𝟶𝟼. 𝙰𝚐𝚎𝚗𝚝𝚜 𝚘𝚏 𝚂𝙷𝙸𝙴𝙻𝙳
𝚌𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟼 — 𝙰𝚐𝚎𝚗𝚝𝚎𝚜 𝚍𝚊 𝚂𝙷𝙸𝙴𝙻𝙳 𝚛𝚎𝚟𝚒𝚜𝚊𝚍𝚘 ✅
'𝑪𝒂𝒖𝒔𝒆 𝒕𝒉𝒆𝒓𝒆 𝒘𝒆𝒓𝒆 𝒑𝒂𝒈𝒆𝒔 𝒕𝒖𝒓𝒏𝒆𝒅 𝒘𝒊𝒕𝒉 𝒕𝒉𝒆 𝒃𝒓𝒊𝒅𝒈𝒆𝒔 𝒃𝒖𝒓𝒏𝒆𝒅
𝑬𝒗𝒆𝒓𝒚𝒕𝒉𝒊𝒏𝒈 𝒚𝒐𝒖 𝒍𝒐𝒔𝒆 𝒊𝒔 𝒂 𝒔𝒕𝒆𝒑 𝒚𝒐𝒖 𝒕𝒂𝒌𝒆
𝒀𝒐𝒖'𝒓𝒆 𝒐𝒏 𝒚𝒐𝒖𝒓 𝒐𝒘𝒏, 𝒌𝒊𝒅, 𝒚𝒐𝒖 𝒄𝒂𝒏 𝒇𝒂𝒄𝒆 𝒕𝒉𝒊𝒔
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Bucky e Sam estavam no carro estacionado próximo ao aeroporto, mas não muito, afinal ainda estavam sendo procurados. Bucky pedia para Sam puxar o banco do passageiro um pouco para frente, mas Sam o ignorava enquanto observava Steve acompanhar Lis até onde conseguia.
Steve e Lis pareciam não querer se despedir, e o clima estava estranho de alguma forma. No fundo, ela ainda esperava que ele pedisse para ela não ir ou algo do tipo.
— Já te disse que você fica péssimo com esses bonés? — Lis falou, dando uma risadinha enquanto encarava Steve com um sorriso no canto dos lábios.
— É o meu disfarce - ele respondeu, rindo levemente. Depois, aproximou-se para segurar o rosto dela, acariciando sua bochecha com o polegar. — Nos vemos logo, certo? — Steve disse depois de um longo suspiro, e Lis apenas concordou com um aceno de cabeça. — Não faça nada estúpido até eu voltar.
— Eu que deveria dizer isso - ela retrucou, rindo. — Não faça nada estúpido também — Lis disse, com o sorriso diminuindo enquanto se inclinava para abraçá-lo, passando os braços pelo pescoço dele. Steve retribuiu o abraço por alguns segundos, sentindo o cheiro dos fios loiros dela, antes de se afastar, dar um beijo na testa dela e sorrir.
— Te vejo logo — Ele disse. Lis balançou a cabeça positivamente e respirou fundo antes de se virar em direção ao aeroporto. Porém, no meio do caminho, ela parou, deu meia volta e caminhou na direção de Steve novamente, com um sorriso travesso.
Em um impulso, ela se aproximou e puxou o rosto dele para perto, sem dizer nada e sem dar tempo para ele reagir. Quando Steve se deu conta, seus lábios estavam se encontrando com os dela. No momento de surpresa, ele não hesitou, passando os braços pela cintura dela, trazendo-a mais para perto e retribuindo o beijo.
Quando se separaram, Steve ainda estava momentaneamente atordoado pelo beijo surpreendente. Seus lábios tinham o sabor doce dela, enquanto ele tentava processar o que acabara de acontecer. Ele olhou para ela, seus olhos azuis encontrando os dela em um momento carregado de emoção. Lis deu um passo para trás, como se tentasse criar uma distância física para aliviar a intensidade do momento.
— Lis... — Ele começou, mas ela o interrompeu.
Então, foi como se a ficha tivesse caído e tivesse percebido que de fato ela beijou seu melhor amigo, tivesse se tornado nítido, ela não conseguia ler a expressão dele e isso a deixava nervosa.
Lis e Steve sincronizadamente olharam para o carro, como se quisessem alguma resposta ou coisa parecida. Sam e Bucky haviam realmente visto toda a cena. Sam parecia orgulhoso, como se tivesse ganhado uma aposta. Bucky dava um sorriso tímido e balançava a cabeça, de certa forma feliz por Steve, mesmo que em menos de vinte e quatro horas ele já havia notado o quanto Steve e Lis eram próximos e gostavam um do outro.
Os dois se olharam de novo. Lis sentia as bochechas esquentarem, Steve sentia o coração bater mais forte enquanto se perguntava se aquilo era errado.
— Eu não sei o que deu em mim, eu só... — Lis tentou se justificar, mas ela não queria ter que se justificar, ela havia gostado do beijo e ele, bem, ele havia retribuído, no mesmo instante e sem hesitar, então era de se esperar que ele também houvesse gostado.
— Tudo bem. — Ele murmurou de um jeito que Lis conseguia notar que ele não sabia bem o que dizer, mas, por fim, ele encheu o peito e disse. — Acho que todos estamos um pouco fora de nós mesmos ultimamente.
Ela sentiu a decepção subir até seu rosto, como se não fosse essa resposta que ela esperasse dele. Lis percebeu que estava esperando um ''tudo bem, estou feliz que você me beijou'' ou um ''tudo bem, sempre quis beijar você'' ou até que ele simplesmente a beijasse de novo. Mas só recebeu um ''Estamos fora de si'' ele estava dizendo que ela estava fora de si?
Ela ficou brava e decepcionada. Percebeu que talvez Steve nem tenha percebido e que com certeza não foi intencional e que talvez ela tenha realmente cruzado a linha, mas não conseguiu esconder a decepção pós-reação dele, a Stark apenas forçou um sorriso falso e murmurou:
— Vou embora agora. Se cuide e me ligue se precisar — Lis virou-se em direção ao aeroporto sem olhar para trás, embora Steve a acompanhasse com o olhar até ela sumir de vista.
Lis ficou a viagem inteira pensando naquilo, mas quando o avião pousou em Nova York, ela resolveu que precisava deixar isso para lá. Havia coisas maiores para serem feitas, como, por exemplo, tentar evitar uma guerra civil e continuar seu trabalho na SHIELD. Ela não podia deixar tudo de lado apenas para pensar que beijou seu melhor amigo. A reação dele não foi a esperada, e sim, ela estava com raiva, mas os dois iam superar isso.
Ela trancou o ressentimento e a chateação em seu interior, respirou fundo e foi para Torre Stark, que estava mais silenciosa que nunca, apenas Wanda e Visão estavam lá, em algum lugar, mas também extremamente silenciosos.
A loira foi para o andar de sua suíte, não tinha bagagem, afinal tudo se perdeu entre o bombardeio, as idas de Viena para Budapeste e por fim para Berlim. Ela foi para o banheiro, encheu sua banheira com água morna e alguns sais de banho e ligou em uma música relaxante.
Se deu ao luxo de se mimar e ter um banho digno enquanto tentava afastar todos os pensamentos da sua mente, nem que por apenas breves momentos. Mas, como ainda havia muito a ser feito, não durou muito mais que poucos minutos.
Ela se secou se vestiu com uma camisa branca social e uma calça preta, calçou os saltos, fez uma maquiagem básica, deixou os cabelos soltos, pegou uma bolsa e uma jaqueta de couro, esbarrando com algumas jaquetas e camisas de Steve que ele havia lhe emprestado em algum momento, em alguma das vezes que eles estavam fora de casa e ela estava com frio. Pela primeira vez, Lis estava com um pouco de raiva do tamanho da intimidade que criaram ao decorrer dos anos, mesmo sem nunca terem tido nada.
Chamou o elevador novamente e foi para garagem, entrou no carro vermelho e dirigiu até o novo prédio da SHIELD.
Esse prédio era totalmente diferente do Triskelion, onde ela trabalhou quando era apenas uma agente. O antigo lugar era simplesmente enorme, com centros de treinamentos, infinitos escritórios e algo por volta de quarenta andares, isso antes de ser destruído quando a Hydra tentou lançar os Aeroporta-Aviões, mas pensar muito nesse tópico lhe causava dor de cabeça.
O novo prédio ainda tinha a fachada de uma das filiais das Indústrias Starks e era muito menor, Lis ainda queria reformar tudo, mas com tanta coisa acontecendo, essa com certeza não era sua prioridade. Ao menos os dois últimos andares estavam excelentes. Ela foi até o elevador e teclou o número do décimo andar. Pensando nas tecnologias da antiga SHIELD que ela gostaria de trazer para ali.
Lis viu Maria Hill se aproximando e a cumprimentou com um sorriso, as duas trabalharam juntas na SHIELD no passado, com Nick Fury, e depois de todo acontecimento, Maria começou a trabalhar para Tony, por isso as duas continuaram próximas, na verdade, era a única dentre os novos agentes que Lis realmente conhecia. Tony ajudou a convencê-la desse novo projeto e a ajudar Lis a encontrar os agentes certos. E depois de muita insistência dos dois Stark's, ela aceitou. As coisas estavam aparentemente caminhando bem agora.
— Você deu uma olhada no que te enviei? — Hill pergunta conforme as duas se juntam, caminhando em direção ao escritório de Lis no fim do corredor.
— Claro. ☆ Lis diz com uma falsa convicção. Claro que não fazia ideia do que Hill estava se referindo, ela respirou fundo enquanto abria a porta e dava espaço para ela entrar. — O que foi mesmo que você me enviou?
— Você não viu, né? — Maria riu, Lis revirou os olhos se sentando na mesa dela e abrindo o notebook.
— Eu vi, mas é que você me manda muita coisa, quero saber exatamente do que esta falando agora. — Ela tentou se justificar.
— Às vezes você parece o Fury.
— Não sei por quê, mas não acho que isso foi elogio. — Lis disse, rindo e entrando na brincadeira.
— Não foi.
— Pelo menos eu tenho os dois olhos. — Lis brincou, mas depois respirou fundo e recuperou a seriedade. — Foi mal, essa coisa toda do tratado de Sokovia está me deixando ''fora de mim'' — Ela disse, lembrando do que Steve disse mais cedo e fazendo aspas com os dedos. Maria claramente não entendeu a referência. — Esta atrasando todos os meus planos para SHIELD.
— Inclusive, eles te liberaram para voltar? Vi no noticiário que as coisas estavam complicadas em Berlim. Achei que você ficaria por lá mais um tempo, com os Vingadores.
— Teoricamente não faço mais parte dos Vingadores, não assinei o tratado. — Ela admite.
— Não? Mas você não saiu daqui para a conferência de Viena? Para apoiar o tratado? Com a Natasha?
— Sim, mas... Ela faz uma pausa, repensando todas suas ações e todos os acontecimentos dos últimos dias. Não havia um jeito simples de resumir tudo e explicar o que aconteceu e os motivos de seu posicionamento. — As coisas mudaram, sei que você concorda com a causa, mas...
— Tudo bem. — Hill diz simplesmente. — Você está no seu direito. — Ela dá um pequeno sorriso amigável para a loira à sua frente.
— Obrigada. — Ela acena com a cabeça, sorrindo de volta. — Eu vou te contar tudo em detalhes assim que possível... mas agora me conte do que você estava falando agora.
— Sobre o novo agente que irá trabalhar conosco. Sobre a busca dos 084 da SHIELD e sobre a garota que parece um super soldado.
Lis parou por um minuto. Repassando as informações. Aquilo era o trabalho dela agora, ela quis fazer isso, quis reerguer a SHIELD e ser a nova diretora, então ela precisava se posicionar e assumir a liderança, mesmo que sua cabeça estivesse mais preocupada em ajudar a Steve, limpar o nome dele, de Sam e de Bucky,
— Eu falo com o agente novo, não se preocupe. — Ela abriu seu planner no notebook, apagou todas as anotações da semana e começou a refazer do zero.
Os agentes que estavam trabalhando para ela agora eram poucos, e todos tinham passado pelo julgamento de Hill primeiro, e pelas provas de aptidão, então tudo que ela precisava fazer era uma pequena conversa e designar a missão. Ela sabia que Maria, de certa forma, era a favor do tratado de Sokovia e que não iria contra Tony depois do tempo que passou trabalhando para ele, então talvez pudesse pedir a ajuda do tal agente novo. Ela continuou:
— Os 0.8.4s são importantes, se não houver nenhuma prioridade no momento, você pode cuidar disso com a Yelena? — Ela disse e Maria assentiu com a cabeça. 0.8.4 eram objetos de origem desconhecidas que a SHIELD acumulou por anos, armas, elementos raros, coisas que em mãos erradas poderiam causar problemas e que depois da invasão da Hydra dois anos atrás se perdeu pelo mundo, ou foram apreendidos.
Lis, Tony, Maria e até Fury de longe, fizeram um levantamento dos 0.8.4's conhecidos, sua localização e de como recuperá-los. Isso levou dias. Lis, Maria Hill e Yelena Belova, uma das agentes que Hill recrutou, já haviam recuperado algumas coisas, mas pouco. Ainda havia muito a se fazer.
Como o nome SHIELD ainda não tinha a barra limpa e teoricamente ainda era taxado como uma organização terrorista, não dava para simplesmente chegar e pedir educadamente, tudo era feito sigilosamente.
Yelena era uma agente russa que Lis soube que foi treinada na sala vermelha, uma organização russa. Ela era apenas um ano mais nova que Lis, mas suas habilidades eram impressionantes. Ela era extremamente boa em diversas artes marciais e também uma espiã excelente. Lis não teve muitas oportunidades de conversar com ela a sós, mas pelo jeito da garota, ela acreditava que facilmente seriam amigas. Ou se odiariam.
Lis anotou isso também, talvez Yelena soubesse algo sobre o projeto soldado invernal, talvez tivesse ouvido algo na época da sala vermelha. Talvez alguma pista sobre o que Bucky disse, os outros Soldados Invernais. Isso também era uma meta a ser cumprida o quão antes possível.
— Sobre a garota com super força. — Lis faz uma pausa lembrando do que descobriram semanas atrás. — Ela está se mantendo discreta. O governo não vai descobrir sobre ela, não por enquanto, não enquanto eles estão atrás do Bucky. E ela também não se mostrou uma ameaça. Não é prioridade no momento, mas tentarei descobrir mais sobre ela. E quem sabe, recrutamos ela.
Já era por volta das 18h, o dia havia sido uma bagunça, tanta coisa aconteceu desde que ela beijou Steve, incluindo um voo de quase oito horas e o maldito beijo ainda martelava em sua cabeça.
Lis sentia o estomago roncar, não teve uma refeição descente naquele dia. Agora ela estava no meio de uma pilha de papéis em sua mesa, tentando dividir sua atenção entre tentar descobrir quem era o falso médico que falou com Bucky e o transformou em Soldado Invernal, uma nova tecnologia de segurança que ela estava programando para o prédio e o agente Grant Ward a sua frente.
— Você frequentou a academia da SHIELD? — Ward perguntou. Teoricamente, deveria ser ela a fazer as perguntas, mas ela já havia feito muitas e já havia lido os históricos dele, então deixou passar. Ela concordou com a cabeça. — Em qual ano?
— 2008. Quando Tony virou o homem de ferro, eu senti que também devia fazer alguma coisa. — Lis admitiu, Ward riu. Mas não estava zombando dela, parecia impressionado, na verdade.
— Você tinha quantos anos? Quinze?
— Dezoito, na verdade, mas obrigada. — Ela deu uma risadinha e voltou a atenção para o computador. - E você?
— Eu fui aceito pela academia da SHIELD em 2010, eu tinha vinte e dois anos. — Ele disse como se a informação não estivesse fresca na memória, mas sábia que a Stark havia perguntado por educação, já que teve acesso a essas informações sobre ele de antemão. - Mas, senhorita Stark, o que te fez querer reconstruir a SHIELD? Não estava satisfeita sendo parte dos Vingadores?
Lis para o que estava fazendo, ela respira fundo, pensando na resposta com sinceridade, depois olha para o Ward.
— Eu amava os Vingadores, mas... Não quero esperar o mundo estar acabando para agir. E com a SHIELD, podemos evitar que eventos de ''mundo acabando'' aconteçam... Sem falar da bagunça que tudo esta agora... — Lis admitiu, Ward sorriu e balançou a cabeça.
— Você esta certa... Mas se me permite perguntar... Por que agora? Não foi você que ajudou o Capitão América a derrubar a SHIELD quando a Hydra a tomou?
— Foi necessário... — Ela suspira, fazendo uma pausa, na época foi a única solução, não se arrependia.
— Certo... — Ele balança a cabeça. Lis notou que ele estava curioso sobre ela, mas que está conseguindo não ser invasivo. — Mas você sabe que durante esse tempo, houve pessoas que ainda trabalhavam para SHIELD nas escondidas, não é? — Ele pergunta e ela estreita as sobrancelhas.
— Como quem?
— Victoria Hand, Phill Coulson, John Garrett. - Ward menciona em tom de voz baixo. Lis considera, conhecia aquelas pessoas. Principalmente Coulson, que foi um de seus primeiros mentores antes de Loki supostamente matá-lo no ataque de Nova York em 2012. Aquelas pessoas eram talvez os agentes mais antigos da antiga SHIELD e não era tão surpreendente que eles ainda estivessem atuando nas sombras, afinal ela também estava, com Nick Fury. — Eu, você.
Lis considera novamente, e assente com a cabeça. Ela sabe que Ward tem um ponto.
— Isso vai ser diferente. — Ela diz com um pequeno sorriso, girando em sua cadeira enquanto olha para o homem a sua frente.
— Certo. — Ele dá um sorriso genuíno. — Interessante, senhorita Stark. Então, acho que é só senso de dever mesmo. Não tem nada a ver com a SHIELD ter sido originalmente fundada pelo seu pai e pela ex do seu namorado. — Ward diz e dá uma risada, não porque discorda, mas porque acha muito engraçado o jeito que ele fala e consegue se livrar por pouco de soar rude.
— Steve Rogers não é meu namorado e tecnicamente a Peggy Carter não é ex dele, eles nunca tiveram nada... — Ela comenta, mas sente as bochechas ficando vermelhas, então muda de assunto. — E o negócio que meu pai deixou para a família, não foi a SHIELD.
— Espera, você não namora o Capitão América? — Ward pergunta e soa mais em dúvida do que deveria, Lis solta uma risada de deboche ao lembrar da situação que aconteceu naquela manhã. Ela apenas suspira e balança a cabeça negativamente enquanto pressiona os lábios com certa força.
— Somos amigos.
— Amigos bem próximos.
— Sim, amigos bem próximos. — Ela faz uma pausa, mas por fim confessa. — Mas ainda assim, apenas amigos. — O tom dela soou um pouco mais sério então talvez Ward tenha percebido que estava conversando com sua diretora e não com uma amiga.
— Desculpe. — Ele faz uma pausa, procurando outro tópico para se agarrar e não parecer deixar o clima ainda pior. — Seu pai teria orgulho de você.
— Obrigada.
— Você se lembra muito dele? — Ward pergunta, vê Lis pensando por alguns minutos e por fim balançando a cabeça negativamente.
— Quase nada, apenas o que vi em fotos. — Ela admite com um suspiro chateado.
— Sinto muito, posso perguntar quantos anos você tinha, quando seus pais foram assassinados?
— Eles não foram assassinados, morreram em um acidente de carro. — Ela responde prontamente, respira fundo novamente e dá uma última resposta antes de voltar a atenção para o notebook, não querendo ficar presa naquele tópico por muito mais tempo. — Eu tinha um ano, eu era apenas um bebê, por isso não me lembro muito deles.
Ward faz outra pausa, de certa forma desapontado por falhar em melhorar o clima. Ele ia dizer algo a mais, talvez se desculpar novamente, mas antes que pudesse, Lis diz:
— Sabe, respondendo sua pergunta... A razão de trazer a SHIELD de volta... Sabe uma coisa que ouvi do Fury?
— Que o homem pode fazer qualquer coisa quando percebe que é parte de algo maior?
— Também. Mas eu estava pensando em "O princípio sobre o qual a S.H.I.E.L.D. foi fundada era puro... Proteção. Uma palavra. Às vezes para proteger um homem dele próprio, outras vezes para proteger o planeta de uma invasão alienígena de outro universo... mas a crença que leva todos nós em frente, seja por um homem ou por toda a humanidade," "Que todos são dignos de serem salvos."
— Caramba, você decorou tudo isso? Aprendeu com o Capitão América?
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