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Esta é a minha rua
Eu sorrio para os rostos
Eu conheci toda a minha vida
Eles me consideram com orgulho
E todo mundo é doce
Eles dizem: você está indo a lugares
Então, como posso dizer
Que enquanto eu estava fora
Eu tinha muito a esconder
Ei pessoal! Sou eu
A maior decepção que você conhece
O garoto não conseguiu invadir
Ela está de volta e está andando bem devagar
Bem-vindo a casa
Apenas Respire

𝑩𝒓𝒆𝒂𝒕𝒉𝒆
ᴵᶰ ᵗʰᵉ ᴴᵉᶤᵍʰᵗˢ

AS SETE E MEIA DA MANHÃ, Rosa Santiago despediu-se do irmão mais novo com um beijo estalado na têmpora antes de descer do focus sedan preto carregando uma caixa plástica laranja com alguns pertences para enfeitar a mesa de trabalho. O rapaz sorria orgulhoso por, finalmente, Rosa estar trabalhando perto de casa e não ter que escutar mais os lamentos de dona Sônia Santiago sobre a irmã estar enfrentando bandidos a quilômetros de distância. Entretanto a mais velha não estava tão feliz com o regresso para a cidade que prometera apenas visitar nas datas comemorativas.

A velha delegacia era menor e menos convidativa do que Rosa se lembrava. Por mais que o prédio de três andares tivesse uma boa localização no centro da cidade, ficando próximo ao tribunal de justiça e do bar onde Mateo vinha trabalhando como garçom e músico, o que deixava as coisas cômodas tanto na parte profissional quanto pessoal, não soava mais como estar na cidade grande. As coisas estavam estranhamente calmas, não havia policiais correndo para fora da delegacia para resolver grandes casos, nenhum alarde de sirenes como primeiro som do dia, ou seja, estava tudo sem graça.

Disfarçando a careta de desgosto e colocando um sorriso falso na face para não ser chamada de antipática pelos novos colegas, a detetive Rosa Santiago, agora rebaixada para secretária, ingressou no prédio pela porta lateral e subiu as escadas até o segundo andar, onde ficava localizada a sala dos detetives. Cumprimentou alguns colegas de serviço ao passar por eles no caminho, dando um aceno breve de cabeça. Em seu outro emprego aquilo nunca seria possível, primeiro por todos estarem deveras ocupados, segundo que ninguém a respeitaria se fosse uma mulher simpática. Agora, pouco importava, pois uma parte das pessoas que trabalhavam ali estudaram no mesmo colégio que ela durante a infância, outra parte eram amigos ou filhos dos amigos de seu falecido pai que também fora policial, e a outra parte foi passada para trás durante os exames de cadete, fazendo com que ela fosse uma das poucas pessoas e única mulher a ser enviada para a maior cidade do estado.

Com sua irritante pontualidade, Rosa foi a primeira a chegar no trabalho, estando alguns minutos a frente de seus colegas de mesmo patamar. O recinto era pequeno se comparado com a antiga delegacia, possuía quatro mesas organizadas em dupla, uma de frente para a outra, espelhando a mesa dos parceiros na disposição das pilhas de documentos, fichários e telefone. Três dessas mesas já estavam ocupadas, o que deixava claro para Rosa qual seria a dela.

— Detetive Santiago! — Um sorriso breve estampou seu rosto ao ler a placa de metal triangular que estava sobre a mesa vazia, pelo menos ali não havia perdido o título que tanto lutou para conquistar.

Com sutileza ela colocou a caixa que segurava nos braços sobre a mesa e sentou na cadeira de couro, local onde passaria os próximos anos até que seu superior a liberasse para voltar a ativa nas ruas, o que poderia significar "nunca" caso ele fosse tão insuportável e prepotente quanto o seu antigo sargento. Soltando um suspiro longo e pesaroso com a ideia de ficar presa para sempre atrás de uma mesa, ela alisou as pregas de sua camisa salmão recém passada após retirar o blazer cor de grafite e pedurá-lo na cadeira, também aproveitou o momento para arrumar um fio de cabelo rebelde que insistia em escapar do rabo de cavalo perfeito que fizera mais cedo enquanto olhava seu reflexo na placa brilhante.

Não conseguia acreditar que havia alcançado o fundo do poço em seus quase trinta anos, fodendo todos os planos futuros de ter uma vida perfeita, brilhante, cheia de glória e reconhecimento. Ela deveria ter escutado sua mãe, a fervorosa e excêntrica dona Sônia Santiago, de que sua ganância seria sua ruína. Talvez Deus estivesse realmente lhe castigando por ter colocado sua carreira acima de tudo e de todos, como quando ela faltou a escola dominical para jogar bola e acabou quebrando o braço com uma queda feia. Se bem que se ela não tivesse quebrado o braço, não teria visto da janela de seu quarto no hospital os membros da famosa Academia Umbrella defendendo a cidade dos vilões. No final há males que vão para o bem, mas duvidava que esse fosse o caso nessa situação.

Homens cometem erros o tempo inteiro e são glorificados, mulheres cometem deslizes e são apedrejadas. "Deixe os garotos serem garotos" dizem por aí, enquanto isso as garotas são obrigadas a amadurecerem mais cedo. A sociedade é machista e Rosa sempre sentiu na pele o que era ser mulher num ambiente dominado por homens. Ela precisava se esforçar duas vezes, provar o seu valor o tempo inteiro e fazer de tudo para não cometer erros, infelizmente, havia falhado na última parte.

Na profissão de Rosa existem erros imperdoáveis, alguns podendo custar a vida de seu companheiro de ronda ou a própria, como havia acontecido com seu pai no passado, o qual morreu lutando bravamente contra o crime, fazendo com que sua mãe tivesse o dobro de cuidado com ela e ligasse constantemente após cada turno. Assim como também havia acontecido com o companheiro de seu superior, o qual morreu por acidente gerado pelo próprio quando estava no começo de carreira, todos na delegacia sabiam disso, mas não comentavam para não serem perseguidos pelo sargento. Entretanto o erro da Detetive Santiago não envolvia morte de terceiros, apenas um cálculo infeliz de tempo devido a afobação mesclada com a sua necessidade de provação constante, acabando fodendo com todo o esquema de meses que A PRÓPRIA havia montado para prender uma das maiores gangues de narcotráfico do estado. Esse seu deslize foi o suficiente para que o Sargento a humilhasse publicamente e a fizesse ser transferida de volta para aquele inferno de cidade pequena que não acontecia nada de interessante desde que fora sede da Academia Umbrella. O que para ela era injusto, já que o Sargento nunca havia brigado com outro colega de departamento que havia atirado nas bolas de seu companheiro de ronda, mantendo o rapaz que era incapaz de segurar uma arma sem fazer alguma gracinha e vivia dizendo coisas xenófobas para Rosa, as quais todos os outros pareciam ignorar para não sofrerem perseguição do Capitão.

A mulher levantou da cadeira para organizar melhor seus pertences na mesa e também como uma tentativa de se livrar da melancolia que a assolava. Não desejava que seus novos colegas de trabalho percebessem através de suas expressões que era uma perdedora que morava no porão da casa da mãe. A vergonha que trazia consigo por todos saberem do seu fiasco na tentativa de combate às drogas já era o suficiente.

Dirigiu-se a pequena sala lateral que servia como local de descanso e ligou a cafeteira. Para ela não existia nada melhor para curar as amarguras da vida do que um copo quente e forte de café expresso, tanto que havia tomado duas xícaras cheias antes de sair de casa. O perfume dos grãos de café sendo moídos na hora pela máquina preencheram todo o ambiente, pelo menos aquela cafeteira superava a da antiga delegacia.

— Nada melhor como o cheiro de café fresco pela manhã — Uma voz doce e feminina chamou a atenção de Rosa, fazendo com que ficasse levemente surpreendida por ter outra mulher ali. No fundo imaginava que por ser uma delegacia pequena, não haveria outras mulheres no cargo de detetive — Oi, você deve ser a Detetive Santiago. É um prazer conhecê-la. — A outra estendeu a mão para que Rosa pudesse cumprimenta-la com um aperto, o que ela rapidamente fez dando um aperto firme acompanhado de um sorriso simpático verdadeiro — Detetive Patch.

— Prazer! — Ao soltar do aperto de mão, Rosa voltou a dar atenção ao café — Sabe se posso usar qualquer uma dessas xícaras? Não trouxe a minha.

— Pode pegar essa — Eudora apontou para uma xícara amarela levemente alaranjada que mais parecia uma cuia — Sempre deixo uma extra.

— Obrigada! — Agradeceu Rosa enchendo até a metade.

— Gostou da placa? Era de seu pai, Sargento Chedder achou que seria uma boa ideia passá-la para você, eles eram grandes amigos — Disse Patch também se servindo com café fresco.

— Eu gostei — Assentiu Rosa sorrindo sem humor. Ela deveria ter desconfiado que o detetive não era para ela — Então, serei secretária de quem?

— Secretária? — Perguntou Eudora confusa de modo retórico — Não! Você está em probatória, apenas impossibilitada de sair para as ruas. Trabalhará com a burocracia, mas não será secretária de ninguém.

— Não foi isso que me disseram — Disse Rosa arqueando as sobrancelhas e escondendo a cara de deboche atrás da xícara enquanto bebericava o café sem açúcar tomando cuidado para não queimar a língua.

— Eu jamais permitiria que a filha do meu salvador fosse rebaixada de tal forma — O Sargento Chedder ingressou na sala de descanso - Vocês não sabem como é ótimo ver essa máquina trabalhando. — Ele olhou para cada uma das mulheres enquanto falava seus nomes, dando um aceno sutil de cabeça — Detetive Patch! Detetive Santiago!

— Bom dia, Sargento! — Elas disseram retribuindo a formalidade, cada qual no seu tempo.

— Podemos conversar na minha sala, antes de começar o dia? — Perguntou o Sargento de modo retórico enquanto gesticulava com a mão livre para ela o seguir.

— Claro — Rosa concordou, mesmo sem ter outra opção e seguiu o homem.

A sala do comandante não era diferente de qualquer outra sala de superiores. Ela não passava de uma pequena área no canto direito do cômodo, feita com divisórias de gesso e vidro, a porta de madeira escura possuía uma janela opaca rusga com o nome do Sargento Chedder colado com letras douradas, dentro não havia nada além de uma mesa bagunçada com seus pertences misturados com algumas pastas de casos e uma estante cheia de livros de direito, os quais aparentavam serem verdadeiramente usados. O sargento sentou de maneira confortável em sua cadeira de couro após fechar a porta atrás deles e apontou para a cadeira simples com assento de espuma.

— Sinto muito pelo o que aconteceu em Nova York. — Falou o Sargento sem rodeios e com sinceridade quando Rosa ocupou a cadeira.

— A culpa foi minha. — Disse Rosa fingindo não se importar com o passado e assumindo o erro, o qual não teria acontecido se tivesse esperado por seu parceiro.

— Não estou dizendo sobre ter perdido os traficantes. Acho que todo policial entusiasta já deve ter cometido tal erro. Uma tolice iniciante, mas se o pegaram uma vez será fácil a segunda. Era o que seu pai dizia. — Disse o Sargento pegando a Detetive de surpresa — Não, estou falando sobre a humilhação e o lixamento em público. Imagino ter sido terrível, levando em consideração o memorando que recebi.

— Isso significa que poderei sair para campo em breve? — Perguntou Rosa com uma pitada de esperança no peito.

— Não direi em breve, você permanece em probatória — Respondeu o Chedder — Não esqueça que deixou bandidos escaparem, ainda sim é um erro.

— O senhor disse que era um erro normal — Falou Rosa tentando usar as palavras do chefe ao seu favor.

— Para um principiante. — Ele sorriu sem mostrar os dentes — Permanecerá dentro do escritório, além do mais, nada de muito interessante acontece por aqui.

Durante quase meia hora Rosa permaneceu em silêncio, apenas escutando tudo o que o Sargento possuía para falar em relação a rotina dentro da delegacia e quais seriam suas funções durante seu período probatório. Ela pode não ter sido rebaixada diretamente para a função da secretária, entretanto o modo que trabalharia com a burocracia durante o resto do ano soava exatamente como o cargo menos cobiçado.

Passava das oito horas quando deixou a sala do chefe para começar de vez o expediente. A detetive Patch havia tomado a liberdade de deixar alguns fichários criminais sobre sua mesa, tendo escolhido os trabalhos que julgava interessante para que Rosa pudesse se acostumar com a nova rotina tediosa. E foi assim que a detetive passou o resto de seu expediente, sentada atrás de uma mesa dentro da delegacia sem ver a luz do sol até o começo da tarde. Apenas um milagre seria capaz de faze-la odiar menos essa nova fase de sua vida. Definitivamente estava no fundo do poço.

Porém Rosa havia se esquecido de um detalhe sobre estar no fundo do poço, não havia mais como afundar. Agora, sua única saída era alcançando o topo, e o fundo do poço é o melhor lugar para tomar um impulso.

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