⎊ | 007: 'DARK OMEN'
Cᥲριtᥙᥣo sᥱtᥱ
'Prᥱssᥲ́gιo obsᥴᥙro'
CALLISTA APERTOU O COMUNICADOR EM SEU OUVIDO, já irritada pela falta de resposta.
— Tony? — Sua voz soou firme, mas com um toque de impaciência. — Está aí ou você resolveu tirar uma soneca?
O silêncio que seguiu só serviu para aumentar sua frustração. Ela tentou de novo, desta vez com mais irritação.
— Alguém? Thor? Capitão? Natasha? — Sua voz ecoou pelos corredores metálicos e escuros da base, mas o silêncio no comunicador continuou. Ela cerrou os dentes. — Ah, que ótimo. Agora estão todos mudos?
Com os olhos estreitos, ela olhou ao redor. As paredes da base de Sokovia eram frias e austeras, com uma escuridão que parecia envolver cada canto. Callista estava acostumada a ser ouvida, e o fato de estar completamente ignorada – ou possivelmente bloqueada – a deixou furiosa. "Como podem deixar alguém como eu, uma deusa, sem resposta?", pensou, cheia de impaciência.
Ela apertou os punhos ao redor do cabo da espada, respirando fundo para tentar manter a calma.
— Que insolentes. — murmurou para si mesma, irritada. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que ficar parada ali não a levaria a lugar nenhum. Callista revirou os olhos, cheia de uma atitude mimada, dando passos mais decididos para dentro da base.
O silêncio ao redor não a intimidava, mas sim a enervava. Cada passo que ela dava parecia ecoar nas paredes frias de metal, e a única companhia que tinha era o som de sua própria respiração. A base estava deserta, ou assim parecia. Nenhum inimigo à vista. Nenhum som além do leve zumbido das máquinas antigas.
Ela seguiu mais fundo pelos corredores, pisando com força no chão como se quisesse, de algum modo, chamar a atenção de quem estivesse bloqueando sua comunicação. O orgulho ferido só fazia crescer a irritação.
Callista caminhou pelos corredores até finalmente avistar algo familiar, algo que fez seu coração bater um pouco mais rápido. Ali, no centro de uma sala mal iluminada, repousava o cetro de Loki. O brilho azul da Joia da Mente refletia nas paredes metálicas, criando sombras dançantes ao redor.
Ela sorriu, um sorriso casual, quase despreocupado, como se aquela situação estivesse sob seu controle o tempo todo.
— Finalmente. — murmurou, aproximando-se com passos decididos. Ela estendeu a mão, sentindo a energia pulsante do cetro.
Mas assim que seus dedos estavam a poucos centímetros do cetro, um arrepio percorreu sua espinha. Callista franziu o cenho e parou. Algo estava errado. Uma presença familiar, quase sufocante, a cercava, mas não havia ninguém ali. Ela sentiu a tensão no ar, como se não estivesse mais sozinha naquela sala.
— Stark, se isso é alguma piada, você pode parar agora. — Sua voz soou firme, mas uma leve irritação começou a borbulhar sob a superfície. Ela não gostava de ser surpreendida, muito menos de ser deixada no escuro. — Tony? Eu sei que você está ouvindo. Para de brincadeira.
Callista hesitou por um momento, seus dedos pairando sobre o cetro. O brilho azul pulsava, como se a chamasse, implorando para ser tocado. Ela respirou fundo, sentindo uma estranha atração. Algo a compelindo a tomar posse da arma que já fora de Loki.
Com um movimento decidido, ela envolveu o cetro com a mão.
No instante em que seus dedos se fecharam ao redor da arma, uma onda de energia atravessou seu corpo, derrubando todas as barreiras que ela havia construído em sua mente. Seus olhos se abriram, mas o que ela viu não era a sala da base em Sokovia. Não, ela estava em outro lugar, em outro tempo.
Nova York... destruída.
Arranha-céus derrubados, ruas desertas e cobertas de cinzas, escombros por todos os lados. O ar estava pesado, abafado, e o céu, de um tom acinzentado, era banhado por uma luz fraca e quase doentia. Callista ficou ali, parada, no meio da destruição, os sons abafados de uma cidade que já não existia ecoando ao seu redor.
Mas no caos, havia algo de surreal. Ela não sentia medo. Pelo contrário, uma sensação de poder tomou conta dela. Seus pés se moveram sozinhos, subindo os escombros, até chegar ao topo de uma montanha de concreto quebrado e aço retorcido.
No centro de toda a destruição... ela estava erguida, como uma rainha.
Os sobreviventes se ajoelhavam diante dela, em adoração e reverência. Seus olhos, que antes continham caos e confusão, agora estavam fixos nela, buscando orientação, respostas. Ela levantou a mão, e no mesmo instante, os escombros começaram a se erguer ao seu comando. Prédios se reconstituíam sob seu domínio, a cidade voltava a nascer de suas ruínas, mas com uma nova ordem. Uma ordem em que ela governava.
Callista puxou a mão para longe do cetro com um sobressalto, como se tivesse sido queimada. O ar ao seu redor parecia mais frio de repente, o brilho azul da arma pulsando levemente como se zombasse dela. Ela respirou fundo, piscando várias vezes para afastar a visão que a havia consumido.
Mas a sensação persistia, uma voz sussurrando no fundo da sua mente que a visão não fora um simples delírio. A possibilidade de governar... o doce e sombrio presságio de poder absoluto ainda pairava sobre ela.
Callista forçou um sorriso, balançando a cabeça como se pudesse afastar qualquer resquício daquela tentação. Ela se endireitou, envolveu o cetro com firmeza e virou-se para sair da base. Seu andar era controlado, quase casual, como se nada de extraordinário tivesse acontecido. Mas por dentro, seu coração batia mais rápido e seus pensamentos giravam em torno do que havia visto.
A ideia de governar... De ter todo aquele poder... Era aterrorizante e, ao mesmo tempo, profundamente atraente.
Quando finalmente chegou à saída da base, a visão da neve caindo sobre Sokovia a fez estremecer. O contraste entre o frio do exterior e a tempestade interna que fervilhava em sua mente era quase sufocante. O vento gelado chicoteava seu rosto, mas ela manteve a postura, ignorando o desconforto que a visão havia lhe causado.
De repente, a voz familiar de Steve Rogers soou pelo comunicador.
— Callista, está me ouvindo? Você está bem?
Ela quase suspirou de alívio. Finalmente, alguém a ouviu.
— Sim, finalmente alguém responde... — ela respondeu com um toque de irritação na voz, mas tentando parecer despreocupada. — Peguei o cetro. Está comigo.
Ótimo. Estamos terminando aqui. Volte para o ponto de encontro. — Steve fez uma pausa do outro lado.
— Entendido. — ela respondeu com firmeza, mas a leve hesitação em sua voz não passou despercebida para ela mesma.
A nave cortava o céu escuro, o zumbido suave dos motores ecoando no ambiente. Callista estava sentada, olhando pela janela com o cetro agora seguro em um compartimento, mas sua mente ainda estava presa àquela visão inquietante.
Do outro lado, Clint estava ferido, mas respirava com dificuldade controlada, e Natasha estava ao lado dele, verificando seus ferimentos com um olhar preocupado. Callista observou de longe, uma sensação estranha de vazio a invadindo. "Deve ser bom ter amigos que se preocupam assim", ela pensou, seus olhos vagando pela interação entre eles.
Tony, que até então estava ocupado em outro ponto da nave, se aproximou e se sentou ao lado dela com um sorriso maroto.
— E aí, princesa asgardiana, o que foi que você viu lá dentro? — Tony perguntou, com seu típico tom provocador, inclinando-se ligeiramente em direção a ela.
Callista virou o rosto para ele, tentando mascarar o turbilhão de pensamentos que girava em sua mente.
— Nada que você entenderia, Stark. — Ela respondeu, rolando os olhos, mas havia algo de tenso em sua voz.
Tony arqueou uma sobrancelha, claramente captando a mudança de tom.
— Ah, vamos lá, não faça isso comigo. — Ele sorriu, inclinando-se ainda mais, claramente lançando um flerte casual. — Achei que nossa amizade já estava em outro nível. Amigos compartilham, sabia?
Ela cruzou os braços, desviando o olhar novamente para a janela. A visão ainda a assombrava, mas falar sobre isso? Não com Tony. Não agora.
— Você acha que tudo pode ser resolvido com uma piadinha, não é? — Ela retrucou, com uma risada seca.
— Na maioria das vezes... funciona. — Ele deu de ombros, mantendo o sorriso charmoso, mas seus olhos analisavam o rosto dela, tentando entender o que a estava perturbando.
Callista desviou o olhar, permanecendo em silêncio, mas Tony não desistiu. Ele soltou um suspiro cansado e, sem pensar muito, se aproximou mais dela, sentando-se tão perto que seus ombros quase se tocavam.
— Ok, eu entendi. — Ele murmurou, um pouco mais sério. — Você não quer falar sobre isso. Tudo bem, eu também não quero.
Ela o olhou de lado, ligeiramente curiosa. Tony não era de admitir tão facilmente quando algo o incomodava, e aquilo a fez se perguntar o que exatamente ele tinha visto.
— O que você quer dizer com "também não quer"? — Callista perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— Nada. — Ele respondeu rapidamente, desviando o olhar, como se a conversa tivesse acabado.
Mas a verdade era que ele estava tão incomodado quanto ela, talvez até mais. Sua própria visão, que envolvia destruição e perda, o deixava inquieto. Ele não sabia como falar sobre aquilo. Não para ela. Não para ninguém.
Sem dizer mais nada, Tony deslizou a mão para a coxa de Callista, seus dedos esfregando suavemente, quase como se procurasse algum tipo de conforto físico. Não era um gesto puramente provocativo ou lascivo; havia algo de mais profundo ali, uma necessidade de conexão, de sentir que não estava sozinho naquele caos mental que os dois pareciam compartilhar, mesmo que nenhum tivesse coragem de admitir.
Callista olhou para a mão dele, sentindo o toque quente e a tensão subjacente que ele estava tentando esconder. Por um segundo, ela pensou em afastar a mão dele, mas em vez disso, respirou fundo e deixou-a ali. Talvez ambos precisassem disso, mesmo que fosse apenas por um momento.
O silêncio entre eles era denso, carregado de tudo o que não estavam dizendo.
Callista observou discretamente enquanto a tensão em Tony parecia começar a dissolver-se. A interação dele com os outros Vingadores ficou mais leve e casual, como se ele estivesse voltando ao seu estado normal. Ele falou sobre organizar uma festa na Torre, jogando piadas e comentários sarcásticos para quebrar o clima pesado que havia se instalado depois da missão.
— Vamos fazer uma festa quando voltarmos. Todo mundo precisa relaxar, incluindo você, Barton. — Tony lançou uma olhada para Clint, que respondeu com um aceno meio dolorido, ainda se recuperando do ferimento.
— Festa? — Natasha arqueou uma sobrancelha. — Você realmente não sabe quando parar, não é?
— Claro que não. Parar é para os fracos. — Tony retrucou com um sorriso, olhando de relance para Callista, como se esperasse que ela fizesse parte da diversão.
Callista notou que, enquanto ele brincava com os outros, o toque dele em sua perna começou a mudar. O que antes parecia um pedido silencioso de apoio físico agora se tornava mais provocativo, seus dedos deslizando levemente sobre sua coxa, como se testasse uma resposta. Mas, conhecendo Tony, ela sabia que era apenas uma tentativa desesperada de mascarar o que estava realmente acontecendo dentro dele.
Por mais que ele se esforçasse para parecer relaxado e despreocupado, havia algo de forçado em cada piada, cada sorriso. O desconforto que ele sentia, provavelmente por causa da visão que não tinha coragem de compartilhar, estava ali, sob a superfície, escondido atrás de sua fachada de confiança e charme.
Callista o conhecia bem o suficiente para perceber que, por trás de todo aquele esforço em parecer o "Tony Stark" que todos esperavam, havia um desconforto latente. E, ainda que ela estivesse lidando com suas próprias preocupações, o comportamento dele a fez sentir uma pontada de compreensão — ambos estavam fugindo de algo que viram, tentando agir como se nada tivesse mudado.
Quando a nave finalmente pousou na base, os Vingadores começaram a sair, exaustos, mas aliviados por mais uma missão bem-sucedida. Tony ficou um pouco para trás, observando os outros descerem e então, calmamente, murmurou para o comunicador em seu ouvido:
— Jarvis, faça o check-up completo na Legião de Ferro. Quero saber se algum deles precisa de reparos antes da próxima missão.
— Certamente, senhor. — Jarvis respondeu com a usual eficiência.
Callista o seguiu de perto, ainda pensativa sobre tudo o que havia acontecido. Ela observava Tony enquanto ele mantinha o semblante sério, já imerso no modo trabalho.
Antes que pudessem se afastar muito, Maria Hill se aproximou com passos rápidos, sempre atenta ao menor detalhe.
— Chefe. — ela o chamou, como de costume.
— O chefe é o Steve. Eu só pago as contas e projeto tudo, lembra? — Tony suspirou, parando para encará-la com um sorriso exasperado.
— Claro, Stark. Você só paga as contas... e tenta impressionar a deusa asgardiana ao mesmo tempo, né? — Hill, com um brilho malicioso no olhar, não deixou a chance escapar.
Tony abriu um sorriso de canto, lançando um olhar rápido para Callista, que revirou os olhos.
— Impressionar? — ele perguntou, fingindo ofensa. — Eu não preciso disso, Hill. Sou um espetáculo ambulante por si só.
Maria riu suavemente e lançou um olhar de cumplicidade para Callista, antes de se afastar, já voltando ao modo militar que lhe era característico.
Callista observava a interação com um sorriso mínimo nos lábios, mas ainda era capaz de ver, por trás do humor e das piadinhas, que Tony continuava usando sua personalidade deslumbrante como escudo
Quando finalmente ficaram sozinhos, longe da agitação dos outros Vingadores, Tony se aproximou de Callista, sem hesitar em puxá-la pela cintura, fazendo-a parar repentinamente.
— Preciso pedir uma coisa. — ele disse, a voz casual, mas o olhar fixo nos olhos dela.
Callista arqueou uma sobrancelha, olhando diretamente para a boca dele com um leve sorriso.
— E você precisa me puxar pela cintura para isso?
Tony apertou um pouco mais sua mão na cintura dela, aproveitando o momento, antes de finalmente soltá-la.
— Não. Mas ajuda a manter sua atenção — ele respondeu com seu típico tom brincalhão.
Ela deu um pequeno passo para trás, mas manteve o olhar atento, enquanto ele mudava de assunto.
— Agora, falando sério. — ele começou, um pouco mais sério. — Eu quero estudar o cetro de Loki antes que Thor o leve de volta para Asgard. Mas o tempo é curto, só tenho alguns dias para isso, e preciso da sua ajuda.
— Minha ajuda? Por quê? — Callista inclinou a cabeça, intrigada.
— Porque você pode saber de... coisas asgardianas. — ele gesticulou com as mãos, como se fosse óbvio. — Ou, quem sabe, de tecnologias asgardianas que possam ser de grande utilidade. Além disso, eu confio em você para ser direta se alguma coisa der errado. Vamos admitir, Asgard é um mistério enorme para nós. Ter você por perto seria um grande diferencial.
Callista pensou por um momento, cruzando os braços. Ela sabia o quanto o cetro era perigoso, mas também compreendia a importância de não deixar nenhum detalhe passar despercebido. Afinal, Tony estava certo sobre a tecnologia asgardiana ser uma incógnita. No entanto, um desconforto crescente a tomou.
Havia algo estranho sobre o cetro, algo que ela não conseguia ignorar. A visão, aquele sentimento de poder absoluto, ainda a rondava. E se aquilo voltasse? E se o que aconteceu com Loki — a sede de dominar, de submeter Nova York — fosse uma consequência do cetro? Agora, ela mesma havia sentido aquele impulso, aquela doçura sombria do controle. A possibilidade de perder-se nisso a assustava mais do que gostaria de admitir.
Ela não conseguia explicar. Não para Tony, não para ninguém. Mas sabia que, por mais que ele estivesse certo sobre os riscos, ela não podia se envolver mais. O custo pessoal seria muito alto.
— Stark. — Callista começou, a voz hesitante, mas firme. — Eu acho que não posso te ajudar com isso.
Tony franziu o cenho, surpreso pela resposta.
— O que? Por que não? Você acabou de admitir que Asgard pode ter algo a mais que a gente não entende. Eu preciso de você nessa.
Ela desviou o olhar, lutando contra a sensação incômoda de estar traindo a confiança dele, mas ela tinha que se proteger.
— Não é que eu não queira ajudar. Mas... eu sinto que é perigoso, estou com um pressentimento ruim.
Tony balançou a cabeça, claramente irritado. Ele passou as mãos pelos cabelos, frustrado.
— Sério? Isso? Você vai me deixar sozinho nessa porque está com um pressentimento ruim? — Sua voz estava carregada de raiva contida, como se não acreditasse que ela estava recuando. — Esse é o trabalho, Callie. Lidar com o perigo, correr os riscos!
— Esse é o seu trabalho, Tony. Não o meu! — ela retrucou, sua paciência se esgotando. — Eu não sou parte dessa equipe. Eu não sou uma Vingadora.
Tony deu um passo em direção a ela, seus olhos fervendo de frustração.
— Eu vejo uma armadura ao redor do mundo — ele disse, os dentes cerrados. — Humanos seguros. A Terra segura. Uma ameaça que nós podemos lidar, e nada mais. Você é egoísta o suficiente pra virar as costas pra isso, sabendo o que pode acontecer? Pra não ajudar quando pode?
A última palavra ecoou no ar, cheia de acusação. Callista sentiu a raiva se acumulando em seu peito, o desconforto crescendo com a insistência dele.
— O problema não é meu, Tony! — ela rebateu, cruzando os braços, já visivelmente irritada. — Eu não sou obrigada a lidar com as suas obsessões.
— Egoísta. — ele sussurrou. — Você é uma egoísta.
Callista deu um passo à frente, o rosto ruborizado pela raiva.
— E você não é? — ela disparou, o tom afiado. — Você se acha o herói de tudo, o único que pode salvar o mundo. Mas no fundo, tudo isso é sobre você, Tony.
Os dois ficaram em silêncio por um momento, ambos ofegantes, as palavras pesando entre eles. Tony desviou o olhar primeiro, bufando, claramente ainda furioso, mas sem uma resposta imediata.
Ele deu um passo para trás, balançando a cabeça em frustração.
— Tudo bem, Callista. Se é assim que vai ser, então... ótimo.
Sem esperar por mais uma palavra, ele se virou e saiu, deixando-a sozinha com sua própria frustração e aquela sensação incômoda de que, apesar de tudo, ele não estava tão errado assim.
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