⎊ | 001: 'STRAWBERRIES AND ARMORS'
Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴜᴍ
'Morαngos e Armαdurαs'
CALLISTA DESPERTOU COM A LUZ INVADINDO SEUS OLHOS. Soltou um suspiro de frustração; não fora um sonho, ela realmente estava na Terra. O brilho do sol penetrava as cortinas leves, inundando o quarto com uma luminosidade suave e quente.
Sentou-se na cama, que, apesar de tudo, era incrivelmente confortável. Ainda usava o short e a longa camiseta que Natasha lhe emprestara. Embora não fosse uma roupa bonita, era suficientemente confortável. A maciez dos tecidos e o aroma sutil de lavanda impregnado neles ofereciam uma sensação de conforto inesperada.
Ao se levantar, observou o quarto que Stark havia reservado para ela. Era espaçoso, com paredes altas e móveis elegantes. O ambiente, decorado com um toque moderno e minimalista, refletia a opulência característica de Tony Stark. Quadros abstratos adornavam as paredes, e uma grande janela proporcionava uma vista panorâmica do vasto terreno ao redor do Compound.
Callista se espreguiçou, seus músculos alongando-se após uma noite de sono. Caminhou lentamente até o grande espelho do armário, onde começou a ajeitar seus cabelos castanhos e ondulados. Seus olhos castanhos profundos, refletidos no espelho, carregavam uma mistura de saudade e determinação.
Enquanto penteava os cabelos, seus pensamentos vagavam. A saudade de Asgard era um peso constante em seu coração, uma lembrança dolorosa do lar perdido. Contudo, a necessidade de adaptação era inevitável. A Terra, com todas as suas peculiaridades, era agora sua realidade.
Com passos decididos, ela saiu do quarto e caminhou pelos corredores do Compound, suas pantugas ressoando suavemente contra o chão de mármore. A arquitetura moderna e a tecnologia avançada ao seu redor eram impressionantes mas ela não estava ali para admirar o design. Callista seguia em direção à cozinha, sentindo um leve ronco de fome em seu estômago.
Ao entrar na cozinha, encontrou o espaço vazio e silencioso, uma calmaria que contrastava com a agitação do dia anterior. Ela abriu a geladeira e começou a examinar o interior, procurando algo que lhe agradasse. Os alimentos estavam organizados de maneira impecável, uma variedade de frutas frescas, sucos e queijos.
Enquanto estava concentrada na escolha de algo para comer, ouviu passos atrás de si. Antes que pudesse se virar, uma voz familiar ecoou pelo ambiente.
— Pijaminha novo? — Tony Stark perguntou com um tom irônico, aproximando-se da geladeira aberta. Ele pegou uma garrafa de água e a abriu com um movimento ágil.
Callista virou-se para encará-lo, um sorriso desafiador nos lábios.
— Cortesia da Natasha — Respondeu ela, sem perder a compostura. — Não é exatamente o que eu escolheria, mas serve ao propósito.
Tony a analisou por um momento, seu olhar crítico suavizado por um sorriso divertido.
— Bem, com esse estilo, você certamente faz qualquer coisa parecer impressionante — Ele disse, com um brilho malicioso nos olhos. Callista arqueou uma sobrancelha, mantendo o olhar fixo nele.
— Eu gostaria de tomar café da manhã, Stark — Disse ela, em um tom deliberadamente claro, como se estivesse falando com uma criança. — Sabe, a refeição que se faz logo após acordar?
Tony riu, apreciando a forma como ela tentava provocá-lo.
— Tudo bem, o que você quer comer? — Perguntou Stark, ainda sorrindo.
— Pode ser... fruta — Respondeu ela, claramente não familiarizada com as opções disponíveis na Terra.
— Fruta é muito abstrato. — Tony respondeu, abrindo a geladeira e começando a citar as opções. — Temos maçãs, bananas, laranjas, morangos... ou talvez algo mais substancial? Tem iogurte, cereais, ovos, torradas...
Callista cruzou os braços, observando-o com uma expressão cética.
— Maçãs e morangos servirão — Disse ela, tentando esconder sua curiosidade sobre os outros alimentos mencionados.
Tony pegou uma maçã e um recipiente de morangos da geladeira, colocando-os na bancada.
— Aqui está — disse ele, entregando-lhe os alimentos. — E se mudar de ideia e quiser experimentar algo diferente, é só me avisar.
Callista pegou a maçã e um morango, analisando-os por um momento. Ela examinou as frutas meticulosamente, como se esperasse encontrar algum segredo oculto. Tony, observando a cena, não pôde deixar de rir.
— Você sabe que essas são frutas normais, certo? Não são artefatos mágicos ou algo do tipo. — Provocou com um sorriso brincalhão.
Callista ignorou o comentário, segurando um morango diante do rosto de Tony, quase encostando no nariz dele.
— Coma primeiro. — Callie disse com um tom de comando. — Preciso ter certeza de que não estão envenenados.
Tony arqueou uma sobrancelha, indignado com a sugestão, mas não conseguiu conter o riso.
— Sério? Você acha que eu, Tony Stark, iria envenenar a fruta? — Ele balançou a cabeça, mas acabou cedendo. — Ok, ok, se isso vai te fazer sentir melhor.
Ele pegou o morango das mãos de Callista e deu uma mordida, mastigando de forma exagerada para provar que estava tudo bem.
— Viu? Totalmente seguro. — Stark respondeu. — Agora, pode comer sem preocupação, sua alteza. — Provocou.
Callista observou atentamente enquanto ele mastigava e engolia, depois pegou outro morango e finalmente deu uma mordida, satisfeita. O sabor explodiu em sua boca, surpreendentemente doce e suculento, bem diferente dos morangos de Asgard, que tendiam a ser mais ácidos. A doçura era quase viciante e antes que percebesse, pegou outro morango, depois mais um, deliciando-se com cada mordida.
Por um momento, Callista permitiu-se saborear a sensação, mas logo lembrou-se de onde estava e disfarçou sua animação. Limpando as migalhas invisíveis de seus lábios, ela olhou para Tony com uma expressão de desdém cuidadosamente ensaiada.
— Nada mal, até que não é ruim — Disse ela, tentando parecer indiferente.
Tony, que havia observado a cena com um sorriso divertido, inclinou-se casualmente contra a bancada.
— Fico feliz que tenha aprovado. E quem sabe, talvez você encontre outras coisas por aqui que não sejam tão ruins. — Disse se inclinando levemente em direção a ela. Callista deu de ombros, mas não pôde deixar de sentir um leve calor de satisfação por trás de sua fachada de indiferença.
Percebendo a tentativa de flerte de Tony, Callista levantou a cabeça e o encarou com um olhar desafiador.
— Eu não me impressiono facilmente, Stark. — Disse ela, com um tom de voz firme. — E frutas deliciosas, por mais surpreendentes que sejam, não são exatamente um feito digno de admiração.
— Claro, claro. Eu nunca subestimaria a deusa asgardiana que não se impressiona com facilidades terrestres. — Ele respondeu, ainda mantendo o tom brincalhão.
Callista revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir levemente, escondendo sua animação com as frutas.
— Então, Stark, além de impressionar as visitas com suas frutas frescas, o que mais você tem a oferecer por aqui?
Tony inclinou a cabeça, aceitando o desafio implícito.
— Bem, eu poderia mostrar algumas das nossas instalações e talvez até deixá-la brincar com algumas das minhas invenções. — Disse ele, com um brilho nos olhos. — Se você estiver interessada, é claro.
Callista cruzou os braços e o estudou por um momento, avaliando suas intenções.
— Vamos ver se alguma das suas "invenções" é realmente digna de atenção. Mas não espere que eu fique impressionada facilmente.
Callista seguiu Tony através dos corredores do Compound, observando atentamente cada detalhe ao seu redor. O lugar era incrivelmente moderno, com tecnologia avançada em cada esquina. Tony caminhava à frente, levando-a em direção ao local onde ele guardava suas armaduras.
Ao chegarem, ele abriu a porta de uma grande oficina, revelando várias armaduras alinhadas meticulosamente em expositores. Cada uma parecia mais impressionante que a anterior, com diferentes designs e funcionalidades.
— Bem-vinda ao meu playground pessoal. — disse Tony, gesticulando para as armaduras.
Callista caminhou lentamente pela sala, seus olhos percorrendo cada armadura com um olhar analítico. Ela parou em frente a uma das armaduras mais recentes e começou a fazer perguntas, seu tom desafiador e curioso.
— E essa aqui? Qual é a função dessas placas adicionais no peito? — Perguntou, apontando para a armadura.
Tony se aproximou, cruzando os braços.
— Placas de reforço de titânio-gold que ajudam na absorção de impactos de alta energia. E também tem um reator arc miniaturizado para maior eficiência energética.
Callista assentiu, absorvendo a informação. Ela continuou a andar pela sala, observando cada detalhe com atenção.
— E essas articulações? Parecem mais flexíveis do que nas versões anteriores. — Disse, apontando para os braços de outra armadura.
— Boa observação. Usei uma liga de vibranium e nanomateriais para melhorar a mobilidade sem sacrificar a resistência. — Respondeu Tony, impressionado com a perspicácia dela.
Callista se aproximou de outra armadura, seus olhos fixos nos pulsos da peça.
— Esses emissores de energia... Eles parecem mais compactos. Como conseguiu isso?
Tony sorriu, claramente apreciando o interesse dela.
— Reduzi o tamanho dos repulsores usando uma nova configuração de circuitos e microprocessadores. Isso permite uma potência equivalente com menos espaço.
Ela continuou a inspecionar as armaduras, seus olhos brilhando com interesse. Sua mente parecia trabalhar a mil por hora, processando todas as informações e fazendo conexões com a tecnologia que conhecia em Asgard.
— Impressionante. Essas melhorias mostram um avanço notável. — Disse Callista, virando-se para encarar Tony. — Mas me pergunto, Stark, como você lida com a dissipação de calor em combate intenso? Não é um problema para esses sistemas miniaturizados?
Tony ergueu uma sobrancelha, surpreso com a profundidade da pergunta.
— Uso um sistema de resfriamento ativo baseado em nanotubos de carbono e fluido criogênico. É eficiente e mantém a temperatura sob controle, mesmo em situações extremas.
Callista assentiu lentamente, claramente impressionada. Ela sabia que a tecnologia terrestre estava evoluindo rapidamente, mas ver essas inovações de perto era uma experiência diferente.
— Parece que você pensou em tudo. — Disse ela, um leve sorriso desafiador surgindo em seus lábios.
Tony deu um passo à frente, seu olhar fixo no dela.
— Sempre penso em tudo. Mas devo dizer, Callista, você me surpreendeu. Não é comum encontrar alguém que entenda esses detalhes tão rapidamente. Como você faz isso?
— A tecnologia de Asgard é muito avançada. Muitos dos princípios aqui são semelhantes, mesmo que os materiais e métodos sejam diferentes. E eu sempre tive um talento para entender como as coisas funcionam. — Callista ergueu um ombro, desdenhosa.
— E agora, já está impressionada? — Tony riu, claramente impressionado.
— Não é nada mal. — Callista ergueu uma sobrancelha e deu de ombros com desdém. Stark bufou, frustrado, mas respirou fundo.
— Tudo bem, está na hora de realmente te impressionar. Vista-se. Vamos dar uma volta por Nova York. Vai ser diferente de tudo que você já viu. Garanto que você vai ficar impressionada.
Callie olhou para ele, avaliando sua proposta.
— Eu duvido muito, mas aceito o convite.
Ela se dirigiu ao quarto para se arrumar. Sem ter muitas opções de roupas, decidiu vestir o mesmo traje de couro que parecia uma armadura asgardiana, o mesmo que usava no dia anterior. Quando voltou, Tony não pôde deixar de rir ao vê-la.
— Isso não é exatamente o que as pessoas usam para dar uma volta por Nova York — Stark disse, com um sorriso malicioso se erguendo involuntariamente no canto dos lábios. — Mas eu tenho que admitir, é uma visão que eu gosto muito.
— Bem, Stark, você não me deu muitas opções. E além disso, é prático. — Callista ergueu o queixo, desafiadora.
— Prático de tirar também? — Tony não perdeu a oportunidade de provocá-la e perguntou ainda sorrindo. Callie revirou os olhos.
— Você nunca para, não é?
Ele riu, claramente se divertindo, e gesticulou para que ela o seguisse.
Eles desceram até a garagem, onde Tony parou diante de um carro de luxo. Com um floreio, ele abriu a porta do passageiro para ela.
— Sua carruagem aguarda, milady. — Disse ele, fazendo uma reverência exagerada. Callie arqueou uma sobrancelha, mas não pôde deixar de sorrir levemente com o tratamento que estava recebendo, mesmo que fosse apenas Tony a provocando.
— Ah, que cavalheiro. — Disse com sarcasmo, entrando no carro.
Tony deu a volta e entrou no lado do motorista. Ele ligou o motor e o carro ronronou suavemente enquanto saíam da garagem do Compound. Durante o trajeto, Callista olhava pela janela, absorvendo a vista da cidade.
No entanto, sua atenção foi rapidamente desviada pela velocidade com que Tony dirigia. Ele acelerava com destreza, desviando dos outros carros e navegando pelo trânsito com uma confiança que beirava a imprudência.
Tony observava as reações de Callista pelo canto do olho, notando como ela se agarrava levemente ao assento a cada curva acentuada. Ela mantinha uma expressão séria, mas seus olhos denunciavam uma mistura de surpresa e apreensão.
Finalmente, chegaram a uma parte da cidade onde o trânsito começava a se acumular. O ritmo desacelerou drasticamente, e Callista olhou ao redor, franzindo o cenho. O som das buzinas e o barulho constante da cidade pareciam um contraste gritante com a tranquilidade de Asgard.
Ela olhou para Tony, os olhos mostrando uma sombra de preocupação.
— Tudo é sempre tão barulhento por aqui? — Perguntou, tentando manter sua compostura, mas parecendo mais assustada do que impressionada. Tony riu, um som caloroso e despreocupado.
— Bem-vinda a Nova York, Callista. O barulho faz parte do charme. — Ele deu de ombros. — Mas não se preocupe, você se acostuma. É uma cidade que nunca dorme.
— Barulho constante e caos. Interessante conceito de charme. — Ela soltou um suspiro, tentando se acostumar com a ideia.
— Você vai ver. — Tony disse, seu tom cheio de promessa. — Há uma energia aqui que você não encontra em nenhum outro lugar. Vamos parar em breve e você vai sentir essa energia de perto.
— E qual é o seu plano, Stark? Comprar uma camiseta escrita "Eu amo Nova York" para mim? — Enquanto observava pela janela, Callie não pôde evitar um sorriso sarcástico.
— Achei que você tinha mais classe do que isso, Callista. — Tony riu, a provocação evidente em seu tom. Ela bufou, frustrada por ele fingir que não entendeu o sarcasmo.
— Se você realmente fosse comprar algo para mim, eu esperaria algo apropriado, não souvenirs baratos.
— Apropriado, hein? Algo digno de uma deusa asgardiana? — Tony sorriu, claramente se divertindo com a conversa. — Tenho certeza de que podemos encontrar algo que esteja à altura dos seus padrões elevados.
— Boa sorte com isso, Stark. Surpreenda-me. — Callista o olhou de canto de olho, ainda avaliando o ambiente caótico de Nova York.
Tony riu novamente, gostando do desafio. Ele fez uma curva e começou a procurar um local para estacionar.
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