𝟶𝟷. 𝚂𝚘𝚔𝚘𝚟𝚒𝚊 𝙰𝚌𝚌𝚘𝚛𝚍𝚜
𝚌𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟶𝟷 — 𝚃𝚛𝚊𝚝𝚊𝚍𝚘 𝚍𝚎 𝚂𝚘𝚔𝚘𝚟𝚒𝚊 𝚛𝚎𝚟𝚒𝚜𝚊𝚍𝚘 ✅
𝑻𝒉𝒆 𝒅𝒆𝒗𝒊𝒍'𝒔 𝒊𝒏 𝒕𝒉𝒆 𝒅𝒆𝒕𝒂𝒊𝒍𝒔,
𝒃𝒖𝒕 𝒚𝒐𝒖 𝒈𝒐𝒕 𝒂 𝒇𝒓𝒊𝒆𝒏𝒅 𝒊𝒏 𝒎𝒆
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Março 2016
Nova York
Avengers Tower
Steve estava sentado em algum canto do complexo dos vingadores, quieto e com mil e uma coisas na cabeça, os eventos da Nigéria que aconteceram na semana anterior passavam na sua mente como um filme.
Ele não conseguia parar de pensar que a missão havia sido cumprida, mas a que custo. Pessoas inocentes haviam morrido.
Se distraiu por um segundo sentindo duas mãos femininas pesarem sobre em cima de seus olhos e uma respiração quente bater em sua nuca. Ele sorriu.
— Advinha quem é. — Steve ouviu a voz feminina que ele conhecia bem, não precisava adivinhar mas não ia estragar a brincadeira. Ele deixou que ela continuasse com as mãos sobre seus olhos e se ajeitou na cadeira.
— Hmm... — Fingiu estar pensando. — Quem será? Não ganho nenhuma dica? — Ele ouviu Lis rir atrás dele.
— Sua pessoa com sobrenome Stark favorita, eu diria.
— Bem, com certeza não é o Tony. — Ele se levantou rindo e parou de frente para ela, admirando seu rosto por um minuto. — Senti sua falta Lis.
— Eu também. — Ela sorriu de volta, viu ele abrir os braços e se aproximou para um abraço, sentindo ele colocar os braços ao redor de sua cintura e o rosto na curva de seu pescoço e ficar assim por alguns segundos.
Steve afastou o rosto mas continuou abraçando ela. Lis ergueu levemente o rosto encarando seus olhos azuis e tentando os decifrar.
— Você esta bem? — Perguntou e viu Steve assentir mas não dizer nada, ela ergueu uma sobrancelha. Ela já sabia parcialmente sobre o que havia acontecido na Nigéria, seu irmão já havia contado e ela havia visto nos noticiários, mas não sabia dizer como Steve estava se sentindo em relação a tais acontecimentos, só que claramente ele não estava ok com isso.
— Como foi na Alemanha? — Ele perguntou com a voz carinhosa, mudando de assunto, ainda a segurando perto dele.
— Foi bom... Foi bem corrido, não tive tempo para nada além das convenções e reuniões. Mas foi legal. — Ela deu ombros sem se importar muito. Havia sido uma semana viajando para participar de uma convenção.
— Fez novos amigos? Novos paqueras? — Ele provocou, ela riu.
— Como eu disse, não tive tempo. – Falou com um sorrisinho aproveitando a proximidade dos dois.
— Nem um nerd bonito chamou sua atenção, então?
— Ah, teve um na verdade. Mas ele não está na Alemanha. — Lis piscou para ele e Steve riu.
Os dois ouviram uma tosse forçada e se afastaram, vendo Tony Stark parado na porta de braços cruzados revirando os olhos.
— A bonita fica na Alemanha por um mês e quando chega vai falar com o picolé ao invés de com o irmão. Onde foi que nossos pais acertaram? Porque onde erraram ta claro. — Tony diz no tom de deboche de sempre. Lis se aproxima rindo e dando um tapinha nas costas dele.
— Dramático.
— Eu sou. — Ele ri. — Reunião. — Ele diz, da as costas e sai, Steve e Lis o seguem até a sala de reuniões sem falar nada.
Lis cumprimenta os amigos que ainda não tinha visto e se senta entre Natasha e Steve. Rhodes, Wanda, Visão e Sam também estavam na mesa. Tony se sentou em uma poltrona aparte enquanto um homem que Lis reconheceu ser o secretário de Estado fazia um discurso entediante sobre o dia que teve um infarto durante uma partida de golfe.
— O mundo tem uma dívida com os vingadores. Vocês lutaram por nós. — o homem finalmente começou a falar algo com o mínimo sentido. — Mas enquanto isso, algumas pessoas preferem o termo... Vigilantes.
— E qual termo você usaria, senhor secretário? — Natasha perguntou e Lis deu uma risada curta, porém mais alta do que deveria.
— Que tal perigosos? Como chamaria um grupo de aprimorados residentes americanos que rotineiramente ignoram as fronteiras internacionais e forçam sua vontade, onde quer que vão e que, francamente, não parecem despreocupados com o que deixam para trás. — O secretário de Estado disse, Lis olhou de canto de olho para Steve, na tentativa de interpretar alguma reação dele, mas não conseguiu ver nada além de incômodo no rosto dele.
Na verdade havia incômodo claramente estampado no rosto de todos ali presentes, principalmente quando o secretário de estado começou a exibir imagens dos ataques dos últimos anos, Nova York, Washington, Sokovia, Lagos... E toda destruição, vitimas e caos que ficou para trás.
Lis olhava para cada um dos amigos, não querendo olhar diretamente para as gravações mas o desconforto no rosto deles parecia tão ruim quanto as imagens.
Ela sentia a mão de Steve apertar a sua debaixo da mesa, de modo que ninguém visse. Não que estivessem se escondendo, não tinham nada para esconder, eram só amigos que tinham como forma de demonstração de afeto toque físico. Mas evitar comentários e piadinhas era sempre bom.
— Ok, já chega. — Lis ouviu Steve falar para o secretário enquanto soltava a sua mão, querendo acabar com o desconforto de todos ali presentes e ir direto ao assunto. O secretário pareceu entender já que desligou as imagens e voltou a falar.
— Nos últimos quatro anos vocês operaram com o poder ilimitado e sem supervisão. É uma situação que os governos do mundo não podem mais tolerar. Mais acho que temos uma solução. — Ele pega um arquivo bem grande das mãos de seu segurança e coloca na mesa. Lis pega os documentos os examinando. — O tratado de Sokovia, aprovado por 117 países. Estabelecem que os Vingadores não devem mais ser uma organização privada. Ao invés disso, eles iram operar com a supervisão das Nações Unidas. Apenas quando e se esse painel achar necessário.
— Então quer que nós tornemos funcionários públicos? — Lis pergunta de forma sarcástica e sem humor mas ninguém responde.
— Os Vingadores foram formados para tornar o mundo um lugar seguro. E nos conseguimos isso. — Steve falou com a voz séria e calma depois de se virar algumas vezes para Tony esperando uma reação da parte dele.
— Diga-me Capitão, você sabe onde Hulk e Thor estão agora? Pois se eu perdesse duas bombas atômicas pode apostar que haveriam consequências. O mundo funciona com compromissos e garantias, acreditem. — O secretário aponta para os documentos que agora estão no meio da mesa. — Esse é o meio termo. Em três dias a ONU se encontra em Viena para solidificar o contrato. Discutam o assunto.
— E se tomarmos uma decisão que não agrade vocês? — Nath sugere mesmo com a resposta já sendo previsível.
— Vocês saem de cena. — O secretário diz simplesmente e sai da sala.
Quando Lis se deu conta, Tony estava jogado no sofá com a mão no rosto e olhar de puro tédio, deboche e irritação. Steve estava lendo o tratado, atento a cada vírgula e com uma expressão indecifrável enquanto Sam e Rhodes estavam debatendo sobre aquilo ser ou não uma ideia.
— Digamos que a gente concorde com esse negócio, quanto tempo vai demorar para começar a nos rastrearem como se fôssemos criminosos comuns? — Sam disse irritado para Rhodes que respondia dizendo que o fato de que aquilo se tratava da ONU e por isso deveria ser levado a sério.
Visão interrompeu, fez um discurso sobre poder, controle, limites e supervisão. Concordando que assinar não era uma má idéia.
— Tony, acho que é a primeira vez que te vejo calado dessa forma. — Natasha disse, Tony tirou a mão do rosto, antes que ele pudesse responder Steve disse.
— É porque ele já tomou a decisão dele. — Steve disse em tom sério.
— Você me conhece tão bem. — O Stark respondeu se levantando. — Eu to com uma dor de cabeça eletromagnética capitão, dor e desconforto. — Ele caminhou até o balcão. — Quem ta jogando pó de café na pia, em? Eu to dando abrigo para uma gangue de motoqueiros?
Lis e Sam trocaram um olhar e seguraram uma risada como se soubessem de algo.
Tony continuou, falando agora sobre um garoto que morreu em Sokovia, que ele havia conhecido a mãe.
— Ele queria fazer a diferença, mas não vamos saber, porque derrubamos um prédio na cabeça dele enquanto estávamos arrasando. — Tony concluiu, todos na sala assistiam em silêncio até que Steve se pronunciou.
— Tony... Se não conseguir salvar alguém não pode desistir.
— Quem ta desistindo? — Tony interrompeu Steve.
— Estaremos se não nos responsabilizamos pelas nossas ações, esse documento só transfere a culpa. — Ele olhando diretamente para Tony. Lis observava os dois, parecendo entender o ponto de vista de ambos.
— Desculpe Steve, mas isso é perigosamente arrogante, estamos da Organização das Nações Unidas, não estamos falando do conselho de segurança, nem da Shield, nem da Hydra. — Rhodes disse.
— Não, mas é comando por pessoas com ideias e ideais de alteram. — Steve disse e Sam concordou com a cabeça.
— Isso é ótimo, é por isso que estou aqui, quando percebi do que minhas armas eram capazes nas mãos erradas eu encerrei, parei de fabrica-las. — Tony disse largando a caneca de café e se aproximando de Steve.
— Tony... Você escolheu fazer isso. Se assinarmos estaremos cedendo nosso direito de escolher. — Steve olhou para todos na sala, ainda com seu tom de voz calmo. — E se esse painel nos mandar para algum lugar que não queremos ir? E se algum lugar precisar de nós e não pudermos ir?
— Se não fizermos isso agora, vai ser imposto a nós mais tarde e não vai ser bonito. — Tony concluiu, Lis percebeu que o irmão, diferente de Steve não ia se esforçar tentando convencer o restante.
— Talvez o Tony tenha razão. — Natasha falou e todos olharam para ela chocados.
— Peraí, você é a mesma mulher que mandou o governo se ferrar uns anos atrás? — Sam disse e Lis riu.
— Eu ia dizer isso. — Lis sussurrou para Sam, só ele e Steve notaram mas não deram muita atenção, ainda estavam mais chocados com o comentário de Natasha do que com qualquer outro.
— Só estou avaliando o terreno... Nós cometemos alguns erros bem públicos, eles tem que voltar a confiar em nós. — Ela se explicou.
— Peraí, que loucura, eu to pirando ou você acabou de concordar comigo? — Tony perguntou.
— Eu retiro o que eu disse.
— Não, não retira não. Obrigado, isso foi inédito. — Tony disse, tentado, talvez suavizar o clima.
Steve e Lis trocaram um olhar, Lis entendeu o que ele estava perguntando a olhando daquela forma mas ela não sabia como responder.
— Lis? — Tony perguntou.
— Hm? — Ela respondeu em um murmuro imediato, tirando os olhos do Capitão América e olhando para o irmão.
— Eai? Não vai falar nada? O que você acha? — Ele perguntou como se a pergunta fosse óbvia, e era na verdade já que ela era a única que não tinha se manifestado.
— Eu não sei, preciso pensar sobre isso. — Ela disse um pouco baixo, sem olhar para ninguém.
— Eu preciso ir. — Steve suspirou, se levantou e saiu do cômodo, Lis olhou para ele e quase se levantou automaticamente como se quisesse ir atrás.
— Senta a bunda ai, não vai atrás dele não. — Tony disse e ela revirou os olhos mas obedeceu. – Eu quero ouvir a sua opinião Lis. Não que a sua opinião vá fazer eu mudar a minha mas quero saber de qual lado você esta.
Lis sentiu todos os restantes na sala a encararem, claro que não era só Tony que queria saber a opinião dela. Mas ele queria saber logo, antes de ela conversar a sós com Steve para que ele não a influenciasse.
— Eu não sei, eu entendo os dois lados. Já disse que preciso pensar. — Ela disse e se levantou e foi na direção oposta a que Steve saiu, indo para o elevador que dava para o andar do seu quarto.
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