𝟶𝟸. 𝚄𝙽 𝚋𝚘𝚖𝚋𝚒𝚗𝚐
𝚌𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟸 — 𝙱𝚘𝚖𝚋𝚊𝚛𝚍𝚎𝚒𝚘 𝚗𝚊 𝙾𝙽𝚄 𝚛𝚎𝚟𝚒𝚜𝚊𝚍𝚘 ✅
𝑰 𝒏𝒆𝒗𝒆𝒓 𝒉𝒂𝒅 𝒕𝒉𝒆 𝒄𝒐𝒖𝒓𝒂𝒈𝒆 𝒐𝒇 𝒎𝒚 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒊𝒄𝒕𝒊𝒐𝒏𝒔
𝑨𝒔 𝒍𝒐𝒏𝒈 𝒂𝒔 𝒅𝒂𝒏𝒈𝒆𝒓 𝒊𝒔 𝒏𝒆𝒂𝒓
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Lis estava se sentindo levemente ignorada uma vez que Steve não atendeu nenhuma ligação sua durante todo o dia. Ela bufou e revirou os olhos se deitando na cama.
A loira ligou a TV, colocou um episódio de The Walking dead e ficou assistindo por algumas horas sem de fato prestar atenção.
Já era tarde quando o celular vibrou, ela o pegou imediatamente e viu que Steve finalmente havia respondido os pontos de interrogação que ela havia enviado algumas vezes seguidas.
"Estou resolvendo um assunto mas prometo que te explico depois."
Lis suspirou com a mensagem. Bloqueou o celular mas antes de voltar a atenção para TV ele ascendeu novamente.
"Já tomou sua decisão? Vai assinar o tratado de Sokovia? "
Steve perguntou e Lis encarou a tela do celular sem saber como responder. A verdade é que ela tinha evitado pensar no assunto durante o dia todo.
"Eᴜ ᴀɪɴᴅᴀ ɴᴀ̃ᴏ sᴇɪ, ᴘʀᴇᴄɪsᴏ ᴘᴇɴsᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴄᴀʟᴍᴀ" - Lis enviou. Ela olhou para tela do celular por alguns segundos sentindo o coração bater mais rápido do que deveria, após um minuto e meio depois da mensagem ser visualizada a resposta chegou.
"Na verdade eu acho que você já sabe.
Você só não quer ter que ficar do meu lado ou do lado do Tony.
Mas não é sobre isso que se trata.
Eu entendo o outro lado também, eu entendo os motivos do Tony e não vou te julgar se você escolher assinar.
Independente da sua decisão eu vou continuar sendo seu amigo, nada vai fazer com que eu fique chateado ou deixe de me importar com você."
Lis leu e re-leu as mensagens algumas várias vezes mas não soube responder. Ela bloqueou o celular o segurando com um pouco de força, escutou a porta bater e suspirou.
— Entra. — Murmurou.
— Como você esta minha irmãzinha favorita? —;Tony perguntou abrindo a porta e se sentando na poltrona perto da porta.
— Que milagre, você bateu na porta. — Ela riu.
— Você se trancou no quarto o dia inteiro. — Ele rebateu e Lis e revirou os olhos.
— Eu só estava pensando um pouco... Enquanto assistia Zombies devorando pessoas. — Ela sorriu e pausou a série.
— Isso é nojento.
— Pensar? — Provocou.
— Idiota. — Ele rebateu e os dois riram. — Estava pensando sobre o que exatamente?
— Várias coisas. — Deu ombros. — E não cheguei a conclusão nenhuma se é isso que você vai perguntar.
— Lis você é adulta e sabe que eu não posso te dizer o que fazer ou não. Você não é só uma vingadora, você cuida das indústrias Stark e é uma excelente agente independente. Você é forte. Eu sei que você odeia sentir que não esta no controle. — Lis percebeu que estava tentando ser cauteloso na escolha das palavras e prestou atenção já que ver ele sendo cauteloso com ela não era algo que estava acostumada, normalmente os dois só falavam toda merda que queriam um com o outro sem levar para o pessoal. — O que estou querendo dizer é que... Você não vai estar cedendo esse controle se fizer o que você acredita.
Ela concordou com a cabeça e não disse nada no momento só ficou pensando se realmente havia entendido o que o irmão quis dizer.
— Eu sei que é clichê mas só seja você mesma. — Tony disse e viu Lis rir. — O que foi? Fui tão ruim assim?
— Foi péssimo... Mas não é isso. — Ela se jogou na cama e olhou para o teto. — Eu não sei como ser eu mesma.
— Pode começar parando de morrer tentando agradar o Capitão América. — Ele debochou.
— Eu não tento agradar ele. — Ela jogou um travesseiro em Tony.
— Tenta sim. É patético. — Ele revirou os olhos. — Vocês dois são... Complicados. E irritantes. — Ele admitiu mais pra si próprio do que pra ela.
— Nós somos só amigos, não tem nada de complicado ou de irritante nisso. – Lis disse pegando outro travesseiro mas dessa vez colocando sobre o rosto.
— Vocês dois se querem desde a primeira vez que vocês se viram mas ao mesmo tempo vocês não tem absolutamente nada em comum. — Tony explicou. — Enfim, não tente agradar ele.
— Não estou tentando. — repetiu mais alto. Tony disse um "aham'' e saiu do quarto rindo.
Lis ficou deitada com o travesseiro no rosto por mais alguns minutos. Tony tinha razão? Ela estava preocupada em agradar Steve? Não, ela só o admirava e talvez não quisesse decepcioná-lo, nq verdade não queria decepcionar ninguém, mesmo que isso fosse extremamente provavelmente uma vez que Tony estava certo quando disse que eles eram completamente diferentes.
Ela revirou os olhos sozinha e bufou. Pensando no que fazer e no que não fazer.
"Só seja você mesma" as palavras do irmão ricocheteavam na sua cabeça, sem saber o que fazer. Era difícil saber como exatamente era ser ela mesma. Se perguntassem sobre ela para Natasha, para Tony, para Steve e para Sam cada um a descreveria de uma forma diferente e isso porque eles eram as pessoas mais próximas dela. Então qual dessas versões ou descrições era a verdadeira e legitima?
Viena, Áustria
Escritório das nações unidas
Lis olhava a paisagem pela janela do carro, ela olhou no relógio de pulso e viu que já passava do meio dia, estava com fome e não fazia ideia da hora que iria poder almoçar. Aquele tipo de reunião normalmente levava horas.
Ela usou o celular como espelho, a maquiagem ainda estava intacta, os colares prateados brilhavam em cima do tecido preto de sua camiseta de gola alta. Os cabelos loiros estavam em um rabo de cavalo casual.
Logo o carro estacionou, ela olhou o celular para verificar se Steve ou Tony haviam lhe mandado algo mas aparentemente nada. Ela suspirou e desceu do carro seguida por Nath, as duas estavam ali como representantes dos vingadores para a cerimônia de ratificação do tratado de Sokovia.
— Ei, esta tudo bem. Estamos fazendo a coisa certa. — Lis escutou Nath falando enquanto tocava seu ombro de forma reconfortante. Lis apenas forçou um sorriso e assentiu com a cabeça.
As duas adentraram o lugar e foram recebidas por diversos secretários de estado, a maioria das pessoas ali pareciam surpresas em ver Natasha mas não em ver a Lis.
Talvez porque durante a vida toda a Romanoff fora um pouquinho menos discreta. Ou talvez porque todos já achassem previsível que Lis fosse assinar.
O príncipe de Wakanda se aproximou.
— Senhorita Romanoff, Senhorita Stark. — Ele sorriu educadamente. — É um prazer vê-las aqui. — Ele olhou para Natasha. — Depois de sua última viagem ao congresso não esperava te de ver tão confortável aqui.
— Não estou tão confortável. — Natasha admitiu.
— É por isso que admiro que você esteja aqui. — T'challa disse com sua postura impecável e depois olhou para Lis. — Já você... É sempre extremamente adaptável, você tem um talento natural para as câmeras e todo o resto.
— Obrigada, eu acho. — Lis disse um pouco sem graça.
— De nada. E sim, foi um elogio. — Ele sorriu, ainda de forma séria. — De qualquer forma estou feliz que vocês tenham escolhido concordar com tudo isso. Sinto muito que o Capitão Rogers não esteja conosco.
— É, eu também. — Nath respondeu com naturalidade, Lis congelou por um segundo, sem motivo. Mas por fim assentiu com a cabeça.
— Você e o Capitão Rogers... São... Próximos, certo? — T'challa arriscou não querendo parecer invasivo ou curioso de mais, mas podia se considerar um amigo de Steve então não via mal em perguntar.
— É. — Lis disse simplesmente sem conseguir pensar em nenhuma palavra. Ela pensava no que Tony havia dito sobre ela fazer o que acreditava e não o que iria agradar Steve. Ela já tinha contado para Steve que estava ali e ele não estava bravo com ela mas ainda assim Lis sentia como se estivesse o traindo toda vez que alguém mencionava ele.
— Desculpe, não quis ser indiscreto.
— Não foi, é claro que não. Steve é um amigo próximo, além de um parceiro de equipe. — Lis se explicou. T'challa assentiu, Natasha segurou a risada mas aproveitou que foi anunciado para que todos se sentassem para puxar a amiga dali.
O rei de Wakanda tomou a frente iniciando um discurso.
— Vamos lutar pelo mundo que desejamos nos juntar. Somos gratos aos vingadores por apoiarem essa iniciativa. — Lis assistia ele falando, assim como examinava a expressão no rosto de T'challa em pé perto da janela e a de Natasha sentada ao seu lado que parecia querer com todas as forças comprar aquela ideia. Lis sentia as mãos suarem, ainda não tinha assinado nada mas sentia como se já, de qualquer forma queria que aquela cerimônia acabasse logo. — Wakanda tem muito orgulho de... — O rei continuou falando até que T'challa gritou.
— Todo mundo para o chão.
Lis e todo o restante das pessoas da sala se jogaram no chão quase que como um reflexo imediato. Ela cobriu a cabeça com os braços e escutou um barulho alto. Vidro quebrando e um gritaria, ela ergueu o rosto, não viu nada além de fogo e fumaça e então tudo que ouviu foi um zumbido.
Londres, Inglaterra
— "Uma bomba escondida em uma van de notícias destruiu parte do prédio da ONU em Vienna. Mais de 70 pessoas estão feridas e 12 pessoas estão mortas, incluindo o rei de Wakanda T'chaka...
A reportagem passava na TV, Steve, Sam e Sharon estavam parados na frente assistindo aquilo. Sam viu de canto de olho Steve engolir seco e pegar o celular no bolso.
Steve continuava olhando para TV com o celular no ouvido que só chamava. O telefone de Sharon tocou e ela se afastou um pouco para atender.
— A Lis não esta atendendo. — Steve murmurou preocupado, começando a andar de um lado para o outro como se isso fosse fazer ela atender mais rápido.
— Calma cara, ela deve estar bem. — Sam tentou tranquilizar, os dois voltaram a atenção para TV.
—"A polícia divulgou a imagem de um suspeito identificado como James Buchanan Barnes, o soldado invernal agente da Hydra... "
— Ta de brincadeira. — Sam disse em tom de indignação, olhando para Steve com um pouco de medo da reação dele, já que agora o mesmo tinha dois motivos para se preocupar.
— Preciso ir trabalhar. — Sharon disse voltando para o meio dos dois.
— Preciso de carona. — Steve disse a seguindo.
— Não Steve, você não pode ir para Vienna, não pode tentar se meter nisso e nem ir atrás do Bucky. Tem que deixar as autoridades cuidarem disso. — Sharon disse agitada mas com seriedade.
— Eu vou ir atrás dele, é claro que vou. Mas você não precisa se preocupar com isso agora, primeiro eu só preciso ter certeza se a Lis esta bem. — Ele fez uma pausa, olhou para o celular e depois para TV e por fim para Sharon Carter. — Por favor Sharon.
Ela suspirou e assentiu, fez um sinal para que eles a seguissem e foram para o terraço do hotel, onde um helicóptero foi buscá-los para leva-los até Vienna.
Steve ficou a viagem toda tentando ligar e mandar mensagem para Lis, tentando não demonstrar o tamanho da sua ansiedade e desconforto mas Sharon e Sam notaram mesmo assim.
— Steve... Eu tenho certeza de que ela esta bem... Ela deve ter perdido o celular no meio da bagunça. — Sharon arriscou, ela viu o homem assentir com a cabeça mas não dizer nada.
Steve recebeu uma mensagem de Tony perguntando se ele havia conseguido falar com Lis. Ele respondeu que não sabendo que Tony estava tão preocupado quanto ele.
Viena, Austria.
Algum tempo depois o helicóptero pousou em Viena, no terraço de um prédio. Sharon gritou para Steve e Sam arranjarem um disfarce e não fazerem nenhuma burrada. Ela desceu na frente.
Steve foi até o muro e observou a bagunça que estavam as coisas lá em baixo. Dali já dava para ver o estrago que a bomba havia feito. Ele não conseguia acreditar que Bucky havia feito aquilo.
Ele e Sam colocaram bonés e óculos escuros, torcendo para que não fossem chamar atenção. Eles desceram de elevador enquanto combinavam um ponto de encontro e depois se separaram.
Steve viu Sharon fazendo ligações e falando com as pessoas ali presentes, tentando colocar ordem mas tudo estava uma bagunça, pessoas machucadas sendo atendidas, repórteres realizando transmissões ao vivo a polícia tentando manter os curiosos longe e interrogar o restante das testemunhas.
O Capitão América continuou se enfiando no meio das pessoas, de cabeça um pouco baixa, sentindo o coração bater mais forte do que deveria mas ainda assim tentando ser discreto.
Ele viu uma figura loira de costas para ele, ela estava andando ansiosamente enquanto falava no telefone e ele suspirou aliviado, apertando o passo e chegando nela no exato momento em que ela desligou o celular.
Ele a puxou pelo braço e a abraçou aliviado, percebendo que ela demorou meio segundo para reconhecê-lo mas depois o abraçou de volta. Lis deixou o rosto no peito dele e sentiu ele suspirar aliviado outra vez enquanto a segurava com força.
— Você me assustou. — Lis disse baixo porém o suficiente para que ele ouvisse mesmo no barulho da rua.
— Você me assustou. Por que não atendeu o telefone? Eu te liguei um milhão de vezes. — Ele disse ainda a segurando com força como se quisesse ter certeza de que ela realmente estava ali.
— Eu não sei onde meu telefone está, o policial me emprestou esse, eu acabei de falar com Tony, não sei seu número de cabeça mas pedi para ele te avisar que eu estava bem.
— Eu sei seu número de cabeça. — Ele usou como argumento, ela cerrou as sobrancelhas e riu.
— Parabéns? — Lis disse em tom sarcástico e sentiu as duas mãos dele em volta de seu rosto o erguendo e fazendo ela encará-lo. – O que foi?
— Estou vendo se você se machucou... Você esta bem? – Steve perguntou e ela fez que sim com a cabeça, ele assentiu de volta e a soltou, dando um passo para trás.
Steve sentia como se tivesse acordado de um sonho ruim, estava tão aliviado, ele nem conseguia imaginar a possibilidade de uma cenário onde ela não tivesse a mesma sorte e estivesse entre as vítimas. A possibilidade de chegar ali e não ver ela bem havia o assombrado durante as últimas horas mais do que ele imaginava ser possível. E agora ao ver que ela estava inteira era como se o ar estivesse voltando a seus pulmões.
— Qual é a do boné? E a do óculos escuro?
— É um disfarce. — Ele explicou.
— Ficou péssimo. — A sinceridade imediata fez ele rir.
— Ok, obrigada pela sinceridade. — Steve sorriu. — Estou aliviado que você está bem, a Nath esta bem? — Lis fez que sim com a cabeça e ele imitou o gesto, depois se aproximou e deu um beijo em na testa dela. — Que bom, agora tenho que ir.
— Com esse disfarce feio? Pra onde?
— Achar o Bucky.
— Nem pensar. — Lis disse e Steve ergueu uma sombrancelha. — Você lembra a merda que deu da última vez que o soldado invernal apareceu?
— Lis... — Ele não queria ter que explicar mas faria se fosse necessário.
— Steve... Eu sei. Eu sei que ele é importante para você. Mas... Deixa as autoridades cuidarem disso, só dessa vez. Se não...
— Se não o que? vão mandar os vingadores atrás de mim? Você vai me entregar?
— Eu poderia se isso fosse garantir que você ficasse longe de perigo. — Ela falou sério. — Mas não, não vou. Claro que não vou, seu idiota. — Ela murmurou, não queria que ele achasse que ela o entregaria. — Eu não vou, mas alguém pode. E se quer saber eu não assinei o tratado.
— Por que não?
— Porque uma bomba explodiu o prédio antes que eu pudesse. — Ela deu ombros falando como se fosse algo rotineiro que acontecesse sempre. Lis viu Steve suspirar e apoiar as mãos nos ombros dela.
— Se o Bucky estiver mesmo tão fora do controle eu sou a única pessoa que pode talvez não morrer tentando parar ele. — Ele falou e Lis revirou os olhos.
— Quanta auto-confiança Capitão. — A Stark disse e ele não pode evitar um sorrisinho.
— Aprendi com você. — Ele brincou, ela deu ombros, ajeitou o casaco e saiu andando.
— Vamos logo.
— Desculpa, o que? Vamos a onde?
— Achar o Barnes. — Ela disse e continuou andando, Steve ficou sem reação por um segundo mas logo a alcançou. Não adiantaria descordar.
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