava adorando toda aquela adrenalina.
Não sei quantos capítulos faltam para terminar, mas até o fim do ano eu termino, final do ano quer dizer antes do dia 15 de dezembro.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro