009
🚦Atenção: Esse capítulo contem assuntos sensíveis.
1 ano atrás
Naquela fatídica noite os vizinhos ouviram os disparos e chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram encontraram o corpo de Rebecca e Harper escondida em baixo da cama tremendo. Eles levaram a garotinha para delegacia e a interrogaram, ou tentaram, afinal ela estava em choque e não disse uma palavra.
Depois disso acabou indo morar em um lar de adoção, que no começo foi terrível, afinal eram muitas crianças dentro de uma casa e todas elas adoravam aprontar com Harper, que era a mais nova dentre todas as crianças.
Mas ela se acostumou, ela nunca soube o que aconteceu com Billy, provavelmente fugiu, se ele tivesse sido preso ela saberia. O tempo passou devagar, um dia após o outro e depois uma semana após a outra. Até as semanas se tornarem meses e os meses anos.
Harper ainda tinha pesadelos com aquela noite eventualmente, sem mencionar o fato de que odiava seu aniversário, pois era praticamente impossível ficar mais velha e não lembrar do que aconteceu no aniversário de seis anos dela.
Como sempre precisava se defender das crianças mais velhas, ela aprendeu a se defender. Aprendeu a lutar, em partes sozinha, em partes em aulas de lutas marciais gratuitas, o que foi bom para ela, até o momento em que ela perdeu a cabeça em uma briga na escola e quebrou o nariz de uma garota.
Ela foi expulsa, com sorte conseguiram matricular ela em outra escola, afinal, agora ela era a mais velha do orfanato, a única de dezesseis anos. E quando se tem quase trinta crianças na mesma casa, ninguém se importa realmente se a mais velha esta indo para escola.
Por sorte, Harper sempre foi responsável, ela tinha boas notas, gostava de estudar embora odiasse matérias de exata. Ela também tinha um trabalho de meio período em um café.
Agora, como havia sido expulsa da antiga escola, estava tendo que se adaptar nova. E era... Difícil, para dizer o mínimo. Haviam outros alunos ali que ela conhecia, crianças que moraram com ela e foram adotadas ou simplesmente jovens que frequentavam a cafeteria ou moravam no bairro dela, mas ainda assim, ela não tinha nenhuma amizade de fato.
Era aula de química, Harper estava tentando se concentrar e não cometer nenhum erro para não chamar atenção, mas a falação e os burburinhos dos outros alunos não estavam ajudando. Ela respira fundo, cuidadosamente mexendo algo em seu béquer. Mas não cuidadosamente o suficiente visto que acaba esbarrando o braço no rapaz que tentava equilibrar um frasco de reagentes.
- Cuidado aí, eu não quero ser responsável por uma explosão. - O garoto diz, com um sorriso doce e sem parecer rude. Harper ergue os olhos, surpreendida pela interação, e força um sorriso tímido.
- Desculpa.
- Posso te ajudar, se quiser. Eu sou Peter, por sinal.
- Harper. - Ela desvia o olhar, parecendo um pouco desconfortável com a atenção.
- Se preferir, eu posso ficar quieto e fingir que não vi nada. - Peter diz, notando a hesitação dela, mas sem querer perder a chance de conversar com a garota, afinal ele já havia a notado a algumas semanas e só estava esperando por uma chance de se aproximar. Ela sorri, parecendo relaxar um pouco.
9 Meses Atrás
A tarde se estendia suavemente sobre o Queens, lançando seus raios dourados através da janela do quarto de Peter. Harper está sentada à mesa, os livros de estudo abertos diante dela, enquanto Peter se inclina sobre o ombro dela, explicando pacientemente um conceito complicado de matemática.
- Então, você vê, é só uma questão de simplificar as equações passo a passo - diz Peter, apontando para o problema no livro. Ela concorda com a cabeça. Ela ainda não tem certeza se entendeu totalmente o assunto, mas teve algum progresso. Peter explica melhor que o professor deles, ou ela só gosta mais de ouvir ele falando.
- Obrigada... É, eu acho que eu entendi. - Ela fala se esticando na cadeira dele, eles se conheciam a tão pouco tempo, mas ela não conseguia evitar se sentir a vontade com ele.
- É, eu acho que sim. - Ele da uma risadinha e bagunça o cabelo dela, ela responde com um tapa fraco no ombro dele. - Ai! Não faz isso. Você entendeu sim. Você é inteligente.
Harper sorriu, ele provavelmente nem notou mas ela levou o elogio para o coração, foi realmente bom ouvir alguém dizendo algo gentil para ela, fazia tipo, anos que isso não acontecia e ela gostava de como ele fazia ela se sentir. Mesmo com apenas três meses de amizade, ela sentia que estava melhorando suas habilidades sociais e se tornando mais aberta, não só com ele, mas com todos. Mas principalmente com ele, que a essa altura já sabia sobre toda a historia dela.
À medida que a noite avançava e eles continuavam a estudar juntos, a atmosfera no quarto de Peter parecia ficar mais íntima. O silêncio confortável entre eles era preenchido apenas pelo som dos lápis riscando o papel e pelo murmúrio das páginas dos livros.
Harper olhava para Peter, admirando a maneira como a luz da lâmpada destacava os traços suaves de seu rosto. Ele estava concentrado no problema à sua frente, os olhos castanhos escuros brilhando com determinação. De repente, Peter levantou os olhos e encontrou o olhar de Harper. Um sorriso suave se espalhou por seus lábios, e por um momento, eles se perderam nos olhos um do outro, o mundo ao seu redor desaparecendo completamente.
Ele percebeu que ela estava nervosa e colocou a mão sobre a dela, em uma tentativa de conforta-la e dizer que estava tudo bem e que ela não precisava dizer nada. Harper sorriu como resposta, entrelaçando os dedos dela nos dele. Os dois lentamente foram aproximando o rosto um do outro até que se beijaram.
8 Meses Atrás
Era noite, fim de expediente, Harper estava só esperando os minutos fechar até finalmente dar o horário de fechar o café. Ela bocejava, apoiada no balcão do café vazio ao não ser por um único senhor que comia extremamente devagar e que já deveria estar na cama aquela hora.
O sino da porta da cafeteria tocou suavemente, anunciando a entrada de um cliente. Harper ergueu os olhos do balcão, um sorriso pronto para recebê-lo, mas seu sorriso desvaneceu quando viu Peter entrar, apoiando-se na parede e parecendo abatido, ele suava e tinha alguns machucados no rosto, ela imediatamente sentiu o estomago embrulhar ao vê-lo assim. Peter acenou com a mão, tentando sorrir para tranquilizá-la, mas sua expressão era tensa e dolorida.
- Peter!- Harper exclamou, correndo em direção a ele. - O que aconteceu? Você está bem? - Ela o apoiou em seu ombro o levando para cozinha, teoricamente isso era proibido. Mas seu chefe não estava lá e o velhinho que comia brownie não iria contar. Ela ajudou ele se sentar em um banco e se afastou indo pegar agua e algo para limpar os machucados. - O que aconteceu, Peter? Como você se machucou assim?
Peter olhou ao redor, verificando se estavam sozinhos, antes de suspirar e olhar nos olhos de Harper com seriedade. -
Eu... eu sou o Homem-Aranha, Harper.
- O que? - Ela olhou incrédula, quase derrubado o copo de água que estava segurando na mão. - O quê? Como assim? - Peter respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas, ele já estava escondendo isso dela a algum tempo.
- Eu sei que é difícil de acreditar, mas é verdade. Eu tenho lutado contra o crime como o Homem-Aranha há algum tempo agora, e... bem, hoje não foi um dia fácil.
Harper ficou em silêncio por um momento, processando a revelação chocante, ainda sem saber se acreditava ou não, ela apenas o entregou o copo de agua e perguntou:
-Você está bem? Precisa de alguma coisa? - Peter sorriu como resposta, ainda achando um pouco graça da situação.
- Só precisava ver você, Harper. Estar perto de você me faz sentir melhor.
6 Meses Atrás
A cidade brilhava sob as luzes da noite, o som das sirenes ecoava pelas ruas quando o Homem-Aranha saltou pelos prédios, em direção ao local onde a máfia havia mantido Harper como refém. Seu coração batia com uma mistura de medo e determinação, sabendo que cada segundo contava para salvá-la.
Finalmente, ele chegou ao topo do prédio, onde viu Harper, amarrada e indefesa, com os homens ao redor. Seu coração afundou ao vê-la em perigo, sabendo que aquilo era proposital para atrai-lo ali.
- Solte-a - O Homem-Aranha ordenou, sua voz ecoando contra o vento noturno, os capangas riram, sem se intimidar. Peter avançou contra os homens, seus reflexos aguçados guiando seus movimentos. Ele desviava dos golpes e retaliava com golpes rápidos e precisos, determinado a libertar Harper e derrotar o grupo, mas não podia negar que estava mais nervoso do que jamais esteve.
Enquanto isso, Harper lutava contra as amarras que a prendiam, tentando se soltar, ela já havia feito isso quando as crianças do orfanato lhe amarravam para tirar uma com sua cara, mas agora estava bem mais firme e as cordas cortavam seus pulsos. Harper tinha a respiração acelerada enquanto observava a batalha se desenrolar diante de seus olhos, ela observava Peter dando golpes ágeis mas também apanhando, ela estava sentindo o suor escorrer pela testa e o sangue pelos braços, seu coração batia tão rápido que ela achava que ele ia rasgar sua garganta.
Finalmente ela conseguiu libertar-se e correu em direção ao Homem-Aranha.
- Peter!- ela gritou, sua voz cheia de medo e angústia, quando percebeu que havia dito o nome dele em voz alta ela tampou sua própria boca, a policia chegou no topo prédio nesse mesmo momento.
O Homem-Aranha virou-se para encará-la, ele tinha os olhos cansados mas um sorriso de alívio se formando em seus lábios ao vê-la livre. Mas antes que ele pudesse reagir, um dos mafiosos o atingiu por trás com um tiro antes do policial o imobilizar, Peter desiquilibrou e caiu da beirada do prédio.
- Não. - Harper gritou correndo para a beira do local, ela o viu lançando uma teia para tentar se pendurar e voltar, mas seus reflexos não foram bons o suficiente dessa vez e ele errou.
Harper desceu as escadas do prédio em um frenesi de emoções, seu coração batendo descontroladamente em seu peito enquanto ela lutava para manter o controle. Ela passou pelos policiais que estavam prendendo os membros da gangue, mal percebendo os olhares curiosos e os murmúrios ao seu redor, ou dando a mínima para os que tentaram a parar e perguntar se ela estava bem. Era claro que ela não estava, ela nem sábia como suas pernas ainda estavam lhe obedecendo enquanto ela descia as escadas que pareciam infinitas.
O barulho das sirenes e das vozes das autoridades ecoava pelos corredores, sinalizando o caos que havia se instalado no local após a luta. Na rua, ela finalmente correu para onde ele estava deitado, agonizando em meio a sangue. Ela se ajoelhou, colocando a cabeça dele no colo dela e retirando a mascara.
- Peter. - Ela chamou, ele abriu os olhos e forçou um sorriso dolorido, ele via o pânico no rosto dela, então apertou a mão dela em uma tentativa de conforta-la. Ela estava claramente desesperada, mas também tentava se manter calma para acalma-lo.
- Oi. - Ele disse com uma voz baixinha. A essa altura pessoas curiosas se aproximavam, assim como barulhos de sirenes e ambulâncias ficavam mais altos.
- Fica comigo. Ok? Não morre. - Ela pediu, com o desespero queimando dentro dela e a voz tremula enquanto limpava o sangue do rosto dele e olhava em volta esperando que a ajuda chegasse mais rápido.
- Desculpa. - Ele disse depois de alguns segundos, quando percebeu que provavelmente não aguentaria a toda essa dor que começava o sufocar.
- Não. Você não pode fazer isso, você... - Ela respira fundo e olha para ele com os olhos cheios de lágrimas e o rosto vermelho, ele apertou a mão dela com mais força. - Você é a única coisa boa que já me aconteceu.
- Você é linda. - Ele diz com a voz ainda mais baixa, lutando para continuar mais um pouco, em um movimento que requereu muito esforço, ele ergueu a mão esquerda e limpou as lágrimas dela, dando uma risadinha baixa e depois tossindo um pouco.
- Eu amo você. - Ela respondeu. - Por favor.
- Eu sei. Eu também te amo. Eu te amo em todos os universos. - As lágrimas escorriam pelo rosto de Harper enquanto ela ouvia suas palavras, seu coração se despedaçando diante da inevitável despedida. E então, com um último suspiro, Peter fechou os olhos, seu corpo relaxando nos braços de Harper. Ela o segurou com força, seu coração partido em mil pedaços enquanto ela gritava e soluçava sobre o corpo dele.
Harper estava completamente desorientada. O choque da perda de Peter havia desencadeado um turbilhão de emoções dentro dela, uma mistura de tristeza, raiva e confusão. Ela sentia como se estivesse à beira do colapso, à beira do abismo emocional.
A garota sentia-se envolta por uma aura de desespero e confusão, sua mente mergulhada em uma escuridão turbulenta de emoções. As últimas palavras de Peter ecoavam em sua mente, ecoando como um lembrete cruel da perda que ela acabara de sofrer. Ela não conseguia conter o fluxo de lágrimas que corria por suas bochechas, seu coração partido em pedaços.
De repente, uma energia estranha começou a pulsar dentro dela, uma sensação de calor que se espalhava por seu corpo como um fogo ardente. Ela tremia involuntariamente, suas mãos agarrando-se à realidade com desespero enquanto o mundo ao seu redor começava a se distorcer e a se fundir em uma névoa turva. Uma névoa vermelha a rodeava e ela não sabia mais o que era real e o que era um surto, ela tentava procurar Peter o corpo dele não estava mais no seu colo, embora ela ainda estivesse de joelhos. Então tudo ficou escuro.
Ela desmaiou. E quando Harper finalmente abriu os olhos, ela se viu deitada em uma cama confortável, ela olhou em volta e engoliu seca com uma sensação de medo, ela estava em um quarto que reconheceu instantaneamente, era o quarto dela de quando ela criança, de sua casa no Nebraska, embora parecesse um pouco diferente. Os móveis estavam em lugares diferentes, agora havia pôsteres estranhos nas paredes.
Harper se sentou, confusa, e olhou ao redor. Pôsteres de pessoas vestidas de super-heróis adornavam as paredes escrito ''Avengers'' em outro, uma mulher loira com um violão nas mãos.
Confusa e assustada, Harper se perguntou se estava sonhando, se tudo aquilo não passava de uma ilusão. Mas então, a realidade bateu forte quando ela se lembrou das últimas palavras de Peter, do vazio que ela sentia em seu coração.
- Eu devo estar em coma. - Ela murmurou para si mesma, sentindo a cabeça doer, ela continuou explorando o quarto em silêncio.
Confusa e desorientada, Harper levantou-se da cama e explorou o quarto com cautela. Ela abriu as gavetas da escrivaninha, encontrando algumas fotos antigas misturadas com objetos que não lhe eram familiares. Havia também um diário aberto sobre a mesa, suas páginas cheias de anotações e pensamentos que não faziam sentido para ela.
Harper continuou a explorar o quarto, suas mãos tremendo enquanto ela pegava as fotografias que encontrava sobre a escrivaninha. Seu coração batia forte em seu peito enquanto ela examinava cada imagem com um desespero diferente batendo em seu peito. Harper examinou as fotos espalhadas pela escrivaninha, seu coração acelerando à medida que seus olhos pousavam em imagens familiares. Uma série de fotos mostrava uma garota idêntica a ela em diferentes estágios da vida, desde a infância até a adolescência. Harper sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber a semelhança impressionante entre ela e a garota nas fotos.
Ao lado das fotos, havia uma imagem de uma mulher que ela reconheceu imediatamente como sua mãe. Seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o rosto familiar, um misto de saudade e dor invadindo seu coração. Ela estava mais velha, mas Harper a reconheceria de qualquer maneira.
Ela limpou as lagrimas, cogitando que aquilo talvez fosse realmente outro universo, que naquele universo talvez ela ainda tivesse Peter, talvez sua mãe ainda estivesse Peter e Billy nunca tivesse destruído sua família. Uma pontada de esperança queimou em seu coração, até que ela viu um envelope endereçado a ''mamãe'' ela o pegou e sentou na cama, abrindo a carta.
O coração de Harper gelou quando encontrou a carta, uma folha de papel com a caligrafia exatamente igual a sua. Ela segurou a carta com mãos trêmulas, sentindo um frio na espinha enquanto seus olhos percorriam as palavras escritas com uma tristeza palpável.
''Mãe, eu sei que você deu o seu melhor mas não consigo mais fazer isso e talvez você nunca entenda minhas razões. Eu tentei encontrar a luz no fim do túnel, mas tudo o que vejo é escuridão.
Billy tem feito coisas terríveis comigo. Eu tentei resistir, tentei suportar, mas não consigo mais. Eu sinto muito, mamãe. Sinto muito por não ser forte o suficiente, por não conseguir continuar para te proteger dele. Ou por não ter coragem de ter te contado ou pedido ajuda, por não ter trancado a porta do meu quarto.
Espero que ele não toque em você da forma que tocou em mim e que não seja um monstro com você como foi comigo, eu só... Sinto muito e espero que se separe dele e que me perdoe por minha decisão egoísta, eu sei que deveria lidar com isso de forma diferente mas acho que no fim não sou tão madura, eu simplesmente não consigo.
Te amo, para sempre, sua borboletinha, Harper.''
Harper dobrou o papel e colocou de volta no lugar, sentindo as mãos ainda mais tremulas que antes, o estomago dela estava embrulhado e ela estava prestes a vomitar. Sentindo uma dor e um desespero ainda maior sabendo que outra versão dela tinha sido usada pelo padrasto daquela forma. Que talvez em todos os universos ele foi cruel. Ela tentou secar as lágrimas, mas as mesmas continuavam a brotar em seus olhos, o peito continuava a arder.
Ela ouviu um barulho vindo do andar de baixo, ela correu para varanda. Ela não sabia se era a mãe dela, ou se era Billy, de qualquer forma, ela teoricamente estava morta nesse momento, então não podia ser vista. E provavelmente não aguentaria ver nenhum dos dois.
Strange ainda estava chocado com tudo que viu. Harper realmente era de outro universo como suspeitou desde o começo, não só isso, mas em outro universo ela era filha dele. Ela era namorada de outro homem aranha, um que morreu para salva-la.
Ele havia feito um feitiço para dar um chocolate quente para garota, na tentativa de fazer ela se sentir melhor, sem saber como conversar com ela sobre aquilo. Depois de minutos em silêncio, ele finalmente diz algo.
– Então... Você tem... Se passado pela Harper que morreu... Por seis meses? – Ele pergunta e ela balança a cabeça positivamente, brincando com o cabo da caneca.
– Sim... Ela era emancipada, então eu só mudei o sobrenome, peguei um dinheiro que ela tinha guardado e vim pro Queens... Eu sei que é errado mas...
– Tudo bem. Você não precisa se explicar.
– Eu sei, mas... – Ela não sabe como continuar essa conversa, ela ainda se sente tão errada por estar fazendo aquilo. Embora esteja simplesmente só tentando viver alguma vida.
– Tudo bem Harper. Sério. – Stephen diz dando um sorrisinho para ela e Harper concorda com a cabeça novamente. – O que te trouxe aqui, de alguma forma te trouxe para onde você deveria estar.
– Você acha?
– Sim... E a propósito, eu sinto muito pela outra Harper... E pelo Peter. – Ele diz, tentando ser o mais amigável possível, agora que ele sabe que ela é quase que a filha dele, sua empatia com certeza aumentou, embora ela não saiba disso e ele não saiba como contar.
– Você pode por favor não contar isso para o Peter? Para o Peter daqui? – Ela pergunta, Strange a encara, ele nem havia cogitado contar. – Eu não quero que ele ache que eu gosto dele só porque ele é uma... Variante... Do meu Peter.
– E é por isso que você gosta dele? – Ele pergunta e ela nega com a cabeça.
– Não. – Admite em voz baixa. – No começo eu não dava a mínima para ele, mas a gente foi se trombando tantas vezes... Ele não tem nada parecido com o Peter do meu universo, os dois são incríveis, mas são extremamente diferentes, tanto fisicamente como na personalidade.
– Tudo bem. – Ele sorri. – Seu segredo está seguro comigo. Vamos resolver isso juntos, okay? Vou cumprir minha palavra e deixar você ficar aqui se isso não interferir no equilíbrio do universo. – Ela finalmente dá um sorrisinho e balança a cabeça em sinal de gratidão. – Mas vai ter que contar para o Peter hora ou outra.
– Por que esta me ajudando?
– Porque você merece ser ajudada, e além disso... – Ele suspira e passa a mão pelo cabelo, demonstrando pela primeira vez, um resquício de ansiedade. – Além disso, meio que... Minha variante, a versão de mim do seu universo... É seu pai.
Ela fica em silêncio por um momento. Processando as informações. Harper engole seco.
– E nesse... Nesse universo, também? – Ela pergunta baixinho e chocada.
– Possivelmente... Eu conheci sua mãe daqui e bem... Você sabe. - Ele olha em volta. – Mas ela nunca me contou que teve uma filha e... Teoricamente, essa minha filha está... Morta agora. – Ele fala com uma voz cheia de ressentimento, um sentimento muito estranho, diferente de tudo que ele sentiu, esta o preenchendo. – A não ser, por você... – Ele sorri meio triste.
Notas
Oi tudo bem?
Demorei um pouquinho para atualizar e tava bem nervosa com esse capitulo, acho que foi um dos mais pesados e complicados que já escrevi.
Bem, agora sabemos a história completa da Harper.
Esse capítulo ficou bem grande e eu ainda não terminei de revisar ele, mas ele queria cumprir meu cronograma. Espero que não tenha ficado confuso.
Espero que estejam gostando da história :) me digam o que estão achando kk
Obrigada por estarem lendo, comentando e curtindo.
Também queria dizer para vocês visitarem meu tiktok. (@ivylunawattpad) porque estou postando varias edits dessa fic lá!
Até sexta feira que vem, beijão!
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