024
Peter e Harper desceram as escadas do prédio, cada degrau rangendo sob seus pés, ecoando na tarde silenciosa. O sol já começava a se pôr, tingindo o céu de laranja e púrpura, mas a atmosfera estava pesada, como se algo sinistro estivesse prestes a acontecer. Quando eles chegaram à rua, a cidade parecia deserta, envolta em um silêncio perturbador.
Não havia sinais de onde o barulho poderia ter vindo, e agora tudo estava quieto demais. As ruas, geralmente cheias de vida, estavam vazias. Harper segurava a mão de Peter com força, e ele retribuía o aperto, os olhos dele varrendo o ambiente em busca de qualquer coisa fora do normal.
— Isso não parece certo. — murmurou Peter, mantendo Harper perto.
De repente, uma voz firme e carregada de autoridade cortou o silêncio da tarde.
— Harper.
Ambos se viraram bruscamente, o coração de Harper disparando ao ouvir seu nome. No meio da rua, envolto em uma aura de poder, estava o Doutor Estranho. Suas vestes flutuavam levemente, como se um vento invisível as movesse, e seus olhos fixaram-se em Harper com uma intensidade que fez seu estômago revirar.
— Harper. — repetiu ele, dando um passo à frente. — O que você fez?
A pergunta pairou no ar, carregada de tensão e Harper sentiu o pânico começar a se instalar. A voz de Strange era severa, cortante, e ela soube instantaneamente que algo estava terrivelmente errado. Ela engoliu em seco, tentando reunir forças para responder, mas as palavras pareciam presas na garganta.
— O... o que você quer dizer? — murmurou Harper, tentando ignorar o nó que começava a se formar em sua garganta, a voz trêmula.
Os olhos de Strange faiscaram, uma mistura de preocupação e frustração visível em seu rosto. Ele respirou fundo, como se estivesse tentando manter a calma.
— Você alterou a realidade, Harper. Algo foi mudado, e agora o equilíbrio do universo está em risco. Diga-me, o que você fez?
O peso das palavras dele caiu sobre Harper como uma tonelada de pedras. O calor da mão de Peter, que antes lhe dava conforto, agora parecia distante, quase irreal, enquanto ela tentava processar o que estava acontecendo.
Harper engoliu em seco, a voz tremendo enquanto tentava responder.
— Eu... eu tentei consertar os meus erros. — disse, as palavras saindo com dificuldade, como se cada uma carregasse o peso de sua culpa.
Stephen a olhou com uma mistura de exasperação e tristeza, seus olhos brilhando com uma severidade que ela nunca havia visto antes.
— Péssimo erro. — respondeu ele, a voz firme, cortante como uma lâmina.
Harper sentiu o peito apertar, o pânico crescendo dentro dela. Com a voz entrecortada, ela olhou ao redor, a cidade deserta, as ruas vazias, como um cenário de pesadelo.
— Onde... onde está todo mundo? — perguntou, quase em um sussurro.
Strange balançou a cabeça, a frustração evidente em seu rosto.
— Eu não sei. — respondeu ele, o tom mais sombrio, mas com a mesma firmeza. — Harper, as consequências de mexer com a realidade são imprevisíveis.
Ela hesitou por um momento, a mente girando com perguntas, medos e arrependimentos, antes de abrir a boca para perguntar mais.
Mas antes que as palavras pudessem escapar, Stephen a interrompeu, levantando uma mão de forma enfática.
— Não sei a proporção do que está acontecendo! — disse ele, com uma urgência que fez Harper estremecer. — Mas eu te alertei, Harper, para ter cuidado com a Joia da Realidade. E você não escutou.
A culpa cravou-se profundamente nela, cada palavra dele era um golpe doloroso.
— Agora, a realidade em que vivemos está se rasgando, se fundindo com outras. Não sabemos o que pode sair disso, mas não será nada bom.
A gravidade da situação caiu sobre Harper como um peso esmagador, o terror de suas ações refletido em seus olhos enquanto a realidade ao redor deles começava a distorcer, sutilmente, mas perceptivelmente. Ela se sentia como se estivesse em queda livre, sem saber onde ou como poderia aterrissar.
Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, duas figuras apareceram ao longe, movendo-se lentamente pela rua deserta. De onde estavam, era difícil discernir detalhes, apenas sombras vagarosas, quase imperceptíveis.
Harper franziu o cenho, tentando entender o que estava vendo. Peter apertou sua mão por um instante antes de soltá-la e num piscar de olhos, ele já estava em seu traje de Homem-Aranha, preparado para o que quer que estivesse por vir.
As sombras se aproximaram e Harper sentiu um calafrio correr por sua espinha ao reconhecer os movimentos rígidos e descoordenados das figuras. Um flash de memória inundou sua mente, transportando-a para as primeiras semanas naquela realidade, quando os "mortos-vivos" haviam sido notícia constante nos jornais. Ela se lembrou vividamente dos ataques, de como Peter havia lutado contra eles e de como até ela mesma quase sucumbira.
Quando as duas figuras entraram no campo de visão claro, o horror tomou conta de Harper. As criaturas tinham pescoços grotescamente torcidos, a pele pendendo em pedaços rasgados, revelando ossos expostos. Mas o mais perturbador era a ausência de dor ou desconforto em seus rostos; era como se a morte não tivesse levado tudo, deixando apenas um vazio aterrorizante.
Stephen, atento, lançou um feitiço de proteção ao redor deles mas as criaturas continuaram avançando, implacáveis.
Quando as figuras estavam próximas o suficiente para que Harper pudesse ver o brilho opaco de seus olhos mortos, o primeiro deles se lançou em um ataque repentino. Harper mal teve tempo de reagir antes que Peter saltasse à frente, suas teias prendendo o primeiro agressor, mas o segundo avançou, rápido demais para ser contido.
A luta estourou com uma violência que Harper não esperava e o som de ossos se chocando contra as teias de Peter misturava-se com a magia de Strange que tentava afastar as criaturas. A adrenalina correu em suas veias e Harper se viu presa entre o terror e a urgência, tentando encontrar uma maneira de ajudar enquanto o caos explodia ao seu redor.
Harper não era a melhor lutadora mas sabia se defender e ganhar tempo. Quando as duas figuras distorcidas começaram a avançar sobre ela, seu instinto de sobrevivência entrou em ação. Sem pensar duas vezes, ela agarrou a lata de lixo mais próxima e a lançou com força na direção de uma das criaturas, tentando ao menos desviar sua atenção.
A lata acertou em cheio mas o impacto foi como jogar uma pedra em um lago – sem efeito visível. A criatura cambaleou por um instante, mas logo retomou o ataque, avançando sobre Harper com uma ferocidade inumana. Ela tentou se esquivar, bloqueando os golpes como podia mas uma delas conseguiu agarrá-la com força, enquanto a outra investiu contra ela com uma força brutal.
Harper foi derrubada no chão, a queda forçando o ar para fora de seus pulmões. Sua cabeça bateu no asfalto com um impacto surdo e uma dor lancinante percorreu seu crânio, deixando-a momentaneamente desorientada. Ela piscou, tentando clarear a visão turva enquanto o mundo girava ao seu redor. A voz de Peter soou ao longe, abafada, como se ele estivesse a quilômetros de distância.
Antes que pudesse reagir, Strange surgiu, seus olhos brilhando com intensidade enquanto lançava um feitiço. Uma corrente mágica envolveu as criaturas, afastando-as de Harper. Mas a trégua foi breve – em questão de segundos, a corrente se quebrou, as criaturas se libertando com um estalo que ecoou pela rua vazia.
Peter continuava lutando contra a outra figura, seus movimentos rápidos e precisos, mas estava claro que ele estava sendo pressionado ao limite. Harper, cambaleante, lutou para se levantar, sentindo o gosto metálico de sangue em sua boca. Ela tocou o rosto, sentindo o líquido quente escorrendo de seu nariz.
Ainda tonta, Harper olhou para o céu em busca de algum consolo, mas o que viu a encheu de um pavor ainda maior. A lua parecia estranhamente próxima da Terra, grande e opressora, como se estivesse prestes a colidir com o planeta a qualquer momento. A visão era surreal, como se a própria realidade estivesse se desmoronando ao seu redor.
Enquanto Harper olhava para o céu, mais criaturas começaram a aparecer ao seu redor, emergindo das sombras como pesadelos materializados. Eram zumbis como os anteriores, mas também monstros maiores e mais grotescos, com membros deformados, garras afiadas e dentes expostos. Harper reconheceu alguns desses monstros das outras vezes que os encontroou nessa realidade, voltando da escola ou no drive-in.
Ela abriu a boca para dizer algo, mas antes que pudesse articular qualquer palavra, um portal se abriu atrás dela com um som característico, emanando uma luz dourada. Harper virou-se rapidamente, vendo figuras emergirem do portal – Lílian, Wong e vários outros feiticeiros de Kamar-Taj. O manto de Lílian tremulava, e embora seus olhos mostrassem um certo medo, havia uma animação inegável em sua expressão, como se estivesse pronta para o desafio.
Enquanto Harper olhava para o céu, mais criaturas começaram a aparecer ao seu redor, emergindo das sombras como pesadelos materializados. Eram zumbis como os anteriores, mas também monstros maiores e mais grotescos, com membros deformados, garras afiadas e dentes expostos. Harper reconheceu alguns desses monstros das primeiras semanas que passou nessa realidade, criaturas que apareceram nos noticiários, seres que ela nunca imaginou enfrentar pessoalmente.
Ela abriu a boca para dizer algo, mas antes que pudesse articular qualquer palavra, um portal se abriu atrás dela com um som característico, emanando uma luz dourada. Harper virou-se rapidamente, vendo figuras emergirem do portal – Lílian, Wong e vários outros feiticeiros de Kamar-Taj. O manto de Lílian tremulava, e embora seus olhos mostrassem um certo medo, havia uma animação inegável em sua expressão, como se estivesse pronta para o desafio.
Strange assentiu para os recém-chegados, seu olhar determinado, mas aliviado. Ele sabia que a situação era crítica, mas com a chegada de reforços, as chances de equilíbrio na batalha haviam aumentado. Harper, ainda sentindo o sangue escorrer de seu nariz, respirou profundamente, aliviada ao ver que agora não estavam mais em desvantagem.
Mesmo machucada e com a cabeça ainda latejando, Harper sentiu um novo fôlego de esperança. A luta, antes desesperadora, agora parecia mais justa – ou ao menos, equilibrada. Lílian se posicionou ao lado de Harper, suas mãos já brilhando com energia mágica, pronta para combater as hordas de criaturas que os cercavam.
A batalha se intensificava a cada segundo. Harper fazia o que podia, defendendo-se e atacando com objetos improvisados, enquanto ao seu redor, os feiticeiros de Kamar-Taj e Peter lutavam ferozmente contra os monstros e zumbis que surgiam em ondas intermináveis. A cada golpe, Harper sentia seu corpo enfraquecer, mas se recusava a desistir. Os monstros pareciam especialmente atraídos pela Joia da Realidade e ela sabia que essa era a razão pela qual estavam ali.
Harper resistia ao impulso de usar a joia, temendo o poder que ela possuía e as consequências de manipulá-la mais uma vez. Mas, no meio do caos, ela sentiu uma dor aguda nas costas, quando uma das garras de um monstro cortou profundamente sua pele. Ela caiu no chão, ofegante, sentindo o sangue escorrer por suas costas.
Do chão, Harper viu Peter lutando com todas as forças mas um monstro gigantesco estava prestes a esmagá-lo. Os feiticeiros estavam ocupados, enfrentando zumbis em todas as direções e ninguém parecia capaz de ajudar Peter a tempo.
Com as mãos trêmulas, Harper tocou a Joia da Realidade. A magia vermelha começou a emanar dela, como um fogo que se alastrava, crescendo em intensidade e poder.
A magia explodiu de Harper em um surto de energia. Com um único gesto, ela afastou o monstro de cima de Peter, a força da explosão arrancando o monstro de onde estava e explodindo sua cabeça em um borrão de carne e ossos. Harper sentiu a magia fluir através de si, cada vez mais forte, enquanto ela lançava longe qualquer inimigo que se aproximasse, os afastando com ondas de energia vermelha que devastavam tudo ao seu redor.
Cada movimento de sua mão era uma explosão de poder, destruindo monstros, lançando zumbis para longe e limpando o campo de batalha com uma fúria que ela não sabia que possuía. Mas, junto com o poder, veio um medo crescente dentro dela – medo de perder o controle, de não saber onde ou quando parar.
Lillian, impressionada com a demonstração de poder, aproximou-se de Harper enquanto lançava feitiços contra os monstros.
— Por que você não fez isso antes? — perguntou Lillian, sua voz tingida de urgência e incredulidade.
Harper, ainda ofegante, hesitou por um momento, mas antes que pudesse responder, Strange interveio, sua expressão grave.
—Tem mais por vir. — disse ele, sua voz sombria.
E então eles viram. As criaturas que Harper havia destruído começaram a se reformular, seus corpos grotescamente distorcidos se reunindo, como se a própria realidade estivesse sendo dobrada para trazê-los de volta. Outras criaturas, ainda mais deformadas e horrendas, começaram a surgir das sombras, avançando em direção ao grupo com uma determinação implacável.
A luta recomeçou com uma fúria renovada. Harper, movida pelo poder da joia, continuou a usar sua magia vermelha, lançando para longe ou explodindo qualquer coisa que se aproximasse dela. Mas, apesar de seus esforços, as criaturas continuavam a aparecer, cada vez mais numerosas e perigosas.
Foi então que Harper viu Peter, lutando desesperadamente com uma figura encapuzada, uma espécie de zumbi que parecia diferente dos outros. A criatura vestia uma armadura de alta tecnologia, reluzente mesmo em seu estado deteriorado e sua presença emanava uma sensação de familiaridade perturbadora para Peter.
Enquanto observava, o zumbi levantou a cabeça, revelando o rosto parcialmente deteriorado e metálico por trás do capacete. Harper percebeu que essa criatura era diferente das outras – ela estava armada com tecnologia avançada, uma armadura que parecia muito mais sofisticada do que qualquer coisa que ela já tinha visto antes.
Peter, lutando com todas as suas forças, parecia estar travado em um duelo pessoal com o zumbi. O semblante dele estava carregado de dor e angústia, algo que Harper nunca havia visto antes em suas batalhas. Enquanto a armadura avançava, Peter hesitava, quase como se estivesse enfrentando algo mais do que um simples inimigo.
Harper, com o corpo dolorido e coberto de cortes, se aproximou de Peter, que estava com o traje do Homem-Aranha rasgado em vários pontos. Ela ergueu uma barreira de magia entre eles, tentando afastar a criatura que Peter lutava.
— Quem é ele? — Harper perguntou, a voz carregada de preocupação e confusão.
Peter, ainda lutando para manter a criatura à distância, hesitou por um momento, a expressão dele visivelmente abalada.
— Tony... — Peter engoliu em seco, a dor em sua voz clara. — Tony Stark.
Harper não conhecia Tony, mas a intensidade do olhar de Peter, a maneira como ele lutava com uma fúria misturada com tristeza, deixou claro o quão importante ele havia sido para Peter.
— Peter... — ela começou, tentando entender, mas sem saber como confortá-lo em meio ao caos.
Peter olhou para ela, os olhos cheios de uma determinação feroz mas havia algo quebrado em seu interior, algo que o confronto com aquela figura havia ressuscitado.
— Não é ele. — Peter afirmou, como se precisasse se convencer disso. — Não é o Tony. É só mais um monstro...
— Você está certo, não é ele. — Harper respondeu com firmeza mas os monstros continuavam a se reunir ao redor deles, cada vez mais numerosos. As outras criaturas também se aglomeravam ao redor dos feiticeiros, incluindo Doutor Estranho e Lílian, que lutavam desesperadamente para manter as hordas à distância. Eram muitas, incontáveis criaturas.
Harper olhou ao redor, sentindo o peso esmagador da situação. Ela sabia que não podia continuar assim por muito mais tempo mas também sabia que não podia parar.
— Sinto muito, Peter. — ela murmurou, mais uma vez sentindo os poderes se inflamarem dentro dela. Com um movimento rápido, ela se libertou do círculo de zumbis que se formou ao redor deles, lançando ondas de magia vermelha que os jogaram para longe. A energia pulsante que emanava dela era intensa, quase palpável.
Peter observou Harper, o coração apertado ao vê-la naquele estado. Ele ainda estava abalado depois de ter visto o vislumbre de Tony Stark tentando matá-lo e a visão de Harper, tão machucada e esgotada, apenas aumentava a dor dentro dele. As lágrimas brilhavam em seus olhos, misturando-se com a sujeira e o suor em seu rosto.
Harper estava claramente exausta. Seu nariz sangrava, as costas estavam rasgadas e a magia que fluía através dela parecia estar drenando suas forças. Sua pele estava pálida, e suas mãos estavam ficando negras com veias roxas se destacando por baixo da pele.
— Harper, você precisa parar. — Peter implorou, a voz tremendo de preocupação. — Isso está te matando.
Ela olhou para ele, os olhos cansados mas determinados.
— Eu não posso... — Harper respondeu, a voz quase um sussurro. — Se eu parar, todos nós morremos.
Ela sabia que estava se aproximando do limite mas não podia deixar Peter e os outros caírem. Harper estava disposta a sacrificar tudo, até a própria vida, para protegê-los.
Peter observou Harper com os olhos marejados, o coração apertado por vê-la tão exausta, tão quebrada e ainda assim, tão determinada. Ele não queria que ela se machucasse mas sabia que precisava focar na luta, mesmo com o medo e a preocupação o consumindo. Abalado, ele continuou a lutar, envolvendo criaturas em teias, atacando com a mesma força e agilidade que sempre teve.
Harper, por sua vez, continuou lançando longe e explodindo outras criaturas com sua magia vermelha. Os monstros maiores pareciam ter sido afastados, graças aos feiticeiros de Kamar-Taj e agora, restos mortais estavam por toda parte, espalhados pelo chão, criando um cenário repulsivo e nojento.
A respiração de Harper estava pesada, espaçada, cada vez mais difícil de controlar. Mas ela não podia parar. Não agora. Não quando tantas vidas dependiam dela. Então, mesmo com o corpo exausto e a mente prestes a colapsar, ela seguiu em frente.
No meio do caos, Harper viu Peter de costas. O reconhecimento imediato veio pelo traje rasgado de Homem-Aranha. Ela se preparou para usar um poder ainda maior, gritando para ele sair de lá, preparando-se para afastar de uma vez por todas os inimigos que o cercavam.
Mas então, quando ela se virou, algo fez seu coração parar. Não era o Peter com quem ela havia conversado minutos atrás. A figura diante dela era outra. O choque a atingiu como um soco, roubando-lhe o ar dos pulmões. Ela congelou, incapaz de acreditar no que seus olhos estavam vendo.
Ali, de pé, estava o Peter do universo dela, o primeiro que ela havia amado, aquele que ela viu morrer.
Ele estava ali, ainda em seu traje de Homem-Aranha, mas... destruído. A metade de seu rosto estava destroçada, revelando carne rasgada e osso exposto. Era uma visão horrível, um pesadelo que ela jamais pensou que teria que enfrentar novamente.
A sobrecarga emocional a atingiu como uma onda violenta, misturando-se ao horror da cena à sua frente. O que ela sentia naquele momento era indescritível — uma dor dilacerante que se espalhava por seu peito, uma sensação de perda renovada, como se estivesse vivendo o luto tudo de novo, mas de forma ainda mais cruel e devastadora.
Harper sentiu o chão sob seus pés ceder, o mundo ao seu redor girar. Ela não sabia como reagir, como lutar contra algo que era a personificação de sua maior dor, de sua maior perda. Sentia-se paralisada, perdida em meio a uma confusão de emoções que a consumiam, cada uma mais esmagadora que a anterior.
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