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﹙⠀XXX.⠀﹚ lost in lost love.

𝒙𝒙𝒙. ⠀⠀⠀␥⠀⠀𝓐𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 𝓥𝙰𝚄𝙶𝙷
❆⠀𓈒 ׁ ˖⠀𝒯𝙸𝙼𝙴 𝓕𝙻𝙸𝙴𝚂. ⠀֪ ʾ

Perdida. Era assim que me sentia há anos, desde o dia em que vi Dag ser preso. Embora uma parte de mim ainda guardasse algo por ele, era impossível ignorar o caos que ele trouxe para minha vida. Era como caminhar por um campo minado, sempre à espera do próximo passo fatal.

No meu aniversário, tudo parecia predestinado ao desastre. Eu só queria desaparecer. Mas então, algo me prendeu: um envelope. Estava na porta de casa, sem remetente. Dentro, uma única frase, escrita com uma caligrafia que me fez arrepiar:

"A verdade está na velha caixa do porão."

Aquelas palavras me arrastaram direto para os passado. Eu podia ver claramente a casa onde cresci, o porão, as caixas empoeiradas, o cheiro de madeira velha. Sempre houve algo ameaçador naquele lugar, como se a própria casa respirasse segredos.

Quando criança, minha mãe me proibiu de tocar em uma das caixas do porão. Na época, obedeci sem questionar. Hoje, essa obediência parecia distante, como algo pertencente a outra vida. E o que mais demonstrava isso? Recentemente, eu havia dormido com o primo do meu ex-marido. Mexer naquela caixa agora parecia até irônico.

Desci ao porão com passos pesados. O ambiente estava frio e úmido, mas meus olhos foram imediatamente atraídos por ela: a caixa velha, jogada de qualquer jeito, como se o tempo a tivesse abandonado.

Agachei-me e abri a tampa. A primeira coisa que encontrei foi uma foto. Minha mãe sorria ao lado de uma mulher que era assustadoramente parecida comigo. Na borda da foto, um rabisco: "BFF".

Continuei vasculhando. Eu queria encontrar algo que provasse que minha mãe se importava comigo. No fundo da caixa, encontrei uma carta. O papel estava amarelado e gasto, mas a caligrafia era clara e familiar. Minhas mãos tremiam enquanto começava a ler:

"Aurora, Kelly, Taylor... Não sei qual nome você tem agora, mas tenho certeza de que Patsay escolheu algo lindo para você. Quero que saiba, meu amor, que quando sua mamãe entregar esta carta, não foi porque escolhi te deixar. Eu nunca teria te afastado de mim sem razão. Coloquei você nos braços da minha melhor amiga porque achei que era o único jeito de te manter segura. Você sempre foi minha filha amada.

Sei que, quando descobrir a verdade, ficará furiosa. Eu também ficaria. Escrevo com o coração pesado, olhando para o passado com arrependimento. Queria que você tivesse conhecido seus irmãos. Ethan é incrível, tão parecido comigo... Os outros, não sei nem como descrever.

Mas há algo que preciso que você saiba, algo muito importante: eu te amo, e isso nunca mudará. Se algum dia você estiver em perigo, vá até a residência dos Torrance e diga que é filha de Stephanie Lytton. Damon irá te proteger, como faria comigo, se eu tivesse ficado por perto.

Com amor,
Mamãe Stephanie."

A carta caiu da minha mão. As palavras ecoaram na minha mente como marteladas. Stephanie Lytton. Esse era o nome dela. E Ethan... meu melhor amigo?

Minha respiração ficou pesada. A revelação despedaçou tudo o que eu achava saber sobre minha vida. Olhei para a caixa, ainda aberta, com mais coisas dentro. Mas, por enquanto, aquilo era o suficiente.

Eu precisava de tempo para processar. Tudo o que acreditava ser verdade havia acabado de desmoronar.

Aquela carta poderia ser o começo do fim. Ou talvez, o início de algo ainda mais sombrio. Meu coração estava tão acelerado que parecia prestes a saltar do peito. As palavras "residência dos Torrance" ficaram gravadas em minha mente como espinhos.

Minhas pernas tremiam, e meu corpo implorava por descanso, mas minha mente não cessava. Quem era minha mãe, realmente? Por que eu nunca soubera que Ethan era meu irmão? E Damon? Por que ele estava envolvido?

Resolvi ligar para Ethan. Ele atenderia, certo? Sempre atendia. Apertei o nome dele na tela do celular e esperei. O toque soou uma, duas, três vezes, até cair na caixa postal. Algo estava estranho. Ethan nunca me deixava esperando.

Sem saber o que mais fazer, deixei uma mensagem de voz:

— Oi, Ethan... É... É meio urgente. Me liga assim que puder, por favor.

Desliguei, ficando ali, com os olhos fixos no telefone, esperando que ele, por milagre, tocasse. Mas não tocou. Claro que não.

Ouvi passos no andar de baixo. Por um momento, uma ilusão me tomou: talvez tivessem trazido minha mãe de volta. Respirei fundo e comecei a andar, arrastando os pés pelo chão de madeira enquanto o silêncio preenchia o corredor sombrio do porão.

— Mãe? É você?... Ethan? — chamei, a voz trêmula. Mas o eco vazio das paredes foi a única resposta.

O coração martelava no peito enquanto eu alcançava o fim do corredor. Lá estava o armário, encostado, como se esperasse. Com mãos hesitantes, abri a porta devagar, sentindo o frio escapar de dentro, como um sopro de morte. Uma avalanche de gelo caiu, espalhando-se pelo chão. Mas o que estava sob aquele gelo…

Minha respiração parou.

Era minha mãe. Sua cabeça ainda pendia do pescoço, presa por uma linha frágil de carne. O corpo, mutilado e despedaçado, parecia um quebra-cabeça grotesco. Um grito escapou de mim antes mesmo que eu pudesse segurá-lo, ecoando como uma confissão desesperada.

Sem pensar, girei nos calcanhares e corri para o andar de baixo, o som de passos novamente me perseguindo. Não olhei para trás. Não podia.

Corri pelo corredor, os pés batendo no chão com força, mas o som de passos atrás de mim aumentava, sempre mais perto, como se me seguissem em cada movimento. O ar estava pesado, a cada respiração uma sensação de que o fim se aproximava. Não podia parar, não podia hesitar.

O som de vidro quebrando ao meu redor fez o pânico me invadir ainda mais. O que quer que fosse, não estava mais distante. Eu conhecia aquele lugar, cada canto, cada porta, mas nada parecia seguro.

Desviei do canto do corredor, sentindo a adrenalina tomar conta do meu corpo, empurrando-me para frente, para longe daquele som ameaçador. A luz fraca do corredor tremeluziu, e quase tropecei em uma cadeira caída, mas continuei em frente. O medo agora era combustível, e tudo o que eu queria era escapar. Mas como?

A porta da frente estava trancada. O coração acelerado martelava em minha garganta, a tensão crescente me fazendo buscar uma solução, algo que me livrasse daquela armadilha.

Ouvi o som dos passos novamente, agora mais rápidos, mais agressivos. Um estalo seco ecoou pelo corredor, como uma ameaça. A pressão me esmagava, e em um impulso desesperado, joguei-me sobre a janela da cozinha, quebrando o vidro com os punhos.

Era minha única chance.

Subi rapidamente pela parede externa, os dedos doloridos, a pele cortada pelos estilhaços, mas não parei. Não podia. A correria lá dentro, os passos se aproximando, me faziam acelerar, o medo me impulsionava. A escuridão da noite parecia me engolir, mas eu continuava, meu corpo já sem forças, mas a mente ainda viva, a mente gritando para não parar.

Eu sabia que não estava sozinha.

Eu corria o mais rápido que podia, os pés batendo forte no chão, os pensamentos turvos pela adrenalina. Mas, no meio da correria, olhei para trás... e vi a máscara. Aquele rosto coberto, a figura que me observava. Não podia ser quem eu achava. Aquele vulto, aquela presença, era muito mais sombria do que qualquer pesadelo que já tivesse imaginado.

Minha respiração se acelerou ainda mais. Meu corpo parecia não responder, mas eu forçava os passos, não queria olhar mais. Então, entrei em um pequeno bosque que se estendia à minha frente, as árvores altas criando um abrigo, como se quisessem me esconder. Mas nada poderia esconder o terror que se alastrava por mim.

O bosque era apertado e abafado, as árvores formando um emaranhado que dificultava minha corrida. Eu sabia que ele estava perto, sentia a pressão da presença dele, cada passo ressoando mais perto. A respiração pesada se misturava ao som dos meus pés, e a sensação de que ele estava me observando aumentava a cada segundo.

Eu virei a curva, tentando perder o rastro, mas quando fui alcançar uma clareira, senti um peso súbito, um braço agarrando minha cintura com força. Ele me puxou para trás com facilidade, sem dar espaço para resistência. Eu podia sentir sua respiração quente na minha nuca, o cheiro de terra e algo mais, algo que me fazia tremê-la de uma maneira que eu não conseguia entender.

— Não tente fugir. — A voz dele estava rouca, baixa, mas havia algo tão ameaçador em seu tom que uma onda de pavor percorreu meu corpo.

Eu me debatia, tentando me soltar, mas ele era mais forte. Sua mão deslizou para o meu pescoço, com firmeza, mas sem sufocar, apenas o suficiente para me manter em seu controle. A sensação de estar à mercê dele queimava minha pele, um prazer perverso e assustador que eu não sabia como lidar.

Ele girou meu corpo com facilidade, fazendo-me encará-lo. Os olhos por trás da máscara estavam fixos em mim, impenetráveis, e a presença dele era como uma sombra que tomava conta de tudo. Algo no olhar dele fazia com que eu não conseguisse desviar.

O ar entre nós estava carregado de algo indescritível, algo que me fazia querer lutar e, ao mesmo tempo, me deixava paralisada. Ele desceu a mão, tocando meu rosto com um toque brusco, mas ainda assim me fazendo estremecer.

— Você é linda com medo. — Ele não esperou por uma resposta, apenas me puxou para mais perto, colando seu corpo ao meu de forma inesperada e invasiva.

Eu podia sentir o calor dele, o peso de sua presença, o perigo em cada movimento. Meu corpo tremia, não apenas de medo, mas também de uma necessidade distorcida.

Mas ele não deixou que eu me perdesse por completo. Com um movimento rápido, ele me empurrou contra a árvore mais próxima, o som da madeira rangendo sob o impacto. O ar foi arrancado de mim enquanto ele se aproximava, sua presença opressiva e esmagadora.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. A única coisa que sabia era que não podia mais escapar.

Meu corpo ainda estava contra a árvore, a sensação da madeira cravada nas minhas costas era quase irrelevante diante do calor que se espalhava entre nós. A presença dele era um medo constante, e por mais que o medo tentasse me dominar, uma parte de mim estava... ansiosa.

Ele ficou ali, imóvel por um momento, observando-me com uma intensidade que parecia atravessar cada camada de defesa que eu ainda tentava manter.

— Dag... — A palavra saiu, baixa, quase como um sussurro. Eu não sabia por que o chamei, mas assim que o fiz, algo se rompeu entre nós. Seu corpo ficou rígido, como se aquela palavra tivesse desencadeado algo que ele tentava manter preso.

Ele se aproximou lentamente, Sua mão subiu para meu pescoço novamente, mas desta vez, com mais controle. Não me machucava, mas me fazia querer mais, algo que me tomava por completo.

— Você realmente acha que isso vai mudar alguma coisa? — A voz dele estava rouca, carregada de um tom que me fazia tremer, não de medo, mas de algo muito mais forte.  Eu podia sentir a raiva dele, mas também a necessidade de me possuir, de me fazer ceder.

Eu respirei fundo, tentando me afastar um pouco, mas ele não me deixou. Com um movimento rápido, sua mão foi até minha cintura, puxando-me mais para ele, nossos corpos agora colados.

— Dag... — Repeti, mais uma vez, sem saber por que o chamava daquele jeito. Mas a reação dele me dizia que eu estava quebrando algo dentro dele também.

Ele baixou a máscara lentamente, e eu vi o rosto dele pela primeira vez, o olhar fixo no meu, como se tudo o que eu fosse importasse naquele momento. Eu queria gritar, queria empurrá-lo para longe, mas não conseguia. O desejo estava ali, cravado em mim como uma dor e um prazer simultâneos.

Sem mais palavras, ele me puxou para um beijo abrupto. Não era suave. Não era gentil. Era brutal, voraz, como se ele precisasse me consumir para entender tudo o que estava acontecendo. Eu cedi. Eu não consegui resistir. A química, o ódio, o desejo... tudo se misturava em algo avassalador.

Eu sabia que estava perdida. Mas, por um momento, naquele beijo, não me importava.

Dag não me deu tempo para processar o que estava acontecendo. Cada movimento dele era impiedoso, uma força que me puxava ainda mais para sua órbita. Ele me forçou a enfrentar o olhar que eu evitava, me fez confrontar a realidade de que tudo o que eu pensava saber sobre ele, sobre mim, estava em ruínas.

Suas mãos estavam firmes sobre meu corpo, me mantendo ali, sem permitir qualquer fuga. Eu queria gritar, queria lutar, mas, por alguma razão, a presença dele me paralisava de uma forma que eu não conseguia explicar.

— Você acha que pode escapar de mim? — A voz dele era baixa, carregada de um veneno que se espalhava rapidamente por cada nervo meu. Eu não sabia se ele estava se referindo ao momento ou à minha tentativa de fugir, mas, no fundo, eu sabia que ele estava falando sobre muito mais.

Eu ainda tentava recuperar o fôlego, ainda tentando encontrar um modo de reagir, mas era como se a realidade estivesse escorregando pelas minhas mãos. Cada toque dele me fazia perder um pedaço de mim, e, ao mesmo tempo, me fazia querer mais.

Dag não precisava dizer nada. Suas ações falavam por ele. Ele se inclinou, me prendendo contra ele, e a força com que me tocou me fez sentir como se estivesse sendo absorvida por ele. Eu não tinha mais controle sobre nada. Ele sabia disso. O pior era que, de alguma forma, eu também sabia.

— Não pense que eu vou te deixar ir tão fácil. — Ele rosnou, mais para si mesmo do que para mim, mas a ameaça estava lá, clara e inegável. Ele não ia me deixar escapar. Não dessa vez.

O medo estava lá, mas havia algo mais, algo que eu não sabia como lidar. Algo que queimava, me consumia. E ele sabia disso também. Quando seus lábios finalmente encontraram os meus novamente, foi como um choque. Não era suave, não era gentil. Era bruto, exigente, e eu não conseguia negar o quanto eu queria que ele continuasse. Cada movimento dele era como uma sentença, e eu estava pronta para cumprir.

Eu o coloquei naquela prisão. Eu fui a responsável por sua condenação, pela prisão que ele carregou por cinco anos. Eu o vi ser arrastado para longe de mim, vi a raiva nos olhos dele, o desprezo por tudo que ele havia perdido por minha causa. E eu vivi com isso. Vivi com o medo de ser encontrada, com o peso de cada escolha que tomei, cada mentira que construí para me proteger. Cinco anos de angústia, de noites insones, de medo constante. Mas agora... aqui estávamos. Ele de volta, mais perto do que jamais imaginei.

Não sei o que esperava ao vê-lo de novo, mas não era isso. Não era o homem que ele se tornara, não era a ameaça no olhar, o controle que ele parecia ter sobre tudo. Quando o vi pela primeira vez após tanto tempo, foi como se o chão sob meus pés desaparecesse, e a velha prisão que eu achava ter deixado para trás se reerguesse ao meu redor. Ele me fez sentir tudo de novo, o medo, a insegurança, mas também uma parte de mim que eu não queria admitir — a atração, o desejo que nunca se foi.

— Você me prendeu, me fez sofrer... — Sua voz foi a primeira coisa que cortou o silêncio entre nós. A raiva estava lá, sim, mas também havia algo mais. Algo que eu não conseguia entender. Ele estava mais próximo agora, mais do que eu me sentia preparada para lidar. — Mas quem realmente está preso aqui, não é, Astrella?

Aquelas palavras, elas pesaram como um soco no estômago. Eu queria falar, queria justificar, mas as palavras estavam presas. Não havia como explicar as escolhas que fiz, as razões que me levaram até ali. Não havia como voltar no tempo e corrigir os erros.

Eu respirei fundo, tentando encontrar algum resquício de controle sobre a situação, mas, à medida que ele se aproximava, qualquer ilusão de controle desaparecia. Ele estava tão perto que eu podia sentir a temperatura do seu corpo, o peso da sua presença. Eu já não sabia mais quem eu era naquela equação. O que restava de mim? Uma mulher que havia sido fraca o suficiente para colocá-lo na prisão, mas também a mesma mulher que ainda o sentia como uma presença dominante, uma força irresistível.

Ele sorriu de um jeito cruel, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro de mim. E, por mais que eu tentasse evitar, ele estava certo. Eu estava presa. De novo. Não à prisão que eu o coloquei, mas àquelas correntes invisíveis que ele ainda tinha sobre mim.

Eu tentei o afastar, mas ele me impediu, um movimento rápido e calculado. Seus dedos envolveram meu pulso, me impedindo de fugir, e o toque, embora firme, não foi totalmente agressivo. Era mais como se ele estivesse me testando, me desafiando a me soltar. Eu sabia o que ele queria. Sabia o que ele esperava de mim.

— Eu sei que ainda tem medo de mim. E você também sabe o que isso significa. — Ele quase sussurrou, seu tom carregado de um poder que me fazia tremer por dentro.

Estávamos novamente na mesma posição que sempre estivemos, só que agora era diferente. Eu não estava mais apenas tentando me proteger. Algo dentro de mim cedia, e eu sabia que ele sentia isso. Ele havia voltado para me lembrar de quem eu era, e mais, para me mostrar que ele ainda tinha o controle.

Eu não sabia o que faria a seguir, mas uma coisa era clara: nada mais seria como antes.

— Foi você? — Minha voz estava trêmula, mas não de medo. Eu já não sabia o que sentir, só sabia que havia uma verdade obscura prestes a ser revelada, e eu queria saber.

Ele me olhou com um sorriso frio, quase desdenhoso. As palavras que saíram de sua boca não tinham peso algum. Eram naturais, como se ele estivesse apenas contando mais uma mentira que sempre teve em suas mãos.

— Sim. Fui eu quem mentiu para você o tempo inteiro. Fui eu quem colocou o meu tio na cadeia, tudo para te tirar dessa merda de vida em que você estava afundada. Fui eu quem manipulei cada passo da sua história para garantir que você fosse minha. Eu... fui eu, querida.

Aquelas palavras me atingiram como uma lâmina afiada, e a realidade ao meu redor começou a desmoronar. Meus olhos se arregalaram e, pela primeira vez, percebi que o jogo não tinha sido só meu. Ele também era um traidor, e as peças que ele tinha jogado estavam agora na minha cara, imundas, sujas de mentira e manipulação.

Eu sentia o calor do corpo dele perto de mim, e por um momento, antes de as palavras dele me atingirem com toda a força, aquele calor me fazia sentir algo. Algo que eu não queria mais sentir. Antes, era excitação. Mas agora, com cada revelação, com cada mentira jogada em minha cara, essa excitação se transformava em raiva. Raiva que queimava, que corria pelas minhas veias como fogo.

— O quê? — Gritei, a voz rouca, como se estivesse tentando arrancar a verdade de sua garganta com minhas próprias mãos. Eu não queria acreditar no que estava ouvindo. Lutei contra ele, empurrando suas mãos de cima de mim, mas ele era mais forte. — Então foi você que fez aquilo com a minha mãe? Como pode ser possível? Tudo isso... foi um jogo pra você?

Ele soltou uma risada amarga, cheia de ironia. Nada disso importava para ele, não o sofrimento, não o caos que ele causava. Era tudo um jogo, apenas um jogo onde ele se sentia vencedor. Ele sempre teve esse controle, e eu fui uma peça nele.

— O quê? Sua mãe não estava dando para o pai do Ethan? — Ele se divertia com a própria maldade, como se estivesse contando uma piada que só ele entendia.

Ethan... O pensamento me cortou como um golpe. Ele também havia me traído? A ideia me parecia insuportável, mas a verdade começou a tomar forma diante de mim, e eu não conseguia mais escapar dela.

— O quê?... Não... — As palavras saíram como um sussurro, e o peso delas me esmagava. Eu não queria acreditar, não queria aceitar o que ele estava me dizendo, mas as peças do quebra-cabeça finalmente se encaixavam, e eu me via cada vez mais perdida, afundada nesse mar de traições.

Ele se aproximou, o sorriso dele mais cruel agora, como se soubesse que tinha me derrubado. Ele gostava de ver minha reação, gostava de me ver tonta, perdida no labirinto de mentiras que ele e Ethan haviam me trago.

— Achava mesmo que alguém poderia se importar com você mais do que eu? Minha pequena tempestade... Ethan estava ali porque o papai dele... bem, é o seu pai. E quando fui preso por sua causa, recebi uma visita... E as coisas que eu descobri foram... incríveis. Você deu para o Garrett no ensino médio? Que surpresa... Mas o mais engraçado de tudo, é que o Ethan era um espião do pai de vocês. E você, minha querida, deveria ter morrido naquela Noite do Diabo, mas adivinhe? O Ethan manipulou tudo, fez com que a polícia chegasse a tempo de te salvar. Eu não sei o que é mais engraçado nisso tudo... a sua ingenuidade ou o fato de que todos nós somos traidores.

As palavras dele ecoaram em minha mente, esmagando tudo que eu achava saber. O desejo, a paixão, tudo o que eu havia sentido por ele desmoronou. O calor do meu corpo se apagou instantaneamente, deixando apenas um vazio gelado. Não conseguia mais nem sentir raiva, apenas um cansaço profundo. Eu queria gritar, mas minha voz estava presa. Queria chorar, mas não por motivos que ele poderia entender.

O calor em mim, o que eu havia sentido antes, tinha se apagado, substituído por algo muito mais forte. Raiva. Odiava ele. Odiava Ethan. Odiava tudo aquilo. Eu tinha sido cega, usada, uma peça em um jogo de traição, e o pior de tudo... eu tinha sido atraída por ele, por sua mentira, por sua presença.

Agora, aquele calor que antes me consumia se transformou em uma fúria que me corroía por dentro. Eu queria arrancar tudo o que ele havia feito de mim, mas mais do que isso, eu queria destruí-lo. O jogo tinha acabado. Eu já não sabia mais quem eu era, mas sabia que nada seria como antes.

— Você é um merdinha, isso é o que você é! — gritei, sentindo o sangue ferver enquanto apontava o dedo para ele, minha voz ressoando como um chicote no silêncio. — Sabe o que mais me irrita em você, Dag? O fato de você realmente acreditar que é alguém. Você anda por aí como se fosse dono do mundo, mas sabe o que você é? Um moleque mimado, fraco pra caralho, que só sabe se esconder atrás do dinheiro do papai e da porra das drogas pra se sentir um pouco útil. — Uma risada ácida saiu entre meus labios. — Você acha que engana alguém com essa pose de bad boy fodão? — continuei, dando um passo à frente. — Porque eu vou te dizer a verdade, Dag Draven Torrance. Ninguém te respeita. Ninguém. As pessoas olham pra você e veem o quê? Um babaca quebrado, uma piada ambulante. Você não passa de um projeto fracassado de homem, um moleque covarde que nunca teve que lutar por nada na vida.

O maxilar dele tensionou, mas eu não parei. Não ia parar até destruir cada pedaço daquela arrogância que ele usava como armadura.

— Ah, e sabe o que é pior? — cuspi, o olhar fixo no dele. — Você nem ao menos tem coragem de admitir o quanto você é um nada. Você precisa de pó, precisa de festas, precisa de putas ao seu redor pra fingir que é importante. No fundo, você sabe que não vale porra nenhuma. Você acha que é difícil te odiar, Dag? — perguntei, minha voz caindo para um tom mais baixo, mais venenoso. — O difícil seria te respeitar. E eu nunca, nem em um milhão de anos, conseguiria fazer isso.

— Terminou? — A voz dele veio baixa, quase um sussurro, mas carregada de algo que fez a tensão no ar aumentar. Dag deu um passo à frente, o rosto sério, os olhos cravados em mim como uma lâmina. — Bravo, realmente. Um espetáculo digno de aplausos. Agora me diz, Imp: isso tudo foi pra me fazer sentir merda, ou pra convencer a si mesma de que você é melhor que eu? — A risada que ele soltou era fria, sem humor, como se cada palavra que eu tivesse dito só servisse para entretê-lo. — Mimado? Fraco? Covarde? — Ele repetiu, os lábios curvando em um sorriso cínico. — É engraçado ouvir isso de você, que não consegue passar um único dia sem despejar a sua merda em alguém. Porque é isso que você faz, não é? Você vive desse teatrinho, tentando provar que é forte, que é independente, que não precisa de ninguém. Mas sabe o que eu vejo? — Ele deu mais um passo, diminuindo a distância entre nós. — Uma garotinha quebrada, desesperada pra que alguém a veja, pra que alguém dê a mínima pra ela.

Eu dei um passo para trás, mas ele avançou novamente, implacável.

— Você me odeia? Ótimo. Parabéns. Mas sabe qual é a diferença entre nós? Eu não preciso que você me ame, que você me respeite ou que você me ache digno de alguma porra de redenção. Eu sou quem eu sou, e adivinha só? Eu não dou a mínima pra sua opinião. — O sorriso dele cresceu, cínico, quase cruel. — Agora, você... Você quer tanto me destruir porque sabe que eu sou um reflexo de tudo o que você odeia em si mesma. Você me chama de covarde, mas pelo menos eu não fico me escondendo atrás de discursos bonitos enquanto afogo minhas inseguranças no ódio.

Ele se inclinou, a voz baixa e cortante como um veneno.

— Então, continue me odiando, pequeno trovão. Continue gritando, xingando, apontando o dedo. Porque no fundo, sabemos que isso é tudo que você tem.

Dag deu um passo para trás, o olhar dele ainda fixo no meu, como se desafiasse qualquer resposta.

— Eu posso ser um merdinha, mas você... Você é só uma hipocrisia ambulante.

Oi, pessoal! Primeiramente, preciso pedir desculpas se vocês perceberam algum furo de roteiro que eu não tenha notado. Às vezes, eu sou um pouco... distraída (ok, muito distraída), e tem momentos em que eu me perco no enredo enquanto tento dar conta de tantas reviravoltas. Eu realmente tento não deixar passar nenhum detalhe, mas se algum pequeno deslize escapou, estou aceitando críticas construtivas, ou apenas piadinhas sobre minha falta de atenção. espero que estejam gostando da jornada (com ou sem falhas). E obrigado por acompanharem! Se encontrarem algum outro furo de roteiro ou tiverem perguntas sobre algo que pareceu desconexo, sintam-se à vontade para me dar um toque – eu prometo tentar prestar mais atenção na próxima vez!

Pois é, pessoal. Eu também não sabia que esse livro ia virar um festival de revelações bombásticas. Sério, até eu me surpreendi ao descobrir o quanto todo mundo estava escondendo coisas uns dos outros. Aparentemente, se você está no meu livro, você tem segredos, e se você acha que é o único com um segredo, sinto te informar que provavelmente você está sendo enganado também.

Ah, e sobre o Ethan... então, quem diria? O bom e velho Ethan, o melhor amigo que ninguém sabia que estava se dedicando a espiar como se fosse o James Bond de um universo paralelo. Como ele conseguiu manter tudo isso em segredo? Não faço ideia. Talvez a plotinha do espião tenha sido um pouco exagerada, mas quem sou eu para questionar as reviravoltas dramáticas da vida, né? E sim, também peço desculpas se eu dei a entender que ele estava mais perto de ser um príncipe encantado do que um... bem, agente infiltrado. Coisas acontecem. A vida é cheia de surpresas!

Sobre Dag, eu sei... eu sei. Ele estava indo bem até agora, né? Se não ficou claro antes, agora ficou: ele é um desastre ambulante. Às vezes, até eu fico me perguntando como ele ainda tem seguidores (e antes que você me pergunte, não, ele não vai para a terapia tão cedo). O cara estava realmente jogando um jogo de manipulação com o nível de uma peça de xadrez jogada por alguém que só joga "Game of Thrones" no modo mais sujo possível. Desculpa, Dag, não deu pra te salvar dessa vez.

Mas no fundo, a maior revelação aqui é: ninguém está livre de ser um traidor. Nem mesmo eu. Afinal, já devem ter notado que eu sou a rainha dos plot twists e das surpresas em excesso. Portanto, se você está se perguntando "mas o que mais vai acontecer?", a resposta é simples: fique de olho. Porque, sinceramente, quem não gosta de um pouco mais de caos e confusão?

Com amor e suspense,
Ella <3

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