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ㅤㅤ ❛ ˖ ݁ ˓ IX. i remember it all to well ◞ ❜

folhas de outono caindo como peças em seus devidos lugares
e consigo lembrar dessa cena mesmo depois de todos esses dias
e sei que isso foi há muito tempo
e aquela magia já não está mais aqui

all too well, taylor swift.

⋆ ࣪ ִֶָ09  ❤️‍🔥 – EU ME LEMBRO
MUITO BEM ◴ ׁ09 ۪
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( capitulo nove ) 𖠿 ׂ ぃ ᮫

POR MUITO TEMPO, ATÉ descobrir que o que tinha era um dom podendo ser usado para o bem, Julie sentia-se como um monstro. Ela perdeu as contas de quantas vezes chorou quando era criança por fazer coisas que outras pessoas de sua idade não faziam. No início, não era tão despreocupada com sua imagem como era agora. Ela se importava muito com o que pensavam dela e doía muito sentir que não havia ninguém no mundo, com excessão de Harry, que estaria disposta a amá-la e enfrentar toda sua carga emocional. 

Isso mudou drasticamente quando conheceu Ethan Morvehall. Naquele dia tempestuoso, em específico, não era esperado por eles que se conectassem de forma tão espontânea.

O garoto havia fugido de sua casa para escapar de uma surra de um pai agressivo. Julie lembrava de o ver chorar enquanto encarava a prateleira de salgadinhos do mercado em que trabalhava. Ficou com muita vergonha de se intrometer, porém, não se perdoaria caso ele estivesse passando fome então comprou uma e entregou ao misterioso moreno de oito anos de idade. Pareceu confuso ao entender como aquilo soou. Não queria recusar e dizer que chorava porque sua mãe havia gritado com todas as palavras que o detestava e que nunca deveria tê-lo adotado. De forma tímida, no começo, tentou explicar a situação — que não era um mendigo ainda — e que só estava triste com sua mãe. A vergonha nas bochechas de Julie foi bem visível. Pareceu inconveniente por mais de suas intenções boas.

Ethan não se importou e começou a conversar com Julie, sem ligar com a dificuldade que ela tinha para manter o assunto vivo, mesmo que tentasse muito. Ele, mesmo também introvertido, se esforçou ao máximo para conseguir a amizade da garota ruiva que o intrigava tanto. E conseguiu.

Foi o primeiro amigo de verdade de Julie. Por causa dele, ela se sentiu mais a vontade em interagir mais com Stacy. Quer dizer, sempre foram colegas, porém, Julie era reservada demais para que fossem mais do que papo entre colegas de "serviço". Até mesmo a própria garota mais velha sentiu afeição por Ethan. Afinal, ele e Julie estavam o dia inteiro conversando. Eram melhores amigos inseparáveis até a morte do garoto acontecer.

Julie lembrava-se bem da preocupação que sentiu ao aviso de que a casa de Ethan pegou fogo, e mesmo que ao chegar, nenhuma madeira sequer pudesse ter sobrevivido as chamas, teve esperanças e até mesmo Stacy torcia que Ethan não estivesse no meio do mar de brasas. Infelizmente, tanto ele, como a mãe e o padrasto não tiveram um fim agradável.

O trauma numa garota que na época completava seus nove anos foi sinistro a ponto de nem perceberem. Julie começou a agir como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse perdido toda sua inocência e alguém tão importante. Harry e Stacy se uniram para a tentar ajudar, porém, perceberam que com o passar do tempo, a indiferença predominou-se de tal forma que uma Julie amadurecida surgiu diante os olhos deles.

Óbvio que doía, mas para Julie, havia um mistério a mais que ela não conseguia resolver. Tinha que se apegar a isso para não se sentir culpada na maior parte do tempo, já que, dias antes, soube que ele correu perigo e não pode fazer nada para evitar o julgamento final.

Ela se lembrava de cada detalhe daquela época muito bem.

E então, apareceu a maior prova de que não tinha superado coisa nenhuma. Dean Granger. Não sabia como, mas sua semelhança com seu ex melhor amigo a assustava muito, a ponto de se fosse questionada, não saberia dizer suas diferenças. Até em opiniões eram iguais. Chegou a pensar que talvez fossem a mesma pessoa, contudo, somente o fato de Dean ter uma irmã gêmea já anulava todas as teorias que a ruiva podia formar, o que a deixou paranoica desde o dia do trem até o de hoje, que fora trágico, diga-se de passagem, mas não mais tráfico que a forma como sentia-se no momento atual.

Julie encarava as pessoas que a olhavam de volta como se ela fosse um monstro. E no fundo, ela concordava. A vergonha, culpa e preocupação a dominaram de forma que seus olhos lacrimejaram com tanta velocidade que não teve tempo de usar sua tática para que não chorasse em público.

Como dito anteriormente, nem sempre fora tão forte para aguentar uma vida de merda. Quando os Dursleys brigavam e batiam nela, sentia-se tão triste e desamparada que chorava muito escondida de Harry, pois mesmo gêmeos, sentia que devia a imagem de uma figura forte para que ele não passasse pelo mesmo que ela. Com o tempo, aprendeu a não demonstrar a tristeza ou seus sentimentos ruins na frente dele, dando a falsa imagem, para o irmão, de Julie ser imbatível.

E quando, na multidão que cochicava para ela, viu o garoto ali, não conseguiu se aguentar e as lágrimas ardentes rolaram por sua bochecha, queimando-a e dando a coloração vermelha para seus olhos. Era humilhante demais a escola inteira, praticamente, te olhando como se fosse a pior pessoa ali.

"A vadia espancou o melhor amigo num surto", foi o que um garoto da Grifinória disse para outro que pedia explicações.

E para deixar tudo pior e mais traumatizante, Julie viu Hermione Granger barrar a multidão e andar em passos pesados até ela, desferindo um tapa no rosto da ruiva no momento em que esteve em sua frente. Não surpreendeu Julie, porém, não fez com que doesse menos. O tapa não, e sim a atitude.

— Por que você fez isso?! — Hermione praticamente berrou, descontrolada por atitudes impulsivas que Julie tinha quase certeza que não acontecia com tanta frequência. — Meu irmão não fez nada para que merecesse você quase o ter matado!

Ela estava certa. Como Julie contaria que fez porque uma voz em sua cabeça mudou seu senso de realidade a ponto de ver Dean como seu pior trauma? Apenas acrescentariam "esquizofrênica" na forma como estavam referindo-se a ela agora.

Isabelle encontrou Harry e ambos cortaram todas as pessoas que impediam suas passagens, curiosas e sedentas para que Julie e Hermione brigassem.

— Chega, Hermione! — pediu ele a ela, em súplica, sentindo muita pena do olhar perdido de sua gêmea. Ele não conhecia Dean tão bem, contudo, sabia que para algo assim acontecer uma explicação muito boa deveria existir. — Vai ver como está seu irmão.

Hermione a contragosto foi. Ninguém ousava culpá-la por sentir-se irada. Fariam a mesma coisas por seus gêmeos respectivamente.

Mesmo depois disso, a multidão enorme de alunos não parecia afim de arrumar outra coisa para fazer. Para isso, fora necessário que uma pessoa influente no medo se retratasse. Cassy ficou a frente de Julie e disse as seguintes palavras:

— A vida dela ou do garoto não é da conta de vocês! Vão arranjar outra pessoa para cochicharem! — seu olhar trasmitia um poder, um temor que fazia todos a obedecerem imediatamente, deixando Julie mais tranquila. — Pode contar agora o que aconteceu?

A pergunta deixou Julie com náuseas. Izzy, Harry e Cassy esperavam ansiosamente por respostas. Perceberam que no meio do gramado, a vista de qualquer um que passassem, poderia não ser o melhor lugar, não fazendo ideia do que poderia ter significado aquilo. Andaram até o corredor e entraram na sala de História da Magia que agora estava vazia.

Julie contou uma parte da verdade, a que uma voz a fez alucinar, mudando seu senso de realidade. Ela não disse o motivo ou o que viu, apenas que não sabia que estava atacando Dean, muito menos o poder e força que estava aplicando para causar tamando dano no garoto. Não foi difícil acreditar. Todos ali, com excessão de Cassy, conheciam Julie e sabia que ela jamais teria uma atitude dessa se não fosse por alucinação, e Harry sabia bem que sua irmã sofria bastante com isso por várias vezes. Aquela não fora a primeira.

Julie por sua infância e até o momento de agora, sempre viu coisas que outras pessoas não viam. A mulher que estava na estação de trem ou o homem no desembarque do mesmo não fora somente naquela vez. Algumas vezes nos onze anos de vida, já os tinha visto. Porém, sempre imaginou que era por ser um ser diferente dos outros, culpando sua magia pelas miragens. Agora, sabia que somente ela tinha esses episódios. Tal reflexão deixou-a muito preocupada.

— Vocês poderiam ir ver se o Dean vai ficar bem? — pediu Julie, inclinando-se a se sentar numa cadeira e pressionar sua testa em suas mãos trêmulas fechadas. — Não vou agora. Talvez me barrem ou então me expulsem. Preciso de um tempo sozinha.

Harry odiou com todas as forças se sentir incapaz de ajudar Julie naquele momento. Ela sempre foi assim. Odiou demonstrar vulnerabilidade na frente de qualquer um, e só ter derramado algumas lágrimas na frente dele já a fez sentir-se fraca. Infelizmente, nunca conseguiu ajudar sua irmã nos momentos ruins mesmo que sempre tentasse. Julie era muito difícil quando o assunto era sua própria saúde mental.

Ele, assim como as outras garotas, transmiram um olhar de confiança para ela. Isso deixou Julie intrigada por Cassy estar nessa equação. Toda a sua intuição e a reputação dela não condiziam com toda a gentileza que demonstrava com ela, até mesmo a deixando vencer na luta momentos atrás. Cassy na verdade mostrava-se alguém legal.

Viu se afastarem e encarou seu próprio reflexo na janela, sozinha. Exatamente como julgava merecer estar agora. A culpa remoia Julie com muita força. A tristeza em seus olhos azuis refletiu sobre o sol que se escondeu atrás das nuvens do entardecer.

O vento soprou sobre seus cabelos vermelhos quando abriu a janela e colocou seu corpo, cuidadosamente, em cima das telhas resistentes do castelo. Era uma das melhores em escalar, então não era tão difícil aquela missão. Subiu só até estar em cima da sala de aula e escondida sobre um pilar, para que ninguém de outro ângulo a pudesse encontrar, esperando descansar o bastante para que não pulasse dali num surto.

Ela nunca foi alguém muito boa da cabeça. Pensava muito; cobrava de si mesma coisas que uma criança não poderia fazer. O quão estrago teria a mente de uma orfá que agia como irmã mais velha, maltratada pelos tios, que trabalhava desde os sete anos de idade e enfrentou um luto pesado anos depois disso?

Julie lembrava-se muito bem das vezes em que não aguentava mais segurar suas mágoas e corria quilômetros até chegar no amontoado de vegetação da floresta. Lá, gritava e deixava extravassar toda sua loucura contida. Claro que, a culpa retornava depois pois destruia uma boa parte das árvores que adorava subir, uma memória com Ethan, onde faziam competição sobre quem chegava no topo mais rápido. Pensando agora, não deveria ter perdido tanto tempo precioso irritada pelas vezes em que perdia.

Julie ignorou o amontoado de pensamentos e sentimentos que seu cérebro estava a despejando naquele momento, principalmente em xinganentos que reforçavam a sua culpa, numa auto-sabotagem desgraçada. Ela ignorou quando as horas se passaram e o sol sumiu completanente. Ignorou o frio que fez sua espinha arrepiar. Ignorou quando as nuvens que anteriormente escondiam um sol radiante, retornavam carregadas de água, liberando isso em cima de Hogwarts inteira. Ignorou o medo de ser atingida por um raio por estar em uma altitude tão alta. Ignorou quando o frio tornou-se insuportável que fez seus dentes rangirem. E ignorou quando a mulher da estação de trem sentou-se ao seu lado.

Não vai questionar se eu sou real? — sua voz era algo especial, poderosa e tão linda que a resposta para a pergunta estava naquela timbre. Ao olhar minimamente, viu seus cabelos ruivos molhados, olhos verdes e rosto curioso. Suas roupas de tecido e idade velha colaram contra seu corpo imaterial. Sua beleza era de outro mundo.

Você é? — encarou profundamente a mulher. Era impossível advinhar sua resposta por sua expressão. Não possuia nenhuma.

— Se nossos olhos encararem por muito tempo uma luz forte, acabamos por ver pontos falhos, uma ilusão da nossa visão que não existe para ninguém naquele momento se não os atingidos por ela. — levantou sua cabeça para cima, deixando que as gotas de chuva atingissem sua face angelical. — Você julgaria que não é real isso, mas para você, ali, é real porque está vivenciando. Realidade não é uma verdade universal. Cada um tem a sua. Para todo o resto do mundo, não estou aqui, você estaria falando com o nada se te vissem nesta circunstância. Entretanto, para você, minha garota, sou real. Não sou um fruto da sua cabeça, e mesmo assim, só você pode ver a complicação do dom da maldição.

Julie não respondeu, apenas balançou a cabeça em um sinal de que havia entendido brevemente. Em seguida, olhou na mesma direção que a mulher para o céu que chorava suas lágrimas em forma de chuva.

— Não poderei aliviar sua alma em dizer que seu futuro reserva coisas que farão esse momento como algo pequeno, porque todas as nossas experiências, boas ou ruins, nos moldam. Isso, de alguma forma, possa servir para quando alguém destinado resolva te contar os motivos de tudo ter acontecido com você, por estar me ouvindo agora e ter passado pelo que passou. Tenho permissão para dizer te que nada é por acaso. — seus olhos verdes agora mediam Julie de forma reflexiva. — Não estou aqui para dizer o que deve fazer, apesar de gostar de falar com alguém que me ouve depois de tanto tempo, e por conta disso, posso apenas alertar a você que tudo vai melhorar e piorar, os dois em atividades opostas e intensas. As pessoas irão amaldiçoar o seu nome. A gama do seu sofrimento oscilará de forma bipolar e o seu castelo ruirá assim como o meu foi. E principalmente, suas lágrimas arderão muito que machucarão, até o momento em que notar o seu ricocheteio.

Quando Julie viraria seu olhar para finalmente indagar como sabia de tudo aquilo e finalmente seu nome, a mulher havia desaparecido.

𓄹⸼ ⊹ ִ  notas finais:

I. o que acharam desse capítulo mores? Têm teorias sobre o que rolou? Eu sinceramente achei que dei bastante canetada nessa escrita final ein, deixei bastante pistas scrrr.

II. eu sei que isso deveria estar nos avisos iniciais (e talvez esteja) mas eu tenho bastante opinião sobre Harry Potter na atualidade, e mesmo tendo muito apreço a esse universo que foi meu conforto, não consigo ignorar o tanto de coisas problemáticas. (inclusive descobri que a JK fez outra obra com a protagonista racista e transfobica e justificou como opinião). Então, vocês perceberão que eu evitarei por várias vezes usar os plots de Harry Potter, só mais os personagens e ambientação, por simplesmente amor a minha obra e minhas ideias, porque se não fosse Control ser minha primeira fanfic e eu amar mais os personagens e plots que criei mais que minha vida, abandonaria, porque eu acho cansativo enfrentar o desafio de escrever e moldar um universo tão problemático para que se encaixe em pessoas como eu e alguns de vocês (sou negro e LGBTQIA+). esse aviso não é tão importante a história porque acho que já tinha deixado claro em momentos atrás, mas queria realçar.

III. enfim, é isso mores, nos vemos no próximo capítulo divonico 💋

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